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sábado, 28 de março de 2015

A “Hora do Planeta”, o ritual irrelevante

Cumpriu-se hoje, entre as 20:30 e as 21:30 locais, a nona “Hora do Planeta”.
A “Hora do Planeta” é uma iniciativa simbólica da World Wide Found of Nature (WWF) principiada em 2007, na cidade australiana de Sidney, que ocorre no último sábado de Março, e visa consciencializar para as alegadas alterações climáticas antropogénicas.
Ano após ano, mais cidades e vilas, mais monumentos nacionais, mais pessoas anónimas aderem à iniciativa que consiste em desligar, durante 60 minutos, as luzes dos edifícios mais emblemáticos dos locais ou das casas de cada um.
Porque é que cada vez há mais aderentes à simbólica diligência? Mark Twain respondeu há mais de cem anos, porque “o Homem é um animal religioso”. É da tendência natural do homem para a crença que desde a antiguidade foi aproveitada por oportunistas para criar (sobretudo em actividades imprevisíveis, que vão dos jogos de azar às grandes manifestações da natureza) superstições e rituais a elas ligados. O ritual confunde-se com a própria crença porque surge da ideia de que fazer algo é sempre melhor que não fazer nada. Ora, toda a gente sabe que jogar no Euromilhões é, para a generalidade das pessoas, pior (para as suas finanças) que não jogar. A esmagadora maioria dos jogadores acabarão, após cada jogo, com um pouco menos dinheiro que se nada tivessem feito. Apenas uma ínfima minoria terá um retorno monetário superior ao investimento feito, mas vamos tentando a sorte dado o generoso retorno para aqueles a quem ela sorri.
A “Hora do Planeta”, que aos poucos vai ganhando o estatuto de ritual, é baseada nessa ideia de que fazer algo é sempre melhor que estar quieto. A fé implícita é a de que o Homem (que com todas as cidades, vilas, aldeias, estradas, plantações…) ocupa menos de 4% da superfície do planeta consegue controlar o clima global (ou melhor, os climas, porque são vários e bem diferenciados). E como o controla, pode fazê-lo para o “mal”, provocando o aquecimento da Terra ou para o “bem” mantendo as temperaturas actuais. A ideia da WWF permite, nas cidades que aderem à iniciativa, "poupar", em média, cerca de 2% da electricidade que se consumiria nessa hora. Como a iniciativa ocorre uma vez por ano, tal permite "poupar" (naqueles locais) cerca de 0,0002% de electricidade anual. Nas nossas casas, uma iniciativa destas, em teoria, pode poupar 5, 10, ou mesmo 15 cêntimos em electricidade, conforme o número de lâmpadas que habitualmente estão acesas aquando da iniciativa. Na prática, as poupanças são insignificantes, porque o que não fizemos naqueles minutos, por falta de luz, fica para fazer mais tarde com idêntico consumo de electricidade ou será feitas com outras formas de iluminação mais caras. Mas pode-se alegar que a ideia da WWF não é poupar custos mas sim emissões de dióxido de carbono, gás que diabolizam por acreditarem que causa “efeito de estufa”. Mas nesse caso, a poupança também é insignificante ou mesmo nula. Só parte da electricidade produzida (através do carvão, biomassa e gás natural) é que liberta dióxido de carbono, a restante é obtida (fundamentalmente) da água e do urânio. Quando apagamos as luzes (ou adiamos as tarefas para mais tarde, como escrevia acima, ou) acendemos velas, candeeiros (ou lamparinas) a petróleo ou azeite ou até a lareira, libertamos tanto ou mais dióxido de carbono que o que se libertaria na produção da electricidade.
Há dias um aluno perguntava-me: mas se fosse possível convencer todos os habitantes de um país a aderir a uma iniciativa destas, ainda assim, ela não teria impacto? A resposta: Teria, mas não em economia de custos ou emissões. A sobrecarga (pela redução de consumo, impossível de corrigir na produção) produzida na rede levaria a várias avarias de grande significado e poderíamos passar vários dias sem luz (até substituir parte da rede) com as consequências graves que daí adviriam.
Apache, Março de 2015

sábado, 31 de janeiro de 2015

2014 foi o mais quente da história da meteorologia?

A resposta depende (fundamentalmente) da crença que cada um deposita nas instituições que calculam a média das temperaturas da Terra.
Na semana passada, a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) equivalente, nos Estados Unidos, ao nosso Instituto de Meteorologia (agora, Instituto Português do Mar e da Atmosfera) escrevia na sua página na Internet: “É oficial: 2014 foi o ano mais quente registado na Terra”.
Significa, portanto, que não há dúvidas que 2014 foi o ano o ano mais quente desde 1880 ano (no final da “Pequena Idade do Gelo) a partir do qual a NOAA considera válido o cálculo da média das temperaturas?
Oficialmente, sim. Na realidade, não! Nem perto disso.
Já tinha escrito aqui que, na impossibilidade de calcular a temperatura média da Terra, se calcula a média das temperaturas. Para calcular esta média de temperaturas, o GISS (Instituto Goddard de Estudos Espaciais) da NASA usa dados provenientes, maioritariamente, de uma única fonte, o GHCN (Global Historical Climate Network) da responsabilidade da NCDC (National Climate Data Center) que é controlado pela citada NOAA, que por sua vez é tutelada pelo Departamento do Comércio dos Estados Unidos. Também já tinha escrito por aqui que as estações meteorológicas que fornecem dados ao GHCN chegaram a ser quase 6 mil (nas décadas de 60 e 70 do século passado, de mais de 12 mil possíveis) mas hoje são considerados dados de cerca de  1200 estações (de um total disponível, que não chega a 6 mil). Muitas estações meteorológicas foram fechadas (umas por falta de verbas, outras por se encontrarem em zonas remotas, de difícil acesso, algumas por outras razões). Os termómetros terrestres não estão igualmente distribuídos pela superfície do planeta, pelo contrário, desconhecemos a temperatura de vastas áreas da superfície da Terra. Note-se que dos 29% de terra emersa (não coberta pelos oceanos) cerca de 5,5% são montanhas, 5,8% são desertos, outros 5,8% são florestas boreais, outros 5,8% são pradarias e savanas e 1,8% são florestas húmidas, tudo zonas mal (ou quase nada) cobertas por estações meteorológicas. Resta cerca de 4,4% da superfície do planeta (parte dela habitada pelo Homem) com razoável cobertura de termómetros, a esmagadora maioria dos quais colocados em zonas urbanas. Na falta de dados, o GISS parte do pressuposto que toda uma vasta área apresenta a mesma temperatura que a lida num único termómetro, algumas vezes, a mais de mil quilómetros de distância. Em casos extremos, o GISS permite que um só termómetro represente a temperatura de mais de 4 milhões de quilómetros quadrados.
Na versão da NOAA, 2014 terá sido o ano mais quente, acrescentando 0,04 ºC ao antigo recorde, datado de 2010, com uma margem de erro de 0,09 ºC. Ora, sendo a margem de erro superior (neste caso, mais do dobro) ao recorde, nada garante que este tenha, de facto, sido alcançado. Mais, a margem de erro associada à leitura dos aparelhos é, em muitos casos, de 0,5 ºC, doze vezes superior ao recorde e da mesma ordem de grandeza de todo o aquecimento que a NOAA afirma ter existido desde o início do século XX.
Mas mais importante que tudo isto é a exagerada manipulação que o GISS faz dos dados, ajustando para baixo as temperaturas antigas e para cima as temperaturas recentes. A título de exemplo, o Paraguai contribui para o GHCN com os dados de três estações (Mariscal, Puerto Casado e San Juan Bautista) e em todas elas o GISS corrigiu os dados reais, que mostravam tendência para o arrefecimento, para passarem a mostrar uma tendência para o aquecimento (alterações que variam a relação entre o passado e o presente em cerca de 3 ºC) tal como se mostra nos seis gráficos seguintes. [Cliquem nas imagens para ampliar]








Em conclusão, a manipulação de dados é de tal ordem que, não só, não há garantia de que 2014 tenha sido o ano mais quente dos últimos 135 anos, como nem sequer é possível afirmar, com rigor científico, que a Terra, na sua globalidade, tenha aquecido nas últimas décadas.
Apache, Janeiro de 2015

domingo, 2 de novembro de 2014

Gelo da Antárctida atinge o maior valor de “sempre”

No passado dia 21 de Setembro, antepenúltimo dia do Inverno Austral [a Primavera do Hemisfério Sul (Outono do Norte) iniciou-se às 3:29 (hora de Lisboa) do dia 23 de Setembro] o gelo que cobre grande parte do mar que rodeia o continente dos “gelos eternos” atingiu o seu maximum maximorum. Ou seja, foi alcançado o valor mais elevado, desde que se iniciaram os registos, para a área de gelo que rodeia a Antárctida. O novo recorde é de dezasseis milhões oitocentos e sete mil quilómetros quadrados.
Considerando o gelo marinho e o continental, no Inverno deste ano, em redor do Pólo Sul, o gelo atingiu uma área superior a 30,5 milhões de quilómetros quadrados, o valor mais elevado alguma vez “visto” pelos satélites (e que corresponde a mais do triplo do tamanho da Europa). Recordo que o gelo da Antárctida corresponde a mais de 85% do gelo total do planeta.
Os dados são da responsabilidade da National Snow and Ice Data Center e foram (como habitualmente) obtidos pelos radiómetros SMMR e SSM/I instalados a bordo de satélites da NASA.
A imagem abaixo, mostra a variação do gelo marítimo que rodeia a Antárctida desde que em 1979 se iniciaram as observações por satélite.
[Cliquem na imagem para ampliar]
Apache, Novembro de 2014

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Patrick Moore no Senado dos Estados Unidos

O ecologista canadiano Patrick Moore é doutorado em Ecologia pela Universidade de British Columbia e em 1971 ajudou a fundar a Greenpeace. Foi, durante nove anos, Presidente da Greenpeace Canadá e, durante seis, Director da Greenpeace Internacional. Em 1985 estava a bordo do Rainbow Warrior (o famoso navio que a WWF do Príncipe Carlos ajudou a comprar doando 40 mil libras à Greenpeace) que foi afundado pela marinha francesa quando tentava furar o bloqueio naval que impedia o acesso ao Atol de Mururoa (na Polinésia Francesa) onde os franceses faziam ensaios com armas nucleares. No ano seguinte, Moore retirava-se da organização ecologista.
No passado dia 25 de Fevereiro, Patrick Moore discursou perante a Comissão de Ambiente e Obras Públicas do Senado dos Estados Unidos. O curto mas incisivo discurso, que reproduzo quase na íntegra, com tradução minha, está longe dos tradicionais desvarios dos dirigentes da Greenpeace.

“Em 1971, ainda doutorando em Ecologia juntei-me, no átrio de uma igreja em Vancouver, no Canadá, a um grupo de activistas e navegámos num pequeno barco atravessando o Pacífico, para protestar contra os testes de uma bomba de Hidrogénio realizados, pelos Estados Unidos, no Alasca. Tornámo-nos a Greenpeace.
 
