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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Os camelos preferem… o deserto, obviamente!

Fonte: ANA [Cliquem na imagem para ampliar]
Ficámos ontem a conhecer a decisão do desgoverno sobre a localização do futuro Aeroporto Internacional de Lisboa, algures “no deserto” (cito o Ministro Mário Lino), entre o Montijo e Benavente.
Considerando as quatro principais hipóteses de actuação nesta questão do novo aeroporto: 1- Construir um aeroporto na Ota. (Um dos piores sítios possíveis para a construção de um aeroporto, por causa dos montes circundantes, dos ventos, da instabilidade e habitual alagamento dos terrenos, que em conjunto, resultavam num custo de construção elevadíssimo.)
2 – Construir um aeroporto no actual Campo de Tiro de Alcochete. (Obra bastante cara, ainda assim, de custo inferior à Ota e com a vantagem da possibilidade de expansão num futuro longínquo).
3 – Construir um pequeno aeroporto, mantendo a Portela em actividade. (Obra mais barata, mas que ainda dava a possibilidade de não contrariar excessivamente a “máfia” do betão que vai sustentando as campanhas eleitorais dos “artistas” e que evitava deslocações de (e para) Lisboa, da maioria dos passageiros, podendo assim evitar-se a redução que agora parece inevitável do número de turistas).
4 – Não construir aeroporto nenhum. (De longe, a melhor opção.)
Tal como tinha referido em publicações anteriores, a Portela está muito longe de estar esgotada. Por exemplo para hoje (11 de Janeiro, sexta-feira), como demonstra a figura acima, estão reservados 481 direitos de aterragem e de descolagem, dos 1248 possíveis, a que corresponde uma ocupação de 38,54%. O aeroporto terá uma ocupação total, apenas, entre as 8 e as 9 horas, estando “às moscas” durante longos períodos do dia. No Verão, época de maior tráfego, a ocupação da Portela pouco ultrapassa os 50% da sua capacidade, contrariamente ao que acontece, por exemplo em Londres. Além disso, ainda à margem para alargamento.
Penso, no entanto, que temos de nos manter optimistas, este governo conseguiu escolher a terceira melhor, de quatro opções possíveis, o que, considerando os espécimes que o constituem, tem de ser encarado de forma positiva. Há que ter esperança no futuro, afinal, tal como disse o Primeiro-ministro, é muito provável que “2008 seja ainda melhor que 2007”. E com uma decisão destas (de em época de crise esbanjar mais de 6 mil milhões de euros), de facto, o ano começa muito bem… para alguns!
Apache, Janeiro de 2007

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Portela + 0 (2)

Afinal, parece que não sou o único…
João Ribeiro da Fonseca, que durante 16 anos liderou a Portugália Airlines (a empresa que (durante 7 anos) de 2000 a 2006 foi considerada a melhor companhia aérea regional da Europa), diz que a Portela não está esgotada.
O homem que deixou a presidência da Portugália (PGA) à pouco mais de um mês, na sequência da venda desta à TAP, em entrevista ao Diário Económico, teceu duras críticas à forma como está a ser abordada a questão do novo Aeroporto Internacional de Lisboa.
Ribeiro da Fonseca fala sem rodeios do novo “terminal 2”, inaugurado na passada 4ª feira, e da Portela. “É mais uma obra de aparente melhoria do aeroporto que falhará os seus objectivos. A obra está mal pensada, como de resto todo o aeroporto, e não vai ajudar a descongestionar quase nada. Só serve para acomodar a posição fechada do Governo, de que a Portela está esgotada e que é preciso fazer a Ota. Isso é completamente falso.”
Em relação ao ministro Mário Lino, Ribeiro da Fonseca também não se fica por meias palavras. “Chamou-me uma só vez, na véspera da apresentação do aeroporto da Ota. Eram 19 horas quando me recebeu. Não houve tempo para nada. Julgo que o convite serviu apenas como medida de cosmética, para manter as aparências. Assim, ninguém poderia dizer que eu, presidente da PGA, não tinha sido consultado. Na verdade, os instantes em que estive com ele foram inúteis, estava tudo decidido. A minha presença servia apenas para matar qualquer acusação futura.”
E continua em tom cáustico…
“O assunto é grave. Tem havido um movimento de manipulação da opinião pública, no sentido da inevitabilidade da Ota. Para chegarmos à conclusão que a Portela vai esgotar-se nos próximos anos, seria preciso demonstrá-lo. Como? Simples, com um estudo sobre a Portela. Ora, a não ser que exista um estudo secreto, na realidade nunca foi avaliada a optimização da Portela. Nunca!”
De facto, se a Portela parece estar esgotada, tal só pode dever-se a uma má gestão do espaço físico e dos equipamentos disponíveis. No “post” intitulado “Portela + 0”, já tinha tentado demonstrar, por comparação com Kai Tak, que a Portela, sendo bastante maior (tanto em área total, como em comprimento de pistas) e tendo mais corredores aéreos, não pode estar esgotada, recebendo diariamente menos de metade dos passageiros e da carga do citado aeroporto. Acresce o facto de haver possibilidade de expansão da Portela para os terrenos actualmente pertencentes a “Figo Maduro”.
É bom sabermos que mesmo “pregando no deserto” não estamos a falar sozinhos.
Apache, Agosto de 2007

