A jornalista Natália Faria escreve assim, na edição de hoje do “Público”…
«Parâmetros como a observação de aulas, as notas dos alunos e a planificação de actividades deixam de ser obrigatórios na avaliação que o Ministério da Educação quer fazer, este ano lectivo, dos cerca de sete mil professores contratados e em vias de progressão na carreira. "Para que estes professores sejam avaliados este ano lectivo, bastarão a ficha de auto-avaliação e depois a ficha do presidente do conselho executivo", explicou Álvaro Santos, presidente do Conselho de Escolas (CE), adiantando alguns dos compromissos alcançados na reunião mantida ontem com o ME. Deste modo, deixará de ser necessária a "ficha" do coordenador/avaliador, "que implicava a observação de aulas, a planificação de actividades e uma outra série de dimensões, como a relação com o meio e a relação pedagógica", especifica Álvaro Santos. De acordo com este responsável, as notas dos alunos e a avaliação dos pais também podem desaparecer. "Se as escolas assim o entenderem", adiantou, explicando que "a avaliação passará a ser feita dentro das condições observáveis em cada escola". O ME ter-se-á ainda comprometido a garantir a formação dos avaliadores, nomeadamente dos presidentes dos conselhos executivos. "Este ponto assumiu agora um carácter de urgência", adiantou o presidente do CE. No ano lectivo 2008/09, quando a avaliação se alargar a todos os professores do quadro, "será atribuído um crédito horário às escolas que implicará horas equiparadas à componente lectiva, ou seja, no pré-escolar e no primeiro ciclo, por exemplo, o coordenador/avaliador ficará dispensado de dar aulas".
"Nestas condições acordadas", diz Álvaro Santos, que representa os conselhos executivos das 1200 escolas do ensino básico e secundário do país, "torna-se exequível a avaliação nas escolas", mais ainda porque "ficou a garantia de total apoio por parte do ministério às escolas que tiveram dificuldades em elaborar os instrumentos de avaliação".»
Ora deixa ver se percebi. Este ano, temos lubrificante, para escorregar melhor, para o ano, dispensamos o lubrificante. Hum… Daí a frase da Dona Maria na dita reunião com o Conselho de Escolas (órgão ‘consultivo’ do ME que reúne 60 Presidentes de Conselhos Executivos de escolas do país) - “o importante é mesmo fazer”; logo seguido de umas palmadinhas de incentivo - “tenho inteira confiança nos Conselhos Executivos”; e acrescento eu, tanta que até vai fazer deles directores, quer os professores que eles supostamente deveriam representar, queiram ou não.
Ah, mas como prostituto que se preze, por mais que a tarefa lhe dê gozo, não dispensa a notinha da ordem, a reunião não podia terminar sem a promessa da Dona Maria de que para o ano, haverá melhores condições de horário, com redução da componente lectiva e um suplemento remuneratório para os avaliadores, tanto Coordenadores de Departamento, como elementos do Conselho Executivo.
Apache, Março de 2008
2 comentários:
Não há palavras... boa análise... isto parece mesmo um bordel... não há pachorra.
Bom sábado
Boa semana, Cris.
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