sábado, 27 de maio de 2006

Porque não oiço no ar – Hélder Moutinho

Eu sei que a Primavera já chegou, aliás, já cheira a Verão aqui em Lisboa, prevêem-se para hoje 34º, mas hoje… hoje apetece-me que o Inverno seja quando o homem quiser. É estranho, eu sei, eu não gosto do Inverno, mas… Talvez, laivos de saudade… Porquê?
“Porque não oiço no ar a tua voz Entre brumas e segredos escondidos E descubro que o silêncio entre nós São mil versos de mil cantos escondidos. Porque não vejo no azul-escuro da noite Nas estrelas esse brilho que é o teu E procuro a madrugada que me acoite Num poema que não escrevo mas é meu. Olho o vento que se estende no caminho E ensaia a tua dança de voar És gaivota que só chega a fazer ninho Quando o tempo te dá tempo para amar. Mas também se perde o tempo que se tem Para gastar só quando chega a Primavera Veste um fato de saudade amor e vem Que é Inverno, mas eu estou à tua espera.” Porque não oiço no ar – Hélder Moutinho

4 comentários:

Cleopatra disse...

"E procuro a madrugada que me acoite
Num poema que não escrevo mas é meu."

Novamente este poema...
Novamente Hélder Moutinho.
É lindo, não é?
Boa escolha.

Apache disse...

Tinha-o colocado no seu blog mas gosto tanto dele que achei que devia repeti-lo aqui, além disso, reflete um estado de espirito recente...
"Porque não vejo no azul-escuro da noite
Nas estrelas esse brilho que é o teu
...
Veste um fato de saudade amor e vem
Que é Inverno, mas eu estou à tua espera."

DarkMorgana disse...

É realmente lindíssimo este poema deste poeta, que eu não conheço, mas vou querer conhecer.

Boa escolha!

Espero que o Inverno do teu estado de espírito, se deixe substituir por um Verão quente, sem ventos do norte nem aguaceiros...

Apache disse...

Olha, o Lusitana Paixão voltou a navegar... Então, que os ventos lhe soprem de feição!