quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (5)

Quebrada a parceria com George Westinghouse e sem electricidade para as suas experiências, Tesla atravessa sérios problemas financeiros. A campanha de Thomas Edison para o descredibilizar vai no auge. Westinghouse convenceu o governo a adoptar a corrente alternada nas cadeiras eléctricas, fazendo renascer o mito da maior perigosidade desta face à corrente contínua. Para ajudar ao descrédito, Tesla interpreta uns estranhos sinais recebidos por uma antena colocada no seu laboratório em Colorado Spings, como sendo sinais enviados por seres inteligentes de outros planetas, tal interpretação descredibiliza-o junto dos seus colegas universitários e muitos começam a considerá-lo louco. Tesla desmonta o laboratório, vende os equipamentos para pagar as dívidas e, a 7 de Janeiro de 1900, regressa a Nova Iorque.
Pouco depois da sua chegada regista mais duas patentes de aparelhos transmissores de energia sem fios, um deles, idêntico às actuais antenas de telemóvel, o outro, baseado no (agora) chamado “Efeito de Tesla” é a base das modernas armas electromagnéticas. Necessitado de fundos para a construção de um novo laboratório, Nikola convence o banqueiro, coleccionador de arte e industrial J. P. Morgan, à data, o homem mais rico dos Estados Unidos, a contribuir com 150 000 dólares (então, uma pequena fortuna) para a construção da Wardenclyffe Tower em Long Island. A torre, pensava Morgan, serviria para transmitir emissões de rádio para o mundo inteiro, mas descobriu rapidamente que afinal o objectivo era o fornecimento de energia gratuita, abandonando de imediato o projecto que nunca chegou a estar totalmente concluido. Aliás, a parceria com Morgan sofrera logo no início um duro revés, quando Nikola se recusou a casar com a filha do milionário, gorando as expectativas deste.
Para garantir a sobrevivência económica, Tesla volta-se de novo para os militares, conseguindo uma demonstração para as chefias. Apresenta de novo vários navios com controlo remoto, agora com comando de voz, mas uma vez mais os militares não reconhecem utilidade ao invento. Desesperado anuncia que consegue constrir uma arma que numa só tarde afunda uma poderosa armada, mas a única resposta que obtém são risos.
Dedica-se então ao aperfeiçoamento de grandes motores para navios. Constrói (em série) turbinas com 5 000 Cavalos de Potência que vende à Marinha Alemã para equipar os seus navios de guerra. Este contrato (financeiramente bem sucedido) termina com a entrada da Alemanha na Primeira Guerra Mundial.
Entretanto, em 1912 o nome de Tesla surge nas possíveis nomeações para o Nobel da Física, mas Tesla furioso com a Academia por 3 anos antes ter atribuido idêntico galardão a Marconi pela invenção do rádio, que na realidade foi inventado por Tesla, escreve para a Academia dizendo que se for nomeado recusará o galardão, a menos que sejam pedidas desculpas públicas pelo erro de 1909. O prémio iria parar às mãos de Nils Dalén.
Em 1915, A Real Academia de Ciências Sueca insiste, e os nomes de Nikola Tesla e Thomas Alva Edison surgem na imprensa como prováveis vencedores, "dividindo" o prémio. Edison diz que não partilhará o prémio com um seu antigo funcionário e Tesla deixa claro que ou a Academia repara erros anteriores ou jamais aceitará um Nobel. O galardoado foi William Bragg. (continua…)
Apache, Agosto de 2007

6 comentários:

gata disse...

Gosto desta forma de esrever.
E das tuas musicas.

Beijo de gata

cris disse...

Bem, a Academia mostra claramente o que são lobbies, am i right?
o senhor Tesla merecia mais respeito.
:)

Apache disse...

Yes you are, Cris. Os "grandes" prémios dão visibilidade aos galardoados, por isso, os organismos que os atribuem são alvo de apertado controlo, tal como os "mídia" ou as ONG´s.

cris disse...

É triste... desmotivam-se grandes pessoas em prol das fotografias para a posteridade e tapetes vermelhos...


Onde quer que Tesla esteja, vê-te agora a fazer uma belíssima homenagem que vale, penso eu, bem mais que os galardões de meia dúzia de gajos iluminados, sem desprimor para muitos dos que mereceram o dito prémio.


Bom fds

redonda disse...

Desconhecia esses epis�dios nos bastidores do Nobel que em nada dignificam o pr�mio. Deviam atribu�-lo pelo m�rito e mesmo que j� soubessem da possibilidade de recusa.

Apache disse...

Raro é o ano em que os Prémios Nobel não são envoltos em acesa polémica, Redonda. A atribuição dos prémios é fundamentalmente uma decisão política.