sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Dimmock, versus Al Gore… (3)

Erro nº 8: O Furacão Katrina.
Na cena 12 são exibidas imagens de Nova Orleães, que patenteiam a devastação provocada pelo furacão, cujo efeito foi atribuído ao aquecimento global.
A opinião do juiz…
É entendimento comum (refere-se às partes em conflito) que não há evidência que o comprove.
A minha opinião…
Excepção feita, aos oportunistas do costume, entenda-se políticos e jornalistas que opinam sobre tudo, como se fossem especialistas em todas as matérias, não é fácil encontrar alguém que consiga estabelecer uma relação de causa-efeito, entre o aumento de temperatura à superfície da Terra (tanto do ar, como da água do mar) e o número ou a intensidade dos ciclones (tempestades tropicais ou furacões), para um dado período de tempo.
É opinião da esmagadora maioria dos cientistas, mesmo os do IPCC, que não existe relação entre o aumento de temperatura e o número ou a intensidade dos ciclones.
Para que se forme um ciclone têm de se verificar cinco condições simultâneas: a existência de um campo de baixas pressões (depressões) nas camadas baixas da atmosfera; o desencadear de uma corrente de ar ascendente; a formação e posterior acentuação de um vortex; a auto-sustentação da corrente ascendente nas camadas altas (transporte horizontal) por correntes de ar quentes e húmidas (por exemplo, ventos alísios); uma estrutura vertical sem estratificação, que provoque uma compressão do ar, de cima para baixo.
Já agora, importa referir que, apesar do elevado número de vítimas e de estragos, o furacão Katrina não consta da lista dos 10 furacões mais violentos da história da meteorologia (que começou em 1880). O primeiro lugar desta lista é ocupado pelo São Ciriaco (1899), cerca de 4 vezes mais forte que o Katrina, seguido do Donna (1960), com uma energia 3,5 vezes superior à do furacão que em 2005 destruiu Nova Orleães.
Importa ainda destacar, que o ano de 2006 apresentou um número total de ciclones muito abaixo da média dos últimos 100 anos.
Erro nº 15: A morte dos ursos polares.
Na cena 16, uma animação de computador mostra um urso polar nadando desesperadamente em busca de um pedaço de gelo, o Sr. Gore diz: “um novo estudo cientifico revela pela primeira vez que os ursos polares têm de nadar, mais de 100 quilómetros, para encontar um pedaço de gelo. Muitos afogam-se antes de o conseguirem.”
A opinião do juiz…
O único estudo científico que me chegou, indica a morte de 4 ursos, por afogamento, durante uma violenta tempestade polar. O que não significa que no futuro não possam surgir relatos da morte de ursos por afogamento, se os gelos do pólo Norte regredirem muito mais. Mas isto não sustenta no presente a descrição do Sr. Gore.
A minha opinião…
Obviamente, Gore voltou a inventar. A academia de Hollywood gosta de filmes dramáticos.
Erro nº 13: Os recifes de coral.
Na cena 19, o Sr Gore diz: “Por causa do aquecimento global, os recifes de coral, por todo o mundo, estão a descorar e terminam como este. Todas as espécies de peixe que dependem dos recifes estão também em perigo como resultado disso. O desaparecimento das espécies ocorre agora mil vezes mais depressa do que ocorreria de forma natural.”
A opinião do juiz…
O IPCC, expressa no seu último relatório que, se a temperatura da Terra subir um a três graus Celsius, é possível que venhamos a assistir a uma mais acentuada descoloração e morte de corais, mas é impossível separar o factor climático dos outros factrores que aumentam os níveis de stress da espécie, como a pesca intensiva ou a poluição das águas.
A minha opinião…
Os corais são espécies particularmente sensiveis, é portanto admissivel que se no futuro houver uma subida, ainda que pequena da temperatura da água do mar junto aos recifes, algumas espécies possam vir a sofrer consequências graves. No entanto, nos últimos anos, comparando com os valores médios, não se tem verificado um aumento da temperatura das águas. A referência de Gore a uma aceleração de mil vezes no desaparecimento das espécies habitantes dos recifes é (uma vez mais) especulativa, carecendo totalmente de fundamento.
Por decisão do tribunal, aquando da passagem do DVD “ An Inconvenient Truth” nas aulas, além do alerta aos alunos, a que já fiz referência em publicação anterior, de que a opinião apresentada no documentário é política e que a informação nele contida é exagerada, incoerente e carente de fundamento científico, deverão ainda os professores ingleses, assinalar devidamente os nove erros destacados no documento do tribunal. Se o não fizerem, violam os artigos 406º e 407º do “Education Act 1996” podendo ser culpabilizados por doutinação política.
P.S. A ordem que escolhi para apresentação dos erros do DVD de Al Gore, dados como provados, é a que consta do documento tornado público pelo tribunal londrino.
Apache, Outubro de 2007

6 comentários:

gata disse...

