quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A metade que convém..

Uma notícia do “Público” do passado dia 5 de Setembro (destacada pela comentadora, Sulista, no “post” abaixo) alerta-nos (uma vez mais) para a redução da área de gelo do Árctico, nos seguintes termos: “A superfície gelada no mar do Árctico atingiu este mês um novo recorde mínimo, com apenas 4,42 milhões de quilómetros quadrados, revela o National Snow and Ice Data Center da Universidade do Colorado, em Denver.”
(Podem continuar a ler a notícia, aqui.)
De facto, como eu já tinha destacado em publicações anteriores, a área total de gelo do Árctico, está a diminuir consideravelmente (se bem que não uniformemente) desde que se registam observações de satélite (1979). No passado dia 16 de Setembro, esse gelo, atingiu o valor mínimo até hoje registado, cobrindo uma área de 2,92 milhões de quilómetros quadrados (*).
A notícia do “Público”, peca no entanto por, ao não referir o recorde (máximo) de gelo no extremo oposto da Terra (Antárctico), dar a ideia de que o gelo total do planeta está a diminuir, o que não corresponde à verdade.
De facto, neste Inverno do Hemisfério Sul, assistiu-se uma vez mais a um aumento da área e do volume de gelo que envolve o Pólo Sul terrestre, sendo que, no dia 1 de Outubro (passado), atingiu-se no Antárctico um recorde máximo de área de gelo marítimo, desde que se registam observações de satélite, tendo este, chegado aos 16,17 milhões de quilómetros quadrados (*). Recordo, uma vez mais que a quantidade total de gelo do planeta se distribui da seguinte forma: Antárctico, mais de 85%; Gronelândia, quase 10%; Árctico, cerca de 4% e cumes gelados das montanhas, menos de 1%. Nos últimos 28 anos, apenas os dois últimos viram a sua quantidade de gelo diminuir, tendo nos outros dois, aumentado significativamente.
A quantidade total de gelo no planeta tem vindo a aumentar nas últimas décadas, o que (conjuntamente com outros factos) leva alguns cientistas a especular se não estaremos a entrar numa nova idade do gelo. Não há, no entanto, suficiente prova científica que permita tirar tal conclusão.
(*) Dados do National Centre of Environmental Predition, organismo pertencente à National Oceanic and Atmosferic Administration, publicados pelo Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de Illinois.
Apache, Outubro de 2007

3 comentários:

Anónimo disse...

Há coisas fantásticas, realmente...


Pq não dizem eles o resto da notícia?




ps- A água caiu p o polo Sul pq este está por baixo.
AHAHHAHA!!!!

Bjs

Apache disse...

Eh, eh…
Mas olha que, brincadeira à parte, não andas muito longe da verdade. De acordo com um estudo efectuado pela NASA (liderado por Son Nghiem, do laboratório de Passadena) e publicado no passado dia 4 deste mês, na “Geophysical Research Letters” (revista científica menos lambe-botas dos políticos que a “Nature” ou a “Science”), esta inesperada e acelerada perda de gelo do Árctico, verificada sobretudo nos últimos 2 anos, deve-se aos “fortes e invulgares ventos que associados a uma forte pressão atmosférica, partiram as frágeis coberturas de gelo do Árctico e empurraram-no para Sul, onde as águas menos frias das menores latitudes o derreteram”.
No artigo não há qualquer referência aos termos: “Aquecimento Global”, “Alterações Climáticas” ou “Gases com Efeito de Estufa”. Se fosse outro, o laboratório da NASA encarregue da pesquisa, aposto que as conclusões seriam diferentes.

Anónimo disse...

hena, que ganda pinta! Ná andei longe da verdade ;-)

Pois é, se fosse outro...era logo o aquecimento global...enfim, um dia as verdades vêm sempre ao de cimo, como o azeite!

Continua que eu leio-te sempre ;-)
e 'gozo o prato' de ver até onde vai a hipocrisia dos 'Al Gores'...


Bjs