quarta-feira, 4 de julho de 2007

Falem baixo, ou ainda acordam alguém…

Nas eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 2001, os resultados oficiais “não coincidiram com os constantes das actas das secções de voto”, revela o livro “Eleições Viciadas?” colocado à venda na passada segunda-feira. O livro, escrito pelo jornalista João Ramos de Almeida, resulta da investigação que sucedeu as suspeitas de Alberto Silva Lopes, e salienta que “alguém, algures entre o apuramento nas freguesias e a comunicação ao Governo Civil, alterou os resultados eleitorais de 27 das 53 freguesias do concelho de Lisboa”. E acrescenta… “Ao nível das secções de voto, registaram-se discrepâncias significativas entre o número dos votantes descarregados nos cadernos eleitorais e os eleitores que terão votado, segundo as actas das secções de voto”, estas anomalias “estendem-se a 47 freguesias”, abrangendo “cerca de metade das secções de voto do concelho de Lisboa”. Apesar dos dois candidatos mais votados (Pedro Santana Lopes e João Soares) terem ficado separados por apenas 856 votos (favoráveis ao primeiro), o autor afirma que “não há certezas sobre qual terá sido efectivamente o resultado final das eleições. (…) O vasto conjunto de irregularidades detectadas não é suficiente para acusar alguma lista ou dirigente”, uma vez que os boletins de voto foram destruídos em 2002. João Soares tinha 8 dias (após publicação dos resultados) para contestar os resultados mas optou por não o fazer. Foi apenas a 17 de Maio de 2002 que Alberto Silva Lopes, advogado apoiante da sua candidatura entregou uma queixa-crime, no Ministério Público. Analisados os documentos, foram detectadas várias irregularidades. Por exemplo, o STAPE (Secretariado Técnico para os Assuntos do Processo Eleitoral) registou 312 391 votantes para a Câmara Municipal, mas as assembleias de apuramento geral só encontraram 311 482 pessoas. Entre outras fraudes, foram encontradas falsificações nas actas das secções de voto. No total, foram apurados (segundo o “Correio da Manhã, um dos jornais que ontem publicou a notícia) 2 649 votos irregulares, dos quais, 887 falsos. Ou muito me engano, ou a fazer fé no que nos últimos 10 anos, se diz “à boca fechada”, estas eleições autárquicas em Lisboa, são a ponta do iceberg do que pelo país se tem passado, em termos de deturpação dos resultados eleitorais.
Apache, Julho de 2007

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu tb gostava de estar enganada mas...este sinal é bem revelador de algo muito grave...tão grave que nem se comenta quase nada destes assuntos...


Já não se pode confiar em ninguem...Isto está muito mau!

Abraço

cris disse...

eheheheheheheh bem podiam usar o olhómetro...pelo menos já ninguém se sentia insultado. Eu sinto. Querem fazer de mimparva? trastes do caraxas. Têm lata descomunal... bahhhh


bj

Cleopatra disse...

Nas eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 2001, os resultados oficiais “não coincidiram com os constantes das actas das secções de voto”, revela o livro “Eleições Viciadas?” colocado à venda na passada segunda-feira.
O livro, escrito pelo jornalista João Ramos de Almeida,

Só me apetece dizer....NADA!

Cleopatra disse...

Onde andam o Iscas e o Piscas???
Porque é que os gajos não fazem um Blog?

redonda disse...

Não tinha ideia e é muito preocupante.

Apache disse...

"tão grave que nem se comenta quase nada destes assuntos..."
Muitas vezes, Sulista, usam-se os chamados "temas fracturantes" para entreter a opinião pública, enquanto algo mais grave rola na sombra. São as manobras de diversão...

Apetece-lhe dizer... Nada, Cléo?
Também acho que o Iscas e o Piscas deviam ter um blog.

Já poucos se preocupam, Redonda, e isso é que é grave.