domingo, 15 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (2)

De facto, mal Tesla começou a trabalhar na “Edison Machine Works”, uma das companhias de Edison, mais tarde fundida na “General Electric” (uma das maiores empresas do mundo), Nikola propõe que os dínamos que a empresa usava para produzir corrente eléctrica contínua, que para ser distribuída necessitava de grossos cabos, de cobre ou alumínio e que devido ao aquecimento destes (perdas por efeito de Joule) a impedia de chegar às populações a mais de 10 km dos geradores, fossem substituídos por geradores de corrente alterna, com menores perdas por aquecimento e que poderiam chegar a muito mais gente, mas Edison (o homem que dizem que tinha um QI de 240), recusou a proposta, apesar das várias insistências e demonstrações de Tesla.
Poucas semanas depois (incapaz de convencer a porta, perdão, o patrão), o irreverente empregado, após várias melhorias efectuadas em vários sectores da empresa (melhorias essas, que mais tarde Edison registaria como patentes suas; Edison registou em seu nome 1093 patentes, que fazem dele o inventor com mais registos, mas os seus empregados acusam-no de ter roubado mais de 1000 delas), propõe-se a melhorar o rendimento dos dínamos de corrente contínua em 25%, em apenas dois meses. O patrão incrédulo, diz-lhe que se o fizer lhe paga 50 mil dólares de prémio (hoje, tal quantia representava mais de um milhão de euros). Tesla ganhava 18 dólares por semana e, ao perceber que esta quantia representava o vencimento de 53 anos de trabalho, pôs mãos à obra e, segundo relatos dos colegas, trabalhava cerca de 20 horas por dia. Antes do prazo terminado, Tesla concluiu a tarefa e os dínamos aumentaram o seu rendimento em mais de 30%. Ante a ausência do bónus prometido, o trabalhador resolve questionar o patrão, que lhe responde com um sorriso “Estás cá à pouco tempo, ainda não conheces o humor americano, obviamente estava a brincar contigo quando disse isso. Vou-te aumentar a semanada para 25 dólares”.
Há várias versões da resposta de Nikola, mas é certo que terminou nesse instante a relação laboral entre os dois. Em simultâneo nascia uma rivalidade que impediria o êxito financeiro do génio.
Seguiu-se um curto período de sucesso quando um grupo de investidores o ajudou a criar a sua própria companhia, em troca de direitos sobre as suas futuras patentes, mas perante a insistência de Tesla em substituir a débil rede pública de distribuição de corrente contínua por corrente alterna, os investidores abandonaram-no e a empresa faliu.
Tesla passa os meses seguintes a trabalhar para uma empresa de construções que abria valas nas ruas da cidade, mas apercebe-se que as valas são para enterrar os cabos de corrente contínua, e que a empresa trabalha para Edison, despedindo-se de imediato. Por esta altura, com a fortuna gerada pelas melhorias que ele havia introduzido, o ex-patrão é já um dos homens mais ricos da América. Tesla dedica o seu imenso tempo livre a planear um espectacular suicídio à meia-noite do seu trigésimo aniversário.
Felizmente, o banqueiro A. K. Brown da “Western Union” vai ter com ele e oferece-lhe apoio financeiro para construir um laboratório e continuar as pesquisas de corrente alterna.
Tesla constrói então o primeiro gerador de corrente alterna, ou alternador, como lhe chamou, com que viria a equipar a central hidroeléctrica do Niágara (a primeira hidroeléctrica do mundo a fornecer corrente alterna) e, no ano seguinte construiu o motor de indução, que apresentou em 1888 no "American Institute of Electrical Engineers". A partir deste momento, o Croata passa a ser a nova referência da Engenharia Electrotécnica mundial, para fúria de Thomas Edison.
Um dos fascinados com as palestras e inventos de Tesla, era outro poderoso Engenheiro, pioneiro da electricidade e homem de negócios, além de arqui-inimigo de Edison, George Westinghouse, que vai passar a ser o financiador do génio e que assegurou a construção da já citada hidroeléctrica do Niágara.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

16 comentários:

Magna disse...

Ah! Descobriu a minha identidade secreta...

Sempre desconfio das pessoas bem sucedidas. Fico a pensar: o que terão feito pra atingir tanto sucesso? Quantos foram enganados, passados para trás?

É realmente algo pra se pensar...

redonda disse...

Estou a gostar desta hist�ria de Tesla, que n�o conhecia. Vou ficar � espera da continua�o ...

cris disse...

ontem li, mas não comentei... de facto Tesla era a pessoa indicada para eu falar, antes de instalar um candeeiro este fds. Mas aproveito e pergunto-te a ti: é possível que um candeeiro preparado para 230 volts não dê à luz com corrente de 220? Ele está pendurado... mas... morto. ehehehehehe

Devia estudar melhor esta matéria da electricidade,né?

beijocas

Apache disse...

