domingo, 30 de dezembro de 2007

Benazir Bhutto sabia (ou falava) demais?

No dia em que apareceu na Net (e consequentemente na comunicação social) um novo vídeo com uma comunicação de Osama Bin Laden, e pouco mais de 48 horas depois do assassinato da líder do PPP (o principal partido da oposição paquistanesa), Benazir Bhutto, faz todo o sentido lembrar a polémica entrevista que ela deu no passado dia 2 de Novembro (poucos dias depois do primeiro atentado que sofreu), ao jornalista David Frost, no seu programa “Frost over the world” da Al Jazeera em língua inglesa (vídeo abaixo).
Destaco a frase de Benazir (aos 6:14), “Omar Sheikh the man who murdered Osama Bin Laden...”.
Penso que se refere a Omar Saeed Sheikh, que ela já havia acusado de estar por trás do rapto e assassinato do repórter do Wall Street Journal, Daniel Pearl. Terá sido um descuido, uma vingança, ou uma mudança de rumo louvável (face ao seu passado de corrupção)? Saberia ela, que a sua morte era uma questão de dias?

Apache, Dezembro de 2007

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Socialistas ou desprezáveis?

Contrariamente ao que tem sido prática corrente nos últimos anos, este ano, as pensões não sofreram as tradicionais actualizações no mês de Dezembro. Segundo informou o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, as actualizações ocorrerão em Janeiro próximo e variarão entre 2,7% (as mínimas, a que corresponde o aumento fabuloso de 6 euros por mês) e 1,9% as máximas; o que constitui um aumento médio de 2%.
Com esta decisão de retardar a actualização das pensões, o governo poupou cerca de 31,4 milhões de euros, para gastar em excentricidades do tipo “Cimeira UE, África” (que custou mais do triplo desta verba) e largas centenas de milhar de pensionistas, que sobrevivem com pensões miseráveis, tiveram um Natal ainda mais degradante, dada a quebra de poder de compra face ao Natal anterior.
Apache, Dezembro de 2007

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz Natal

E se o Natal não fosse um dia? Se em cada mãe houvesse uma Maria, E em cada pai um José… E se nós nos parecêssemos com Jesus de Nazaré?!

Apache, Dezembro de 2007

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O outro lado de Bali

Mais “uma verdade inconveniente”
Carta aberta ao Secretário-geral das Nações Unidas
Com cópia para os Chefes de Estado dos países signatários
Nova Iorque, 13 de Dezembro de 2007
Sua excelência Ban Ki-Moon, Secretário-geral das Nações Unidas
Caro senhor
Assunto: A conferência da ONU sobre alterações climáticas leva o mundo na direcção errada.
Não é possível parar as alterações climáticas, trata-se de um fenómeno natural que tem afectado a humanidade ao longo dos tempos. A história geológica, arqueológica, oral e escrita, atestam dramáticas alterações impostas às civilizações antigas, por imprevistas mudanças de temperatura, precipitação, ventos e outras variáveis climáticas. Consequentemente, precisamos de preparar as nações para melhor resistir no futuro, a todos os tipos de fenómenos naturais, promovendo o crescimento económico e a geração de riqueza.
O IPCC tem insistido em conclusões cada vez mais alarmistas sobre a influência no clima, do dióxido de carbono produzido pelo Homem, um gás não poluente essencial à fotossíntese das plantas. Embora compreendamos o motivo que vos levou a ver as emissões deste gás como perigosas, as conclusões do IPCC estão completamente incorrectas e injustificadas, não devendo conduzir a políticas que reduzam significativamente a prosperidade futura. Não está demonstrado que seja possível alguma alteração significativa no clima global, reduzindo as emissões antropogénicas de gases com efeito de estufa.
Acima de tudo, reduzir estas emissões abrandará o desenvolvimento das nações e incrementará o sofrimento humano em vez de o diminuir, caso se verifiquem futuras alterações climáticas.
(…)
O resumo preparado pelo IPCC foi elaborado por uma equipa relativamente pequena de redactores e a sua versão final foi aprovada, linha a linha, por representantes dos governos. A grande maioria dos colaboradores e revisores, bem como dezenas de milhar de qualificados cientistas, especialistas no assunto, não foram envolvidos na preparação destes documentos. Os sumários não representam portanto, nenhum consenso entre peritos.
Contrariamente à impressão deixada pelos resumos do IPCC, fenómenos como a retracção de glaciares, o aumento do nível do mar ou a migração de espécies particularmente sensíveis a variações de temperatura, não são evidência de alguma alteração climática anormal, pois nenhuma delas está fora dos limites normais da variabilidade natural.
O aquecimento médio de 0,1 a 0,2 ºC por década, verificado nas últimas duas décadas do século XX cai perfeitamente dentro dos limites de aquecimento e arrefecimento verificados nos últimos 10 mil anos.
Vários cientistas de primeiro plano, incluindo representantes do IPCC, sabem que os modelos computorizados não têm conseguido prever o clima. Assim, apesar das projecções de computador terem previsto um continuado aumento de temperatura, esta não sofreu qualquer aumento global desde 1998. O valor actual das temperaturas está de acordo com os ciclos naturais, tanto de decénios, como de milénios.
(…)
Um balanço entre custos e benefícios, desaconselha quaisquer medidas destinadas a reduzir o consumo energético, visando diminuir as emissões de dióxido de carbono. Além do mais, é irracional aplicar o “princípio da prevenção”, porque muitos cientistas reconhecem que tanto um aquecimento global, como um arrefecimento global, têm igual probabilidade de ocorrência, num futuro a médio prazo.
(…)
Tentar impedir futuras alterações climáticas, além de fútil, constitui um esbanjamento de recursos que podiam ser melhor aplicados em problemas reais da humanidade.
Com os melhores cumprimentos"
[Segue-se uma lista com 100 assinaturas de destacados especialistas mundiais (de 22 diferentes nacionalidades), alguns deles, ex-colaboradores do IPCC]
[Tradução minha]
Apache, Dezembro de 2007

