quinta-feira, 31 de maio de 2007

Parece-me que fui o único

Todos sabemos que não é com greves de um dia que se consegue resolver o que quer que seja. Mas... ir trabalhar hoje, significava meter a cabeça na areia e fingir que este não é um dos piores governos que Portugal teve de suportar ao longo da história. E para avestruz não contem comigo!
Fiz greve, porque se encerraram escolas, centros de saúde, maternidades, urgências hospitalares, etc.;
Fiz greve porque se aumentaram os impostos, a energia, as taxas moderadoras, os transportes, etc., quando em campanha se prometera o contrário;
Fiz greve porque as progressões na carreira, dos funcionários públicos estão congeladas sem motivo e assim continuarão, sabe Deus até quando;
Fiz greve, porque o governo poupou milhares de milhões de euros com estas medidas e a despesa pública aumentou;
Fiz greve porque se está a destruir a escola pública bem como o sistema de segurança social;
Fiz greve porque em muitos organismos do poder central e local há cada vez mais assessores incompetentes pagos a peso de ouro, com certificados de habilitações que tal como o do "Seu Zé" parecem ter saído num qualquer pacote de cereais;
Fiz greve porque estou farto de governantes que em campanha eleitoral tudo prometem e chegados ao governo tudo roubam.
Parece que fui (quase) o único...
Segundo dados divulgados pelo governo, aderiram à greve 46 104 trabalhadores do sector público (além de alguns do privado que não contam para a propaganda oficial), o que corresponde a 13,75% Obviamente (para não variar) mentem!
Vejamos como exemplo o número de trabalhadores e de serviços apresentado, referente ao Ministério da Educação (ME)…
Hoje (dia da greve) - Nº total de trabalhadores 152 935 – Nº de serviços 10 946;
Noutro dia qualquer - Nº total de trabalhadores docentes 183 070, não docentes 79 352, o que totaliza, nas escolas 262 422 trabalhadores (fonte: GIASE). Acrescem os trabalhadores das Direcções Gerais, Direcções Regionais, Inspecção-geral, Serviços Centrais do ME, etc. (em nº não inferior a 10 000; cálculo meu.) – Nº de serviços 12 510 escolas (fonte: IGE). Acrescem os serviços acima descritos.
Assim vai, o Portugal dos Pinóquios!
Apache, Maio de 2007

terça-feira, 29 de maio de 2007

11 de Setembro - Até onde foi a farsa?

Viajemos um pouco (atrás) no tempo…

São 21 horas e 57 minutos do dia 11 de Setembro de 2001 em Inglaterra, 16:57 em Nova Iorque. O canal de televisão “BBC World” anuncia o colapso do edifício “Salomon Brothers” mais conhecido por “WTC 7”, em consequência de danos causados pela queda das “Torres Gémeas”. A peça é ilustrada com imagens “em directo” e comentários da correspondente em Nova Iorque, Jane Stanley. Três minutos antes, outro canal do mesmo grupo, “BBC News 24” havia dado a notícia.

Às 17:20 locais, 22:20 em Inglaterra, mais de 20 minutos depois da notícia ter sido difundida, o edifício 7 do complexo “World Trade Centre”, situado a cerca de 100 metros das torres principais, colapsa.
Mais de cinco anos e meio depois, importa investigar, além da CNN e da BBC quantas mais televisões colaboraram na farsa!
Apache, Maio de 2007

domingo, 27 de maio de 2007

Spooortig!!!

O Sporting conquistou hoje a sua 14ª Taça de Portugal em futebol. Quase em simultâneo, a equipa masculina de atletismo sagrava-se Vice-campeã da Europa de Pista. Apenas mais uma pequena contribuição para uma longa lista de mais de 13 000 títulos que fazem do Sporting Clube de Portugal o segundo clube do mundo em número de títulos conquistados. Mas são as pequenas conquistas que fazem um grande historial. Parabéns SPORTING!
Apache, Maio de 2007

