segunda-feira, 30 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (4)

O ano de 1897 culmina um longo trabalho de pesquisa na transmissão de dados a longa distância, sem o auxílio de fios, com a invenção do rádio (ou melhor, daquilo a que hoje chamamos rádio e, que à data recebeu o nome de “wireless transmission of data”). Inicialmente atribuída ao Italiano Guglielmo Marconi e pela qual receberia em 1909 o Prémio Nobel da Física, viria a descoberta (após uma longa batalha jurídica) a ser atribuida, pelo Supremo Tribunal Americano, a Tesla.
Mas Nikola era um cientista “insaciável” e as suas pesquisas não paravam. Insistia na necessidade de fornecer energia eléctrica gratuita ao mundo, acreditava que seria esse o passo decisisvo na irradicação da pobreza. Só que a ideia irritava solenemente os seus finenciadores que se recusavam a investir em semelhante investigação.
No ano seguinte, o génio faz mais uma demostração pública, desta vez em Madisson Square Garden, onde apresenta um protótipo de um barco com controlo remoto, equipado com torpedos comandados por rádio, que pensa produzir para a Marinha Americana, no entanto esta menospreza o invento não lhe encontrando utilidade. Era o início da Robótica.
Meses depois, apresenta publicamente a ignição eléctrica para motores de combustão que ainda hoje usamos nos nossos automóveis.
Finalmente em 1899, depois de Tesla ter sido impedido pela Polícia de Nova Iorque de realizar arrojadas experiências na via pública, um jovem advogado, Curtis de seu nome, (que já antes o havia defendido em tribunal quando o génio se vira acusado de perturbação da ordem pública, por causar pequenos terramotos causados pelas suas pesquisas sobre ressonância), lhe ofereceu ajuda para montar um “campo de testes” na sua terra, Colorado Springs.
Curtis, trabalhava para a companhia de electricidade local e conseguiu que esta fornecesse gratuitamente a energia para as pesquisas de Tesla. Este mudou-se de imediato e construiu um “estranho” laboratório nos arredores da cidade (Colorado Springs), que mais parecia um celeiro com uma enorme torre central, com 27 metros de altura. A torre era um transformador amplificador de Tensão.
O filme “The Prestige” (“O terceiro Passo”, em Português), que relata a obsessiva competitividade entre dois ilusionistas, descreve com algum rigor histórico o curto período de permanência de Nikola naquelas paragens.
A presença do estranho edifício, cedo atraiu a curiosidade dos locais, que amiúde se deslocavam ao local, testemunhando a estranha luz azul que era emitida pela relva e o acender das lâmpadas que Tesla espalhava pelo chão.
Certa noite, Tesla e os assistentes ligaram o amplificador no máximo, criando uma Tensão Eléctrica de dez milhões de Volt. A onda electromagnética percorreria todo o planeta (à velocidade da luz) e perderia parte da sua “força”, mas quando regressasse ao local, um novo pulso seria emitido, reforçando-a. O processo repetir-se-ia até se atingir, por efeito cumulativo, a “força” desejável para que em todo o planeta houvesse energia gratuita. Do amplificador saltavam arcos eléctricos com mais de 40 metros de altura (a maior trovoada artificial jamais criada pelo Homem) e o ar ficou de tal forma ionizado que o gerador da Central Eléctrica de Colorado Springs ardeu e com ele “ardia” também o fornecimento de energia gratuita aos laboratórios de Tesla, tendo também “azedado” definitivamente a parceria com George Westinghouse que recusava a ideia da energia gratuita.
Dá-se ainda no Colorado, mais exactamente nas montanhas de Pikes Peak a primeira transmissão de telegrafia sem fios, até Paris, efectuada neste mesmo ano. Iniciaram-se também aqui as pesquisas de Tesla (provavelmente na sequência do acidente acima descrito) sobre ionização atmosférica. O Projecto HAARP de estudo (ou manipulação) do clima e o "escudo anti-míssil" (bem como projectos semelhantes dos Russos), agora tão discutidos nos Estados Unidos (e não só), são sequenciais a estas experiências iniciadas por Tesla no Colorado.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (3)