Após 15 anos de liderança tive de deixar a Greenpeace por esta ter efectuado uma acentuada viragem política à esquerda, adoptando politicas que eu não poderia aceitar por contrariarem a minha perspectiva científica. Quando deixei a Greenpeace, as Alterações Climáticas ainda não eram assunto, mas hoje são-no, seguramente.
 
Não há prova científica de que as emissões humanas de dióxido de carbono tenham sido a causa dominante do pequeno aquecimento verificado na atmosfera da Terra, nos últimos 100 anos. Se essa prova existisse, ela haveria de ter sido mostrada para que todos a víssemos. Actualmente, não existe nenhuma prova tal como a entendemos em Ciência.
O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) afirma que: é “extremamente provável” que a influência humana tenha sido a causa dominante do aquecimento verificado na segunda metade do século XX.”
“Extremamente provável” não é um termo científico, mas um juízo de valor, tal como acontece num tribunal. O IPCC define “extremamente provável” como “uma probabilidade de 95 a 100%”. Mas, após uma cuidada análise, fica claro que estes números não resultam de nenhum cálculo matemático ou análise estatística. Foram “inventados” para fazerem parte do relatório do IPCC exprimindo um “julgamento de peritos”, tal como foi determinado por alguns dos que contribuem para o IPCC.
Estes “julgamentos” são quase integralmente baseados nos resultados obtidos por sofisticados programas de computador desenhados para prever o futuro das alterações climáticas. Tal como foi notado por muitos observadores, incluindo o Dr. Freeman Dyson, do Instituto de Estudos Avançados, de Princeton, um modelo computorizado não é uma bola de cristal. Podemos dizer que é sofisticado mas não podemos com ele prever o futuro melhor do que o faríamos com uma bola de cristal, atirando ossos ou apelando aos deuses.
 
A forma mais simples de expormos a falácia do “extremamente provável” talvez seja olharmos para os registos históricos (…) Quando há 500 milhões de anos surgiram as modernas formas de vida, os níveis de CO2 na atmosfera eram mais de dez vezes superiores aos actuais, ainda assim, a vida floresceu. Há 450 milhões de anos surgiu uma idade do gelo e o CO2 era dez vezes mais abundante que actualmente. Há alguma correlação, mas pouca evidência que suporte uma causalidade entre CO2 e temperatura global, ao longo dos milénios. O facto de termos tido temperaturas elevadas e idades do gelo com níveis de dióxido de carbono mais de dez vezes superiores aos actuais, contradiz a certeza de as emissões humanas de CO2 serem a causa do aquecimento global.
As temperaturas actuais, cuja média global ronda os 14,5 ºC, são semelhantes às da Idade do Gelo do Pleistoceno. Em termos globais, as temperaturas oscilaram entre um mínimo de 12 ºC nos períodos de máxima glaciação e um máximo de 22 ºC, nos períodos quentes, que ocorreram por longos períodos intervalados pelas idades do gelo. Durante os longos períodos quentes não houve gelo nos pólos, todo o planeta teve clima tropical ou subtropical, de pólo a pólo. Há apenas cinco milhões de anos, as ilhas do árctico canadiano estavam totalmente florestadas. Hoje vivemos um período frio na história da vida na Terra e não há razão para creditar que um aquecimento do clima não seja benéfico para os humanos e para a maioria das espécies. Mas há vastas razões para acreditar que um acentuado arrefecimento do clima traria resultados desastrosos para a civilização.
 
Movendo-nos agora para um passado mais recente, é instrutivo estudarmos os registos de temperatura dos últimos 130 anos. O IPCC afirma que os humanos são a causa dominante do aquecimento desde meados do século XX. Entre 1910 e 1940, a média das temperaturas subiu 0,5 ºC. Seguiu-se um período de 30 anos de pausa, até 1970. Por sua vez, este foi seguido por outro período de 30 anos (entre 1970 e 2000) em que a média das temperaturas subiu 0,57 ºC. Daí para cá não houve aumento, talvez um ligeiro decréscimo na média global.
O aumento de temperatura entre 1910 e 1940 foi idêntico ao aumento verificado entre 1970 e 2000. No entanto, o IPCC não atribui o primeiro aumento à “influência humana”. É claro, na sua crença, que as emissões humanas só tiveram impacto na temperatura “na segunda metade do século XX”. O que leva o IPCC a acreditar que o aumento de temperatura após 1950 é causado fundamentalmente pela “influência humana” quando não tem explicação para um aumento idêntico verificado entre 1910 e 1940?
É importante reconhecermos, em comparação com as terríveis previsões feitas na perspectiva de que a subida da média das temperaturas possa atingir os 2 ºC, que os humanos são uma espécie tropical. Surgimos junto ao equador num local onde não existem climas frios. As únicas razões porque conseguimos sobreviver em climas mais frios são: o fogo, as roupas e as casas. Podemos dizer que o frio e o gelo são os inimigos da vida, excepto para as relativamente poucas espécies que se conseguiram adaptar às gélidas temperaturas das idades do gelo do Pleistoceno. É “extremamente provável” que uma média das temperaturas globais superior à actual seja bem melhor que uma mais fria."
Apache, Maio de 2014

sábado, 14 de abril de 2012

“Revolta” na NASA

A NASA [nomeadamente através do Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS) dirigido por James Hansen, o principal suporte científico das fantasias convenientes de Al Gore] tem vindo, de há uns anos a esta parte, a destacar-se entre os propagandistas daquele que para muitos é o maior escândalo científico de sempre, a teoria do “Aquecimento Global Antropogénico”, manhosamente transformado em “Alterações Climáticas” quando a média das temperaturas terrestres deixou de aumentar.
Mesmo em páginas destinadas (essencialmente) a professores e alunos a NASA não se tem coibido de fazer propaganda ao alegado efeito de estufa do dióxido de carbono, chegando mesmo ao ridículo de justificar o facto de Vénus ser o planeta mais quente do Sistema Solar (quando num raciocínio simplório levaria a pensar em Mercúrio, o mais próximo do Sol) com o facto de a sua atmosfera ser maioritariamente constituída por dióxido de carbono e não (como é correcto) com o facto de a sua atmosfera ser extremamente densa (a pressão atmosférica à superfície é noventa vezes maior que a daqui da Terra). O facto de Marte também ter uma atmosfera muito rica em dióxido de carbono e ser mais frio que o nosso planeta [em cuja atmosfera este gás tem presença vestigial (inferior a 0,4%] não parece incomodar os propagandistas da NASA.
Fartos da conversa da treta, quarenta e nove destacados funcionários da agência (entre os quais se contam astronautas engenheiros e cientistas) decidiram escrever (no passado dia 28 de Março) ao administrador da agência, nos seguintes termos:
“Março 28, 2012
Ao honroso Charles Bolden Jr., Administrador da NASA
Quartel-General da NASA, Washington, D.C. 20546-0001
Com conhecimento de: Sr. John Grunsfeld, Administrador Associado para a Ciência e Sr. Chris Scolese, Director do Centro Goddard de Voos Espaciais
Caro Charlie
Nós, os abaixo assinados, pedimos respeitosamente que a NASA e o Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS) se abstenham de incluir afirmações não comprovadas nos comunicados públicos e nas páginas de Internet da agência. Acreditamos que as afirmações da NASA e do GISS que as emissões de dióxido de carbono da responsabilidade dos humanos têm um impacto catastrófico nas alterações climáticas globais não têm fundamento, especialmente quando se têm em conta milhares de anos de dados experimentais. Centenas de conhecidos climatologistas e dezenas de milhares de outros cientistas declararam publicamente a sua descrença nas previsões catastróficas, oriundas especialmente da liderança do GISS, deixando claro que o assunto não é consensual.
A sistemática insistência em que o dióxido de carbono é a principal causa das alterações climáticas é incompatível com o historial da NASA de fazer uma avaliação objectiva dos dados científicos disponíveis antes de tomar decisões ou fazer declarações públicas.
Como funcionários da NASA sentimos que o assumir, por parte da agência, de uma posição extrema, antes de um estudo aprofundado dos mecanismos naturais que regem o clima, é inapropriado. Assim, pedimos que a NASA se abstenha de incluir afirmações, sobre este assunto, não provadas nem suportadas pelos dados, nos seus relatórios e nas suas páginas de Internet. Em risco de sérios danos está a reputação exemplar da NASA, dos seus actuais e antigos funcionários e até da própria ciência.
Caso deseje obter informações científicas que suportam as nossas preocupações recomendamos que contacte Harrison Schmitt ou Walter Cunningham ou outros que eles lhe recomendem.
Obrigado por considerar este pedido.
Sinceramente…”
Apache, Abril de 2012

quarta-feira, 21 de março de 2012

Não vejo o porquê das dificuldades de entendimento

Ouvido pelo jornal Público, Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal diz que nem ele “nem nenhum português entende como é que o barril de Brent está a 124,98” [dólares], quando em 2008 “estava a 160 dólares e nós tínhamos combustível mais barato”.
Eu acho que, contrariamente ao que diz, Carlos Barbosa, tal qual a generalidade dos portugueses, entende, chama-se roubo e resulta de quatro factores: descaramento e monopólio, por parte do prospector/refinador; congelamento (talvez devido ao inabitual frio registado no mês passado, de acordo com o Instituto de Meteorologia, o segundo Fevereiro mais frio da história da meteorologia portuguesa) dos testículos do Ministro da Economia (como o demostra a reacção ao esvaziamento de poderes a que foi submetido ultimamente) e apetência acentuada pelo saque por parte do Ministro das Finanças (como o comprovam os roubos de subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos) a quem interessam as receitas percentuais do IVA.
Apache, Março de 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

Dois anos depois da confidência…

Neste texto (datado de 3 de Dezembro de 2009) tinha replicado a notícia da suspensão (dois dias antes) do Director do Centro de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia, Phil Jones, na sequência do escândalo que ficou conhecido como “climategate”, no qual piratas informáticos atacaram um servidor daquela instituição e acederam a uma série de mensagens de correio electrónico que comprovaram comportamentos eticamente reprováveis por parte de cientistas daquele Centro (tais como a falsificação e destruição de dados de temperatura, o ataque a jornais e revistas que publicam opiniões de cépticos da teoria, etc.) com a colaboração de muitos outros [directa ou indirectamente ligados à ridícula teoria do Aquecimento Global provocado pelas emissões humanas de certos gases (ditos “com efeito de estufa”)] nomeadamente do Instituto Goddard de Estudos Espacias (da NASA).
Entretanto, na sequência do processo de inquérito que ditou a sua suspensão, Phil Jones acabou por ser destituído da direcção do dito Centro de Pesquisa Climática (CRU). Pouco mais de dois meses após (concretamente, a 14 de Fevereiro de 2010) Phil Jones (talvez à procura de mais algum “tacho”) desce um pouco (da sua utopia) ao mundo real e, em entrevista ao Daily Mail, volta a lembrar que se perderam os dados a partir dos quais Michael Mann fabricou o famoso gráfico publicado na revista “Nature”, conhecido por “hockey stick”, habitualmente usado pelos propagandistas do Aquecimento Global Antropogénico. Phil reconhece também que desde 1995 não se verifica um aumento (estatisticamente relevante) na média das temperaturas da Terra (faltou-lhe constatar que não fora a falsificação dos dados, o que se observaria seria um arrefecimento). O “climatologista” reconheceu que, provavelmente o período quente medieval (que Michael Mann tentou apagar da História) foi mais quente que a última década do século passado e admitiu que o alegado “Aquecimento Global” possa não ser causado pelo Homem.
Passaram, entretanto, mais de dois anos desde o “climategate” e as confissões de Phil Jones, e a comunicação social continua a dar voz a quem coloca os seus ganhos pessoais à frente de qualquer noção de ética científica e insiste em propagar as “agora” rebaptizadas “Alterações Climáticas” de origem antropogénica. Até quando?
Apache, Março de 2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Aquecimento Global vem já aí