sexta-feira, 25 de maio de 2007

O Ota(rio) insiste

O menino Linocas, afirmou que "fazer um aeroporto na Margem Sul seria um projecto megalómano e faraónico, porque, além das questões ambientais, não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio, pelo que seria preciso levar para lá milhões de pessoas". Acrescentando em conclusão, "não é num deserto que se faz um aeroporto."
Agora a realidade... A Península de Setúbal tem cerca de 850 mil habitantes, só os três maiores concelhos, Almada, Seixal e Setúbal, cerca de 440 mil. As três maiores freguesias, São Sebastião (em Setúbal) Amora e Corroios (no Seixal) totalizam mais de 160 mil pessoas, mais do que muitas capitais de distrito, e estão entre as 7 maiores freguesias de Portugal. A região apresenta uma das mais altas taxas de natalidade, o mais rápido crescimento demográfico e um dos mais elevados índices de produtividade. Quanto ao Poceirão, uma das alternativas à Ota, apresentava em 2001, 4 304 habitantes, a Ota, 1 198.
Linocas, perdão Dr. Linocas, que o respeitinho é muito bonito. Já percebemos que como ministro revelas competências acima da média, poucos nos divertem mais. Quanto à primeira das frases acima citadas, sugiro uma pequena correcção, onde se lê "Margem Sul" deve ler-se "Ota" e o texto fica correcto. Quanto à segunda subscrevo integralmente. O aeroporto da Ota, por enquanto, existe apenas na tua cabeça que é um enorme deserto, muita areia e nada mais. E... um aeroporto não pode ser feito no deserto.
P.S. Todas as sondagens conhecidas apontam para que uma larga maioria dos portugueses (na qual me incluo) não queira um novo aeroporto, antes, que sejam efectuadas obras, no sentido de aproveitar ao máximo as capacidades do Aeroporto da Portela.
Apache, Maio de 2007

segunda-feira, 21 de maio de 2007

As contas públicas

O “Correio da Manhã” noticia que as investigações da PJ à contratação de assessores na Câmara Municipal de Lisboa, permitiram apurar que os vereadores de todos os partidos têm ao seu serviço mais de 200 assessores, que custam anualmente 25 milhões de euros, despesa 30% superior aos 19 milhões de euros gastos no túnel no Marquês de Pombal. Mais, o pagamento de horas extraordinárias corresponde a 30 milhões, e os cerca de 11 mil trabalhadores ganham 80 milhões de euros por ano. Ou seja, enquanto os vencimentos médios de um dos (repito) 11 mil trabalhadores da câmara é de pouco mais de 500 euros por mês, com assessores são gastos em média 8 900 euros (mais de 1 700 contos em moeda antiga). Entretanto, a auditoria do Tribunal de Contas aos gabinetes ministeriais, no triénio 2003-2005, revelou que a despesa global de funcionamento destes gabinetes ascendeu a 12,8 mil milhões de euros, sendo 3,6 mil milhões de euros referentes a 2003, 4,2 mil milhões de euros a 2004 e os restantes 4,9 mil milhões de euros de 2005. 12,8 mil milhões de euros é o equivalente a dois défices públicos! (Aproximadamente, já que ninguém se entende quanto ao valor exacto do défice público.) 12,8 mil milhões de euros dão para construir três aeroportos da OTA, ou dez aeroportos noutro sítio qualquer e ainda sobram uns trocos jeitosos! 12,8 mil milhões de euros chegam para pagar o salário anual a 870 mil portugueses! (De acordo com o “Eurostat”, o salário médio anual, em Portugal é de 14 700 euros.)
Apache, Maio de 2007

sábado, 19 de maio de 2007

Quem “fala” assim - José Manuel Fernandes

José Manuel Fernandes, director do público, escrevia no editorial de ontem:
“Como é possível que quase ninguém se indigne, quase ninguém se choque, quando o partido do Governo vai buscar ao Tribunal Constitucional, que devia ser uma pedra angular do nosso sistema democrático, alguém que para lá elegeu há apenas dois meses? Como é possível que um candidato à Câmara de Lisboa, por acaso o apresentado pelo partido do Governo, lamente não ter conseguido formar uma coligação, quando essa mesma pessoa inviabilizou quaisquer coligações? Será que tal personagem nem sequer cora ao tornar claro que a data das eleições teria sido outra, se ele tivesse conseguido que os partidos que insultou repetidamente agora lhe prestassem vassalagem? Será que pensa que somos todos idiotas? Como se compreende que um Presidente da República nada diga, podendo tê-lo feito na tomada de posse de ontem, que a grosseira ignorância de qualquer sentido de Estado que representa desestabilizar de novo o Tribunal Constitucional vai contra o que sempre defendeu, quando privilegiou a estabilidade sobre a oportunidade política? Como é possível que a PT se prepare para fazer exactamente o contrário do que prometeu no que respeita à separação das redes de cobre e de cabo e todos estejam calados? Mais: que o banco do Estado, a CGD, pareça estar a actuar como instrumento de tal vilania? E por que é que ninguém se interroga sobre a forma como, sem explicação plausível, certos grupos de comunicação se tenham rendido ao charme do poder exactamente no momento em que o seu patrão depende do Governo para concretizar o negócio da sua vida? Como é possível que ainda ontem o partido da maioria se tenha rendido ao interesse das concessionárias das auto-estradas depois de ter defendido que, quando há troços em obras, as portagens deviam traduzir uma menor qualidade de serviço? Falta de transparência, jogos de influência, proteccionismos absurdos, sede de poder. Em 2007 d.C. é este o principal problema do país.”
Haja alguém que farto de seguir os demais carneiros, resolva atirar uma pedrada no charco.
Apache, Maio de 2007