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

“United Kingdom has left behind murder and chaos.”

As palavras são do chefe da polícia de Bassorá, a maior cidade do Sul do Iraque, administrada pelos ingleses desde a invasão.
Em entrevista ao jornal inglês “The Guardian”, afirma…
"They left me militia, they left me gangsters, and they left me all the troubles in the world."
(…)
"I don't think the British meant for this mess to happen. When they disbanded the Iraqi police and military after Saddam fell the people they put in their place were not loyal to the Iraqi government. The British trained and armed these people in the extremist groups and now we are faced with a situation where these police are loyal to their parties not their country."
Acrescenta ainda o jornal britânico…
“Basra has become so lawless that in the last three months 45 women have been killed for being "immoral" because they were not fully covered”.
Acha então, o chefe da polícia, que não houve intencionalidade dos ingleses na criação do actual clima de violência, então para que é que introduziram a Al Qaeda no território? E para que é que treinaram e armaram radicais islâmicos vindos de países do quarto mundo (quando comparados com o Iraque de Saddam), como por exemplo a Arábia Saudita?
Acorde, homem. Benvindo à democracia “de tipo ocidental”, versão “neocolonialista anglo-saxónica”.
Apache, Dezembro de 2007

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Sem papas na língua

Pope Benedict XVI has launched a surprise attack on climate change prophets of doom, warning them that any solutions to global warming must be based on firm evidence and not on dubious ideology. The leader of more than a billion Roman Catholics suggested that fears over man-made emissions melting the ice caps and causing a wave of unprecedented disasters were nothing more than scare-mongering. The German-born Pontiff said that while some concerns may be valid it was vital that the international community based its policies on science rather than the dogma of the environmentalist movement.” O artigo é assinado por Simon Caldwell e veio publicado no Daily Mail de 13 de Dezembro. A comunicação social portuguesa optou por noticiar parcialmente o discurso do Papa, fingindo não ter ouvido as frases politicamente incorrectas, tal como fez aliás, a maior parte da imprensa internacional “de referência”. Ficou o recado, mas em Bali fizeram-se orelhas moucas, “falam” mais alto os milhões do negócio.
Apache, Dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

“Dados não verdadeiros”

A Ministra da Educação afirmou ontem (sexta-feira), em tom irritado, que "há quem queira visibilidade à custa de dados não verdadeiros e não confirmados". Eu acho que a senhora só se podia estar a referir ao badalado “Aquecimento Global” [sorriso], mas há por aí umas más-línguas que dizem que comentava os números recentemente divulgados pela linha telefónica “SOS Professor”, que apontam para um aumento da violência nas escolas.
Apache, Dezembro de 2007

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Ninguém merece...

