Mostrar mensagens com a etiqueta Fotos Manipuladas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Fotos Manipuladas. Mostrar todas as mensagens

sábado, 20 de dezembro de 2008

Imagens Convenientes

Quando se pretende vender um produto, todos sabemos que parte do sucesso deste se deve à imagem que o vendedor (e/ou o produtor), dele consegue passar. Quando o produto é um filme, além do habitual ‘trailer’, também o cartaz assume primordial importância na publicitação da película. É portanto lógico, que tal como o filme, também o cartaz recorra as modernas técnicas de produção e edição de imagens, o mais apelativas possível. De facto, estamos na presença de uma obra de ficção, cuja possível semelhança com a realidade é mera coincidência. No entanto, quando o filme é classificado na categoria de documentário, temos tendência, algumas vezes por ingenuidade, outras por desatenção, a pensar que as imagens dele (película e cartazes) são reais. Algumas sê-lo-ão, certamente. Mas outras fizeram uso da tecnologia para melhor captarem a nossa atenção e reforçarem uma determinada ideia, sendo “apenas” ilustrações que pouco ou nada têm de real. A imagem que se segue é do cartaz que publicitou em Portugal o “documentário” de Al Gore, “An Inconvenient Truth”.

Parece-me uma imagem bastante bem escolhida porque não podendo ser uma imagem real (nunca ninguém viu o fumo saído de uma chaminé desenhar no ar uma espiral), nos deixa logo a indicação que o filme é uma obra de ficção. A grande desilusão é quando percebemos que parte do tempo de duração do mesmo é passado com o ex-vice-presidente americano a falar. Aí pensamos, porra, se eu soubesse que isto tinha tão poucos efeitos especiais e as piadas eram tão fraquinhas tinha ficado em casa a ler o Diário da República, que amiúde também dá para rir e na ‘net’ é gratuito.

Quanto à imagem seguinte, que não conhecia (foi-me enviada a meio da semana por ‘mail’, por um aluno) e ao que parece também é de um cartaz do mesmo filme, já me parece bastante criticável. É que, apesar do exagero dos fumos, passa por imagem real, sobretudo junto dos mais novos e pode por isso induzir a ideia de que o que se vê no filme são (tudo) imagens reais.

A propósito desta última imagem, perguntava-me então o aluno, porque é que umas vezes vemos o dióxido de carbono branco e outras, negro, à saída das chaminés das fábricas? A resposta é: nós não vemos o dióxido de carbono a sair das chaminés, tal como não o vemos a sair do nosso nariz. Para temperaturas superiores a -78,4 ºC ele é um gás incolor. Talvez a melhor maneira de o vermos seja olharmos para as bolhinhas incolores que sobem quando agitamos uma garrafa de água gaseificada. Os fumos que vemos saírem das chaminés das fábricas podem ter as mais variadas composições (em qualidade e quantidade), daí a multiplicidade de cores. Normalmente mais de 95% é água, que sendo incolor no estado líquido, adquire variadas cores, tal como acontece nas nuvens, devido a variações de pressão e temperatura e diferentes ângulos de incidência da luz solar.

Apache, Dezembro de 2008

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

‘Fotojornalistas’ na guerra da Geórgia… (2)

Quem serão estes? Os avós do Super-Chorão e o morto número dois? Para que raio está a senhora a olhar para o céu?
Hum… Acho que está a cantar “Aleluia… It’s raining man…” Entretanto, a camisa do morto rasgou-se um pouco mais, deve ter sido com a emoção…
Ups, o morto virou-se… será que vai bater palmas à intérprete? E já temos uma fã…
Mudando de cenário, eis que… É ele, O Super-Chorão! Mas… trabalha para os “Man in Black”?! O morto número um nem quer acreditar, até se virou para o chão. Quanto ao morto número três, está a precisar de uma dietazinha, se não se agarrasse ao braço da enfermeira batia com o rabiosque no chão.
E para finalizar, um bónus… O “making off” do Super-Chorão.
Convém lembrar uma vez mais que todas estas “fotos” são da responsabilidade da Reuters.
Apache, Agosto de 2008

terça-feira, 26 de agosto de 2008

'Fotojornalistas' na guerra da Geórgia…

Hum… um homem morto, cá está mais um trabalhinho para o Super-Chorão. Mas primeiro, vou trocar de roupa.
Ups, esqueci-me da farda, vai mesmo sem camisa… Está bom assim? Não, pouco realismo?
Agora parece uma tragédia grega? Vocês, jornalistas, são uns chatos, pá… Deste lado não!... É o menos fotogénico…
Agora aparecem-me estas duas melgas, já um homem não pode representar sozinho… Quer dizer, apenas na presença dum morto que transforma uma t-shirt bege num roupão amarelo, e isto, mexendo apenas o braço direito e abrindo ligeiramente as pernas.
Em respeito pelos direitos de autor, convém informar que esta manipulação fotográfica é uma produção e realização da Reuters.
Apache, Agosto de 2008

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Fotografias famosas, manipuladas - Turista no World Trade Center

Vários avanços tecnológicos conseguidos nos últimos 150 anos mudaram radicalmente o nosso mundo. Um deles, foi a invenção da máquina fotográfica. Não é em vão que passados tantos anos do surgimento das primeiras imagens, inicialmente estáticas e depois animadas, ainda hoje usamos a máxima – “uma imagem vale mais que mil palavras”. A popularidade das imagens foi tão evidente desde o seu aparecimento que cedo se percebeu da importância da sua manipulação. No início esta estava reservada a especialistas, mas hoje em dia com o fácil acesso a software próprio para o efeito, qualquer entusiasta da imagem consegue melhores ou piores manipulações. No entanto, as mais famosas imagens manipuladas são quase obras de arte, possíveis de obter, apenas por alguns. Começo este tema com uma imagem que circula por mail, que alegadamente teria sido encontrada numa câmara achada nos destroços do World Trade Center. A imagem tornou-se famosa por ganhar o concurso “Best 9/11 Photoshopped Picture”.

É evidente a inclusão do avião numa imagem de um dos muitos turistas que diariamente visitavam o terraço da Torre Sul do complexo. Mas para quem não reparou na manipulação, deixo três evidências. 1- O primeiro ataque deu-se na Torre Norte, portanto, tendo a foto sido obtida no terraço da Torre Sul deveria ser visível o fumo oriundo da outra torre. 2- Um avião (ou qualquer outro objecto) a deslocar-se a uma velocidade de mais de 800 km/h não é captado de forma tão nítida por uma câmara fotográfica vulgar. 3- Era impossível uma pose tão tranquila por parte do visitante, com o ruído ensurdecedor do avião (o som é mais rápido que um “Boeing”) sendo também impossível uma foto não tremida, com a vibração do prédio, provocada pelo arrasto aerodinâmico do “jacto” já tão próximo do edifício.

Apache, Junho de 2008