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Os prostitutos

Soube-se no passado dia 11, através do "site" oficial do Ministério da Educação que a primeira edição do Prémio Nacional de Professores registou um total de 65 candidaturas (menos de 0,04% dos docentes que reuniam condições de candidatura). Trinta e cinco delas, ao Prémio Nacional, propriamente dito, no valor de 25 000 euros, e as restantes trinta, às categorias de mérito – Carreira, Integração, Liderança e Inovação, sendo os prémios destas categorias materializados em Diplomas de Mérito Pedagógico. Constata-se assim que neste país, três dezenas de professores têm como fetiche apanhar em público umas palmadinhas... nas costas. Ou então, não dispõem de papel higiénico suficiente nas respectivas instalações sanitárias. Solicito a todos os professores que contribuam com um rolo do dito, a fim de se ultrapassar o que poderá vir a ser um problema de saúde pública. Verifica-se ainda que, 35 docentes atravessam tão grave situação financeira que encontraram na prostituição a única forma de subsistência. Neste caso, solicito aos empresários do ramo que providenciem emprego aos 34 desafortunados que não sejam contemplados com o prémio. Quanto à Senhora Ministra, espero que tenha gostado da lição oferecida por 180 000 docentes. A conclusão que deve tirar da iniciativa, só pode ser a de, futuramente, pegar nos 25 mil euros e metê-los na racha... do mealheiro do Ministério.
Apache, Maio de 2007

sábado, 12 de maio de 2007

Madeleine McCann - Mais de uma semana depois

Passou mais de uma semana desde o desaparecimento da Madeleine, que hoje completa o seu 4º aniversário. Depois de as autoridades portuguesas terem “assobiado para o ar” nas horas imediatas ao desaparecimento, apesar dos meios actualmente envolvidos, há medida que o tempo passa, diminui a esperança de trazer a criança de volta à família. Infelizmente, casos como este não são raros. Só no ano passado, (2006) foram denunciados, ao Instituto de Apoio à Criança 31 desaparecimentos de menores. Vinte e quatro destas crianças foram encontradas (duas delas, sem vida). As restantes sete crianças continuam desaparecidas. Porque não deram os órgãos de comunicação social portugueses, a estas crianças, destaque idêntico ao da pequena Madeleine McCann? E a Polícia Judiciária, envolveu (ou envolve) idênticos meios na busca? Da negligência de alguns, das taras de outros e de interesses obscuros de muitos, as crianças continuam a ser as principais vítimas. Até quando, vamos permitir que assim continue?
Apache, Maio de 2007

Thinking...

Uma das comentadoras mais assíduas, a Redonda, indicou o blogue para o Thinking Blogger Award. Em relação à “nomeação”, agradeço à Redonda, ainda assim, acho que estas indicações acabam na generalidade das vezes, por ser feitas mais por simpatia que por opinião fundamentada. Tenho observado que muitos blogues acumulam várias nomeações e penso que a tendência é acabarem todos nomeados. Cai-se assim numa banalização que desprestigia os verdadeiros Thinking Blogger’s, por isso não vou nomear. P.S. O verdadeiro motivo para não nomear é que resolvi reduzir a concorrência. Quero o prémio só para mim. :)
“Nós, os povos pobres do mundo, temos uma arma de destruição maciça, a faculdade de pensar pelas nossas cabeças” – Adaptado de Mia Couto
Apache, Maio de 2007

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Alguém me explica?

O gráfico acima mostra a variação dos preços do petróleo no último ano. Da leitura do mesmo, torna-se evidente que (por exemplo) a 1 de Julho de 2006, o preço do barril de crude era de aproximadamente 76 dólares. O preço da gasolina 95, era, nessa data, em Portugal continental de 1,353 (nos postos Galp de Lisboa) e o do gasóleo 1,078 €. Hoje, o petróleo está a 61,66 dólares o barril (quase 19% menos), enquanto a gasolina é vendida a 1,364 € (mais 1 cêntimo que em Julho) e o gasóleo a 1,059 € (menos 2 cêntimos). Alguém me consegue explicar porquê? P.S. O argumento de que os combustíveis agora vendidos correspondem a petróleo comprado há 4 ou 5 meses atrás é verdadeiro mas não explica. É que nessa altura, o petróleo atingia um dos valores mais baixos dos últimos anos, abaixo dos 55 dólares o barril (quase 30% menos que em Julho). Acham que a isto se deve chamar flutuação de preços no mercado ou roubo?
Apache, Maio de 2007

domingo, 6 de maio de 2007

A fusão...

