“Haja esperança. Acredite-se ou não na lenda do «aquecimento global», as notícias do fracasso da Cimeira de Copenhaga são altamente exageradas. Ao menos conseguiu-se que alguns dos «activistas» que foram à Dinamarca observar o evento (e destruir as zonas envolventes) cortassem o cabelo. Parece que a medida ocorreu em protesto contra a falta de um acordo entre os líderes presentes. Não importa. Importa que, no seu afã contestatário, os militantes do ambiente também costumam contestar os procedimentos da higiene básica, o que lhes confere, digamos, um ambiente pouco asseado. Por isso, rapar cabeças que constituem o sonho de lêndeas e derivados é, além de alternativa à violência, uma atitude coerente com a defesa de um mundo mais limpo, afinal o autêntico objectivo desta Cimeira. Se houver outra, caso o mundo não acabe entretanto, é possível que os activistas aumentem o nível de protesto e enfim tomem banho integral.”
Alberto Gonçalves, no "Diário de Notícias" do passado sábado.
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