sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"Ursos"

Ainda que se trate de um artigo recente, já vários blogues o replicaram. No entanto, pela coragem do autor (não só pelas afirmações, ‘per se’ relevantes, mas também pela assunção pública da dependência profissional dos subsídios estatais) bem como da direcção do jornal (que autorizou a publicação), entendo não ser demais deixar, também aqui, a versão integral do artigo que o Investigador Universitário, Fernando Gabriel, publicou no “Diário Económico” da passada quarta-feira. “Ao longo das próximas semanas é possível que o número de ursos nos telejornais seja francamente superior à média. Serão provavelmente ursos polares, acompanhados por uma colecção de ameaças apocalípticas: extinção de espécies, desaparecimento de neve nos glaciares e nos cumes das montanhas, secas, inundações. Tudo, claro, a acontecer a um ritmo "muito mais rápido do que se supunha" e tudo por causa do aquecimento global. Aproxima-se a cimeira de Copenhaga e o derradeiro esforço de propaganda do gigantesco ‘lobby' ambientalista está em marcha. O objectivo é forçar os governantes ocidentais a comprometerem-se com um conjunto de medidas cujos efeitos previsíveis são uma catástrofe económica auto-infligida sem precedente histórico. Para cooperarem com a demência ambientalista, países como a China e a Índia exigem cerca de 300 mil milhões de dólares por ano, um montante equivalente a 1% do PIB das economias mais desenvolvidas. Em cima deste suborno de proporções épicas ainda há que pagar o "preço" da cooperação africana - 267 mil milhões de dólares ano, e das economias sul-americanas - mais umas modestas centenas de milhares de milhões. Um estudo do instituto Open Society calculou que as políticas ambientais da UE implicariam um custo total anual de 102 mil milhões de dólares até 2020. O custo do programa americano de direitos de emissão de poluição em apreciação no Senado equivale a um imposto anual mínimo de 1600 dólares por família americana e mesmo que obtivesse a redução prevista nas emissões americanas de CO2 teria um impacte nas emissões globais inferior a 4% e portanto um efeito negligenciável. Imperturbáveis pelo abismo económico à frente dos pés, os puritanos ecológicos seguem firmes na convicção de que o martírio é o caminho para a salvação - a reconversão "sustentável" da economia ocidental, que trará consigo mel, morangos e milhões de novos empregos. Obama já prometeu 5 milhões de empregos "verdes", mas em matéria de delírio ambientalista, Zapatero há muito que saiu disparado das ‘boxes' e o exemplo espanhol é elucidativo: desde 2000, cada emprego subsidiado nos sectores ditos ambientais implicou a perda de 2,2 empregos nos restantes sectores da economia. O novo livro de Christopher Booker, The Real Global Warming Disaster (Londres, 2009) faz a crónica da longa caminhada que trouxe o ocidente até este ponto de suicídio económico. É uma história de receios apocalípticos, com origem no Clube de Roma, onde a ideia de utilização do "ambientalismo" como um instrumento para a criação de um governo mundial começou a ganhar forma. É uma história de abastardamento e politização da ciência através de um sistema de incentivos financeiros tragicamente errado; de manipulações, mentiras, e silenciamentos em nome de um "consenso" falso e falsificado, que é e será mantido porque gerou uma enorme massa crítica de interesses financeiros, intelectuais e políticos que dele dependem. A imposição desta teleologia milenarista não é só indesejável: é imoral e necessita de ser contrariada por todos os meios.”
Apache, Novembro de 2009

2 comentários:

Diogo disse...

Então, o que é que se deve fazer Apache? Para além de chamar a atenção sobre o assunto na blogosfera?

Apache disse...

Não creio que se possa fazer muito mais que ir alertando as pessoas para estes embustes.