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segunda-feira, 8 de março de 2010

Um Óscar e uma tesoura s.f.f.

O dia mais machista do calendário (o dia internacional da mulher) ficou marcado pela cerimónia dos Óscares. Uma das surpresas (ou talvez não, afinal este é o terceiro prémio individual em 3 meses (dois de melhor e um de pior)) da longa noite de domingo (madrugada de segunda-feira, em Portugal) foi o Óscar de melhor actriz para Sandra Bullock, a miúda (de 45 anos) que além das típicas taras ambientalistas (muito comuns em Hollywood) e daquele estranho beijo em Meryl Streep, conjuntamente com algum jeito para certos personagens, ainda mantém um intermitente gosto por roupas, como esta, que só apetece rasgar.
Apache, Março de 2009

sábado, 20 de dezembro de 2008

Imagens Convenientes

Quando se pretende vender um produto, todos sabemos que parte do sucesso deste se deve à imagem que o vendedor (e/ou o produtor), dele consegue passar. Quando o produto é um filme, além do habitual ‘trailer’, também o cartaz assume primordial importância na publicitação da película. É portanto lógico, que tal como o filme, também o cartaz recorra as modernas técnicas de produção e edição de imagens, o mais apelativas possível. De facto, estamos na presença de uma obra de ficção, cuja possível semelhança com a realidade é mera coincidência. No entanto, quando o filme é classificado na categoria de documentário, temos tendência, algumas vezes por ingenuidade, outras por desatenção, a pensar que as imagens dele (película e cartazes) são reais. Algumas sê-lo-ão, certamente. Mas outras fizeram uso da tecnologia para melhor captarem a nossa atenção e reforçarem uma determinada ideia, sendo “apenas” ilustrações que pouco ou nada têm de real. A imagem que se segue é do cartaz que publicitou em Portugal o “documentário” de Al Gore, “An Inconvenient Truth”.

Parece-me uma imagem bastante bem escolhida porque não podendo ser uma imagem real (nunca ninguém viu o fumo saído de uma chaminé desenhar no ar uma espiral), nos deixa logo a indicação que o filme é uma obra de ficção. A grande desilusão é quando percebemos que parte do tempo de duração do mesmo é passado com o ex-vice-presidente americano a falar. Aí pensamos, porra, se eu soubesse que isto tinha tão poucos efeitos especiais e as piadas eram tão fraquinhas tinha ficado em casa a ler o Diário da República, que amiúde também dá para rir e na ‘net’ é gratuito.

Quanto à imagem seguinte, que não conhecia (foi-me enviada a meio da semana por ‘mail’, por um aluno) e ao que parece também é de um cartaz do mesmo filme, já me parece bastante criticável. É que, apesar do exagero dos fumos, passa por imagem real, sobretudo junto dos mais novos e pode por isso induzir a ideia de que o que se vê no filme são (tudo) imagens reais.

A propósito desta última imagem, perguntava-me então o aluno, porque é que umas vezes vemos o dióxido de carbono branco e outras, negro, à saída das chaminés das fábricas? A resposta é: nós não vemos o dióxido de carbono a sair das chaminés, tal como não o vemos a sair do nosso nariz. Para temperaturas superiores a -78,4 ºC ele é um gás incolor. Talvez a melhor maneira de o vermos seja olharmos para as bolhinhas incolores que sobem quando agitamos uma garrafa de água gaseificada. Os fumos que vemos saírem das chaminés das fábricas podem ter as mais variadas composições (em qualidade e quantidade), daí a multiplicidade de cores. Normalmente mais de 95% é água, que sendo incolor no estado líquido, adquire variadas cores, tal como acontece nas nuvens, devido a variações de pressão e temperatura e diferentes ângulos de incidência da luz solar.

Apache, Dezembro de 2008

domingo, 14 de janeiro de 2007

"À Noite no Museu", "Borat", "Apocalypto" e, "O Terceiro Passo"

