O poema que se segue é da autoria da Ni e foi deixado como comentário ao meu anterior "post". Pela qualidade (evidente), não podia deixar por publicar.
Algo "com contornos de ainda"...
Estranha coisa esta com contornos de ainda
que não se vê, mas mais do que toque que se pressente, é presente.
Estranha coisa esta com contornos de ainda
que não se canta, como grito interdito, mas é dor e alegria crescente.
Estranha coisa esta com contornos de ainda
que de tanto salgar a alma, suavemente a adoça.
Estranha coisa esta com contornos de ainda
que da vontade faz silêncio e do coração (parece que) troça.
Estranha coisa esta com contornos de ainda
que de tanto te negar e de ti se querer libertar,
mais a ti se enlaça, em nó cego que não finda.
Estranha coisa esta com contornos de ainda
nem solar, nem lunar, que sem te ter anula o singular,
e que do horizonte não tangível persiste em esperar a tua vinda.
Nina Castro, 18 de Janeiro de 2007
2 comentários:
Ainda surpreendida por este post, confesso, venho deixar o meu sorriso.
O que escrevi, fi-lo por puro prazer... que decorre de um poema maior (o seu) me ter acordado a vontade da escrita...
Outro sorriso... e um cesto de palavras puras, às quais retirei os rótulos 'sociais' que lhes retiram o brilho. Deixo aqui palavras... na certeza de que delas cuidará como de algo 'vivo':
momento, framboesas, lunar, vento, segredo... e ainda e sempre... e(terna)mente
Abraço de vento
Ni*
O seu desafio vai ter de esperar alguns dias mas responderei.
Boa semana
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