Às oito horas da manhã do dia onze de Fevereiro de 2012, na Praia da Rainha, em Almada, o termómetro da Rede EMA do Instituto de Meteorologia, colocado naquele local, assinalava uma temperatura ambiente de dois graus Célsius abaixo do ponto de congelação da água.
Vinte e quatro horas antes, no mesmo local, o termómetro descia a valores inferiores a -3 ºC. O Aquecimento Global segue dentro de momentos…

Apache, Fevereiro de 2012

sábado, 1 de outubro de 2011

“Bolos para o IPCC/ONU, morte para os africanos”

Num comentário ao artigo intitulado “Comida para todos”, da autoria de Olivier de Schutter, Relator Especial da ONU para o direito à alimentação, publicado a 11 de Abril de 2011 no Jornal de Negócios, o professor Igor Khmelinskii (Físico, de formação académica) da Universidade do Algarve escreve, no seu blogue “Clima Virtual vs Real”:
«O autor dedica a maior parte do artigo à apresentação das medidas, que embora façam todo o sentido, dificilmente seriam implementadas pelos países da G20, em benefício das nações pobres, pois as próprias G20 sofrem as consequências da crise financeira e das desastrosas políticas ambientais e energéticas que estão a implementar, não dispondo por isso de possibilidade de ajudar as nações pobres.
Por outro lado, o autor mostra uma incompetência profissional surpreendente para quem é supostamente um perito na matéria, passo a citar:
"... No futuro, espera-se que as alterações climáticas conduzam a mais choques na oferta..." Falso. As mudanças climáticas são periódicas, razão pela qual o clima do futuro não será diferente do clima de um passado não tão longínquo como isso.
“... Mas a agricultura também é uma grande culpada pelas mudanças climáticas, responsável por 33% de todas as emissões de gás com efeito de estufa..."
Falso. Não são os gases com efeito de estufa que provocam as mudanças climáticas, mas sim as alterações de actividade solar, sendo estas também periódicas.
Entretanto, em nada nos surpreende a publicação deste artigo no JN, bem conhecido pela propaganda desenfreada de ideologia misantrópica de eco-terrorismo, dirigido tanto contra as nações pobres, como contra as nações desenvolvidas e ricas.
Ora o autor não consegue perceber que o dióxido de carbono atmosférico beneficia a agricultura, aumentando os rendimentos sem quaisquer gastos adicionais, razão pela qual precisamos de mas CO2 na atmosfera. Por outro lado, não precisamos de reduzir as emissões de CO2 nem de qualquer outro gás com efeito de estufa, pois as suas consequências climáticas negativas existem apenas nas mentes delirantes dos peritos climáticos do IPCC/ONU e nos seus modelos de um sistema climático virtual, inteiramente ilusórios e enganadores, que nada têm a ver com a nossa realidade.»
Bem-vindo ao mundo real (também chamado: “dos cépticos”), professor.
Apache, Outubro de 2011

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Rússia deu vida ao monstro concebido no Japão, agora ambos querem matá-lo

Em finais de Maio passado, a Rússia, o Japão e o Canadá anunciaram que não participariam na segunda ronda de negociações para a “renovação” do Protocolo de Quito, tratado que surge na sequência da patética teoria do aquecimento global antropogénico (rebaptizado, à medida que as temperaturas médias globais baixavam e os cenários catastrofistas não ocorriam, de alterações climáticas antropogénicas) e que impunha reduções nas emissões de gases com alegado “efeito de estufa” limitando o desenvolvimento económico de muitos dos países signatários. Recordo que o Protocolo de Quioto (assim conhecido por ter sido naquela cidade japonesa que, após conclusão do texto, ficou aberto para assinaturas a 11 de Dezembro de 1997) foi ratificado a 15 de Março de 1999, entrando em vigor a 16 de Fevereiro de 2005, depois de a Rússia o ter ratificado em Novembro de 2004. O Protocolo, que os Estados Unidos nunca ratificaram (apesar do seu ex-vice-presidente Al Gore ter sido um dos seus mentores) carecia, para vigorar, de ser ratificado por países que, no seu conjunto representassem mais de 50% das emissões de “gases com efeito de estufa”, o que aconteceu, precisamente, com a ratificação da Rússia que elevou a quota dos signatários para 55%. Na sequência do escândalo conhecido por “climategate” e consequente desacreditação pública da algaraviada designada por “ciência climática”, as opiniões públicas de vários países (e muitos conselheiros políticos, económicos e científicos) começaram a questionar a utilidade do dito protocolo. As consequências disso estão agora à vista. Rússia, Japão e Canadá (aparentemente) vão ficar fora do “novo acordo” e os Estados Unidos anunciaram que não pretendem alterar a sua posição (permanecendo fora). Assim, a quota de emissões dos signatários do Protocolo cai de 55% para 20%. O golpe dado, no ridículo protocolo, foi de tal forma importante que o ‘verdinho’ Yvo de Boer, ex-secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, se viu obrigado a vir a público transmitir a mórbida notícia: “O espírito do Protocolo de Quioto desapareceu. O seu corpo tem vindo a ser, artificialmente, mantido vivo e alguns dos seus órgãos talvez possam vir a ser transplantados. Mas temos que admitir que o Protocolo de Quioto está morto.” Infelizmente, para a Ciência, teorias como a do “aquecimento global antropogénico”, ou a do “buraco do ozono causado pelos clorofluorcarbonetos” (de que resultou o Protocolo de Montreal), só para citar as mais populares (e lesivas do progresso económico e social da humanidade) continuam ainda vivas (apesar de moribundas). Se um dia estas “casinhas de palha” ruírem todas, o nome da Ciência fica em muito “maus lençóis”. Aguardemos os próximos episódios destas ficções.
Apache, Julho de 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Aquecimento Global de férias, na neve

Nevar em Mauna Kea, no Havai, quinze dias antes do início do Verão é algo que muitos considerarão vulgar, afinal, Mauna Kea (a maior montanha do mundo, se medida desde a base, no fundo do Oceano Pacífico, até ao topo) ergue-se mais de 4200 metros acima do nível médio das águas do mar e nem a proximidade do Kilauea a “vomitar” quantidades colossais de CO2, nem a aproximação do Verão impedem a queda tranquila da neve, na Montanha Branca tropical. Nevar em Snowdon Mountain, a maior montanha do País de Gales, cujo cume atinge mais de mil metros de altura, não sendo frequente também não se pode considerar um fenómeno invulgar, mesmo que ocorra a 10 de Junho. Já ver nevar no Outono (Hemisfério Sul), na segunda semana de Junho, no deserto da Namíbia, “sobre” o Trópico de Capricórnio, é algo tão invulgar que é (quase) possível ouvir o “silêncio ensurdecedor” dos ‘eco-qualquer-coisa’ a bradar – “Aquecimento Global”.
Apache, Junho de 2011

terça-feira, 31 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (11)

Para finalizar, o Mídia@Mais deixou espaço aberto às considerações finais que os entrevistados entenderam fazer. [A branco estão complementos meus] Daniela de Souza Onça: “Gostaria de deixar uma mensagem a todos os leitores: percam o medo de serem rotulados de nazis, destruidores do meio ambiente ou vendidos aos magnatas do petróleo. Quem nada contra a maré está simplesmente a defender a Ciência da influência dos alarmistas oportunistas e carreiristas. São eles que recebem fundos de governos, de empresas e de ONG para mentir, amedrontando a população com problemas que não existem. Precisamos de retomar a dimensão crítica da nossa Ciência e desincentivar esta apologia do consenso disfarçada de comprometimento com as gerações futuras, em que ela se está a converter. Acredito que esta retoma só será possível através de minuciosas investigações sobre o real estado das pesquisas sobre as alterações climáticas, os mecanismos de criação de alegados consensos, os interesses estruturais que reprimem a produção e divulgação de pesquisas independentes e descomprometidas dos interesses instalados e, acima de tudo, através da perda do medo por parte dos cientistas do clima. A hipótese do aquecimento global é um castelo de cartas muito fácil de demolir, e não há qualquer motivo racional para os defensores da verdadeira ciência climática cruzarem os braços.” Geraldo Luís Lino: “A histeria sobre o aquecimento global representa o elemento mais avançado da ideologia ambientalista, com todos os seus exageros e radicalismos que ultrapassam em muito quaisquer requisitos racionais de protecção do ambiente e acabam por funcionar como um enorme obstáculo ao desenvolvimento pleno da humanidade como um todo. O corolário desse discurso irracional, nem sempre percebido, é a sugestão de que não há condições de que todos os habitantes da Terra possam desfrutar dos níveis de bem-estar já atingidos pelos países industrializados, supostamente, pela falta de recursos naturais e a incapacidade de tolerância do meio ambiente. Esta ideia é, não só cientificamente falaciosa, mas também moralmente inaceitável. O problema das desigualdades de progresso e bem-estar, tanto entre os países como dentro deles, não se deve a limitações físicas, mas a deficiências éticas e políticas. Se houvesse vontade política, em menos de duas gerações seria possível conceder a cada habitante deste planeta um nível de vida equivalente ao de um europeu médio, sem prejudicar as perspectivas das gerações futuras ou submeter o ambiente a pressões intoleráveis. Evidentemente, os radicais e os desinformados dirão que isso é um delírio, mas esta é exactamente a essência do discurso ambientalista - que, na verdade, não passa de uma actualização mal disfarçada do velho malthusianismo. É por isso que é tão importante a desmistificação deste cenário catastrofista sobre as alterações climáticas, desmistificação que já está em marcha, embora ela não vá produzir efeitos de um momento para o outro. Assim sendo, só posso saudar iniciativas como a do Mídia@Mais em proporcionar este fórum de discussões sobre um tema de tamanha relevância para a actualidade.” Luiz Carlos Molion:Um ponto que não foi abordado e que é crucial para as próximas gerações é o facto de estas teses dogmáticas, como a destruição da camada de ozono ou o aquecimento global provocados pelo homem, já estarem nos livros do ensino básico [e em Portugal, os do ensino secundário também, pasme-se, os de Ciências incluídos]. O Ministério da Educação não fiscaliza, na realidade permite, que tais assuntos venham a fazer parte do conteúdo dos livros de Ciências. A maioria dos professores, por sua vez, não tem conhecimentos suficientes para criticar o conteúdo relativo a estas matérias e simplesmente repetem o que foi colocado nos manuais pelos autores. Crianças do 4º e 5º anos [em Portugal, todos os alunos até ao 12.º ano] estão a ter uma visão completamente distorcida da realidade e passam por uma verdadeira lavagem cerebral em pleno século XXI, semelhante à imposta pela Inquisição na Idade Média. Esses livros de texto deveriam conter apenas factos científicos comprovados e não hipóteses sem nenhuma sustentação científica. A minha pergunta é qual será a credibilidade da Ciência e do Ensino, na área da Meteorologia e da Climatologia, quando, num futuro próximo, os então jovens, com 25 ou 30 anos de idade, perceberem que foram enganados, ludibriados? Sim, porque todos os indicadores climáticos apontam para um arrefecimento nos próximos 20 anos. E neste período não será difícil explicar porque é que o homem e sua emissão de dióxido de carbono não controlam o clima global. Mas manter-se-á difícil explicar a histeria da urgência climática que tomou conta do mundo no final do Sec. XX e início do Sec. XXI.” Ricardo Augusto Felício: “Acredito que estamos a observar e a vivenciar uma nova fronteira, uma zona cinzenta que nos remete para os mais profundos abismos de uma nova era das trevas, fruto de um forçado retrocesso tecnológico, económico e social. Cientistas sérios sofrem pressões políticas que querem criar uma nova sociedade e uma nova cultura de quotidiano. Estas imposições aplicam-se às pessoas que já vivem no século XXI (como costumo dizer, as que comem, vestem-se e dormem numa casa). Ao mesmo tempo, forçará as pessoas que ainda vivem na ‘Idade Média’ (sem acesso a energia barata), ou algumas na ‘Idade da Pedra’, a ficarem naquele tipo de vida, e são cerca de 80% da população do mundo. Por outras palavras, a pseudociência, as ONG e os políticos estão a condenar a Humanidade a um esquema corrupto e injusto de escravidão e de pobreza eterna. Consolidar dispositivos como aquele em que quotas de emissões de gases se transformam em títulos negociáveis no ‘mercado da fumaça’, mostram bem o carácter destes grupos. No caso do Brasil, vejo uma enorme falta de patriotismo desta gente. Eles estão a vender o nosso país e o futuro do nosso povo sem nenhum embaraço e ninguém entende ou ninguém parece disponível para fazer algo. Pelo contrário, eles trabalham com a maior eficiência para o Establishment, sem nenhum pudor. E o que mais assusta é ver que o brasileiro acha isso óptimo, pois vai ajudar a ‘causa’. Vai ‘salvar’ o planeta! Só não sabem que quem precisa de ser salvo somos nós mesmos. Não esperemos que seja o planeta a preocupar-se connosco. Nestes termos, e muito em breve, nós iremos perder a soberania nacional sobre a Amazónia e toda a sua gama de recursos naturais em função da discussão das ‘queimadas’ e pela ‘causa ambiental’. Já que o Brasil não consegue tratar desse problema, a ONU vai tratar! Nos Estados Unidos já foram publicados livros com a Amazónia (brasileira) descrita como ‘território internacional’. E o que mais assusta é que nós brasileiros vamos acabar por concordar com isto.”

