Eu sei que a Primavera já chegou, aliás, já cheira a Verão aqui em Lisboa, prevêem-se para hoje 34º, mas hoje… hoje apetece-me que o Inverno seja quando o homem quiser. É estranho, eu sei, eu não gosto do Inverno, mas… Talvez, laivos de saudade… Porquê?
“Porque não oiço no ar a tua voz
Entre brumas e segredos escondidos
E descubro que o silêncio entre nós
São mil versos de mil cantos escondidos.
Porque não vejo no azul-escuro da noite
Nas estrelas esse brilho que é o teu
E procuro a madrugada que me acoite
Num poema que não escrevo mas é meu.
Olho o vento que se estende no caminho
E ensaia a tua dança de voar
És gaivota que só chega a fazer ninho
Quando o tempo te dá tempo para amar.
Mas também se perde o tempo que se tem
Para gastar só quando chega a Primavera
Veste um fato de saudade amor e vem
Que é Inverno, mas eu estou à tua espera.”
Porque não oiço no ar – Hélder Moutinho
4 comentários:
"E procuro a madrugada que me acoite
Num poema que não escrevo mas é meu."
Novamente este poema...
Novamente Hélder Moutinho.
É lindo, não é?
Boa escolha.
Tinha-o colocado no seu blog mas gosto tanto dele que achei que devia repeti-lo aqui, além disso, reflete um estado de espirito recente...
"Porque não vejo no azul-escuro da noite
Nas estrelas esse brilho que é o teu
...
Veste um fato de saudade amor e vem
Que é Inverno, mas eu estou à tua espera."
É realmente lindíssimo este poema deste poeta, que eu não conheço, mas vou querer conhecer.
Boa escolha!
Espero que o Inverno do teu estado de espírito, se deixe substituir por um Verão quente, sem ventos do norte nem aguaceiros...
Olha, o Lusitana Paixão voltou a navegar... Então, que os ventos lhe soprem de feição!
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