Com as suas pesquisas financiadas por A. K. Brown e G. Westinghouse, Tesla preparava-se no início da década de noventa (séc. XIX) para viver o período de maior prosperidade económica.
Logo em 1891, adquire a nacionalidade Norte-Americana e constrói o “engenho” que perpetuaria o seu nome, a “Bobina de Tesla”, um pequeno rolo de fio que seria a base do desenvolvimento electrotécnico do século XX.
Já antes, em 1887, Nikola havia realizado várias experiências com radiação de alta frequência, trabalhando com “aquilo” a que, em 1895, Wilhelm Rontgen chamou Raio-X. É injusta a atribuição da descoberta ao físico alemão pois era pública a imagem dos ossos da própria mão, que Tesla obteve três anos antes da descoberta de Rontgen, bem como as ligeiras queimaduras, por radiação X, que acidentalmente sofrera um dos seus assistentes. Mas é, de facto, a partir dos anos 90, que os trabalhos com ondas electromagnéticas de alta frequência o levam a descobertas “fantásticas”.
Em 1893 a Feira Mundial em Chicago, electrificada por Tesla com corrente alterna, é um sucesso. O jovem engenheiro, aproveita para demonstrar que a variação de fluxo magnético induz uma Força Electromotriz. Estava inventado o motor de indução. Mas a Feira ficou marcada por algo mais “mágico”, um enorme ovo em cobre era colocado na vertical sem que ninguém lhe tocasse. A experiência ficou conhecida como o “Ovo de Colombo” e não era mais que um campo magnético que criava uma força que vencia outra (a gravítica). Estava descoberto o princípio que levaria, décadas depois, aos famosos comboios de levitação magnética, hoje tão populares e úteis no Japão e na Alemanha.
O ano de 1895 é marcado pelo estrondoso sucesso da inauguração da hidroeléctrica do Niágara (no Canadá) que Westinghouse constrói, sob o comando de Tesla, por metade do preço proposto por Edison, permitindo a electrificação total da cidade de Búfalo nos Estados Unidos. Mas também pelo misterioso incêndio que destruiu completamente o seu laboratório na 5ª Avenida em Nova Iorque, que se especulou ser obra do rival. Felizmente por esta altura, Tesla tinha já em funcionamento mais dois laboratórios, e pouco se perdeu no incêndio, pois o Croata tinha o defeito de quase não escrever nada no papel, passando das ideias à construção dos engenhos.
Tesla tornou-se popular pela espectacularidade das demonstrações públicas das suas descobertas, que fascinavam tanto leigos como especialistas. Foram feitas demonstrações em vários estados americanos e o público anónimo misturava-se com jornalistas e com catedráticos, para assistir boquiaberto aos raios eléctricos que saíam das suas bobinas, e a lâmpadas de vácuo, sem filamento, que se acendiam ao contacto com as suas mãos. Foram exibições destas que lhe conferiram o título de mágico e que irritaram solenemente Edison, que organizou também uma gigantesca digressão pelo país para através de espectáculos ridículos denegrir a imagem do génio.
A transmissão de energia eléctrica, sem fio, a longas distâncias, e gratuita tornar-se-ia uma das grandes empresas das suas futuras pesquisas. Ele descobriu que um tubo de vácuo colocado na proximidade de uma “Bobina de Tesla” começava imediatamente a brilhar; estava descoberta a Ressonância Eléctrica. Encontrando a frequência certa para a onda electromagnética, Tesla ligava e desligava séries de lâmpadas (sem filamento) a metros de distância, umas das outras, sem qualquer fio metálico a ligá-las.
Por esta altura, Tesla havia já patenteado outra das suas descobertas, o sistema polifásico de distribuição de electricidade, ainda com a ajuda de cabos eléctricos de transporte, e que é hoje o sistema usado em todos os países industrializados (três fases, desfasadas 90º entre si e um neutro).
São os estudos da Ressonância Eléctrica que trazem a Tesla os primeiros problemas com as autoridades, de facto, estas experiências abanavam os prédios da vizinhança, e com eles abanava também a simpatia da população para com o génio.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

domingo, 15 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (2)

