Às escondidas…
Num momento em que tanto se discute se as declarações de rendimento dos políticos devem ou não continuar a ser públicas, vale a pena lembrar o que há 12 anos escreveu um destacado membro do PS, companheiro político de Mário Soares.
“Para além da ausência de regras que permitam, pela via individual, o acesso do cidadão à actividade política, não existem regras idóneas de financiamento dos partidos nem de transparência para os políticos. Um pouco à semelhança dos pilares morais do regime, a Maçonaria e a Opus Dei, tudo se decide às escondidas, como se o direito dos cidadãos à informação completa e rigorosa, de como são financiadas as suas instituições e dos rendimentos dos seus governantes e dos seus magistrados se tratasse de algo suspeito, de algo subversivo.”
Rui Mateus em “Contos Proibidos – Memórias de um PS desconhecido, 1996”
Apache, Fevereiro de 2008
3 comentários:
Rui Mateus aqui diz tudo:
A forma suspeita, subversiva e às escondidas como são financiadas as «nossas» instituições, revela que quem as controla não é o povo, mas o grande dinheiro.
Que, por outro lado, não permite o acesso do cidadão à actividade política pela via individual.
Ou seja, quem chega a político só o poderá fazer através de uma máquina que está absolutamente controlada. Donde, esse «político» será apenas um pau-mandado dos verdadeiros donos da máquina.
Apache, vai-me l� ajudar outra vez no �Aquecimento Global�.
Se n�o te importares, vou acrescentar o par�grafo de Rui Mateus ao post que fiz sobre o controlo da pol�tica.
"quem chega a político só o poderá fazer através de uma máquina que está absolutamente controlada. Donde, esse «político» será apenas um pau-mandado dos verdadeiros donos da máquina." É mesmo isso, Diogo!
Eu tenho passado lá no blogue e lido com atenção as publicações, apenas não tenho comentado. Já conhecia as declarações do Doutor Corte-Real, são politicamente excessivamente correctas. Há que denunciar com mais veemência a manipulação da opinião pública evocando falsamente a ciência. Ainda assim, é melhor que comer e calar.
Mais logo passo por lá e leio os comentários.
Quanto ao parágrafo do Rui Mateus, estás à vontade, aliás mesmo que seja alguma frase minha, se quiseres, usa.
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