domingo, 29 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (10)

Segue-se uma pergunta (diferente) a cada um dos entrevistados (também por ordem alfabética)... M@M pergunta à Daniela de Souza Onça: “As suas actividades académicas e profissionais, permitem-lhe o contacto directo com jovens que ainda aspiram ao ingresso nas universidades brasileiras. Desse contacto, é-lhe possível fazer uma avaliação da qualidade da informação, sobre o clima, que circula entre esses jovens?” “A informação que eles trazem para a sala de aula é 100% proveniente da comunicação social, com a sua costumeira superficialidade, alarmismo e polarização. No entanto, noto entre eles algo ainda mais perigoso: todos eles sabem que estão encarregados de ‘salvar o planeta’ mas, curiosamente, um número considerável não sabe quem é o Al Gore ou o que é o IPCC. A informação deles é extremamente difusa, como se neles tivesse sedimentado um novo senso comum, que nem sequer precisa de ser discutido ou receber mais informações, mesmo as provenientes dos alarmistas. ‘O planeta estar a aquecer devido às emissões humanas de dióxido de carbono’ é algo, para eles, tão óbvio como ‘o céu ser azul’ ou ‘a água molhar’. Mas, por incrível que pareça, um número não desprezível deles (talvez uns 20%) fica muito satisfeito com as aulas em que desmascaro a farsa, usando conceitos bastante rudimentares de Geografia, Física e Química, e tranquilizam-se quando percebem que o mundo não vai acabar e que deixam de constituir mais uma massa amorfa, útil à manobra de políticos e empresários! Por isso, ainda tenho esperança que um pouco mais de esclarecimento às pessoas possa retardar ou mesmo evitar os projectos ilegítimos agora em curso.” M@M pergunta ao Geraldo Luís Lino: “No seu livro ‘A fraude do aquecimento global’ há uma breve, mas muito interessante, referência à ‘ciência da noosfera’. Seria possível explicar isto?" “O conceito de ‘noosfera’, ou esfera da razão, foi desenvolvido a partir da década de 1920, pelo grande cientista russo Vladimir Vernadski, iniciador da Biogeoquímica como disciplina científica voltada para o entendimento dos fluxos energéticos, os ciclos dos elementos químicos e as transformações que ocorrem nas interacções entre os seres vivos e o meio físico. Para ele, partindo do conceito da biosfera, a esfera da vida, a ‘noosfera’ representa o estado mais avançado do processo evolutivo, com o qual a humanidade passa a actuar como uma ‘nova força geológica’ na transformação do meio físico-biológico no qual se insere. Vale a pena sublinhar que estas transformações são vistas como consequências naturais da presença humana no planeta, em vez de intervenções eminentemente deletérias, como propõem os adeptos de uma visão idílica da natureza e do ambiente. Infelizmente, o trabalho de Vernadski sofreu grandes limitações políticas durante o regime soviético e, mesmo depois do fim da URSS, ainda é pouco conhecido fora da Rússia e da Ucrânia, sobretudo, pela escassez de traduções para as línguas ocidentais. Nem em inglês existem muitos trabalhos dele publicados e, em português não há nenhum. Mas, aos poucos, este cientista começa a receber a importância que lhe é devida. A expressão ‘ciência da noosfera’ tem sido proposta para qualificar a actualização e o desenvolvimento das linhas de estudos propostas por Vernadski para identificar e quantificar as interacções entre a humanidade civilizada e o meio em que vive. Pela minha parte, estou convencido que se trata do caminho certo para que, futuramente, possamos tratar essas interacções de uma forma verdadeiramente científica, em lugar da orientação eminentemente ideológica que prevalece hoje. Por isso, também espero ver brevemente edições dele, em português.” M@M pergunta ao Luiz Carlos Molion: “Na sua longa e notável carreira, houve certamente oportunidade de observar o comportamento de, pelo menos, duas gerações de cientistas brasileiros. Houve alguma melhoria na qualidade dos nossos cientistas ou, pelo contrário, houve um decréscimo na qualidade intelectual geral ou mesmo da qualidade moral desses cientistas?” “Há 40 anos que me dedico aos estudos do clima. Ao longo destes anos, lutámos para dotar o Brasil das condições que tem hoje e que o colocam em destaque na área da Meteorologia e da Climatologia, ao mesmo nível dos países desenvolvidos. Procuramos transmitir aos nossos seguidores, através das nossas aulas e palestras, a integridade e a ética científicas e a autenticidade e veracidade na publicação dos resultados científicos obtidos, deixando clara a metodologia para que tais resultados possam ser replicados. Sim, houve, sem dúvida, grande progresso nesta área da Ciência e na qualidade intelectual dos nossos profissionais, em relativamente pouco tempo! Porém, tal como noutros países, em particular a Inglaterra e os EUA, agora em foco no caso do AGA, existem cientistas brasileiros que procuram aproveitar-se da situação em benefício próprio, relegando para segundo plano os princípios básicos que regem a Ciência e o comportamento dos cientistas na comunidade e na sociedade.” M@M pergunta ao Ricardo Augusto Felício: “Desde o início das actividades do M@M que nos preocupamos com o tema geral do ambientalismo e para isso, através de traduções e de artigos dos nossos colunistas, recorremos a fontes estrangeiras, nomeadamente americanas, australianas e britânicas. Foi muito grata a nossa surpresa ao verificar a existência de grupos como o ‘FakeClimate’. Quais são as perspectivas e planos deste grupo de pesquisadores e cientistas brasileiros no âmbito académico, especificamente na climatologia?” “A ideia do ‘FakeClimate’ era justamente unificar a visão de todos os cientistas brasileiros, das mais variadas áreas, que se sentiam incomodados com a falácia do AGA e com os seus desenvolvimentos. Desta maneira, um pequeno grupo de pesquisadores de Meteorologia, Geografia e Climatologia (aqui incluídas tanto a visão da Meteorologia como a da Climatologia Geográfica) juntaram-se para coleccionar artigos nacionais e internacionais, além de escrever e publicar artigos na nossa língua. Uma vez estabelecido, o grupo foi crescendo, com participação de engenheiros ambientais, professores, oceanógrafos, ambientalistas (ou seja, aqueles que, de facto, entendem as relações escalares). Vale a pena destacar que o grupo não recebe financiamento de nenhuma instituição, pública ou privada. Mantemos contacto efectivo com diversos pesquisadores internacionais, trocando com eles informações, literatura e trabalhos. Não temos ideologias políticas ou religiosas e não servimos a ninguém. Os trabalhos são realizados à custa de grande esforço, com recursos tirados da venda da nossa força de trabalho individual. A muito custo, conseguimos publicá-los em revistas, jornais e eventos científicos (mas muitas vezes são simplesmente recusados, com o argumento de não serem científicos!). Enquanto os pseudocientistas recebem somas fabulosas de dinheiro para ‘comprovar’ a existência do ‘aquecimento global’ de origem antropogénica através dos seus modelos climáticos irreais, nós, para juntar R$270,00 para manter a nossa página na Internet por mais dois anos no ar tivemos que fazer uma vaquinha entre os voluntários do grupo. Por outras palavras, com muita massa cinzenta e quase nenhuns recursos, escrevemos trabalhos de pesquisa sérios e eficientes na área de Climatologia Geográfica e de outras ciências afins, bem como mantemos publicados os artigos dos pesquisadores cépticos do Brasil e do exterior, sem nenhum ónus para estes. Temos diversos planos de pesquisa já em andamento e outros ainda em fase de preparação. Alguns vão ter de ficar na gaveta por falta de recursos financeiros para a compra de material de pesquisa. Mas parece-me importante deixar bem claro, para os leitores desta entrevista, que não há evidência nenhuma de que os gases com ‘efeito de estufa’ produzidos pelos humanos façam a temperatura do planeta subir! Os alarmistas sabem disso e por isso vão inventando disparates para dizer que essas evidências existem. Imagens de frentes de glaciares a desabar, mortes de ursos polares, descoloração de uma ou outra barreira de coral e falso alagamento de ilhas do Pacífico não são evidências de ‘aquecimento global’, muito menos de eles serem causados por actividades humanas. Se fosse assim, não continuariam a gastar bilhões de dólares nas ilhotas do Dubai! Além disso, é lastimável ver qualquer evento meteorológico extremo propagandeado como evidência de que o AGA existe. Eventos meteorológicos extremos sempre existiram e fazem parte dos ciclos de variabilidade natural do clima. O que acontece actualmente é que aprendemos a monitorizá-los. A meu ver, e de um modo geral, a Ciência acabou. Tornei-me céptico diante de tudo o que vejo, leio e ouço. Cada vez que vejo investigadores fortemente comprometidos com interesses comerciais e políticos, não vejo como é possível acreditar nos seus resultados. Esta patifaria é, obviamente, propositada. Quando as populações do mundo acordarem para o facto de que a ‘ciência’ tem manipulado tanta coisa em benefício de alguns grupos, elas nunca mais acreditarão nos seus resultados e o desfecho disto é que cairemos numa nova idade das trevas. Desde os anos noventa que se nota uma corrida desenfreada rumo à mais completa irracionalidade. Penso que devemos tentar salvar as ilhas de Ciência que ainda restam. Para concluir, desafiamos os alarmistas (internacionais e nacionais) como o Carlos Nobre, por exemplo a demonstrarem a existência do AGA sem o uso dos seus modelos computorizados viciados. Ficará evidenciada a falácia, pois o AGA só existir no mundo da fantasia dos modelos climáticos que criaram para o comprovar! Estes modelos estão astronomicamente errados e só servem para tentar manter uma parte da ciência meteorológica ainda viva: a dos modelos computorizados. Esta ciência tem-se mostrado ineficiente e pouco evoluiu. Há 40 anos ela prognosticava o tempo com razoável certeza de dois dias, hoje faz-se mais ou menos o mesmo para sete dias, mas só se acerta se nenhum factor, não previsto nos modelos, não interferir nos processos. Como é possível prevermos com estes modelos o clima daqui a 100 anos? Só pode ser piada construímos uma nova sociedade em cima de resultados de modelos computorizados aldrabados e que nada representam."
Apache, Maio de 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (9)

