[O Último dos Moicanos completa hoje o terceiro aniversário. Vai daí, relembrando datas em que o tempo e a (des)inspiração o permitiam, retomo uma espécie de “escrita à deriva”.]
Por oposição (ou talvez não) às “cartas de amor”, aqui fica um…
Bilhetinho de “desamor”
Com um sorriso estendes-me o céu como tapete mas as tuas palavras são estrelas ninja com que me rasgas o peito…
Acaricias-me a carne dilacerada, com o vento morno do teu olhar, mas cuidas-me as feridas com unguento de sal e cicuta…
O amor que desesperadamente assassinas é o mesmo monstro que em mar de sôfregas lágrimas, adoras…
O fosso de saudade que herculeamente cavas com a tua ausência é o campo de forças indómito que nos une…
Lanças-me, anjo negro, o beijo mais apetecido, mas a paixão que semeámos é Fénix nas chamas do desejo renascida… Morra ela de nós, feda pútrida no mais fundo dos abismos, extinga-se no limiar da eternidade, se a cada sístole, o teu sangue não gritar o meu nome.
Apache, algures num passado não muito distante