De facto, mal Tesla começou a trabalhar na “Edison Machine Works”, uma das companhias de Edison, mais tarde fundida na “General Electric” (uma das maiores empresas do mundo), Nikola propõe que os dínamos que a empresa usava para produzir corrente eléctrica contínua, que para ser distribuída necessitava de grossos cabos, de cobre ou alumínio e que devido ao aquecimento destes (perdas por efeito de Joule) a impedia de chegar às populações a mais de 10 km dos geradores, fossem substituídos por geradores de corrente alterna, com menores perdas por aquecimento e que poderiam chegar a muito mais gente, mas Edison (o homem que dizem que tinha um QI de 240), recusou a proposta, apesar das várias insistências e demonstrações de Tesla.
Poucas semanas depois (incapaz de convencer a porta, perdão, o patrão), o irreverente empregado, após várias melhorias efectuadas em vários sectores da empresa (melhorias essas, que mais tarde Edison registaria como patentes suas; Edison registou em seu nome 1093 patentes, que fazem dele o inventor com mais registos, mas os seus empregados acusam-no de ter roubado mais de 1000 delas), propõe-se a melhorar o rendimento dos dínamos de corrente contínua em 25%, em apenas dois meses. O patrão incrédulo, diz-lhe que se o fizer lhe paga 50 mil dólares de prémio (hoje, tal quantia representava mais de um milhão de euros). Tesla ganhava 18 dólares por semana e, ao perceber que esta quantia representava o vencimento de 53 anos de trabalho, pôs mãos à obra e, segundo relatos dos colegas, trabalhava cerca de 20 horas por dia. Antes do prazo terminado, Tesla concluiu a tarefa e os dínamos aumentaram o seu rendimento em mais de 30%. Ante a ausência do bónus prometido, o trabalhador resolve questionar o patrão, que lhe responde com um sorriso “Estás cá à pouco tempo, ainda não conheces o humor americano, obviamente estava a brincar contigo quando disse isso. Vou-te aumentar a semanada para 25 dólares”.
Há várias versões da resposta de Nikola, mas é certo que terminou nesse instante a relação laboral entre os dois. Em simultâneo nascia uma rivalidade que impediria o êxito financeiro do génio.
Seguiu-se um curto período de sucesso quando um grupo de investidores o ajudou a criar a sua própria companhia, em troca de direitos sobre as suas futuras patentes, mas perante a insistência de Tesla em substituir a débil rede pública de distribuição de corrente contínua por corrente alterna, os investidores abandonaram-no e a empresa faliu.
Tesla passa os meses seguintes a trabalhar para uma empresa de construções que abria valas nas ruas da cidade, mas apercebe-se que as valas são para enterrar os cabos de corrente contínua, e que a empresa trabalha para Edison, despedindo-se de imediato. Por esta altura, com a fortuna gerada pelas melhorias que ele havia introduzido, o ex-patrão é já um dos homens mais ricos da América. Tesla dedica o seu imenso tempo livre a planear um espectacular suicídio à meia-noite do seu trigésimo aniversário.
Felizmente, o banqueiro A. K. Brown da “Western Union” vai ter com ele e oferece-lhe apoio financeiro para construir um laboratório e continuar as pesquisas de corrente alterna.
Tesla constrói então o primeiro gerador de corrente alterna, ou alternador, como lhe chamou, com que viria a equipar a central hidroeléctrica do Niágara (a primeira hidroeléctrica do mundo a fornecer corrente alterna) e, no ano seguinte construiu o motor de indução, que apresentou em 1888 no "American Institute of Electrical Engineers". A partir deste momento, o Croata passa a ser a nova referência da Engenharia Electrotécnica mundial, para fúria de Thomas Edison.
Um dos fascinados com as palestras e inventos de Tesla, era outro poderoso Engenheiro, pioneiro da electricidade e homem de negócios, além de arqui-inimigo de Edison, George Westinghouse, que vai passar a ser o financiador do génio e que assegurou a construção da já citada hidroeléctrica do Niágara.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade…

