Há pouco mais de um mês, o ministro do ambiente indiano, numa declaração à comunicação social, disse que as afirmações do IPCC (Painel Intergovernamental da ONU para as Alterações Climáticas) de que os glaciares dos Himalaias iriam desaparecer em 2035 estavam erradas e que a “saúde” destes glaciares é excelente. As declarações caíram que nem uma bomba na comunidade internacional, principalmente por terem sido proferidas por um governante indiano, o país do Presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, que se apressou a chamar arrogante ao ministro.
A polémica causada pelas declarações contrárias de Pachauri e do Ministro do Ambiente alimentaram, nos dias seguintes, a comunicação social (principalmente a indiana e a inglesa) de notícias de estranhas ligações entre várias organizações que lucram significativamente com o alarmismo lançado diariamente pelo IPCC. Nada de especial novidade se o próprio Pachauri não fosse destacado membro de algumas dessa organizações; expondo-se assim um poderoso conflito de interesses entre as suas funções de liderança do IPCC e os negócios pessoais.
No capítulo 10 do texto final do Grupo de Trabalho II, do 4º relatório do IPCC (publicado em 2007) lê-se que “os glaciares dos Himalaias estão a derreter mais depressa que quaisquer outros pelo mundo e, se persistir a actual tendência é extremamente provável que eles desapareçam no ano de 2035, ou talvez antes, se continuar a actual taxa de aquecimento da Terra.” Alguém razoavelmente ingénuo, poderia pensar que estas declarações (de um organismo que, sendo essencialmente político, é publicitado pela comunicação social, como científico) têm por base, um estudo científico revisto pelos pares. Puro engano. Estas declarações foram feitas numa entrevista publicada em 2005 na revista “The New Scientist”, por um funcionário da empresa indiana TERI (The Energy Research Institute) de que Pachauri também é presidente. O dito funcionário citava a página oficial da WWF (World Wide Fund for Nature) a Organização Não-Governamental (ONG) ambientalista que o Príncipe Filipe (marido da Rainha Isabel II, de Inglaterra) criou em 1961 (à época com o nome World Wildelife Fund). Acontece que (tal como é habitual) a natureza não tem colaborado, nem com os patetas da WWF nem com os “artistas” do IPCC e não há qualquer evidência científica de que os gelos dos Himalaias tenham sofrido, nos últimos anos, redução mensurável.
Pressionada pela comunicação social, a WWF divulgou, na passada sexta-feira, um comunicado onde reconhece que, apesar das boas intenções, o texto que publicou em 2005 não tem qualquer fundamento e lamenta a confusão que entretanto (por causa dele) ocorreu.
Só que, para Pachauiri, as más notícias não ficaram por aqui, é que, com toda esta agitação, ficou-se a saber que a empresa que lidera (a TERI) conseguiu obter da União Europeia (devido às citadas afirmações contidas no relatório do IPCC) 10 milhões de euros para investigar o alegado possível desaparecimento do gelo dos Himalaias.
Nada de novo, aqui, debaixo do Sol. As negociatas “escuras” em volta do aquecimento global antropogénico (perdão, das alterações climáticas) seguem dentro de momentos…
Texto corrigido: Por lapso meu, foi referido no texto que a ONU subsidiou a empresa presidida por Pachauri (a TERI) em 10 milhões de euros. De facto, esse financiamento proveio da União Europeia. O texto foi corrigido (e hiperligado a um dos sitíos da Internet que o comprovam) às 19:30 de 27 de Janeiro de 2010.
Apache, Janeiro de 2010
Sem comentários:
Enviar um comentário