quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Há coisas fantásticas, não há?

Armando António Martins Vara é, provavelmente, o homem maravilha de que todos os portugueses se deviam orgulhar. No entanto, talvez por mau feitio, quem sabe, cada vez que olho para o “fabuloso” currículo do dito cujo, em vez de inveja, sinto apenas vontade de rir. É que o surrealismo da carreira profissional e política do “artista” supera mesmo os surrealismos científicos da moda. Armando Vara nasceu na aldeia de Lagarelhos, freguesia de Vilar de Ossos, Concelho de Vinhais (distrito de Bragança) em 1954. O seu passado escolar permanece um mistério (pelo menos para os lisboetas). Sabe-se apenas que aos 14 anos conseguiu o seu primeiro emprego numa loja de roupas em Bragança e que logo após o 25 de Abril de 1974 (com apenas 20 anos) se inscreveu no PS. A partir daí, a ascensão profissional e política de Vara foi meteórica. Passados dois anos já era membro da Assembleia Municipal de Bragança e pouco tempo depois tornou-se Presidente da Federação Distrital do PS. É no meio desta intensa actividade política que consegue emprego no balcão da dependência da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no Mogadouro. Em 1983 ruma a Lisboa. Na capital foi membro dos corpos sociais do Instituto Luso - Árabe de Cooperação e membro da Direcção do Instituto da Imprensa Democrática. Em Outubro de 1985 foi eleito deputado à Assembleia da República, na IV Legislatura, tendo renovado os mandatos na V, VI e VII (que terminou em Outubro de 1999). Pelo meio, em acumulação com as funções de deputado, ficou: uma sociedade com José Sócrates, Fátima Felgueiras e outros na Sovenco (Sociedade de Venda de Combustíveis); o cargo de Vereador da Câmara Municipal da Amadora; o lugar de membro da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa; também o de membro da Assembleia Parlamentar da UEO; o cargo de Presidente do Conselho de Administração da Fundação José Fontana e, o cargo de Secretário de Estado da Administração Interna do XIII Governo Constitucional (que exerceu entre 1995 e 1999). Em Outubro de 1999 é nomeado Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro e em Setembro de 2000, Ministro da Juventude e do Desporto (ambos no XIV Governo, liderado por António Guterres). Em 2001, depois de deixar o Governo, envolto na polémica em torno da Fundação para a Prevenção e Segurança, regressa à CGD para ser Director-Coordenador de Segurança. Em 2004 (muito provavelmente sem que tenha concluído o ensino secundário), seguramente sem qualquer grau académico nem frequência de curso superior na área da gestão, conclui uma Pós-Graduação em Gestão Empresarial, no ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, onde Maria de Lurdes Rodrigues se licenciou em Sociologia, sem ter igualmente concluído o ensino liceal). Em 2005 a Universidade Independente (a mesma onde José Sócrates concluiu por fax e a um domingo a Licenciatura em Engenharia Civil) atribui-lhe (misteriosamente) o diploma de Licenciatura em Relações Internacionais. Dias depois é nomeado Administrador da CGD, Presidente do Conselho de Administração da IMOCAIXA, Presidente do Conselho de Administração do SOGRUPO, Vogal do Conselho de Administração da CAIXA PARTICIPAÇÕES e Vogal do Conselho de Administração da CAIXATEC, cargos que acumula a partir de 2006 com o de Vogal do Conselho de Administração da Portugal Telecom. Deixou todas estas tarefas em Janeiro de 2008 para ingressar no Millennium BCP, onde exerce actualmente 8 cargos de liderança de topo. Querem um conselho, quando forem grandes, digam que são amigos do Almeida Santos e inscrevam-se no PS e na Maçonaria.
Apache, Fevereiro de 2009

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