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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Tantas vuvuzelas para tão pouco futebol

“A característica mais saliente do campeonato mundial de futebol da África do Sul é o facto de todos os jogos decorrerem dentro do reactor de um avião que está no meio de um engarrafamento de camionetas com a panela do escape rota, camionetas essas que levam dois milhões de lenhadores, cada um deles munido de duas motosserras. O espectador que arrisca acompanhar as partidas tem a sensação de estar uma hora e meia com uma varejeira do tamanho de um caniche junto de cada ouvido. Sendo que essas varejeiras também estão munidas de motosserras. Nesse sentido, o Costa do Marfim - Portugal principiou com uma falsidade: ao contrário do que os jogadores portugueses cantaram, não se sentia a voz dos egrégios avós. Em geral, não se sente a voz de ninguém, que as vuvuzelas não deixam. O que se perde em paciência ganha-se em aprumo disciplinar: muito dificilmente um jogador será expulso por palavras, na África do Sul. Os árbitros não ouvem insultos nem que o Placido Domingo lhos grite aos ouvidos. Talvez não seja mau passar a avaliar os países candidatos à organização do torneio, tendo em conta o seu instrumento nacional. Países em que haja apreço musical por tubas, violoncelos e pianos de cauda dão bons anfitriões. Tudo o que não possa ser transportado para a bancada de um estádio deve ser valorizado. Entretanto, apercebo-me de que fiz referência ao Costa do Marfim - Portugal e o leitor, se calhar, nem sabe que houve jogo. É tão raro haver uma notícia, um comentário, uma análise, um especial de quatro horas e meia sobre o Mundial que, quem não estiver com atenção, perde a maior parte das informações. Imagino o leitor a rebolar no chão, convulso de riso, por causa deste belo naco de ironia. Na verdade, é mais fácil uma pessoa esquecer-se de que o Natal calha a 25 de Dezembro do que ignorar que Portugal jogava com a Costa do Marfim no dia 15 de Junho. E a tensão em que esperámos pelo dia da estreia de Portugal no Mundial, a indignação com que vituperámos o ligamento que deixou de aconchegar a clavícula do Nani, a expectativa com que acompanhámos a partida do autocarro da equipa, o interesse com que seguimos a chegada do autocarro da equipa, o orgulho com que assistimos ao estacionamento do autocarro da equipa - tudo valeu a pena. Portugal não perdeu. E reduziu a Costa do Marfim à dimensão de Cabo Verde, que também já tinha humilhado com igual empate a zero bolas. Sobre o jogo propriamente dito, creio que não tenho qualificações para me pronunciar. Infelizmente, sou um rústico incapaz de captar as subtilezas do verdadeiro futebol de qualidade. Só para o leitor ficar com uma ideia de quão primária é a minha perspectiva sobre o jogo, devo dizer-lhe que prefiro aquelas partidas em que os jogadores fazem boas jogadas, no fim das quais enfiam mesmo a bola na baliza dos adversários. Já houve um tempo em que a selecção nacional jogava dessa forma bruta e pouco sofisticada mas, segundo me informam os especialistas, agora é que a equipa de Portugal está a ser treinada como deve ser. Por um professor, e tudo. No entanto, no fim do jogo, e antes de entrar no autocarro (cuja partida voltou a emocionar-nos) Deco criticou o estilo do futebol definido por Carlos Queirós. Nani já tinha deixado críticas implícitas e Ronaldo teve a desfaçatez de recordar Scolari, na última conferência de imprensa. Tudo isto se torna mais grave por ocorrer nas vésperas do nosso encontro com a Coreia do Norte. Será o embate entre a selecção do Querido Líder e uma equipa cujo líder é tão pouco querido. Pode ser perigoso.”
Ricardo Araújo Pereira, na “Visão” de ontem

segunda-feira, 7 de junho de 2010

“Apagada e vil tristeza”