M@M: “O receio de ir contra a maré do Aquecimento Global Antropogénico tem feito com que cientistas brasileiros cépticos se contenham nas acções para não perderem financiamentos? A ética científica tem sido abalada por este tema, em particular?” Daniela de Souza Onça: "O mundo da ciência, ao contrário do que o público possa pensar, não é composto por homens cujo único interesse é trabalhar pelo progresso do conhecimento e da humanidade. É um mundo passível de corrupção e contaminado por interesses, tanto como qualquer outro. Os cépticos praticamente não recebem financiamentos nem no Brasil nem no resto mundo, ao contrário dos vultosos investimentos nas pesquisas dos alarmistas, não só climatologistas, mas também as chamadas ‘áreas afins’ e até outras não tão afins como isso. Eles só têm a ganhar, não apenas em relação aos financiamentos, mas também pelo prestígio dentro das universidades. O que farão as gerações de jovens que, enveredando pelo mundo das ‘ciências do ambiente’ nos próximos vinte anos, na ânsia de desbravarem um continente inexplorado e repleto de possibilidades, perceberem que esse novo mundo é apenas um castelo de cartas? A causa do aquecimento global deve prosseguir; mesmo que o mundo arrefeça consideravelmente, mesmo depois de demonstrada publicamente a irrelevância da interferência humana, mesmo depois das medidas de redução das emissões revelarem os lucros exorbitantes de certas empresas e a miséria galopante de milhões de seres humanos; a causa deve prosseguir. Manipulemos os dados, escondamos os reais elementos climáticos e façamos muita propaganda favorável às empresas comprometidas - caso contrário, uma imensa quantidade de ‘pesquisas’ e de recursos nelas investidos ter-se-á revelado em vão. Na climatologia de hoje os cépticos representam a ala da ética científica. Como não recebemos financiamentos e fazemos as pesquisas com dinheiro dos nossos bolsos, estamos no ramo não por interesses pessoais, mas porque acreditamos que a climatologia ainda pode ser salva desta gentinha. Pode parecer utópico, mas eu não penso em desistir.” Geraldo Luís Lino: “Para começar a responder, quero propor que deixemos de vez de utilizar a palavra ‘cépticos’ para qualificar os cientistas que se opõem ao alarmismo climático. Embora nem todos tenham consciência disso, esta é uma das grandes distorções nesta discussão, pois o cepticismo permanente é uma condição fundamental para a actividade científica, na qual não existem verdades acabadas e permanentes. O cientista que não for permanentemente céptico não pode ser considerado um verdadeiro cientista. É verdade que muitos cientistas críticos do ‘alarmismo’ se retraem de vir a público discutir o assunto, para não terem problemas com os patrocinadores das pesquisas. A publicação de artigos em periódicos científicos com ataques pessoais, a depreciação pela comunicação social, são práticas que os ‘alarmistas’ não costumam ter o menor pejo em aplicar, como, aliás, ficou comprovado com os e-mails do ‘Climategate’. Mas, como eu sou um optimista inveterado, creio que, num futuro não muito remoto, esta histeria sobre o aquecimento global será considerada como um exemplo das distorções da actividade científica e da submissão da ciência à ideologia e à política, como aconteceu na URSS das décadas de 1930 a 1960, com o mencionado ’Caso Lysenko’, cujas consequências para a ciência e para a sociedade soviéticas foram trágicas. O aquecimento global antropogénico é uma reedição à escala planetária das fraudes perpetradas por Lysenko e pelos seus pares, politicamente motivados e intimidados. No Brasil, como eu não acompanho de perto a produção científica nesta área, prefiro deixar essa parte da resposta aos outros entrevistados.” Luiz Carlos Molion: “No Brasil, em particular, os defensores mais activos do AGA são a maioria esmagadora, aceitando as teses dogmáticas do IPCC e desta nova ordem global. Por sua vez, o Governo Federal segue o que é imposto pelo grupo de países dominantes, sem questionar, e isso facilita o trabalho dos defensores do AGA. O Ministério da Ciência e Tecnologia, via Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico & Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projectos (FINEP), bem como outros organismos de fomento do desenvolvimento científico, como as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAP) estaduais, seguem a filosofia governamental no que toca ao financiamento de pesquisas, de tal modo que os cientistas discordantes do AGA são marginalizados. Muitos, como eu, são criticados, com o objectivo específico de serem desqualificados, desprestigiados e terem sua imagem denegrida perante a opinião pública. Assim, muitos investigadores calam-se. Infelizmente, ética científica é algo que falta à comunidade científica brasileira que se dedica ao estudo do clima.” Ricardo Augusto Felício: “Será que ainda há ética na Ciência? Se os cientistas das academias são pagos pelo que produzem, ou seja, ganham pelo número de pesquisas e trabalhos que publicam, preferencialmente em revistas no exterior, indago se ainda temos um sistema científico eficiente ou apenas uma indústria de currículos? Quanto aos financiamentos, ficou, para mim, claro que pesquisadores que vão contra a ‘filosofia’ do aquecimento são cartas fora do baralho. Os cientistas cépticos de verdade preferem ser éticos e independentes, em vez de se venderem ao programa estabelecido pelas agências de fomento. É evidente que uma agência é parcial, como a FAPESP, quando ela relata nas suas publicações os efeitos das ‘alterações climáticas’ e das emissões de ‘gases com efeito de estufa’, bem como as pesquisas que os ‘comprovam’ e as tecnologias que ‘resolverão o ‘problema’. No meu caso, nem perco tempo a escrever e enviar pedidos de bolsa. Lá não existe Ciência climática, existe sim uma empreitada para legitimar a ‘causa’. Assim, prefiro ser uma carta fora do baralho, em vez de contribuir para construir uma ‘ciência’ baseada num castelo de cartas.” M@M: “Há algum estudo a respeito da alteração do perfil da produção científica brasileira na área do clima devido à avalanche de financiamentos para ‘comprovar’ o AGA?” Daniela de Souza Onça: “No capítulo 1 do quarto relatório do IPCC, afirma-se que a produção científica, em matéria de alterações climáticas, cresceu quase exponencialmente de 1951 a 1997, duplicando a cada 11 anos; e que 95% de toda a literatura sobre alterações climáticas desde 1834 foi publicada após 1951. Parece-me pouco provável que este crescimento não esteja relacionado com os vultosos financiamentos para a pesquisa climática. Sobre o Brasil, não conheço nenhum estudo específico, até porque o Brasil não é um país de grande tradição em ciências da natureza de uma maneira geral, mas provavelmente ocorreu um crescimento notável.” Geraldo Luís Lino: “Pelo mesmo motivo exposto na questão anterior, prefiro deixar a resposta aos demais.” Luiz Carlos Molion: “Não há nenhum estudo que seja de conhecimento público. Mas, torna-se claro, ao analisar as publicações, que a maioria dos artigos científicos, aceites para publicação, directa ou indirectamente, apoiam a hipótese do AGA. A maioria desses estudos traz resultados de modelos computorizados numéricos que, como disse, são inúteis e não se prestam ao planeamento das actividades humanas. Por outro lado, estudos que procuram mostrar a variabilidade natural do clima tendem a ter a sua publicação dificultada ou mesmo rejeitada. Um ponto importante é que o financiamento de projectos na área do clima e em áreas correlacionadas, como agricultura, recursos hídricos ou meio ambiente, tem sido amplo, bastando mencionar, no objectivo do projecto, uma possível relação com o clima futuro, modificado por acção humana.” Ricardo Augusto Felício: “A própria FAPESP ‘orgulha-se’ de demonstrar os seus financiamentos a tais empreitadas desde a ‘destruição da camada de ozono pelos CFC’. Basta pegar no catálogo de publicações e verificar o número de pesquisas e a quantidade de dinheiro público que foi gasto para ‘provar’ mentiras científicas. É importante sublinhar que mesmo que estas pesquisas focassem o estudo em processos naturais, na conclusão, a culpa era sempre da acção antropogénica. Isto é lamentável!”
Apache, Maio de 2011

terça-feira, 24 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (8)

