sábado, 2 de setembro de 2006

United 93

Há dias, deu-me na cabeça e fui ver o voo 93 (título em português), um filme baseado no que alegadamente se terá passado no Boeing 757-200 da United Airlines que às 10 horas (locais) do dia 11 de Setembro de 2001 caiu na Pensilvânia. Dois motivos podem levar um comum mortal ao cinema para ver este tipo de filme, ainda por cima conhecendo o final, ou se gosta do patriotismo exagerado com que, normalmente, Hollywood enfeita este tipo de películas, ou se espera que ele seja mais uma acha para a fogueira das múltiplas teorias da conspiração que teimosamente a Casa Branca tanto insiste em alimentar. Como sabia que o realizador é Inglês, Paul Greengrass, de seu nome, e um amigo, que já tinha visto o filme, me tinha dito que este nada continha, de nacionalismo exacerbado, as minhas expectativas eram de que se tratasse de mais uma versão dos acontecimentos, tipo, Fahrenheit 9/11 (filme que, diga-se em abono da verdade, também me desiludiu um pouco). Entrei no cinema já sobre a hora da sessão e para meu espanto, verifico que a sala não tem mais de 30 pessoas. É certo que se trata de uma sessão à meia-noite mas o filme só estreou há 15 dias. A acção desenrola-se quase toda em 2 cenários: uma sala de um centro de operações de coordenação de todo o tráfego aéreo dos E.U.A. e o avião. As excepções a estas regras são algumas cenas rodadas nas salas de controlo de alguns aeroportos. A primeira desilusão surge quando me parece (apesar de não perceber nada de aviões) que o avião usado no filme não é um Boeing 757-200, mas um avião bastante mais pequeno e antigo. Ou se pretendeu conter os custos de produção, ou o objectivo era dar a ideia (falsa) que o avião estava mais cheio, recorde-se que oficialmente estariam 38 passageiros a bordo (incluindo os terroristas) e o avião dispõe de 228 lugares, (o que corresponde a menos de 17% de ocupação). Mas a grande desilusão acontece quando nos apercebemos que o filme não é mais que uma compilação das gravações que foram divulgadas como sendo as tidas pelos controladores aéreos, bem como, os alegados telefonemas dos passageiros do voo, nos momentos que antecederam o trágico final de viagem. Pareceria um documentário, não fosse o facto de ser baseado em factos “irreais”, pincelado aqui e ali por algumas cenas ficcionadas, passadas a bordo, umas de um dramatismo gratuito, outras de um ridículo hilariante. Não vou entrar em pormenores, para não estragar mais a surpresa de alguém que pretenda ver o filme. Para os que ainda não viram, fica apenas a sugestão… Não levem grandes expectativas, o filme é banal, não traz nenhuma “luz” à obscura versão oficial dos acontecimentos deste dia (pois é neutro em relação a ela) nem contribui em nada para esclarecer a verdade dos factos. Aspecto mais positivo – Põe a nu a total inoperância dos responsáveis pela segurança interna dos E.U.A., nomeadamente a NORAD, que permitiram o êxito da “operação”. Aspecto mais negativo – O comportamento dos terroristas durante o sequestro do avião. Traça deles um retrato psicológico de profundos idiotas, completamente incapazes de levar a cabo uma acção deste tipo.
Apache, Setembro de 2006

22 comentários:

Fallen_Angel disse...

owa :o)
terroristas idiotas é impossivel serem senao nao tinham conseguido "atacar" os EUA :o)
os terroristas são mais que inteligentes :op


Bom fim de semana :o)
Beijinho

redonda disse...

Já não me parecia muito boa ideia ver este filme (eu gosto de finais felizes e não sei porque já desconfiava que este não devia acabar lá muito bem...)e agora ainda fiquei mais convencida que é melhor optar por uma qualquer comédia romântica, com final garantidamente feliz, ou então optar por qualquer outro filme e pronto.

Um boa semana e um beijinho

Cleopatra disse...

"Aspecto mais positivo – Põe a nu a total inoperância dos responsáveis pela segurança interna dos E.U.A., nomeadamente a NORAD, que permitiram o êxito da “operação”."

Bem, eu ainda não vi o filme.
Mas... se ele só tem esse aspecto positivo, não tem nenhum, porque dessa total inoperância, já nós nos tinhamos apercebido.
Portanto... contou muito para quem quer ver o filme.
Mas, nisto da critica de cinema é mesmo assim, uns gostam outros não.
Já agora, fui ver " A casa da Lagoa", 2ª vez. Desta feita com a minha filha. Chorou tanto ou mais que eu...
E visto segunda vez, a lógica ressalta...

Veja o comentário que acrescentei no post sobre o dito.

Qto ao choro, não se admire, é que eu, até num filme para rir arranjo motivo para chorar.
Boa semana!

Apache disse...

"(já desconfiava que este não devia acabar lá muito bem...)"
Pois, infelizmente parece que não, Redonda.

Cleopatra disse...

ai redonda... redonda... redonda... "Ca ganda feeling!"

Eva disse...