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Portela + 0

A 6 de Julho de 1998 encerrava ao público, uma das mais belas obras de engenharia do início do século XX, o Aeroporto Internacional de Kai Tak, em Hong Kong.
Situado na baía de Kowloon, estava rodeado, a Norte, a Sul e a Este por várias colinas, estas últimas a menos de 5 km da pista. À medida que a cidade foi crescendo, o aeroporto foi sendo envolvido por arranha-céus.
A aterragem era possível por um único corredor aéreo. Possuía, por isso, apenas uma pista, cujo comprimento era inferior a 3 400 m. Para evitar que o ruído perturbasse seriamente o sono dos moradores, o aeroporto encerrava todas as noites às 23 horas, reabrindo às 6:30 da manhã seguinte. No seu último ano de operação recebeu 30 milhões de passageiros.
O Aeroporto Internacional de Lisboa, situado na Portela de Sacavém, possui duas pistas, a maior com 3 805 m e por ele passaram em 2006, cerca de 12 milhões de passageiros.
Estão actualmente a decorrer obras de modernização e ampliação do aeroporto, que ganhará mais espaço, com a prevista deslocalização para Beja, da área de manutenção da TAP. Existe ainda a possibilidade de desmantelar a "Base Aérea" de Figo Maduro, passando esses terrenos a integrar o aeroporto civil, que assim ficará com uma área, superior em cerca de 50%, à de Kai Tak.
Esgotado e provavelmente emerso em "essência" do deserto, está o neurónio do "menino" Linocas e eventualmente os dos amigos oportunistas a quem encomenda estudos e pareceres.
Apache, Junho de 2007

sexta-feira, 25 de maio de 2007

O Ota(rio) insiste

O menino Linocas, afirmou que "fazer um aeroporto na Margem Sul seria um projecto megalómano e faraónico, porque, além das questões ambientais, não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio, pelo que seria preciso levar para lá milhões de pessoas". Acrescentando em conclusão, "não é num deserto que se faz um aeroporto."
Agora a realidade... A Península de Setúbal tem cerca de 850 mil habitantes, só os três maiores concelhos, Almada, Seixal e Setúbal, cerca de 440 mil. As três maiores freguesias, São Sebastião (em Setúbal) Amora e Corroios (no Seixal) totalizam mais de 160 mil pessoas, mais do que muitas capitais de distrito, e estão entre as 7 maiores freguesias de Portugal. A região apresenta uma das mais altas taxas de natalidade, o mais rápido crescimento demográfico e um dos mais elevados índices de produtividade. Quanto ao Poceirão, uma das alternativas à Ota, apresentava em 2001, 4 304 habitantes, a Ota, 1 198.
Linocas, perdão Dr. Linocas, que o respeitinho é muito bonito. Já percebemos que como ministro revelas competências acima da média, poucos nos divertem mais. Quanto à primeira das frases acima citadas, sugiro uma pequena correcção, onde se lê "Margem Sul" deve ler-se "Ota" e o texto fica correcto. Quanto à segunda subscrevo integralmente. O aeroporto da Ota, por enquanto, existe apenas na tua cabeça que é um enorme deserto, muita areia e nada mais. E... um aeroporto não pode ser feito no deserto.
P.S. Todas as sondagens conhecidas apontam para que uma larga maioria dos portugueses (na qual me incluo) não queira um novo aeroporto, antes, que sejam efectuadas obras, no sentido de aproveitar ao máximo as capacidades do Aeroporto da Portela.
Apache, Maio de 2007

domingo, 22 de abril de 2007

Ota(rio)...

A verde na foto, o limite do futuro aeroporto internacinal de Lisboa, na Ota. A vermelho, o local de construção das duas pistas.
Segundo “O Sol”, o Governo prepara-se para substituir os dirigentes da NAV (a empresa que gere o tráfego aéreo nacional). Serão substituídos todos os responsáveis pela supervisão do estudo que alertou para os problemas do espaço aéreo na Ota. Parece assim manter-se a máxima, “Quem se mete com o PS, leva…”
Apache, Abril de 2007