M@M: “Administrar as catástrofes mostrou-se sempre uma fórmula muito útil para se remodelar as sociedades. Já não se fala daquilo que ‘ontem’ poderia dizimar a humanidade, a Gripe A (ex-suína). Sabe-se que muitas vacinas foram vendidas e descobriu-se agora que para muitos casos ela era totalmente ineficaz. Não seria caso para se responsabilizarem as autoridades que impõem por força da lei mudanças drásticas de atitude da sociedade por ameaças que se comprovam serem fraudulentas ou mesmo inexistentes?” Daniela de Souza Onça: “Sim, essas ‘autoridades’ deveriam ser responsabilizadas. Mas acredito que uma boa parcela dessa culpa deve recair sobre a comunidade científica e sobre o público, pois é este quem vota em políticos que anunciam nas suas campanhas que vão ‘salvar o planeta’, combater o ‘aquecimento global’, etc.. A justificação de que o público não percebe do assunto e não pode julgar as questões climáticas, embora parcialmente correcta, não resolve o problema: quando o público está desencantado com a política, é muito comum ouvi-lo dizer ‘vou votar num qualquer, pois um voto não faz diferença’, demonstrando o seu sentimento de impotência. Mas na questão climática é diferente: o cidadão comum acredita poder controlar o clima ao rodar a chave da ignição do seu carro! Acha que não consegue mudar a política da sua cidade, mas consegue controlar os fluxos de matéria e energia da atmosfera do planeta! O público gosta de catástrofes, daí o desejo delas por parte da comunicação social; ele sente-se ‘todo-poderoso’ ao saber que, mesmo na sua insignificância, quando nada mais na sua vida está sob o seu controlo, o clima do planeta está nas suas mãos. Como o público possui esta crença, tudo o que as ‘autoridades’ precisam de fazer é estimulá-la. Não há uma imposição por parte dos políticos ou das empresas: eles estão simplesmente a insistir freneticamente no que o público (em geral) deseja.” Geraldo Luís Lino: “Para quem está interessado em emergências globais, não há qualquer escassez delas. Por exemplo, a falta de saneamento básico afecta quase metade da população mundial e influencia directamente 2,3 milhões de mortes de crianças por ano, nos países subdesenvolvidos - isto significa uma morte a cada 14 segundos. A falta de acesso à energia moderna afecta 1,5 mil milhões de pessoas, principalmente na Ásia e na África, que são obrigadas a recorrer aos combustíveis mais primitivos conhecidos, o esterco e a lenha, para as necessidades mais básicas, como cozinhar. Estas são emergências reais e imediatas, que não existem apenas em modelos matemáticos que correm em computadores colocados em salas com ar condicionado, mas raramente se vêem os ambientalistas a fazer campanhas sobre esses temas, principalmente os dos países desenvolvidos. Ou seja, além de uma percepção bastante equivocada sobre as reais prioridades das discussões, há também uma grande dose de hipocrisia por parte dos que pregam a necessidade de controlo sobre os combustíveis fósseis. Mas o problema é que a mudança deste paradigma só será possível com uma "massa crítica" de consciencialização da opinião pública em geral, e é neste processo que temos de investir, com a multiplicação de iniciativas de esclarecimento, como nós temos feito.” Luiz Carlos Molion: “Certamente! Assim como há tribunais, como o de Haia, que julgam crimes de guerra e genocídios, deveria haver um tribunal que condenasse governantes que, movidos pelos interesses de grandes grupos económicos, prejudicassem os povos de outras nações directa ou indirectamente. Porém, a grande questão é quem estaria na liderança de tal organização?” Ricardo Augusto Felício: “Sim, as administrações deveriam ser responsabilizadas e punidas. Adoptar políticas públicas e mudar leis baseados exclusivamente no princípio da precaução são atitudes alarmantes! Eles querem mudar todo o quotidiano das pessoas, principalmente das que vivem nas cidades, baseados numa mentira. Eles querem remodelar as sociedades utilizando os três grandes medos da humanidade: o futuro, a mudança e a morte. A falsa gripe suína é um caso típico de falácia que usa estas falsas premissas. Entendo que ela foi utilizada como um teste. O primeiro, à escala planetária, antes, tinha sido a falácia dos CFC e da ‘camada de ozono’. No caso da gripe, a implementação foi mais rápida. Tratava-se de um surto de uma gripe comum (se é que houve um surto) cuja gravidade e difusão foram amplificadas por um plano mediático para ver se haveria uma resposta da população. Uma vez dado o alarme, qualquer pessoa que ‘apanhasse’ uma gripe corria para os hospitais. Desta maneira, aumentava-se o número de casos. Se não fosse pelo alarmismo da comunicação social, as pessoas ficavam em casa, tomavam uns chás, umas vitaminas e uns antigripais e passados dois ou três dias estavam de volta às suas tarefas. Com a propaganda doentia, as pessoas corriam para os médicos e tomavam aqueles remédios. Das muitas pessoas com quem conversei, fui informado de que algumas quase morreram, nas pela doença mas pelos efeitos secundários dos antivirais. Este facto deveria ter sido investigado, mas não foi. De qualquer maneira, a gripe teve diversos efeitos colaterais mundiais, em diferentes escalas: em certos países, planos e leis foram postos em prática pela calada da noite, além de terem sido impostas mudanças no quotidiano das pessoas, nos seus hábitos, calendários, obrigações, etc.”
Apache, Maio de 2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (7)

M@M: “Se por um lado os países pobres, ou em vias de desenvolvimento, serão os mais afectados pelos eventuais acordos e compromissos firmados na sequência da COP-15, há também uma forte reacção de considerável parcela das sociedades ricas, que já são penalizadas com a forte taxação, cuja raiz está na ideia de reduzir as emissões de CO2. Dito isto, não lhes parece que, em vez de um conflito entre países ricos e pobres, na verdade o que há é uma manipulação por parte de grupos com sede em países ricos, abarcando interesses ideológicos, políticos e financeiros, no sentido de estabelecer uma gigantesca burocracia supranacional, com poder de polícia supranacional, utilizando a face ‘humana’ da ONU para legitimar este engodo? Lembramos que no Brasil há indivíduos e grupos intimamente ligados a este conluio, como o governo Federal (PT), o governo de São Paulo (PSDB) e a prefeitura da cidade de São Paulo (DEM), todos parecem estar em disputa para mostrar quem é (ou parece ser) o mais ‘verde’.” Daniela de Souza Onça: “De facto, o que vemos não é um conflito entre países ricos e pobres, nem mesmo conflitos políticos ou económicos. Todos os grupos envolvidos - governos, ‘cientistas’ e empresas - estão unidos num mesmo interesse, incrementar a exploração das sociedades humanas, ricas ou pobres, é-lhes indiferente, mas estas últimas são mais fáceis de manipular.” Geraldo Luís Lino: “Não é só no Brasil que os políticos se agarram às causas ambientais por interesses eleitorais; isso acontece em inúmeros países. Mas o que é menos evidente é que, mesmo dentro dos grupos dirigentes dos países que criaram e têm ‘alimentado’ o movimento ambientalista, existem muitos interesses contraditórios. Por exemplo, nos EUA, a reacção ao Protocolo de Quioto, à agenda de Copenhaga e a qualquer arranjo institucional que implique limitações ao uso de combustíveis fósseis é muito grande. É bom lembrar que 80% da energia primária gerada por lá vêm do carvão, do petróleo e do gás natural. Por isso, apesar dos compromissos eleitorais do presidente Barack Obama, dificilmente o Congresso irá aprovar qualquer medida nesse sentido, mesmo sendo os EUA o país que mais promove o ‘alarmismo climático’, com verbas governamentais e privadas para pesquisas destinadas a provar a influência humana no clima, grupos de interesses de todo o género, peso da comunicação social, etc.” Luiz Carlos Molion: "Pode ser visto por essa óptica, já que não há quaisquer evidências científicas de que o homem interfira no clima global. Grupos económicos poderosos controlam governos, ou governantes, que, por sua vez, controlam a ordem mundial através de organismos, como a ONU. A destruição da camada de ozono, acima citada, pode ser considerada um exemplo clássico desta manipulação global. Como a matriz energética global está baseada no consumo de combustíveis fósseis, ‘descarbonizar’, ou reduzir emissões, significa ‘gerar menos energia eléctrica’, que é fundamental para o crescimento económico e o bem-estar social de qualquer país. Ou seja, essa nova ordem global tenciona condenar a maior parte da população mundial à miséria e a grandes desigualdades sociais, possivelmente uma nova roupagem da velha teoria malthusiana, travestida de uma ‘preocupação com o meio ambiente’, um ‘eco-malthusianismo’. Países desenvolvidos, especialmente os do G7, são países sem recursos naturais e energéticos, por isso, dependem dos países menos desenvolvidos. O Brasil, por exemplo, sempre foi um fornecedor mundial de matérias-primas, como grãos alimentícios e minérios. Por exemplo, vale a pena lembrar que o alumínio, enviado em lingotes purificados, é essencialmente energia eléctrica exportada, já que o seu processamento industrial (por electrólise) consome grande quantidade dessa energia, além da energia necessária à extracção do bauxite. E a UHE Tucuruí foi construída para esse propósito e não para atender à população dos estados do norte do país, nos quais muitas pequenas vilas ainda não dispõem de electricidade. Os países do G7 têm dominado o mundo através de mecanismos económico-financeiros, como o Banco Mundial, o FMI, a OMC, as barreiras alfandegárias, etc. e agora estão a perder a sua hegemonia. Houve necessidade de se criar uma estratégia que impedisse que países emergentes, como o Brasil, a China ou a Índia, passem a exercer o controlo em igualdade de condições e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo de matérias-primas para satisfazer as necessidades das suas sociedades de alto consumo. E essa estratégia resultou na adopção da ideia das ‘alterações climáticas’ provocadas pelo homem, com os seus impactos irreversíveis, seguindo a mesma receita da ‘destruição da camada de ozono’, agora amplificada por uma propaganda bem organizada, por meio de uma comunicação social globalizada, sedenta de catástrofes surreais.” M@M: “Prof. Molion, no caso dos Estados Unidos, o principal país do G7, e falando especificamente de petróleo, essa sua afirmação colide com aqueles que afirmam haver enormes reservas petrolíferas na chamada ANWR (Arctic National Wildlife Refuge), cuja exploração foi limitada a 0.01% da área da reserva ambiental por pressão de grupos ambientalistas e dos seus financiadores. Ainda em 2001, estudos do U.S. Geological Survey (USGS) estimavam que a prospecção na região do ANWR poderia resultar na viabilização económica de uma reserva de 16 biliões de barris, uma quantidade mais ou menos equivalente a 30 anos de importações americanas de petróleo da Arábia Saudita. O intenso debate inicial sobre a exploração desta reserva parece ter desaparecido sob uma imensa pressão política, isto aquando do governo do republicano George W. Bush. Em 2006, foram anunciadas ‘descobertas’ de outras reservas igualmente gigantescas, na região do Golfo do México, em profundidades similares às do tão falado pré-sal brasileiro. Por via disso e da posição oficial do actual governo americano quanto às emissões de CO2, ou seja, implicitamente quanto ao uso de petróleo, as necessidades e soluções energéticas para a nação americana parecem bem diferentes e contrárias aos interesses de grupos apenas nominalmente americanos, mas vinculados a interesses globais. Enquanto isto, o consumidor (e pagador de impostos) americano é transformado de vítima em vilão, carregando o fardo da ‘ecoculpa’. O padrão de consumo da sociedade americana não tem paralelo no mundo; ainda assim, parece-nos muito estranha esta aparente opção pela dependência de fontes de energia no exterior. Entra em cena a dicotomia entre aquilo que alguns consideram ser o verdadeiro interesse nacional americano e os interesses de grupos apenas com sede nos Estados Unidos. Qual é a sua opinião a respeito deste conflito, ou deste jogo de luz e sombras?” Luiz Carlos Molion: “A minha afirmação ‘países sem recursos naturais e energéticos...’ é uma afirmação mais geral, que envolve não especificamente os EUA, mas os outros países do G7, a Inglaterra, a França, o Japão, a Alemanha e a Itália. Talvez fosse mais correcto dizer: ‘... países sem recursos naturais e energéticos, em geral’. Concordo com a ideia de uma dicotomia americana face ao seu alto padrão de consumo. Concordo, também, que possam existir grandes reservas de petróleo no ANWR e que ainda não foram exploradas por pressões dos ambientalistas. Entretanto, existem factos estranhos como, por exemplo, a tomada do Iraque pelos americanos e a grande pressão e ameaças constantes que exercem sobre o Irão, também detentor de grandes reservas petrolíferas. Na época de Saddam Hussein, o Iraque tinha uma produção de 6 milhões de barris por dia. Após a tomada do país pelos americanos, o Iraque passou a produzir cerca de 2 milhões de barris e os EUA controlam totalmente a produção do país. E os preços aumentaram! Assim, parece que há um domínio por parte das companhias produtoras que superam o discurso do governo americano. Na realidade, sabemos que, mesmo em países que se dizem ‘democráticos’, a escolha dos dirigentes é manipulada e dá-se de forma a beneficiar os grandes grupos económicos. Veja o caso de Obama, que tinha um discurso contra a guerra e, ao ser eleito, enviou mais 30 mil soldados para o Afeganistão, afirmando que ‘a guerra é necessária para manter a paz’. Isto beneficiou a indústria bélica americana, ao mesmo tempo que condenou o povo ao pagamento de impostos mais altos. Uma outra hipótese será a dos EUA estarem a ‘guardar as suas reservas’ do ANWR para a eventualidade de o petróleo ser ‘de origem fóssil’ e um dia poder escassear. Se, porém, o petróleo for de origem inorgânica, como defendem os russos N.A. Kudryavtsev e E.B. Chekaliuk, e os poços se recarregarem num período de tempo relativamente curto, a situação pode mudar. Mas, ainda assim, os países produtores serão sempre os que estão próximos das falhas geológicas e das bordas de placas tectónicas. Em resumo, o assunto parece ser complexo e provavelmente não temos todas as informações necessárias para tirar conclusões convincentes. Mas, aposto muito na história e no tempo para elucidar os fatos...” Ricardo Augusto Felício: "Sim, de facto, não só apoio essa afirmação, como já temos elementos suficientes que demonstram que isto já é uma tese. Os governos e fundações do ‘Establishment’ oligárquico internacional detêm esse poder e estão a articular tudo para chegarem a esse controlo internacional. O importante é ressaltar que tudo é baseado em falácias. Não existe nenhum problema internacional, além dos clássicos: a fome, a pobreza, a falta de cuidados de saúde e a falta de educação, os quais, com o desenvolvimento actual, já poderiam ter sido erradicados Não o fazem porque não querem, propositadamente, claro. E agora, as ONG ambientalistas ainda fazem campanha contra estes mesmos pobres e famintos, tentando impedir que eles tenham acesso a energia eléctrica barata. É impressionante o nível a que se chegou. Este poder internacional consegue atirar uns contra os outros. Podemos ver isto a todas as escalas, começando a nível internacional, onde se atiram os países ricos contra os pobres (sendo que os ricos sofrem das mesmas taxações absurdas). À escala local pudemos observar um pouco este plano com a inspecção de veiculos, implementada por políticos que servem a ‘causa’. O governo paulista atirou os mais ricos (com carros mais novos) contra os pobres (com carros mais velhos e sem dinheiro para os trocar). Desta maneira, desviou-se o foco da discussão para as camadas socioecónomicas, quando na verdade, o foco da discussão deveria ser a eficiência de tal empreitada e a quantidade de recursos financeiros que serão desviados dos cofres públicos, de maneira directa e indirecta, e passados a uma empresa particular. Já no próximo ano os ânimos serão apaziguados, pois todos terão que fazer a inútil inspecção. Não falam das quantidades de dinheiro que representam estas transferências do público para o privado. Quanto aos partidos políticos, observo as situações com cautela. Todos se pintam de verde, mas convém lembrar que esse verde é de dinheiro. Só discutem problemas de redução de emissões, de novas formas de economia e por aí adiante. Forçam a troca dos processos convencionais, pelos chamados ‘verdes’, a qualquer custo, não importa se prejudicam as pessoas. Observo, com grande preocupação, algumas candidaturas como a do presidente da Natura, que quer-se tornar candidato à vice-presidência da República do Brasil, ou Fábio Feldmann, destacado membro da Greenpeace internacional, que quer ser governador do estado de São Paulo.”
Apache, Maio de 2011