Queres uma resposta com quantas palavras, Cris? Isto vai contar para a minha avaliação? Posso finalmente pensar em mudar de escalão?
Ah, sim, a resposta…
Não!
Os candeeiros que compramos na loja ou no hipermercado estão todos (excepto se fossem Norte Americanos) preparados para uma Tensão Eléctrica (ou diferença de potencial) de 220 Volt (110 nos Estados Unidos), mais uns “pozinhos” caso alguma avaria na EDP os faça fornecerem uma Tensão mais elevada. O filamento das lâmpadas torna-se incandescente devido à Intensidade da Corrente, não devido à Tensão, ainda que estas duas grandezas estejam relacionadas pela Lei de Ohm.
Deves ter algum problema no circuito, ou no candeeiro. Verifica a lâmpada, mesmo que não tenha o filamento partido, experimenta outra. O sítio onde está ligado teve antes outro candeeiro a acender? Se a resposta é não, verifica o disjuntor no quadro.

Apache disse...

"Ah! Descobriu a minha identidade secreta..."
Descobri, Magna, mas não era fácil... Não imaginas o trabalhão que deu... :)

Acho bem que alguém goste desta história, que vai dar para meio quilograma de "post", Redonda :)

Ni disse...

Estou a seguir atentamente e entusiasticamente esta história... que reflecte, afinal, a História da Humanidade... em tantos aspectos. Os 'louros' que ficam para o patrão... o anonimato para o empregado, que é afastado quando 'incomoda', depois de ter dado o trabalho e a genialidade.

Conta mais, Apache!!! Apetece 'virar a página' e continuar a ler... risos.

Excelente ideia que tiveste para estes 'posts'....

cris disse...

Brigadaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! Deve ser a lâmpada...mas sabes que mais??? Agora só lá pó ano é que a mudo que aquilo de aparafusar e desaparafusar dá uma trabalheira terrível...

E para terminar:

O colega está avaliaçõ com um distintíssimo excelente e passa à reserva. Agora diz-me tu se tenho de te passar a tratar como senhor titular apache? ahahahahahahah

A malta anda mesmo a ficar maluca cos títulos sabias? ahahahah farto-me de rir. Do melhor... Boa quarta :)

Apache disse...

Olá Ni, estou-te a dever uma visitinha, mas ainda não vai ser hoje, já é muito tarde…
Tenho andado “às voltas” com remessas de exames e esta última promete durar até 2ª feira, por isso, o tempo é escasso e a história vai demorar alguns dias a concluir.
Não tenho visitado ninguém, mas para a semana faço-o.

Titular, eu, Cris… F… Ah, não se pode dizer palavrões.
Não, ainda sou muito novinho para ter direito a títulos “honoríficos”.
Sim, também acho que a titularidade é demasiado volátil (como o etanol) e está a subir à cabeça de muita gente. Pela primeira vez, na nossa profissão, há duas categorias e alguns parecem esquecer que herdaram a mais elevada, por decreto de uma insana, não por mérito. Imagina como será no futuro, os poucos que ascenderem a ela por mérito, se for o caso, porque acredito mais que seja pela cor do cartão partidário.
Acho que alguns titulares de ego gordo só cairão na realidade quando perceberem que os (vulgares) professores se estão “nas tintas” para a avaliação que eles façam, aliás, muitos como eu, não lhes reconhecem competência para tal. Aos poucos vão perceber que o poder se dilui pela falta de reconhecimento dele por parte dos “subordinados”.
Foi uma das poucas coisas que aprendi na tropa, só lidero na “razão” de competência que os meus homens me reconhecem para liderar e na “razão” da necessidade que sentem dessa liderança.
No caso dos titulares, não lhes reconheço essa capacidade nem sinto essa necessidade.

Chega de discurso “bou xonar”!

Anónimo disse...

De vacances?
Ugh!

Bjs ;-)

Anónimo disse...

...acabei de ler...estás a ver exames ;-)
Eu tb já andei nissso na 1ªfase...e agora só como coadjuvante mas sem ser titular ;-)
Pró ano é que é vê-los a trabalhar...os cargos só podem ser ocupados por titulares...ehehehehe

Mais bjs e bom trabalho

DarkMorgana disse...

Apache...
quer-me parecer que tu, para além de ensinares física, ensinas também história, não?

Bom trabalho de investigação!

bjos

cris disse...

Bem, gostei do discurso e partilho inteiramente do ponto de bista. De facto, vai dar para rir muito, ó se vai... eu vou assistir sentadita... eheheheh

Apache disse...

Agora sim, a iniciar as férias, Sulista.
Olha que para os "titulares" ficam reservados apenas os cargos com assento no Conselho Pedagógico, os outros vão continuar a ser para os "professores". Directores de Turma, Directores de Instalações, Assembleia de Escola e Conselho Executivo, são cargos que podem ser ocupados por qualquer docente.

Infelizmente sei pouco de história, Morgana, apenas um pouco de história da ciência.
Sabes, acho que Ciências e História são actualmente as matérias mais difíceis de ensinar, tal a distorção que delas fazem os órgãos de comunicação social.

Apache disse...

Aproveito para agradecer as visitas, apesar de o blogue não ter tido actualizações. Agora com as férias do autor, regressam as publicações.
E já agora deixo beijinhos para as meninas a quem já estou a dever vários :)

cris disse...

Os outros vão continuar a trabalhar no duro.. eheheheheh eu tou má cum caneco.

cris disse...

Ai e a propósito, boas férias... sortudo.