Hoje um aluno perguntou-me: “Porque é que os Estados Unidos não assinaram o Protocolo de Quioto?”.
As razões políticas que levam a uma tomada de decisão tão importante para o futuro económico e social dos povos são sempre complexas.
Uma resposta simples (ainda que obviamente muito incompleta) pode ser: “Petition Project – Global Warming Petition”, conhecida entre nós por Petição do Oregon.
Em 1987 surgiu uma imagem de satélite que mostrava uma menor concentração de ozono na Estratosfera, sobre o continente Antárctico (Pólo Sul), quando comparado com as concentrações do mesmo gás em latitudes menores. O fenómeno ficou conhecido como “Buraco do Ozono”. Rapidamente surgiu um iluminado qualquer a atribuir a causa de tal (alegado) facto aos CFC’s (Clorofluorcarbonetos) usados pelo Homem em sprays e na indústria de refrigeração. Cozinhou-se então apressadamente o Protocolo de Montreal que ficou aberto para assinaturas a 16 de Setembro de 1987 e que entrou em vigor a 1 de Janeiro de 1989, subscrito por 191 países.
Quando mais cientistas se debruçaram sobre as justificações da antropogenia do “Buraco do Ozono”, começaram a perceber que afinal (apesar de o "artista" ter ganho o Prémio Nobel da Química) não existe evidência científica da culpabilidade humana, não passando a teoria (ainda) vigente, de um embuste científico.
Quase em simultâneo com a questão do “Buraco do Ozono” e depois de na década de 70, se ter tentado acusar (sem êxito) as emissões humanas de dióxido de carbono, de estarem a provocar uma nova idade do gelo, começou, no final dos anos 80 a falar-se de aquecimento global. A questão ganhou tal relevância na opinião pública que as energias alternativas se tornaram uma oportunidade de negócio significativa.
Em Dezembro de 1997 começou a elaborar-se, entrando em vigor a 16 de Fevereiro de 2005, o Protocolo de Quioto, que visa reduzir, até 2012, as emissões humanas de “gases com efeito de estufa”.
Mas, “de pé atrás” com os políticos, e preocupada com as consequências para a humanidade, de um acordo deste género, parte da comunidade científica dos Estados Unidos reage e começam a circular variadas petições, alertando o governo americano para os perigos de um compromisso deste género.
A mais popular dessas petições teve origem na Universidade do Oregon. Trata-se de um texto curto e de linguagem simples, que vai de encontro ao cerne da questão.
“Aconselhamos o governo dos Estados Unidos a rejeitar o acordo sobre aquecimento global, que foi redigido em Quioto, no Japão, em Dezembro, 1997, bem como quaisquer outras propostas semelhantes. Os limites propostos para as emissões de gases com efeito de estufa prejudicariam o ambiente, dificultariam o avanço da ciência e da tecnologia, e contribuiriam para a deterioração da saúde e do bem-estar da humanidade.
Não há nenhuma evidência científica convincente que as emissões humanas de dióxido de carbono, metano, ou outros gases com efeito de estufa estejam a causar, ou venham a causar no futuro um aquecimento catastrófico da atmosfera ou uma perturbação no clima da Terra. Mais, há substancial evidência científica que um aumento do dióxido de carbono atmosférico produz efeitos benéficos acrescidos ao ambiente natural, favorecendo as plantas e os animais da Terra.” [Tradução minha]
P.S. A Petição do Oregon, reúne actualmente mais de 31 mil assinaturas, mas só pode ser assinada por licenciados, mestres ou doutores da área das ciências ou engenharias, sendo provisórias, todas as assinaturas, até que os signatários façam prova dos respectivos graus académicos.
Apache, Fevereiro de 2008