Nos tempos de Scolari fartava, a conversa mole e saloia do dito cujo, a publicidade enjoativa à Galp, o ‘pseudopatriotismo’ das bandeirinhas que pareciam portuguesas mas eram fabricadas na China com a heráldica trocada, amarrotadas e rotas, a mostrarem o desleixo em que há muito caiu o orgulho nacional. O futebol praticado era fraquinho, mas as arbitragens controladas à distância lá nos iam dando vitórias de Pirro e esperança de, mais cedo ou mais tarde, os nossos jogadores se exibirem de forma a justificarem, vá lá, 20% do que ganham, e nos fazerem esquecer, ainda que momentaneamente, o descalabro moral, educativo e social em que mergulharam o país. Ainda que tarde, chegou a hora do brasileiro ir sambar para outro lado e, aquele senhor que de tão patético até podia ser ministro, que dizem que preside à Federação Portuguesa de Futebol, lá conseguiu enxergar um treinador português para a selecção. Mas… ó musa do etanol que o Gilberto inspiras, como permitiste que ele contratasse o Fernando Nobre dos treinadores de futebol? Isto não é uma selecção, é uma ONG patrocinada pelas baronesas do BES. Temos piqueniques bimbos a encherem o Parque Eduardo VII e a grelha de programação das, ainda mais bimbas, televisões. Temos cornetas (perdão, vuvuzelas) terceiro-mundistas a fazerem um cagaçal descomunal, dando um ar de arruaça a umas centenas de alienados desprovidos de massa encefálica. Mesmo sem o brasileiro aos comandos, temos quase tantos brasileiros na selecção, como a própria selecção do Brasil – infelizmente os gajos escolheram primeiro. Temos jogadores (sem ofensa) com tantas tatuagens como um destruidor de milho transgénico, ou uma qualquer Gaga da música internacional. Por falar em música, temos um hino fantástico para a selecção, desse estilo musical tão português que dá pelo nome de… hip hop, interpretado por uma banda que, não sendo portuguesa porque o destino assim não quis, podia muito bem ter nascido na Porcalhota, que tal não beliscaria a excelência do lixo que produz e que a indústria musical tanto se esforça por premiar. Depois das tormentas por que passámos naquele grupo de apuramento que de tão difícil, sublimou o nosso heroísmo, e dos jogos de preparação onde o espírito de sacrifício e de empenho dos jogadores tanto se tem evidenciado, ansiamos sofregamente pelo inicio do Mundial. Aliás, as pitas do Secundário já nem conseguem estudar para os exames, desesperam por ver as peles de Dragão de Komodo dos nossos jogadores, enquanto os putos encolerizam se não desfrutam dos seus famosos penteados, modelo de bairro-de-lata. Até eu começo a ter dificuldade em repartir o tédio entre os discursos do Carlos Nobre, perdão, do Fernando Queiroz e os da Peixeira de Santos. Venha de lá esse Mundial, e os mergulhinhos abichanados do Ronaldo, que a rapaziada já não consegue aguentar mais, o vómito.
Apache, Junho de 2010

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Scolari - A negação da evidência

Imagens dos jornais: "Record" (esquerda) e "O Jogo" (direita), nas bancas pela manhã.
Em conferência de imprensa realizada após o jogo de apuramento para o europeu de futebol, disputado na noite de ontem, no Alvalade XXI, que opunha, Portugal à Sérvia, o seleccionador nacional, Luís Filipe Scolari, afirmava: “É mentira. Não toquei nem encostei no rapaz apenas defendi o Quaresma. E para isso tive que abrir os braços. Tentei afastar o sérvio do Quaresma”.
Lamentável! Ainda mais que a própria agressão, a quente.
Apache, Setembro de 2007

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Este ainda é pior que eu...

O jornal “New York Times” publica hoje um comentário ao Mundial de futebol em que critica a “falta de ideias” da equipa portuguesa nos jogos que tem disputado neste mundial, principalmente no último jogo frente à selecção inglesa. Dificilmente se arranjaria um título menos abonatório para o artigo… Portugal in Semifinals in Spite of Itself Escreve-se em subtítulo… “Depois das caras novas, das esperanças, e das grandes esperanças africanas, há um «outsider» ainda vivo…" O comentário, datado de um de Julho, de Gelsenkirchen e assinado pelo jornalista desportivo George Vecsey, critica duramente a actuação de Portugal durante o mundial, dando especial ênfase ao jogo dos quartos-de-final, apontando “a gritante falta de ideias da equipa, principalmente no jogo em que defrontou os ingleses, onde apesar de ter mais um jogador em campo durante uma hora, nada fez para tentar ganhar.” Diz George Vecsey, “Portugal, a nação que há 40 anos, Eusébio levou às meias-finais, está de volta do modo mais precário que seria possível imaginar.” “É difícil pensar-se em Portugal como um intruso, mas pelo que até agora demonstrou e pelo que jogam os colossos que o acompanham é-o certamente!” Acrescenta ainda que “o sistema de desempate por penalties coloca todos em pé de igualdade, recompensando equipas como Portugal, que nenhuma iniciativa mostra durante a maior parte do tempo de jogo.” "Num torneio dominado pela qualidade imposta pelos grandes do futebol mundial, todos os danados da mó de baixo, se podem agarrar a Portugal como o Santo Patrono dos Pequenos.”
Apache, Julho de 2006
P.S.