Hoje é dia de eleições na Madeira, mas como tudo o que há para decidir são dois ou três por cento de votos a mais ou a menos para o menino Joãozinho, o assunto deste "post" diverge para outro palco eleitoral, a 2ª volta das presidenciais francesas. E, em jeito de teste aos vossos conhecimentos de genética, coloco a seguinte questão: O que resultaria da fusão de Nicolas Sarkozy com Ségolène Royal? A resposta é fácil, obviamente, José Sousa! Não! Desiludam-se as mentes perversas, esta não é uma piada de cariz sexual. Que actos se destacam na governação de José Sousa? Os profundos cortes nos direitos sociais, adquiridos pelos trabalhadores nas últimas décadas e, a mentira sistemática, associada (ou não) à manipulação estatística de dados. Pois bem, apesar de a França apresentar um PIB invejável, alicerçado numa elevada qualidade e formação dos seus trabalhadores e numa das tecnologias mais evoluídas do mundo, Sarkozy apresenta como principal bandeira de campanha, cortes nos (ainda mais invejáveis) direitos sociais adquiridos pelos franceses. Por seu lado, Ségolène faz da mentira a sua principal arma. Várias vezes ao longo da campanha foi "apanhada" em desvios à realidade dos factos, mas a questão da energia nuclear, abordada no debate do passado dia 3 não deixou dúvidas sobre a sua intenção de fugir à verdade. Desafia Sarkozy, perguntando-lhe qual o peso da energia nuclear no total da produção de electricidade em França e ao perceber que este não tem a certeza e tenta contornar a questão, afirma manhosamente "17%". Sarkozy contesta, dizendo que isso "não é exacto", mas Ségolène insiste várias vezes, concluindo sorridente, confiante na aceitação da mentira por parte dos apoiantes, "é assim e pronto." De facto, não é nada assim! Segundo o relatório anual do "Observatório da Energia", a que provém do nuclear corresponde a 78,1% da energia eléctrica produzida em França.
Apache, Maio de 2007

sábado, 5 de maio de 2007

O 1º de Maio dos vencidos

«Hoje é dia do trabalhador. Há 33 anos mais de 1 milhão de pessoas invadiu as ruas de Lisboa numa manifestação de unidade popular que ficou para a História. Hoje um grupo de 10 mulheres, despedidas há 5 anos, protestava contra o seu sindicato que as enganou. Eram as únicas que pagavam as quotas, foram as únicas a não receber a indemnização de uma fábrica falida no interior. Portugal é hoje o país da União Europeia com menos sindicalizados, mas é o país onde as leis de trabalho são mais obtusas, mas será também o país europeu com o patronato mais analfabeto, bronco, estúpido e desactualizado. A precariedade do trabalho tornou-se selvagem, mas há instalados nas empresas, colados com goma eterna, que por muito incompetentes, malandros e calaceiros nunca poderão ser despedidos. Os sindicatos estão divididos, mas o desemprego aumenta e as novas gerações não conseguem um modo de vida que seja justo com as suas habilitações, desejos e competências. Portugal tem um governo de esquerda que bombardeou o Estado social, acabou com direitos adquiridos, aniquilou princípios básicos da solidariedade social. A contestação a isto tem sido quase zero. Fecharam-se maternidades, hospitais, escolas, cortaram-se nos apoios ao ensino especial, cortaram-se nos subsídios a medicamentos fundamentais, cortou-se na saúde. O povo calou. A despesa do Estado aumentou, às escondidas as benesses não pararam de aumentar para os agentes do poder. A Câmara de Lisboa está falida, mas só o vereador da cultura tem 40 assessores. A saúde é ineficaz mas a grande fatia da despesa vai para salários. O ensino está uma desgraça mas a maior despesa vai para salários. São postos na rua professores credenciados e há uma maioria de professores que nem para varrerem as ruas teriam aptidão. A apatia dos portugueses permite uma governação populista, telegénica. Sócrates é o manequim da Rua dos Fanqueiros, versão "Boss", que de pose em pose, convence povo, elites e jornalistas que é o maior primeiro-ministro de sempre. Falam mesmo da sua coragem e os jornalistas até perdoam o escândalo de lhes ter sido roubada a sua caixa, criada por Salazar e que tinha uma folgada finança. Não sei qual é o significado deste 1º de Maio num país demitido como este. Na verdade os trabalhadores amansaram, o tempo da ferrugem acabou, resta a geração dos 500 euros e os velhos que vão bulir arrastando o cadáver até aos 65 anos. Transformámos o país num bidé da Europa, em nome da esquerda, do deficit, da sobrevivência do Estado Social. A seguir vem a sobrevivência do planeta e os governos já descobriram a nova galinha dos impostos de ouro: o ambiente. Tudo vai ser taxado com essa desculpa: carros, energia, água, casas. E depois o fascismo puro. Na lógica da licença de isqueiro vamos ter a lógica da multa ao cigarro, a mesquinhez que confunde respeito pelos outros com repressão pura e simples. Mas o povo gosta. E quando voltarem a votar ainda votam no pobre Sócrates, o espertalhaço que um dia conseguiu um curso de engenheiro na Farinha Amparo.»
Texto publicado em 1 de Maio de 2007, por Luiz Carvalho, no seu blog

