quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Ainda o milho de Silves… (2)

Na sua página na internet, o GAIA (Grupo de Acção e Intervenção Ambiental) demarca-se (ou talvez não...) do acto de vandalismo praticado pelo “Verde Eufémia” na, Herdade da Lameira, a 17 de Agosto de 2007. No comunicado pode ler-se:
“(…) O GAIA não organizou a acção. Não houve qualquer discussão ou decisão, nem portanto qualquer acta de Reunião Nacional, que desse origem a uma acção assumida pela organização.
O Ecotopia, encontro internacional de activistas, teve lugar em Aljezur de 4 a 19 de Agosto, sendo organizado pelo GAIA e pela EYFA (European Youth for Action), com parceria da Esdime e com o apoio da Câmara Municipal de Aljezur, do Instituto do Ambiente e do Programa Juventude em Acção da União Europeia, tal como de inúmeros cidadãos locais. O GAIA e a EYFA negam qualquer envolvimento na realização da acção de 17 de Agosto. Além disso, a acção não foi assumida pelo colectivo de participantes no Ecotopia, não sendo por isso uma acção do Ecotopia.
O GAIA assume-se como organização proponente de acções directas. (…) O GAIA não realiza acções directas de carácter destrutivo.
(…) O Ecotopia é um encontro que acontece anualmente cada vez num país diferente. A EYFA, em conjunto com uma organização desse país, certifica-se que existe um espaço e infra-estruturas que permitam a realização do evento. No entanto, o Ecotopia é por definição um evento auto-organizado, em que a programação e os métodos de trabalho são propostos e decididos em consenso pelos participantes. Deste modo, o GAIA e a EYFA não se responsabilizam pelos encontros e reuniões que ocorrem no período do evento.
O GAIA não tem conhecimento da ocorrência de reuniões visando o corte de transgénicos na Herdade da Lameira, embora reconheça a ocorrência de reuniões fechadas no Ecotopia. (…) Houve no período anterior ao Ecotopia um apelo a uma acção contra os transgénicos para dia 17 de Agosto da parte do GAIA, de acordo com os parâmetros de acção do GAIA. No entanto, o GAIA não acompanhou o processo que decorreu depois da proposta de acção, e que parece ter sido liderado pelo movimento Verde Eufémia. O GAIA desconhece a origem deste movimento e como se introduziu na dinâmica do Ecotopia.
Daqui se conclui que qualquer participante do Ecotopia presente na acção da Herdade da Lameira agiu a título individual.
(…) O Ecotopia é um evento de grande valor, que envolve pessoas de todas as idades e de todos os continentes, há já 18 anos. Sendo auto-organizado, ensina aos seus participantes a responsabilidade pelo grupo e a emancipação de se tornarem activos tanto nas soluções para o campo como para a sociedade. (…) Apesar de manifestar o seu apoio devido ao impacte final para a discussão do tema dos OGM’s, o GAIA não desenvolve este tipo de acções e não se reconhece na acção de destruição do campo de milho transgénico da Herdade da Lameira em Silves.”
[Os destaques e a correcção dos erros de português, são meus…]
Os factos…
O GAIA surgiu em 1997, fundado por (à data) alunos da Licenciatura em Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Ainda hoje, o grupo mantém uma sala reservada para si, no Departamento de Ambiente daquela instituição. Guálter Baptista, o homem que se intitula porta-voz do “Verde Eufémia” é um destacado activista do GAIA há mais de nove anos e foi um dos principais organizadores do “Ecotopia” deste ano.
Os vândalos que participaram na acção de destruição do campo de milho vieram do “Ecotopia” (Aljezur) em autocarros previamente alugados para o efeito.
O GAIA (Organização Não Governamental reconhecida pelo Estado português e pela União Europeia) recebeu (pelo menos até 2006) subsídios do Instituto Português da Juventude. O “Ecotopia” foi organizado com apoios financeiros da União Europeia.
Guálter Baptista, já antes (num passado recente) se intitulou porta-voz dos movimentos: (entretanto desaparecidos de cena), “Os Transgénicos Fora do Prato” e “Caravana dos Espantalhos”. É Licenciado em Engenharia do Ambiente e está a realizar o Doutoramento em Economia Ecológica, é militante do Bloco de Esquerda e foi candidato à Câmara Municipal de Almada, nas listas deste partido, nas últimas eleições autárquicas.
É impressão minha, ou alguém está a tirar o cavalinho da chuva, depois dele se ter molhado até aos ossos?
Apache, Agosto de 2007

19 comentários:

redonda disse...

