O Nobel da Paz, deste ano (2007), foi dividido entre O IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) da ONU e Al Gore.
Quanto ao IPCC, resta saber se a intenção do Comité Nobel é atribuir o prémio às pessoas que actualmente nele trabalham, onde se incluem cientistas ao serviço de várias empresas multinacionais, políticos e fazedores de opinião, ou se se deverão considerar também galardoados, as largas dezenas de cientistas que nos últimos anos se demitiram do organismo, por se recusarem a pactuar com o logro científico que constitui a propaganda em torno da responsabilidade das emissões humanas de dióxido de carbono, nas alterações climáticas.
Quanto a Albert Gore Júnior, foi de 20 de Janeiro de 1993 até 20 de Janeiro de 2001, Vice-presidente dos Estados Unidos, ou seja, a segunda figura hierarquicamente mais elevada, da administração americana, presidida durante este período, por Bill Clinton.
No currículo político de Al Gore, constam inevitavelmente todos os crimes cometidos pela administração de Clinton, nomeadamente: os bombardeamentos efectuados pelos Estados Unidos e alguns dos seus aliados, a diversos países; o apoio económico e militar aos terroristas da Bósnia, do Kosovo e da Chechénia, através da Al Qaeda; a violação de várias resoluções da ONU; a utilização de armamento proibido pelas convenções internacionais; a prática de tortura e o ataque militar intencional a alvos civis.
A ordem cronológica dos acontecimentos mais marcantes da governação do pacifista, humanitário e ambientalista...
Iraque, de 1993 a 2001 – A 26 de Junho de 1993 (5 meses depois da tomada de posse de Clinton e Gore), os EUA bombardearam Bagdad com mísseis Tomahawk, enquanto ofereciam avultadas somas de dinheiro ao partido de Iyad Allawi (Acordo Nacional Iraquiano) formado com desertores do regime de Saddam, para o desestabilizar com ataques terroristas, como anunciou o “Independent”, de Londres, a 26 Março 1996. Além disso, mantiveram o embargo que incluía bens de primeira necessidade e medicamentos, e que custaria a vida a mais de um milhão e meio de iraquianos, na sua maioria crianças.
Somália, 1993 - Sob da capa da ajuda humanitária, as forças do general Mohamed Aidid (que se opunha à entrada de tropas americanas no país) foram bombardeadas. Várias organizações independentes afirmaram terem provas do uso, por parte dos EUA, de munições de urânio empobrecido.
Bósnia (à época, República Federativa da Jugoslávia), de 1993 a 1995 – Os EUA estabeleceram uma zona de exclusão aérea; fabricaram a “diabolização” dos sérvios e em simultâneo, fomentaram a guerra civil, com a ajuda financeira, armas e homens provenientes da Al Qaeda, a grupos fundamentalistas islâmicos, bósnios, violando o embargo imposto pelo Conselho de Segurança da ONU na venda de armas a qualquer grupo armado no conflito da Jugoslávia, através de uma rede instalada na Croácia; de acordo com várias notícias publicadas no “The Guardian” e com o relatório governamental holandês que levou a queda daquele executivo.
Segundo o referido relatório, Ayman Al Zawahiri, o número dois de Osama Bin Laden (que no início dos anos 90 havia estado nos Estados Unidos, como agente dos US Special Command’s, para recolher dinheiro), chefiou as operações nos Balcãs, onde treinou, com a ajuda da CIA, alguns milhares de “jihad’s” que introduziu no exército bósnio (e na Chechénia, aquando da primeira guerra, em 1995), com vencimentos de 3 mil dólares mensais.
Haiti, 19 de Setembro, de 1994 - Uma força multinacional liderada pelos EUA recolocou no poder, o padre Jean Bertrand Aristides, que em 1991 haviam ajudado a derrubar, em troca de favores concedidos à administração americana. Quanto ao líder deposto, Emmanuel Constant, sobre o qual pesa a acusação do massacre de mais de 45 mil pessoas, recebeu asilo político do governo de Gore e uma reforma milionária, vivendo actualmente numa luxuosa mansão em Queens, Nova Iorque.
Cuba, 18 de Outubro de 1996 - Um avião norte-americano, larga sobre a província cubana de Matanzas uma praga de insectos “thrips palmi” que devoraram milho, pepinos e outros alimentos. Este acto de guerra biológica foi denunciado perante a Assembleia Geral da ONU e consta do documento A/52/128, datado de 29 Abril de 1997, daquele organismo.
Zaire, Libéria e Albânia, 1997 - Tropas (marines) dos EUA intervêm nestes países com missões ainda hoje, não totalmente explicadas.
Sudão, 1998 - É imposto um embargo económico, seguido de um bombardeamento de vários locais. Cerca de uma dezena de mísseis destroem por completo a única fábrica de medicamentos do país. Como consequência, milhares de sudaneses e somalis morreram de doenças endémicas.
