Fonte: ANA [Cliquem na imagem para ampliar]
Ficámos ontem a conhecer a decisão do desgoverno sobre a localização do futuro Aeroporto Internacional de Lisboa, algures “no deserto” (cito o Ministro Mário Lino), entre o Montijo e Benavente.
Considerando as quatro principais hipóteses de actuação nesta questão do novo aeroporto:
1- Construir um aeroporto na Ota. (Um dos piores sítios possíveis para a construção de um aeroporto, por causa dos montes circundantes, dos ventos, da instabilidade e habitual alagamento dos terrenos, que em conjunto, resultavam num custo de construção elevadíssimo.)
2 – Construir um aeroporto no actual Campo de Tiro de Alcochete. (Obra bastante cara, ainda assim, de custo inferior à Ota e com a vantagem da possibilidade de expansão num futuro longínquo).
3 – Construir um pequeno aeroporto, mantendo a Portela em actividade. (Obra mais barata, mas que ainda dava a possibilidade de não contrariar excessivamente a “máfia” do betão que vai sustentando as campanhas eleitorais dos “artistas” e que evitava deslocações de (e para) Lisboa, da maioria dos passageiros, podendo assim evitar-se a redução que agora parece inevitável do número de turistas).
4 – Não construir aeroporto nenhum. (De longe, a melhor opção.)
Tal como tinha referido em publicações anteriores, a Portela está muito longe de estar esgotada. Por exemplo para hoje (11 de Janeiro, sexta-feira), como demonstra a figura acima, estão reservados 481 direitos de aterragem e de descolagem, dos 1248 possíveis, a que corresponde uma ocupação de 38,54%. O aeroporto terá uma ocupação total, apenas, entre as 8 e as 9 horas, estando “às moscas” durante longos períodos do dia. No Verão, época de maior tráfego, a ocupação da Portela pouco ultrapassa os 50% da sua capacidade, contrariamente ao que acontece, por exemplo em Londres. Além disso, ainda à margem para alargamento.
Penso, no entanto, que temos de nos manter optimistas, este governo conseguiu escolher a terceira melhor, de quatro opções possíveis, o que, considerando os espécimes que o constituem, tem de ser encarado de forma positiva. Há que ter esperança no futuro, afinal, tal como disse o Primeiro-ministro, é muito provável que “2008 seja ainda melhor que 2007”. E com uma decisão destas (de em época de crise esbanjar mais de 6 mil milhões de euros), de facto, o ano começa muito bem… para alguns!
Apache, Janeiro de 2007