Parece, não parece? Agora depois de ler também fiquei com a mesma impressão :)

gata disse...

Gosto principalmente de teres feito correcções... ;) além de gostar do teu ângulo de abordagem a este e outros temas.

Um beijo de gata para ti, Indio inspirado.

Apache disse...

Olá, Gata... as correcções foram apenas de palavras com erros de grafia, o texto entre aspas não é meu.
Beijo.

cris disse...

Não é cavalinho, caro Apache eheheheh é manada... querem tirar a manada da chuva... mas para azar dos próprios, ou não, porque neste corner of the world a pilhagem e o vandalismo são a norma(pelo menos tem tendência a ser)uma manada é mais visível que um cavalo... dependendo da raça e enfim... eu na tou bem e já começo a disparatar com devaneios,eheheh, sorry


Boa quinta

gata disse...

olá índio...vou reformular...gosto de saber que te dás ao trabalho de corrigir o que vais públicar no teu blog, podias ter-te limitado a fazer copy/paste. Quanto ao resto não reformulo nada, reforço, apenas. Gosto dos temas que escolhes, da forma como os apresentas, e de todas as músicas que tens aqui, excepto uma. O que não tenho maneira de saber é se gosto de te dar beijos de gata, mas corro o risco....BEIJO (de gata, of course...)

Apache disse...

Olá Cris, bom fim-de-semana.

Pois é, Gata, nunca podemos ter a certeza de tudo, às vezes temos de correr riscos :)
Qual é a música de que não gostas?

gata disse...

Sinceramente, apetecia-me dar-te umas pistas e ficar por aqui a jogr ao gato e ao rato....deve ser da hora!

É portuguesa, voz masculina... ;)
Vá lá, uma tentativa só...

...e um beijo de gata.

Unknown disse...

Hum...tens toda a razão...mas já reparas-te que és o único que continua a falar sobre o assunto?
É publicidade gratuita ao milho ou aos activistas?

Apache disse...

Olá Little, obrigado pela visita. Para quando um blogue teu?
"(...)já reparas-te que és o único que continua a falar sobre o assunto?" Ás vezes vale a pena ser diferente...

Apache disse...

Será que queres dizer: jogar à Gata e ao rato? Humm... Não tenho perfil para rato. :)
Contei nove vozes portuguesas masculinas, o que dá 11,1% de hipóteses de acertar. Qual é o prémio?

gata disse...

Seu índio interesseiro!! Prémio!?Apache, com o simples facto de entrares no jogo e de te "ver" contar as "vozes masculinas" da tua lista já me fizeste sorrir, logo de manhã, o que para mim é prémio suficiente!!

O facto de não teres perfil para rato, devo dizer, só abona em teu favor ;)
Terás para gato? Ou para pedir o prémio que te apetecer? (Eu dar-to implica retirares a música).

Vou caçar ratos.....beijo.

Unknown disse...

Um blogue meu...não tenho o dom da palavra nem tempo para tal, alem do que nem saberia como construi-lo, mas agradou-me a sugestão.
O facto de seres diferente foi o que me levou a comentar.

Apache disse...

Tirar a música implicava saber qual era e depois ponderar as vantagens do acto, Gata. :)

Ora, Little, não sejas modesto. Criar um blogue é fácil e arranjam-se uns minutinhos, nem que seja ao fim-de-semana. Mas cada um sabe de si…
Os comentários são (sempre) bem-vindos.

gata disse...

...e por causa da tua "Feiticeira" acabámos por jogar um jogo indio/gata algo estranho.

Não me surpreendeste, o que é bom.

Um beijo.

Apache disse...

"Não me surpreendeste, o que é bom." Depende do ponto de vista.

Gosto da música, quanto ao Luís Represas, preferia os "Trovante", mas...

gata disse...

Desculpa, costumo escolher melhor as minhas palavras. É mais "não me desapontaste, o que é bom."
Assim concordas?

Apache disse...

Menos mal :)

Unknown disse...

Fiquei surpresa … A contestação aberta não tem que ser exclusividade masculina.

Apache disse...

"A contestação aberta não tem que ser exclusividade masculina."
Pois não, Little.