"Ninguém merece as tuas lágrimas, porque quem as merecer não te fará chorar."
Gabriel García Márquez

domingo, 9 de dezembro de 2007

Revista da semana

A comunicação social anunciou que num teste de memória, os chimpanzés venceram os humanos.
Será que os defensores da “Teoria da evolução das espécies” vão agora alterá-la? É que a ser correcta a conclusão do teste, o homem não pode ter evoluído do macaco, quando muito, regrediu do macaco. E o que mais me preocupa é que um dia, regrediremos tanto, que nos confundiremos com o Mário Lino, que a esta hora, deve estar a repetir pelo gabinete – Chimpanzés no meu lugar, “jamais” (em francês, claro!).
Um destes dias, o governo apresentou, durante a manhã, um anteprojecto de Decreto-Lei, para cobrar um imposto sobre os sacos de plástico, com a habitual desculpa da moda, (o ambiente) que a criatividade é escassa, por aquelas bandas. À tarde, depois da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, ter manifestado dúvidas quanto à constitucionalidade da medida, uma vez que as empresas distribuidoras já pagam uma “ecotaxa” aos oportunistas da Sociedade Ponto Verde, o Secretário de Estado do Ambiente, veio dar o dito por não dito e em vez de imposto falou de campanha de sensibilização.
Ficámos assim a saber que este governo gosta de roubar, mas apenas os pobres, que com os ricos e poderosos não quer chatices.
Por falar em roubar, a EDP quer investir em novos contadores e teve a ideia peregrina de sermos nós a pagar esse investimento. Nós já pagamos a energia eléctrica, bem de primeira necessidade, a preços muito superiores aos custos de produção, proporcionando lucros fabulosos à empresa e eles ainda querem que lhes paguemos os investimentos? Não me lembro de ter encomendado nenhum contador novo, nem sequer preciso dele, o actual serve-me perfeitamente, portanto, para que raios me querem obrigar a comprar outro. Isto já não é um país, antes um imenso hospital psiquiátrico.
Entretanto, a propósito da Cimeira União Europeia/África…
O «Sinhor Inginheiro» veio dizer que “esta é uma cimeira entre iguais”. E mais uma vez, lá estou eu a concordar com o Pinóquio. Facínoras de todas as cores e credos, para todos os gostos políticos.
Finalmente, Manuel Monteiro, o líder do Partido Nova Democracia, termina a semana, acusando, em entrevista à lusa, os juízes portugueses de falta de coragem e Mugabe de “criminoso contra a humanidade” Monteiro colocou a seguinte questão: “Não há um juiz português com coragem de emitir um mandato contra Mugabe, ao abrigo do nosso código penal e das regras a que aderimos no Tribunal Penal Internacional?" Completando a seguir… “Um juiz português pode emitir um mandato de detenção contra Mugabe, tal como em Espanha o juiz Baltasar Garcón emitiu um mandato contra [o ditador argentino] Augusto Pinochet”. Em jeito de conclusão, acrescentou que só se age "contra quem já não tem poder e perdeu a guerra” porque (…) quando têm poder, a comunidade ocidental é feita de pessoas cobardes sem capacidade de liderança”. Terminou dizendo que os líderes europeus que participam nesta cimeira são um “nojo político”. É impressão minha ou esta indignação só atinge agora, o menino Manelinho, porque lidera um partido sem expressão na sociedade portuguesa, caso contrário estaria caladinho a comer da mesma manjedoura?! Além disso, passar mandatos de detenção a todos os criminosos que se passeiam pela cimeira tinha graves consequências, por exemplo, a União Europeia ficava sem Presidente da Comissão e Portugal sem governo. Isto para nem sequer falar no brutal aumento do consumo de papel.
Apache, Dezembro de 2007

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Por mares nunca dantes navegados