Ilusões e desilusões...
À noite, no museu Uma comédia ligeira, sobre um museu de História Natural, onde à noite, todas as “figuras” expostas ganham vida. Ben Stiller e Robin Williams contracenam nos papéis principais de um filme, apenas sofrível, com um argumento pouco explorado e escassas piadas com graça. Borat: Aprender Cultura da America Para Fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão Um longo título para uma triste comédia. Borat é um repórter da televisão Cazaque que se desloca aos Estados Unidos para fazer uma reportagem sobre os hábitos dos americanos mas passa o tempo a tentar encontrar a sua nova paixão, Pamela Anderson. Confesso que fui ver o filme porque sabia que tinha sido proibido no Cazaquistão e na Rússia e pensei tratar-se de algo politicamente inconveniente. Pura ilusão, o filme não é uma crítica aos costumes Cazaques pois nada tem a ver com a realidade desse país, é antes, uma sequência de “apanhados” mal conseguidos que pretendem ridicularizar certas peculiaridades da “América” profunda. Borat não é um jornalista, é um trolha (no pior sentido da expressão) com “pseudo-piadas” pacóvias, ordinárias, por vezes cruéis. Um actor medíocre, um argumento inexistente e uma péssima realização fazem deste, um dos piores filmes a que já assisti. Apocalypto Mais um filme com a marca inconfundível de Mel Gibson. Uma visão do lado obscuro da Civilização Maia, nas vésperas da chegada dos espanhóis. Um homem que tenta desesperadamente lutar pela vida, pela família, pela conservação do seu tranquilo modo de vida. Um filme violento que põe a nu o lado animal, predador, cruel, do ser humano, bem como o espectáculo degradante montado pelos líderes para entreter o povo. Não é um filme sobre o que de melhor nos deixaram os Maias, antes, sobre o lado oculto de cada um de nós. Um filme intenso e dramático, de um realismo quase chocante, que peca apenas pela previsibilidade de algumas cenas. Com a devida ressalva aos mais sensíveis, é um filme que vale a pena ver. O Terceiro Passo Realizado por Christopher Nolan (o mesmo de “Batman – O Início”), a acção passa-se na Londres da viragem do século (XIX para XX). Dois jovens mágicos competem pela fama, tentando obsessivamente, cada um deles, descobrir os truques do outro. O argumento é cheio de mistérios e “ilusões”, ficando (sempre) algo por explicar. Entre a ousadia, o desejo e a ambição, fundindo o espectáculo com a ciência, dois homens vão trilhando caminhos paralelos, competindo muito para lá dos limites do tolerável, num “jogo” perigoso, enganador, fatal. Um elenco de luxo: Hugh Jackman (o Wolverine de “X-Men”), Christian Bale (o Batman de “Batman – O Início”), Michael Caine, Scarlett Johansson e David Bowie, entre outros menos conhecidos; um argumento envolvente e complexo e uma excelente realização contribuem no seu conjunto para um filme intenso, sobre um mundo fascinante, no limiar da confiança, da fé, da ciência e da vida! Um filme onde houve a coragem para abordar (pela primeira vez), ainda que de forma ligeira, a vida e obra de um dos maiores génios de todos os tempos, Nikola Tesla.
(Espero que de futuro alguém seja politicamente incorrecto o suficiente para retomar e aprofundar este tema. Será?) Na minha modesta opinião, este é o melhor filme actualmente em exibição.
Apache, Janeiro de 2007

sábado, 2 de setembro de 2006

United 93

Há dias, deu-me na cabeça e fui ver o voo 93 (título em português), um filme baseado no que alegadamente se terá passado no Boeing 757-200 da United Airlines que às 10 horas (locais) do dia 11 de Setembro de 2001 caiu na Pensilvânia. Dois motivos podem levar um comum mortal ao cinema para ver este tipo de filme, ainda por cima conhecendo o final, ou se gosta do patriotismo exagerado com que, normalmente, Hollywood enfeita este tipo de películas, ou se espera que ele seja mais uma acha para a fogueira das múltiplas teorias da conspiração que teimosamente a Casa Branca tanto insiste em alimentar. Como sabia que o realizador é Inglês, Paul Greengrass, de seu nome, e um amigo, que já tinha visto o filme, me tinha dito que este nada continha, de nacionalismo exacerbado, as minhas expectativas eram de que se tratasse de mais uma versão dos acontecimentos, tipo, Fahrenheit 9/11 (filme que, diga-se em abono da verdade, também me desiludiu um pouco). Entrei no cinema já sobre a hora da sessão e para meu espanto, verifico que a sala não tem mais de 30 pessoas. É certo que se trata de uma sessão à meia-noite mas o filme só estreou há 15 dias. A acção desenrola-se quase toda em 2 cenários: uma sala de um centro de operações de coordenação de todo o tráfego aéreo dos E.U.A. e o avião. As excepções a estas regras são algumas cenas rodadas nas salas de controlo de alguns aeroportos. A primeira desilusão surge quando me parece (apesar de não perceber nada de aviões) que o avião usado no filme não é um Boeing 757-200, mas um avião bastante mais pequeno e antigo. Ou se pretendeu conter os custos de produção, ou o objectivo era dar a ideia (falsa) que o avião estava mais cheio, recorde-se que oficialmente estariam 38 passageiros a bordo (incluindo os terroristas) e o avião dispõe de 228 lugares, (o que corresponde a menos de 17% de ocupação). Mas a grande desilusão acontece quando nos apercebemos que o filme não é mais que uma compilação das gravações que foram divulgadas como sendo as tidas pelos controladores aéreos, bem como, os alegados telefonemas dos passageiros do voo, nos momentos que antecederam o trágico final de viagem. Pareceria um documentário, não fosse o facto de ser baseado em factos “irreais”, pincelado aqui e ali por algumas cenas ficcionadas, passadas a bordo, umas de um dramatismo gratuito, outras de um ridículo hilariante. Não vou entrar em pormenores, para não estragar mais a surpresa de alguém que pretenda ver o filme. Para os que ainda não viram, fica apenas a sugestão… Não levem grandes expectativas, o filme é banal, não traz nenhuma “luz” à obscura versão oficial dos acontecimentos deste dia (pois é neutro em relação a ela) nem contribui em nada para esclarecer a verdade dos factos. Aspecto mais positivo – Põe a nu a total inoperância dos responsáveis pela segurança interna dos E.U.A., nomeadamente a NORAD, que permitiram o êxito da “operação”. Aspecto mais negativo – O comportamento dos terroristas durante o sequestro do avião. Traça deles um retrato psicológico de profundos idiotas, completamente incapazes de levar a cabo uma acção deste tipo.
Apache, Setembro de 2006