domingo, 22 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (6)

M@M: “Ao contrário de tantas outras hipóteses, teses ou teorias que geraram polémica ou o interesse do público (por exemplo, a Teoria da Relatividade de Einstein), a pseudoteoria do ‘aquecimento global antropogénico’, já modificada [quando as temperaturas começaram a baixar] para ‘alterações climáticas antropogénicas’, tem a característica peculiar de provocar intensas e profundas mudanças negativas na vida das pessoas comuns. Outras pseudoteorias com base ideológica, como, por exemplo, a fantasia da ‘raça superior’, ou a ‘ciência’ biológica de Lysenko, na antiga União Soviética, estavam, por assim dizer, justificadas no contexto de regimes totalitários. O que vemos agora é algo inusitado: um novo tipo de totalitarismo à escala planetária, que abarca desde países democráticos a regimes autocráticos, passando por quase todos os espectros tradicionais da divisão político-ideológica, tudo encoberto por um véu de falso debate e disseminação da ideia de um alegado consenso científico, que na realidade não existe, mas que, não obstante, provoca consensos políticos bastante reais e perigosos. Este é um fenómeno que nos parece único e absolutamente aterrador. Qual é a vossa opinião?” Daniela de Souza Onça: “Não creio que o que estamos a viver agora – um consenso falsificado e a aprovação de projectos políticos ilegítimos - seja algo inusitado ou único. A única coisa que difere o nosso contexto dos de Hitler ou Lysenko é que a imposição das ideologias não se faz, nas chamadas sociedades avançadas, tão marcadamente pela força das armas. Mas a manipulação mental é exactamente a mesma; a sociedade unidimensional, para usar os termos de Marcuse, é exactamente a mesma. Não, não vivemos em democracias, mas sim em regimes perfeitamente totalitários, o totalitarismo do consumo e das inversões de valores, e podemos até dizer que este é um regime mais totalitário do que o a Alemanha nazi ou o da União Soviética de Stalin, justamente por causa da sua aparência de democracia e liberdade, que o torna completamente imune à contestação e ao julgamento. Os benefícios reais trazidos pela sociedade ‘livre’, que formam a sua base de legitimação, são apregoados aos quatro ventos justamente para que não se perceba qual a verdadeira base deste sistema, a saber, a perversidade da valorização privada do capital e a socialização dos seus efeitos adversos, tudo isto coroado por cidadãos que acreditam que essa sociedade totalitária é democrática e segura e que querem ser enganados e explorados. É por isso que a pseudociência das mudanças climáticas não faz e não precisa fazer a menor questão de parecer democrática: porque nada nesta sociedade o é, efectivamente.” Geraldo Luís Lino: “O ambientalismo não é um fenómeno sociológico espontâneo, que surgiu de um processo de conscientização sobre os impactos causados pelas actividades humanas no meio ambiente. É uma ideologia, artificial como todas as outras (no sentido em que é desvinculada de um processo coerente de entendimento dos fenómenos universais), que foi criada deliberadamente por certos grupos integrantes das classes dirigentes de alguns países do Hemisfério Norte, principalmente os EUA e a Grã-Bretanha. Em linhas gerais, os objectivos desses grupos eram: 1.º transferir o controlo dos processos de desenvolvimento baseados na industrialização e em infra-estruturas modernas, das mãos dos governos nacionais para entidades supranacionais e não-governamentais, que são sempre mais fáceis de ser manipuladas e direccionadas para certos objectivos, do que os governos; 2.º abafar o "optimismo tecnológico" que era facilmente perceptível entre as populações em geral, nas primeiras décadas do pós-guerra, com a reconstrução económica, os impulsos de industrialização do Terceiro Mundo, a ‘Revolução Verde’ das culturas de alto rendimento, as perspectivas da exploração pacífica da energia nuclear, a corrida espacial entre os EUA e a URSS, os avanços da medicina, das telecomunicações etc.; 3.º reduzir o crescimento populacional; e 4.º controlar os recursos naturais. Tudo isso está abundantemente documentado, não é teoria da conspiração. Antes de publicarmos o ‘Fraude’, eu e meus colegas do Movimento de Solidariedade Ibero-americana publicamos três livros sobre este processo, ‘Máfia Verde’ (em 2001),’"Máfia Verde 2’ (em 2005) e ‘Uma demão de verde’ (em 2007). Este último foi escrito pela jornalista canadiana Elaine Dewar e é a melhor investigação jornalística já feita sobre os bastidores do ambientalismo internacional, um livro que se lê como uma história de detectives real. Tem dois capítulos inteiros dedicados ao homem que é a própria encarnação do ‘alarmismo climático’, o magnata canadiano Maurice Strong, um dos maiores promotores do ‘aquecimento global antropogénico’ e da necessidade de controlo das emissões de carbono, desde a Conferência de Estocolmo, em 1972, passando pela Rio-92, o Protocolo de Quioto e toda a profusão de ‘COP’ organizadas pela ONU para institucionalizar o controlo dos combustíveis fósseis - que é o objectivo último deste processo. Aliás, nós fomos processados por uma ONG internacional, a WWF, por dizermos isto, e ganhámos em todas as instâncias dos tribunais, pois eles foram recorrendo das decisões do tribunal até chegarem até o Supremo, em Brasília. Nas três instâncias jurídicas, os magistrados reconheceram que as nossas afirmações e denúncias sobre o ambientalismo eram fundamentadas em informações do domínio público e não constituíam calúnias ou difamações, como acusavam os ambientalistas da WWF. Em síntese, nada disto tem a ver com ciência, mas sim com um gigantesco processo de manipulação social por interesses económicos e políticos poderosos, que está a ficar a cada dia mais evidente.” Luiz Carlos Molion: “O totalitarismo à escala planetária foi testado com outra catástrofe anterior, não mencionada na pergunta: a alegada destruição da camada de ozono pelos clorofluorcarbonetos (CFC), gases que eram utilizados em refrigeração. A ‘receita’ utilizada é a mesma que utilizam no AGA. Sabe-se que é a radiação ultravioleta (UV-C) que forma o ozono na estratosfera ao dissociar as moléculas de oxigénio que absorvem aquela radiação, impedindo-a de atingir a superfície da Terra. Quando o Sol está mais activo, produz-se mais UV-C e a camada de ozono fica mais densa, o contrário também é válido. O Sol tem (entre outros) um ciclo de cerca de 90 anos que atingiu seu máximo de actividade no início dos anos sessenta e, ao longo destes últimos 50 anos, a sua actividade vem decrescendo, produzindo menos UV-C e, consequentemente, diminuindo a concentração do ozono até atingir um mínimo nos próximos 20 anos, até o ano 2032 (sensivelmente). Este conhecimento científico foi usado para eliminar os CFC. Começou com reuniões científicas que alertavam (e alarmavam) para a destruição da camada de ozono, pelo homem. Foi criado o ‘Painel de Tendência do Ozono’ (sigla em inglês, OTP) e, após algumas reuniões, o Protocolo de Montreal que, em 1987, obrigou os países signatários a eliminar os CFC e a adoptar os substitutos, sob pena de sanções económicas severas, como a não-renovação da dívida externa, como foi o caso do Brasil. Quem ganhou com isto? Um oligopólio formado por cinco companhias multinacionais, com sedes no G7, que detinham a patente dos gases substitutos. Nunca foi observado ou cientificamente provado que uma só molécula de CFC (muito mais ‘pesada’ que as moléculas do ar) tenha chegado à altura da troposfera onde se forma o ozono (30-50 km). Foi um grande golpe, para a ciência, e serviu de precursor do AGA, que gerou bilhões de dólares para estas companhias que, relembre-se, pagam impostos sobre seus lucros nos seus países-sede (e não onde estão implementadas), uma verdadeira acção neocolonialista, de transferência de recursos de países pobres para os ricos. O crime dos CFC foi o de serem do domínio público e não já não pagarem direitos ‘de autor’ (‘royalties’). Complemente-se que o criador da hipótese da destruição da camada de ozono pelos CFC também assina o Sumário Executivo do 4º Relatório de Avaliação do IPCC, o Dr. Mario Molina (que ganhou o Prémio Nobel da Química com aquela aldrabice), juntamente com Prof. Phil D. Jones, director (agora afastado da CRU da Universidade de East Anglia. Climatologia é ciência, e não deve ser confundida com ambientalismo, que é uma ideologia. Actualmente, o movimento ambientalista parece ter-se afastado de seu objectivo principal, tendo transformado o seu discurso e as suas acções de conservação ambiental em instrumentos de manipulação de pessoas e instituições incautas.” Ricardo Augusto Felício: “Estamos à beira do caos. Não é um caos ambiental, muito menos climático. É o caos humano! Um caos planeado, que pretende impor um governo mundial, baseado na pseudociência, legitimada por esses mercenários que vendem os seus países e o bem-estar das pessoas que neles moram. Estamos a vivenciar uma transição para um governo dos mais autoritários que já foram impostos. A meta é o controlo total, partindo das fontes de energia, das fontes de água, das fontes de recursos naturais e alimentos e finalizando (talvez) no controle total do ser humano. A ‘coisa’ já começou e tem seus desdobramentos conforme o país ao qual se aplica. Nos países ricos, vemos o terrorismo como a principal fonte de medos. Nos países mais pobres, usam a fome e miséria causadas por ‘alterações climáticas’. De qualquer forma, todos convergem para a mesma solução: mais impostos e redução dos direitos civis, até ao controlo total. Em breve, no Brasil, teremos a adopção do RG integrado, onde todas as informações da nossa vida estarão ali guardadas. Se para ter algum direito, o cidadão necessita de lutar veementemente, imagine-se quando todas as suas actividades, incluindo a sobrevivência, estiverem controladas por um único documento? Se você tiver problemas com o Estado, eles simplesmente irão bloquear esse documento e você não poderá fazer mais nada. Por isso é que nós afirmamos que o conto do ‘aquecimento global’ é apenas uma cortina de fumo para o que está para vir. Nos andes, o ‘problema’ foi apresentado com outra face, a ‘escassez’ de água, outra enorme falácia.”
Apache, Maio de 2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (5)