“O ensino transformou-se no reino das trevas. No seu interior evaporaram-se as ideias sobre o que devemos, afinal, aprender. Uma reflexão séria, apoiada numa base científica sólida, sobre os objectivos do ensino, é algo que não se vislumbra acontecer em parte alguma. Em vez disso pontificam: a grande insegurança e a grande confusão. Experimentam-se continuadamente modelos novos. A escola regressou ao princípio da economia directa. O desconhecimento da Língua e da Literatura, nacionais, pode ser compensado por Educação Física, e as lacunas em Matemática por Religião e Moral. (…) Tudo isto fez da escola um mercado, onde se negoceiam notas e onde os alunos regateiam com os professores algumas décimas. O facto de tudo poder ser combinado com tudo, de tudo ser permutável e passível de ser compensado, conduziu à consagração da terceira “irmã górgone”: a grande aleatoriedade.O seu domínio fez com que se esfumasse a ideia do valor cultural impermutável a cada disciplina, dependente do respectivo conteúdo. O princípio fundamental de qualquer ordenamento hierárquico dos diversos conteúdos do saber: a distinção entre o acessório e o fundamental, foi posto de parte.(…) As escolas padecem de uma contradição atormentadora: é suposto que os alunos aprenderem o mesmo em todo o lado para assegurar que as habilitações escolares (com destaque para as de acesso ao ensino superior) tenham um nível ao menos aproximadamente homogéneo. No entanto, cada escola define a sua própria política escolar [entenda-se, o seu Projecto Educativo] (…) Perante estes deprimentes resultados, os representantes da burocracia cultural recorrem a um meio de eficácia comprovada, a manutenção de ficções, a negação da realidade e o esforço de ignorar as evidências. (…) Em poucas áreas se mente tanto como na política educacional e escolar. Para mais, o problema de toda esta concepção reside num erro simples que qualquer criança saberia apontar com a mesma facilidade com que aponta a nudez do rei: a igualdade de oportunidades no início da competição escolar é confundida com a desejada igualdade dos resultados no seu final. (…) Nesta situação o ministério, cujos representantes mal devem conhecer a situação nas escolas por experiência própria retirou aos professores a maior parte dos meios disciplinares, de modo que agora existe uma desigualdade de armas absoluta. Castigos como, repreensões, admoestações, notificação aos pais e (no caso de faltas graves) a ameaça de exclusão ou a exclusão efectiva da escola encontram-se tão cerceadas por regulamentos, requerimentos, votações e reuniões escolares que qualquer professor prefere prescindir delas: com todo este aparato, ele castigar-se-ia sobretudo a si próprio. Como os alunos estão a par disso, ainda fazem troça dele. Ora, como os professores são oficialmente culpados pelos seus próprios problemas, são empurrados para a via da mentira; fazem segredo das suas próprias dificuldades. Um discurso público (troca de pensamentos e opiniões) em que os seus problemas pudessem ser confrontados, não existe. Deste modo quebra-se a solidariedade entre os professores, que passam a concorrer uns com os outros com uma mentirosa política de imagem pública. Fingem-se bem-sucedidos e fazem de conta que não têm problemas. Na realidade, muitos de entre eles encontram-se profundamente desmoralizados. (…) Em resumo, as escolas estão num estado tão lastimável que a miséria permanece completamente desconhecida, visto a sua dimensão ser inconcebível. Isto não significa que não existam, aqui e acolá, escolas funcionais, conselhos executivos empenhados e professores bem-sucedidos, assim como alunos medianamente felizes. Talvez até existam bastantes. Mas escolas assim já não são a regra, mas a rara excepção. (…)” Calma, o texto pretende desmascarar a realidade educativa da Alemanha actual. É um extracto do livro “Bildung – Alles, was man wissen muss", escrito em 1999 por Dietrich Schwanitz, que vendeu naquele país mais de meio milhão de exemplares. Em 2004 foi alvo de uma polémica tradução e edição, em Portugal, pelas Publicações Dom Quixote, com o título: “Cultura – Tudo o que é preciso saber”. Felizmente que a realidade portuguesa é bem diferente, e o nosso ensino navega num ledo, quedo e fragrante mar de rosas… Ou serão laranjas?

Apache, Dezembro de 2007

domingo, 2 de dezembro de 2007

Eles comem tudo... (2)

Segundo noticia a revista “Focus”, António Mexia, ex-ministro e actual presidente executivo da EDP, nomeou um novo assessor jurídico, que irá auferir um vencimento de 10 mil euros por mês. O escolhido foi o líder da bancada parlamentar do PSD e ex-primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes. A vida é bela.
Apache, Dezembro de 2007