segunda-feira, 4 de junho de 2007

Quem é que escreve isto?

Neste país se organizassem um campeonato de declarações ridículas, apenas os jornalistas conseguiam dar luta aos políticos. Alguém do "Diário Digital" e/ou da "Lusa", referindo-se às vítimas mortais de acidentes de viação, escreveu esta pérola... "«Em 1995 a taxa era de 271 vítimas por milhão de habitantes (Será? É que 3 anos depois, era de 186, segundo a Direcção Geral de Viação (DGV)!), o dobro da União Europeia (UE). O ano passado situou-se nas 91,5% acima da média da UE» (Espera aí... 91,5% acima, é quase o dobro, que corresponde a 100%. Se for assim, terá ficado quase na mesma.) Disse aos jornalistas António Pinelo, vice-presidente da Estradas de Portugal". "Os números apresentados equivalem a uma redução de 297% na taxa de vítimas mortais por milhão de habitantes em Portugal (Hã? Redução de 297%? Uma redução de 100% significava que não havia vítimas. Afinal, por cada pessoa que morre na estrada, nascem três, o que significa um acréscimo de duas pessoas a cada vítima mortal. Agora é que eu percebi porque é que o Ministro da Saúde anda a fechar maternidades...), segundo o estudo elaborado pela União Europeia." (Estudo? Isso explica muita coisa... Não seria melhor basearem-se em dados estatísticos?!) (...) "O Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino (Ups, não vai sair daqui coisa boa...), que presidiu à cerimónia, sublinhou que Portugal é o país «que mais tem diminuído a sinistralidade nos últimos anos», apontando a contribuição da construção de mais vias de comunicação (Ora cá está, fecham-se maternidades e abrem-se estradas, quanto mais estradas menos sinistros e mais nascimentos...), a fiscalização de condutores e o novo Código da Estrada." (Então mas o novo Código da Estrada só entrou em vigor em 2005... Terá produzido efeitos retroactivos? E o facto de na Margem Sul andarem todos de camelo, não terá dado uma ajudinha?)
Agora os dados estatísticos da DGV...

No gráfico de 2005 falta a Itália, cuja sinistralidade é inferior à portuguesa, assim, Portugal ocupava o 16º lugar entre os 25.
Em 2006, o número de vítimas mortais baixou para 81 por milhão de habitantes, ligeiramente abaixo da média europeia, ainda assim, mantemos a 16ª posição.
Apache, Junho de 2007

5 comentários:

Anónimo disse...

...Há coisas fantásticas não há?!
Tb não 'percebi' a lógica das contas...



Olha, lê isto:

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/hOt18AFsy6ci5MB4fELgbg.html


Aquecimento Global: Relatório alerta para perigos da fusão glaciar



Bjs ;-)

cris disse...

Lol eu que nem sou grande coisa em números fiquei com a sensação de que a estrada é o melhor amigo do homem, por este andar. Tens razão quanto aos camelos, aqui não há acidentes e viação. É uma comoção pegada, a partir da hora do noticiário e já anda tudo de pacemaker. Não há registo de óbito há cerca de 100 anos. eheheheheheh

Gosto dos rankings. Aposto que fazem tipo Blair com os pontos de interrogação. Aqui é com os números. Tristeza de país este.

:)

Apache disse...

Já tinha ouvido a notícia a que te referes, logo pela manhã, na TSF, Sulista.
Não acrescenta nada de novo ao último relatório do IPCC da ONU, é mais do mesmo. Meias verdades e muita ficção numa mistura pouco recomendável, para esconder algo que ainda não percebi muito bem. Logo ou amanhã, com tempo, comento.


Lol, Cris.

arsene lupin disse...

E mais.
Muito brevemente terá de haver uma interligação entre o Ministério da Justiça,o Ministério da Saúde e a DGV, com tantos nascimentos nas estradas à conta dos fechos das maternidades, as crianças terão de ser registadas por exemplo como local de nascimento EN nº 333, se não iam na ambulância o veiculo podia ou não podia estacionar para o condutor dar assistência ao parto etc. etc. etc.

Apache disse...

Olá Arsene Lupin, obrigado pela visita.