Concordo inteiramente com a crítica.
E reparou no final. No finalinho mesmo: diziam as legendas que os aviões militares estavam a não sei quantas milhas de distância e na direcção oposta?
Lá encontraram uma maneira de limpar a história e de deitar por terra a teoria de que o avisão havia sido derrubado pela força
aérea lá do sítio.
Sectário e sem intresse.
E eu a pensar que o fim era feliz: romantico e cheio de gargalhadas
;-)
"ca granda felling"
;-)

Apache disse...

E então Cléo, quando diz que a lógica ressalta significa que gostou um pouco mais que da primeira vez?
Os filmes românticos não são o meu estilo mas este (que não classifico assim) é um grande filme.
Vamos recomendá-lo à Redonda?

Apache disse...

Seja bem (re)vinda aos comentários, Excelentíssima Senhora Dona Eva.
Reparei sim senhor... Um dos defeitos graves deste filme é de facto o sectarismo disfarçado, ou melhor, súbtil. Ressalvei aquele "aspecto mais positivo" para tb subtilmente não querer parecer parcial, se bem que honestamente acho que o sou. Não subscrevo nenhuma das teorias da conspiração, no caso do 11 de Setembro, porque não tenho provas concretas de nada, mas não tenho dúvidas que a versão oficial dos acontecimentos está recheada de mentiras grosseiras, facilmente demonstráveis pelas leis da física.

Tenho uns comentários em atraso no seu blog, de amanhã não escapam.
Beijinho!

Apache disse...

"Qto ao choro, não se admire, é que eu, até num filme para rir arranjo motivo para chorar."
Vai chorar quando vir este, cléo! Há momentos de "razoável" dramatismo.

Cleopatra disse...

É um grande filme sim senhor. O da casa da Lagoa Claro!

Recomendá-lo à Redonda?
Não sei... acha?!

pergunte-lhe lá se ela já o viu.-.. e já agora... o que é que concluiu?

Cleopatra disse...

AH! Já viu o comentário acrescentado no meu Blog?

Apache disse...

Parece-me o tipo de filme que todas as mulheres gostam e alguns homens tb.
Já vi o comentário...
:)

redonda disse...

Já vi o filme A Casa do Lago ou da Lagoa (pensava que era do Lago, mas se calhar é da Lagoa mesmo) e...não gostei assim muito, muito. Talvez porque desde criança adoro livros e filmes de ficção científica com mundos paralelos ou alternativos, estava sempre a adivinhar o que ia suceder e a encontrar pontos que não batiam certo. Mas, pelo menos acaba bem :) Pelo menos para eles os dois e para o cão...
Agora vou passear pelo teu blog um bocadinho mais para trás...

Fallen_Angel disse...

(respondendo ao comentario deixado no "Squadra") mais um perigo??? depois vem me pedir boleia para ver se eu ta dou :op, vais a pé :op toma, toma :o)

Beijinho e Boa noitinha

Apache disse...

Boleia de uma Anginha?! Eu não estou a pensar ir para o céu tão cedo...
Ah, e se quisesse voar, pedia boleia à Super-Mulher!...
Beijinho!

Apache disse...

Olá Redonda, tenho lido os teus comentários mas ainda não é hoje que vou responder, falta de tempo e excesso de sono.
Beijinho!

Apache disse...

Olá Lusitana, seja bem regressado de férias. É mesmo seu, primeiro mete-se com a menina e depois é que se lembra do "da casa".
Só uma pequena correcção, o "United 93" não é um romance, é, segundo a crítica, um documentário ficcionado; "A casa da Lagoa" pode considerar-se um romance em que os protagonistas vivem em tempos diferentes.
Ah, quanto à Redonda, diz que tem 1 kg a mais... Não sei se isto satisfaz a sua curiosidade...
Um abraço!

redonda disse...

Penso que será a primeira vez que regresso a um mesmo post de um outro blog para responder ao bloguista e a um comentador :)

Vou estar atenta à tua resposta Apache para não a perder e entretanto vou lendo e relendo os posts mais antigos...

Já me comentaste uma vez Lusitana Paixão há muito tempo. Peso 50 kg (quero ir para os 49) e tenho 1,65 m de altura, por isso como podes ver, sou absolutamente redonda.


Bom fim de semana

Cleopatra disse...

Minha querida redonda, não vale ofender! OK???

Apache disse...

Cara Cleópatra estamos todos perfeitamente convencidos que nem Vossa Alteza nem a menina Redonda são redondas! Quanto a não ter 49 kg, deixe lá, eu também não tenho... quer dizer, se contabilizarmos apenas uma perna...

Lusitana Paixão, lá voltou você a meter-se em confusões, deve ser a isto que se chama um regresso em grande...

Cleopatra disse...

Eu não tenho 49 Kg mas quero manter os 51.

51 Kg Claro!
Ah! E também quero chegar aos 51!!!
Anos de vida!

Apache disse...

Pois eu, que tenho muito mais quilogramas acho-me no direito de reivindicar muito mais anos. Quanto ao peso, perder 3 ou 4 kg dava jeito, mas isso significava abdicar de alguns quilitos de gelado e litros de refrigerante e acho que não vai ser fácil.