M@M: “Na corrida entre o cientista e o político, o último parece estar a levar vantagem. Em rigor, o cientista não tem nenhuma obrigação de apresentar, muito menos de explicar, as suas teses ou teorias ao grande público. Isto sempre foi feito através de uma rigorosa revisão pelos pares. Todavia, e especificamente quanto ao tema ‘alterações climáticas’, até essa revisão pelos pares se está a mostrar viciada ou corrompida por interesses alheios à ciência. Enquanto o político possui a arte da retórica, o cientista debate-se com os difíceis problemas do mundo real, e com a dificuldade na expressão dos seus resultados em linguagem acessível, sendo muitas vezes obrigado a utilizar a mesma terminologia equivocada estabelecida pela comunicação social, pelo IPCC, por grupos políticos, etc. Pode dizer-se que o tema do clima foi ‘roubado’ ao cientista, pelo político?” Daniela de Souza Onça: “Será que esses ‘interesses políticos’ são mesmo "alheios" à ciência? Será que o tema do clima foi realmente ‘roubado ao cientista, pelo político’? Ou será que existe uma intensa simbiose entre os dois grupos? Nenhuma destas duas esferas - a ciência e a política - exerce uma preponderância absoluta sobre a outra, nos dias de hoje; o que existe é uma profunda inter-relação de ambas. Nem o cientista se converteu em soberano perante o político, nem é suficientemente independente para ser guiado, nos seus actos, unicamente pela sua vontade. Na realidade, ocorre uma forte comunicação recíproca em que, por um lado, os especialistas científicos ‘aconselham’ as instâncias que tomam decisões e, por outro, os políticos ‘encarregam’ os cientistas de ‘inventarem’ de acordo com as práticas que pretendem implementar. A instituição do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) é emblemática dessa simbiose. As conclusões do Painel passaram a guiar as decisões políticas, enquanto os governos financiam as pesquisas favoráveis à hipótese e às conclusões almejadas, necessárias à implementação de seus interesses políticos. Deste modo, controla-se, por um lado, o desenvolvimento de novas técnicas e estratégias, a partir de um horizonte tornado explícito de necessidades e de interpretações historicamente determinadas destas necessidades; e por outro controlam-se os interesses sociais, reflectidos em sistemas de valores pela alegada prova das possibilidades técnicas e dos meios estratégicos necessários à satisfação dessas necessidades. Por exemplo, são desenvolvidas tecnologias ´verdes’ porque ‘são necessárias’ para a ‘preservação do meio ambiente’, simultaneamente, investe-se em ‘estudos’ que demonstrem a ‘necessidade’ destas tecnologias. Não creio que seja possível falar em corrupção da ciência por interesses alheios a ela: a ciência climática foi corrompida pelos interesses dos próprios ‘cientistas’.” Geraldo Luís Lino: ”Não concordo que o cientista deva ficar isento de expor as suas ideias e os resultados dos seus trabalhos ao público em geral. A ciência não pode ficar isolada em ‘torres de marfim’, deve interagir activamente com a sociedade, até porque a estrutura científica de um país depende directamente da percepção que os diversos sectores da sociedade têm, da importância da actividade científica. Aliás, se os níveis de conhecimentos científicos básicos por parte da população em geral não fossem tão baixos, e isto não só no Brasil, o catastrofismo ambientalista teria tido muito mais dificuldades em se propagar que as que teve nas últimas décadas. Por ironia, apesar dos inegáveis avanços científicos e tecnológicos ocorridos nas últimas décadas, especialmente no campo das comunicações, hoje, uma grande parte das pessoas educadas é incapaz, ou no mínimo exibe grandes dificuldades em entender muitos conceitos científicos básicos. Assim, as pessoas tornam-se vulneráveis aos bombardeamentos de informações erradas sobre fenómenos climáticos, até mesmo quando elas contrariam o senso comum, como a ideia de que o derretimento das calotes polares do Árctico poderia implicar um aumento do nível do mar. Quanto ao ‘roubo’ das questões climáticas pela agenda política e económica de certos grupos hegemónicos, do Hemisfério Norte, os mesmos que criaram, organizaram e colocaram em marcha o movimento ambientalista, na década de 1960, ele é não só inegável, como ajuda a explicar o rumo que o alarmismo tomou. No meu livro, há um capítulo sobre isto.” Luiz Carlos Molion: “O tema ‘clima’ nunca foi uma discussão científica propriamente dita, pois os cientistas sabem que o clima é dinâmico e que tem variado ao longo da existência do planeta. A possível influência do homem no clima global é que se tornou objecto de discussão por sectores da sociedade que, na sua maioria, nada entendem de clima, e por alguns cientistas que tiram proveito da situação em benefício próprio. A comunicação social, em especial a televisão, mostra catástrofes aparentes - como aumento do nível do mar, o degelo das calotes polares, o aumento do número de tempestades severas - sem prova física, que impressionam e aterrorizam o público leigo. Mas os argumentos científicos sérios, que mostram que tais fenómenos são naturais e que já ocorreram no passado, não conseguem convencer o público. Os políticos, por sua vez, perceberam que ‘ser verde’ atrai votos de uma parcela considerável da população. A criação de outra moeda de troca, os créditos de carbono, propiciará desvios de recursos públicos, provenientes do aumento de impostos e taxas, supostamente investidos em conservação ambiental, investimento que muitas vezes é difícil provar que existiu.” Ricardo Augusto Felício: “Eu acredito que estamos a assistir à mais estranha simbiose. Os políticos querem justificar as suas atitudes e precisam de legitimação. Desta maneira, fluxos financeiros correm soltos para as pesquisas que apoiem as políticas públicas que se querem implementar, não a Ciência, de facto. O próprio IPCC começou assim, com a Margareth Thatcher a financiar as pesquisas que encontrassem um bode expiatório para acabar com o problema levantado pelos sindicatos dos mineiros de carvão, no seu país. Ela tentava privatizar todas as empresas do sector e sofreu forte oposição dos sindicatos. O alvo escolhido foi justamente a emissão de dióxido de carbono, resultante da queima do carvão. Convém lembrar aquele que, há época, era o maior escândalo científico, quando em 1987, sob o governo da mesma Thatcher, países subdesenvolvidos foram obrigados a eliminar os Clorofluorcarbonetos (CFC) dos seus processos industriais para que fossem obrigados a pedir empréstimos ao FMI. Isso foi uma coerção, sim. Seria preciso lembrar ao Paulo Artaxo para que ele pare de dizer baboseiras. Podemos dar alguns exemplos, aqui no Brasil. Em São Paulo, dinheiro para pesquisas de saúde pública e de clima é usado para impor a inspecção ‘ambiental’ de veículos, restrições à circulação e a construção do anel rodoviário (sob a capa de ter sido criado para ‘dar mais conforto e melhorar a saúde’ do paulista). Com a inspecção de veículos, espera-se que cerca de dois milhões de automóveis fiquem ilegais e os seus donos percam o direito da sua propriedade. Tudo bem... é pela ‘causa’ ambiental e pela da falaciosa ‘saúde pública’. Já podemos imaginar as privatizações que os próximos governos do PSDB estão a congeminar. O país, que deveria ser dos brasileiros, vai servir a iniciativa ‘privada’ de grupos ligados a governos, em todos os aspectos, incluindo os serviços essenciais, como a água e os esgotos.”
Apache, Maio de 2011