Apache, prezo a tua opinião, já nao é novidade.
E por onde quer que passe se o tema for CO2, páro e espreito.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=114&id_news=300483

Bom fim-de-semana Indio.

Cleopatra disse...

"Os corais são espécies particularmente sensiveis"

hoje não consegui ler mais nada.

Apache disse...

Olá Gata, obrigado pelo link.
Aqui fica o original da notícia, retirado do “site” oficial da universidade. (http://comm.uea.ac.uk/press/release.asp?id=796)

North Atlantic slows on the uptake of CO2

Further evidence for the decline of the oceans historical role as an important sink for atmospheric carbon dioxide is supplied by new research by environmental scientists from the University of East Anglia.

Since the industrial revolution, much of the CO2 we have released into the atmosphere has been taken up by the world’s oceans which act as a strong ‘sink’ for the emissions.

This has slowed climate change. Without this uptake, CO2 levels would have risen much faster and the climate would be warming more rapidly.

A paper in the Journal of Geophysical Research by Dr Ute Schuster and Professor Andrew Watson of UEA’s School of Environmental Sciences again raises concerns that the oceans might be slowing their uptake of CO2.

Results of their decade-long study in the North Atlantic show that the uptake in this ocean, which is the most intense sink for atmospheric CO2, slowed down dramatically between the mid-nineties and the early 2000s.

A slowdown in the sink in the Southern Ocean has already been inferred, but the change in the North Atlantic is greater and more sudden, and could be responsible for a substantial proportion of the observed weakening.

The observations were made from merchant ships equipped with automatic instruments for measuring carbon dioxide in the water. Much of the data has come from a container ship carrying bananas from the West Indies to the UK, making a round-trip of the Atlantic every month. The MV Santa Maria, chartered by Geest, has generated more than 90,000 measurements of CO2 in the past few years.

The results show that the uptake by the North Atlantic halved between the mid-90s, when data was first gathered, and 2002-05.

“Such large changes are a tremendous surprise. We expected that the uptake would change only slowly because of the ocean’s great mass,” said Dr Schuster.

“We are cautious about attributing this exclusively to human-caused climate change because this uptake has never been measured before, so we have no baseline to compare our results to. Perhaps the ocean uptake is subject to natural ups and downs and it will recover again.”

But the direction of the change was worrying, she added, and there were some grounds for believing that a ‘saturation’ of the ocean sink would start to occur.

“The speed and size of the change show that we cannot take for granted the ocean sink for the carbon dioxide. Perhaps this is partly a natural oscillation or perhaps it is a response to the recent rapid climate warming. In either case we now know that the sink can change quickly and we need to continue to monitor the ocean uptake,” said Prof Watson.

A notícia é francamente estranha. Não percebi se a concentração de dióxido de carbono na água dos oceanos diminuiu para metade? Se fosse assim, a quantidade na atmosfera teria aumentado exponencialmente, o que não aconteceu, isto não faz sentido. Diz-se que a “capacidade de absorção do CO2 pelos oceanos pode estar a diminuir”, faltam os números… Quanto mais CO2 lá estiver, menos é possível dissolver, obviamente. Portanto, se o CO2 atmosférico aumentou, a concentração dele no oceano também e já não é possível dissolver tanto quanto era quando a concentração era mais baixa. Isto é redundante. Mas eles falam de saturação e isso é ridículo, a solubilidade do CO2 na água, a pressão e temperatura normal é de aproximadamente 1,5 gramas de gás, por litro de água, garantidamente a água do mar não está saturada, nem perto disso. Não tenho nenhuma explicação para isto, e parece-me que eles também não. Têm de explicar qual foi o método utilizado para as medições e que valores foram medidos, para que se perceba que conclusões é possível tirar.Se alguma conclusão de jeito for possível retirar, é necessário que as medições sejam repetidas e comprovadas ou não.
Não encontrei na net, a “revista” científica a que eles se referem.
Este texto, da forma como está redigido (apesar de estar na página da universidade), não tem credibilidade científica, mas pode ser que tenha sido escrito por um aluno (caloiro), ou por um professor de outra área, por exemplo, informática. É idiota não estar assinado.

Olá Cléo. Bom descanso.

gata disse...

Who told I could read it in English??

http://www.euractiv.com/en/climate-change/global-warming-speed-oceans-soak-co2/article-167780?Ref=RSS

Ao que parece, a notícia sairá em Novembro...

Apache, desculpa o trabalho. Obrigada

gata disse...

O que aconteceu à tua música? Ou só não toca para mim?

Apache disse...

"Who told I could read it in English?"
A little bird told me :)

A música só não toca para ti.
Agora a sério... às vezes também me acontece, quando for assim, carrega no botão "actualizar" na barra de ferramentas do browser.