Aqui vai a foto para o teu açúcareiro, Morgana...

terça-feira, 27 de junho de 2006

Mais um que nos diverte...

Logo após o término do jogo dos oitavos de final do “Alemanha – 2006”, entre as equipas da Holanda e de Portugal, o dirigente máximo da FIFA, Joseph Blatter veio a público criticar a arbitragem nestes termos…
“Acho que a arbitragem mereceu um cartão. Ivanov mostrou 16 amarelos e quatro vermelhos, impedindo o que teria sido um excelente espectáculo de futebol. Ele não entrou no espírito do jogo. Com as suas intervenções pouco justificadas, não esteve à altura dos jogadores. O jogo foi um combate muito intenso entre duas equipas que queriam jogar ao ataque, mas que não foram ajudadas pelo árbitro”.
“Acho que a arbitragem mereceu um cartão.” Calma, o Ivanov só faz anos daqui a uma semana, tens tempo de lhe dar os parabéns!
“Ivanov mostrou 16 amarelos e quatro vermelhos, impedindo o que teria sido um excelente espectáculo de futebol.” Queres dizer, um excelente espectáculo de luta-livre!
“Ele não entrou no espírito do jogo.” Bem observado. Deve ter sido o único em campo (além dos árbitros auxiliares) que não agrediu ninguém!
“Não esteve à altura dos jogadores.” Tens de reconhecer que não era fácil atingir um nível tão baixo!
“ O jogo foi um combate muito intenso entre duas equipas que queriam jogar ao ataque, mas que não foram ajudadas pelo árbitro”. Ora aqui está, este árbitro não ajudou nada o combate! Sugiro que o próximo jogo de Portugal, frente à Inglaterra seja arbitrado pelo Mike Tyson!
Já agora, aproveito para deixar alguns conselhos…
Ó Zézito, o Sr. Valentin Ivanov tem quase 45 anos, é árbitro internacional há 7 anos e é considerado um dos melhores da actualidade. Além disso, é teu empregado, mesmo que se pudesse considerar menos feliz a sua actuação neste jogo, competia-te vir a público defendê-lo, não crucificá-lo. As tuas declarações são tão ridículas, quanto infundadas. Apenas explicáveis pelo teu ódio visceral à Federação Russa de Futebol, desde que aquele organismo esteve na origem das investigações que decorrem há mais de dois anos, por fortes suspeitas de corrupção que pesam sobre ti e sobre outros destacados dirigentes da FIFA. O teu tempo acabou, está na hora de calçares as pantufas e te sentares no sofá da mansão paga pelos subornos da ISL!
Ó menino Ronaldo, um homem chora quando perde um familiar, um amigo, uma namorada, até um simples jogo de futebol. Mas um homem jamais chora por uma dor física, mesmo que seja só para as “pitas” verem. Há figuras que não se devem fazer, por mais que os “maricas” estejam na moda!
Ó vovô Iscolári, sê vai pidir a despenalização do Deco “por uma questão di Fair Play”? Péde também a penalização do Figo e do Nuno Valente, pela mesma razão, tá!
Ainda um pequeno comentário ao jogo…
Por uma questão de “Fair Play” não festejei a vitória de Portugal, tenho vergonha na cara! Eu gosto mesmo, é de futebol!!!
P.S. Soube-se entretanto de fonte segura que a Al-Qaeda pretende comprar milhares de cópias do vídeo do jogo para ser usado nos treinos dos operacionais.
Apache, Junho de 2006