[Os, há época, ainda novinhos "Madredeus", ao vivo]
Porque andas tu mal comigo
ó minha doce trigueira,
quem me dera ser o trigo
que andando pisas na eira.
Quando entre as demais raparigas
vais cantando entre as searas,
eu choro ao ouvir-te as cantigas
que cantas nas manhãs claras.
Por isso nada me medra,
ando curvado e sombrio,
quem me dera ser a pedra
em que tu lavas no rio.
E falam com tristes vozes
do teu amor singular,
aquela casa onde coses
com varanda para o mar.
Por isso nada me medra,
ando curvado e sombrio,
quem me dera ser a pedra
em que tu lavas no rio!"
A cantiga do campo - Gomes Leal