Precisamente à meia-noite de 9 para 10 de Julho (27 para 28 de Junho, no calendário ortodoxo), de 1856, debaixo de uma violenta trovoada, nascia em Smiljan, actual Croácia (à época, Áustria-Hungria) Nikola Tesla, o mais polémico, e extravagante (e digo eu, genial) inventor, de todos os tempos.
Filho de um pastor da Igreja Ortodoxa Sérvia, Milutin Tesla e de uma (pequena) inventora de utensílios de cozinha, Duka Mandic, Tesla teve uma vida recheada de grandes e estranhos acontecimentos.
Quando Tesla tinha cinco anos, morreu o seu irmão Dane, de 12 anos, vítima de uma queda de cavalo provocada por uma semente lançada por uma fisga que o próprio Tesla construíra. O triste acontecimento tê-lo-á estigmatizado para sempre.
A infância foi marcada pelo convívio com a família, de que faziam parte mais três irmãs, Milka, Angelina e Marika, e por estranhas doenças que o acometeram.
Depois de concluída a escolaridade obrigatória em Karlovac, foi estudar para o Instituto Politécnico em Graz (Áustria). Apesar de ser um aluno interessado e extremamente aplicado, Tesla não chegou a graduar-se, os biógrafos referem que um esgotamento nervoso e falta de dinheiro para pagar o curso o impediram de continuar os estudos.
Mudou-se depois para a Eslovénia, onde arranjou o primeiro emprego, como ajudante de um engenheiro electrotécnico, ramo da Física que constituía a grande novidade da época e matéria que (conjuntamente com mecânica) sempre interessou Tesla, que em criança havia construído uma máquina movida a mosquitos.
Mais tarde, o pai, consciente das elevadas capacidades intelectuais do filho, convence-o a continuar os estudos na prestigiada Universidade de Praga (República Checa). Tesla acaba por aceder a fazê-lo em 1880, mas abandona os estudos no ano seguinte, após a morte do pai, devido, (novamente) a dificuldades económicas. Muda-se então para Budapeste (Hungria), para trabalhar na recém-criada companhia dos telefones.
Passado outro ano (1882) muda-se para Paris, para trabalhar na “Continental Edison Company” de Thomas Edison, o inventor da lâmpada de incandescência. É nesta empresa que Tesla revela o seu génio criativo e patenteia os seus primeiros inventos, nomeadamente, o famoso motor de indução.
Regressa à Terra Natal para acompanhar as últimas horas da mãe... por esta altura, Tesla o autodidacta, fala fluentemente seis línguas e os seus inventos são comentados pela comunidade científica europeia. As últimas palavras da mãe “babada” terão sido, “Nidzo (diminutivo de Nikola) és o meu orgulho”. A morte da mãe abala profundamente a frágil saúde de Tesla que fica vários dias em convalescença. Segundo o próprio, além de outros problemas neurológicos, sofria de Sinestesia, rara perturbação em que o estímulo de um sentido provoca uma percepção automática noutro, por exemplo, um cheiro traz uma visão, ou um sabor. Tesla refere na sua autobiografia que via frequentemente luzes à sua frente e que elas lhe proporcionavam visões de novos inventos com impressionante realismo.
A 6 de Junho de 1884, Tesla chega a Nova Iorque para trabalhar na empresa de Edison, com uma carta de recomendações do gerente da filial francesa, onde se lia: “Só conheço dois grandes homens, tu (referindo-se ao patrão) e este jovem”. Com uma recomendação destas, Tesla passa a trabalhar e a ganhar como Engenheiro Electrotécnico, mas como parecia ser marca do destino, não ficaria muito tempo na companhia de Edison.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Liberdade - Alexis de Tocqueville

“Vejo uma multidão incontável de homens iguais que giram sobre si mesmos à procura de pequenos e vulgares prazeres com que enchem a alma.
Cada um deles, visto separadamente, é como que estranho ao destino de todos. (...) Não existe, a não ser em si e para si.
(...) Acima deles eleva-se um poder imenso e tutelar, que se encarrega de assegurar as suas necessidades e de velar pela sua sorte. É absoluto, detalhado, regular, preciso, previsível e dócil. Pareceria um poder paterno se tivesse como objectivo prepará-los para a idade adulta; mas, pelo contrário, procura apenas fixá-los perpetuamente na infância; quer que os cidadãos desfrutem, na condição de pensarem só em desfrutar. Trabalha de bom grado para o seu bem-estar, mas quer ser o único agente e o único árbitro, providencia a sua segurança, assegura as suas necessidades, facilita os seus prazeres, conduz os seus principais negócios, dirige a sua indústria, regula as suas sucessões, divide as suas heranças. Porque não haveria de tirar-lhes por completo o transtorno de pensar e o esforço de viver?!
(...) É assim que cada dia converte em inútil o emprego do livre arbítrio; encerra a acção da vontade num espaço menor e, reduz cada um ao uso de si mesmo.
(...) Depois de ter tomado, a pouco e pouco, cada indivíduo, nas suas poderosas mãos, e de o ter moldado à sua maneira, o soberano abre os braços sobre a sociedade inteira; cobre a sua superfície com uma rede de pequenas regras complicadas, minuciosas e uniformes, através das quais os talentos mais originais e as almas mais vigorosas não poderão encontrar a luz que as destaque da multidão;
Não destrói as vontades, mas amolece-as, submete-as e dirige-as;
Raras vezes obriga a agir, mas opõe-se, sem cessar, a quem actue;
Não destrói, mas impede que nasça;
Não tiraniza, mas estorva, comprime, enerva, apaga. Reduz, enfim, cada nação, a não mais do que um rebanho de animais tímidos e laboriosos, de que o Governo é pastor.”
P.S. “Estou convencido que, em qualquer época, eu amaria a liberdade; mas, na época em que vivemos, sinto-me tentado a idolatrá-la.”
Alexis de Tocqueville (1805-1859)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Falem baixo, ou ainda acordam alguém…

