quarta-feira, 25 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (3)

Com as suas pesquisas financiadas por A. K. Brown e G. Westinghouse, Tesla preparava-se no início da década de noventa (séc. XIX) para viver o período de maior prosperidade económica.
Logo em 1891, adquire a nacionalidade Norte-Americana e constrói o “engenho” que perpetuaria o seu nome, a “Bobina de Tesla”, um pequeno rolo de fio que seria a base do desenvolvimento electrotécnico do século XX.
Já antes, em 1887, Nikola havia realizado várias experiências com radiação de alta frequência, trabalhando com “aquilo” a que, em 1895, Wilhelm Rontgen chamou Raio-X. É injusta a atribuição da descoberta ao físico alemão pois era pública a imagem dos ossos da própria mão, que Tesla obteve três anos antes da descoberta de Rontgen, bem como as ligeiras queimaduras, por radiação X, que acidentalmente sofrera um dos seus assistentes. Mas é, de facto, a partir dos anos 90, que os trabalhos com ondas electromagnéticas de alta frequência o levam a descobertas “fantásticas”.
Em 1893 a Feira Mundial em Chicago, electrificada por Tesla com corrente alterna, é um sucesso. O jovem engenheiro, aproveita para demonstrar que a variação de fluxo magnético induz uma Força Electromotriz. Estava inventado o motor de indução. Mas a Feira ficou marcada por algo mais “mágico”, um enorme ovo em cobre era colocado na vertical sem que ninguém lhe tocasse. A experiência ficou conhecida como o “Ovo de Colombo” e não era mais que um campo magnético que criava uma força que vencia outra (a gravítica). Estava descoberto o princípio que levaria, décadas depois, aos famosos comboios de levitação magnética, hoje tão populares e úteis no Japão e na Alemanha.
O ano de 1895 é marcado pelo estrondoso sucesso da inauguração da hidroeléctrica do Niágara (no Canadá) que Westinghouse constrói, sob o comando de Tesla, por metade do preço proposto por Edison, permitindo a electrificação total da cidade de Búfalo nos Estados Unidos. Mas também pelo misterioso incêndio que destruiu completamente o seu laboratório na 5ª Avenida em Nova Iorque, que se especulou ser obra do rival. Felizmente por esta altura, Tesla tinha já em funcionamento mais dois laboratórios, e pouco se perdeu no incêndio, pois o Croata tinha o defeito de quase não escrever nada no papel, passando das ideias à construção dos engenhos.
Tesla tornou-se popular pela espectacularidade das demonstrações públicas das suas descobertas, que fascinavam tanto leigos como especialistas. Foram feitas demonstrações em vários estados americanos e o público anónimo misturava-se com jornalistas e com catedráticos, para assistir boquiaberto aos raios eléctricos que saíam das suas bobinas, e a lâmpadas de vácuo, sem filamento, que se acendiam ao contacto com as suas mãos. Foram exibições destas que lhe conferiram o título de mágico e que irritaram solenemente Edison, que organizou também uma gigantesca digressão pelo país para através de espectáculos ridículos denegrir a imagem do génio.
A transmissão de energia eléctrica, sem fio, a longas distâncias, e gratuita tornar-se-ia uma das grandes empresas das suas futuras pesquisas. Ele descobriu que um tubo de vácuo colocado na proximidade de uma “Bobina de Tesla” começava imediatamente a brilhar; estava descoberta a Ressonância Eléctrica. Encontrando a frequência certa para a onda electromagnética, Tesla ligava e desligava séries de lâmpadas (sem filamento) a metros de distância, umas das outras, sem qualquer fio metálico a ligá-las.
Por esta altura, Tesla havia já patenteado outra das suas descobertas, o sistema polifásico de distribuição de electricidade, ainda com a ajuda de cabos eléctricos de transporte, e que é hoje o sistema usado em todos os países industrializados (três fases, desfasadas 90º entre si e um neutro).
São os estudos da Ressonância Eléctrica que trazem a Tesla os primeiros problemas com as autoridades, de facto, estas experiências abanavam os prédios da vizinhança, e com eles abanava também a simpatia da população para com o génio.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

6 comentários:

cris disse...

A EDP na ia gostar desta teoria do Tesla, pois não? ehehehe a mim dava um jeitaço... Será que ligando um interruptor tudo acendia?.. pensando melhor, na era boa ideia para mim. O quadro explodia na hora, tadito... é peso pluma.


Boa quinta

Apache disse...

Pois é ninguém achou graça nenhuma, como vais "ver" a seguir. Porque é que achas que o nome do homem quase foi apagado dos manuais escolares. Conheço inúmeros livros de electricidade e magnetismo, onde aparecem pequenas biografias de vários cientistas, Tesla é o maior inventor da "área" talvez o maior inventor de todos os tempos, considerando todas as áreas, tem pelo menos 4 biografias editadas e é quase omisso nos manuais escolares, apesar de ter sido proposto para um Nobel, que se recusou a aceitar, e de a unidade do Sistema Internacional de Intensidade do Campo Magnético ter o seu nome.
Experimenta perguntar a um aluno do 12º ano, da área científica, qual era o 1º nome de Tesla, qual a sua nacionalidade, ou (pior ainda) o nome de um dos seus mais de 200 "inventos" patenteados.
Até podes fazer as perguntas a um estudante universitário de Engenharia Física, ou Engenharia Química, ou Engenharia Electrotécnica, ou Engenharia Informática, vais-te rir com as respostas.
A outros nem vale a pena tentar, é tão ridículo como não ter ouvido falar de Platão, Descartes, Newton, Galileu, Da Vinci, ou Einstein.
O controlo dos meios de comunicação social e dos currículos escolares faz milagres, tal como fazia 60 anos antes.

Apache disse...

Ah, não respondi à tua outra "provocação" qual interruptor? Se querias que uma lâmpada acendesse, tocavas-lhe. Eh, eh...

redonda disse...

Incrível não me lembrar de alguma vez ter ouvido falar nele...embora com o teu comentário resposta em cima comece a ter uma ideia da razão.
E agora que estás em férias, poderás fazer imensos posts, certo?
Boas férias e vou continuar a seguir a história do Tesla.

cris disse...

Eheheheheh. mas que seria fixe, seria... gaita de gajos que só pensam nos aéreos...

Apache disse...

Imensos "post's", Redonda? Aí é que desapareciam os poucos leitores, com um de vez em quando ainda há quem resista, mas com mais...
Para já estou a aproveitar para fazer umas arrumações e pequenas reparações aqui na tenda, e para apanhar um solzinho tímido, de futuro talvez escreva com mais frequência. Óoooohhhh...

Pois é Cris, o vil metal continua a fazer girar o mundo. Ou melhor, o mundinho de alguns oportunistas.