Afeganistão, 1998 - Ataque com mísseis sobre antigos campos de treino da CIA utilizados por grupos fundamentalistas islâmicos, acusados pelos Estados Unidos de ataques a embaixadas, mas segundo consta, tratou-se de uma represália por não terem querido combater na Bósnia e na Chechénia.
Iraque, de 1998 a 1999 - Os EUA e a Grã-Bretanha realizaram 10 mil voos, lançando mais de mil bombas.
Jugoslávia, de 24 de Março, a 10 de Junho de 1999 - A NATO bombardeou, primeiro, o Kosovo e depois, o coração da Sérvia.
Tal como já havia acontecido na Bósnia, a CIA manipula a opinião publica, denegrindo a imagem dos sérvios e exacerbando o conflito ético, seguidamente, arma e financia os guerrilheiros kosovares do UCK, que constavam das listas americanas de grupos terroristas e que passam subitamente a aliados estratégicos.
Durante os bombardeamentos, foram lançadas 25 mil toneladas de explosivos, entre elas, bombas de fragmentação e bombas de elevado poder de penetração, enriquecidas com urânio e plutónio, ambas proibidas pelas leis internacionais.
O comandante das forças aéreas francesas da NATO, General Joffret, afirmou que, com o objectivo de forçar a população civil a derrubar Milosevic, evitando a todo o custo uma intervenção no terreno, que causaria pesadas baixas às forças da NATO, a força aérea “recebeu ordens para, se necessário, destruir a vida na Sérvia”. Segundo as suas declarações, nesta missão, foi aberto fogo sobre autocarros e comboios, e até transeuntes sobre pontes, foram aniquilados. Só em Belgrado, duas mil e quinhentas pessoas perderam a vida, cerca de 2200 eram civis, 800 delas crianças. Ficaram feridas mais de 10 mil, entre as quais se contam mais de 4 mil crianças.
Durante os bombardeamentos maciços de objectivos civis, foram atingidos bairros residenciais, pontes, estradas, caminhos-de-ferro, refinarias, instalações fabris de produtos químicos, electrodomésticos, automóveis e material electrónico, estações de rádio e de televisão, escolas, pavilhões gimno-desportivos, igrejas, mosteiros, monumentos e cemitérios. Nem a embaixada da China em Belgrado escapou ao terrorismo da NATO.
Com a agressão da NATO (sob o comando americano), além da lamentável ruína económica e tragédia ambiental, neste ataque contra a Jugoslávia, cometeu-se uma grave violação dos princípios fundamentais do Direito Internacional. Os EUA violaram os mandatos do Conselho de Segurança das Nações Unidas assim como a Acta da sua própria fundação.
O General G. Robertson, na sua carta de 7 de Fevereiro de 2000, confirmou que no Kosovo se utilizaram 31 mil cartuchos de munições contendo urânio, mais 4 mil no resto da Sérvia e que este tipo de armamento é considerado de “destruição maciça” pela Subcomissão para a Protecção e Promoção dos Direitos Humanos.
A guerra da Jugoslávia, fez 200 mil mortos e mais de um milhão de refugiados.
Em Março de 1999, dezenas de juristas de vários países incluindo dos EUA, apresentaram queixas no Tribunal Internacional de Haia, acusando, Javier Solana, Bill Clinton, Al Gore e os mais destacados comandantes da NATO, no terreno, de crimes de guerra e contra a humanidade, mas até agora, o tribunal limitou-se a processar e condenar os Sérvios.
Chechénia, 1999 – Tal como havia acontecido na primeira, nesta segunda guerra, vários combatentes da Al Qaeda, oriundos da Arábia Saudita, Turquia e Jordânia, treinados e financiados pela CIA, no Azerbaijão são infiltrados na República russa para combater ao lado dos rebeldes independentistas.
Timor Leste, 1999 - Os EUA ajudam militarmente o regime indonésio, apoiando assim, indirectamente os massacres perpetrados pelo exército ocupante sobre a população civil. A notícia é do “The Observer”, de 19 de Setembro de 1999.
Fora desta longa lista, ficaram propositadamente, por reduzida informação credível, a associação de Al Gore: à forçada introdução em alguns países do AZT, medicamento de combate à SIDA, que agrava significativamente o estado de saúde dos doentes; ao alegado tráfico de droga internacional, patrocinado há vários anos pela CIA; e à (alegada) preparação pela CIA e Mosad, em 2000, dos ataque do ano seguinte (11 de Setembro).
Com um currículo como o que resumi, e após a “criação” do Aquecimento Global, em sentido contrário às Leis da Física e da Química, era de prever a atribuição do Nobel numa daquelas áreas, ou mesmo em ambas, mas o Comité, prefere repetir a façanha de anos anteriores e premiar, uma vez mais, a chacina em nome da “Paz”.
Apache, Outubro de 2007