Nas eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 2001, os resultados oficiais “não coincidiram com os constantes das actas das secções de voto”, revela o livro “Eleições Viciadas?” colocado à venda na passada segunda-feira. O livro, escrito pelo jornalista João Ramos de Almeida, resulta da investigação que sucedeu as suspeitas de Alberto Silva Lopes, e salienta que “alguém, algures entre o apuramento nas freguesias e a comunicação ao Governo Civil, alterou os resultados eleitorais de 27 das 53 freguesias do concelho de Lisboa”. E acrescenta… “Ao nível das secções de voto, registaram-se discrepâncias significativas entre o número dos votantes descarregados nos cadernos eleitorais e os eleitores que terão votado, segundo as actas das secções de voto”, estas anomalias “estendem-se a 47 freguesias”, abrangendo “cerca de metade das secções de voto do concelho de Lisboa”. Apesar dos dois candidatos mais votados (Pedro Santana Lopes e João Soares) terem ficado separados por apenas 856 votos (favoráveis ao primeiro), o autor afirma que “não há certezas sobre qual terá sido efectivamente o resultado final das eleições. (…) O vasto conjunto de irregularidades detectadas não é suficiente para acusar alguma lista ou dirigente”, uma vez que os boletins de voto foram destruídos em 2002. João Soares tinha 8 dias (após publicação dos resultados) para contestar os resultados mas optou por não o fazer. Foi apenas a 17 de Maio de 2002 que Alberto Silva Lopes, advogado apoiante da sua candidatura entregou uma queixa-crime, no Ministério Público. Analisados os documentos, foram detectadas várias irregularidades. Por exemplo, o STAPE (Secretariado Técnico para os Assuntos do Processo Eleitoral) registou 312 391 votantes para a Câmara Municipal, mas as assembleias de apuramento geral só encontraram 311 482 pessoas. Entre outras fraudes, foram encontradas falsificações nas actas das secções de voto. No total, foram apurados (segundo o “Correio da Manhã, um dos jornais que ontem publicou a notícia) 2 649 votos irregulares, dos quais, 887 falsos. Ou muito me engano, ou a fazer fé no que nos últimos 10 anos, se diz “à boca fechada”, estas eleições autárquicas em Lisboa, são a ponta do iceberg do que pelo país se tem passado, em termos de deturpação dos resultados eleitorais.
Apache, Julho de 2007

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Reescrever a História...

Gráfico apresentado no relatório do IPCC em 2001
Gráfico apresentado no relatório do IPCC em 1990
A primeira imagem deste “post” é um gráfico apresentado no relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) de 2001, que ficou conhecido como “Taco de Hóquei” e, é para muitos, a prova irrefutável da responsabilidade do Homem, através das suas emissões de gases com efeito de estufa (principalmente dióxido de carbono), na ligeira subida de temperatura (média) verificada no planeta, nos últimos 150 anos.
Apresenta um ligeiro problema, é falso!
A segunda imagem é um gráfico apresentado no relatório do IPCC de 1990.
Não é possível confirmar a veracidade do mesmo. É no entanto possível afirmar que ele não é (ao contrário do anterior) incompatível com os factos históricos documentados, nomeadamente, a descoberta da Gronelândia e sua colonização por parte dos Vikings e posterior extinção da colónia.
No ano 982 (da nossa era), os vikings chegaram à ilha, encontrando-a desabitada. Dada a exuberância das pastagens, chamaram-lhe “Terra Verde”. Aí constituíram várias colónias dedicando-se à agricultura e à criação de gado. As primeiras comunidades de esquimós chegaram por volta do ano 1200, ocupando regiões mais a Norte. No século XIV a temperatura da Terra começou a descer rapidamente e os Vikings deixaram de poder cultivar os campos, que se cobriram de neve. À medida que a temperatura ía baixando, a situação agravava-se. O gado foi morrendo de frio. O mar começou a congelar, impedindo a navegação. A ilha ficava isolada, a ajuda continental não podia chegar e os Vikings, 450 anos após terem chegado, viram-se cercados pelo gelo, sem hipótese de fuga. Morreram de fome. Mais a Norte, os “Inuit” (esquimós) com uma cultura e tradição adaptadas a climas hostis, conseguiram sobreviver, sendo os antepassados dos actuais habitantes.
Apenas o gráfico publicado em 1990 pelo IPCC é compatível com estes factos.
No gráfico publicado em 2001, assiste-se a uma tentativa de reescrever a História, com a omissão do “Período Quente Medieval” e da “Pequena Idade do Gelo” que lhe sucedeu.
Apache, Julho de 2007