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Estamos todos condenados ao Doutoramento...

No "Diário de Notícias" de ontem lia-se:
«Há dois anos, poucos poderiam supor, a começar por ela própria, que Nazaré da Cunha, 58 anos, administrativa da Câmara Municipal de Lisboa, com habilitação equivalente ao antigo ciclo preparatório, estaria hoje a frequentar o ensino superior. Mas é verdade. Por um conjunto de coincidências, e também pelo destino que - apesar de difícil - sempre a conduziu pelos caminhos da aprendizagem e do gosto pelo saber. Uma das coincidências no percurso de Nazaré tem um nome e chama-se "Novas Oportunidades", a iniciativa do Ministério do Trabalho que permite reconhecer, validar e certificar as competências adquiridas pela experiência e complementá-las com formação adicional até à obtenção do 9.º e do 12.º ano de escolaridade. Nascida numa aldeia beirã e no seio de uma família humilde, Nazaré interrompeu os estudos na 4.º classe, para ir trabalhar e ajudar a criar as irmãs. Muitos anos volvidos, 24 dos quais na CML, Nazaré viu cair-lhe no colo a oportunidade por que sempre esperou. "Foi uma feliz coincidência, porque se isto tivesse calhado noutra altura, com quatro filhos por criar, não sei." Em Maio de 2005 Nazaré fez a prova de selecção para o reconhecimento e validação de competências e em Novembro já tinha a equivalência ao 9.º ano. Mas esta funcionária, que escreve poesia, não ficou por aqui: inscreveu-se num curso de aprofundamento da língua portuguesa e em 2006, via exame ad hoc, ingressou na Universidade Lusófona, no curso de História. "Sinto uma paixão por aprender e, quando me licenciar, espero pedir uma reclassificação de funções e ir para uma biblioteca ou museu."»
Ou seja, em Maio de 2005 (há 2 anos, portanto), a Dona Nazaré tinha como habilitações literárias, o equivalente ao 6º ano. Seis meses depois (em Novembro de 2005) já tinha completado o 9º ano. No início do Verão de 2006 (de novo, passados 6 meses) completou o 12º ano. E em Setembro começou a frequentar a Universidade (Lusófona, obviamente). Isto sim, é "Simplex". Por esta altura já deve estar a dar entrada na Câmara Municipal de Lisboa, o Certificado de Habilitações que comprova a Licenciatura em História (e que história...) da Dona Nazaré da Cunha. Licenciatura?! Perdão, Mestrado, que a notícia já é de ontem!
Apache, Maio de 2007

terça-feira, 1 de maio de 2007

Ainda o Antárctico...

O Antárctico é um continente coberto de gelo, rodeado por um oceano com o mesmo nome. Todos os Outonos, protegido pela longa noite polar, o gelo continental avança sobre o mar, atingindo no final do Inverno uma área que em Setembro de 2006 atingiu os 16 milhões de quilómetros quadrados. Com a chegada da Primavera e consequentemente da luz solar, que brilha ininterruptamente até ao final do Verão, o gelo marítimo derrete quase por completo. O gráfico da figura acima (resultante das observações de satélite da NASA) representa a variação anual dessa área de gelo (marítimo) nos últimos 28 anos, correspondendo os picos, aos máximos e mínimos de cada ano. No seu documentário "Verdade Inconveniente", Al Gore referiu que o aquecimento global estava a traduzir-se numa redução dos gelos do Antárctico. Qual redução? Ou eu ando a ver mal, ou há pessoas com uma imaginação muito fértil.
Apache, Maio de 2007