“Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou-bem.
Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar
Despedir
E ainda se ficam a rir.
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor.
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir
Encontrar
Mais força para lutar...
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer.
É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir.
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar
A enganar
o povo que acreditou.
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar...
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão.”
“Senhores Pontapés
Dêem-me um pouco de atenção
Que quem se mete comigo
Anda na conspiração
Eu processo a malta dos blogues
E directores de jornais
Têm toda a liberdade
Mas de mim não falam mais!
Senhores Pontapés
Dêem-me um pouco de amor
Processei o Zé Manel Fernandes
O Tavares e um professor
Processo sem eira nem beira
Eu conheço a lei de cor
Dizem que há lá saldos bons
Mas não volto ao Fripóre!”
Apache, Maio de 2009
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