Segundo a Lusa, o Comando Metropolitano de Lisboa da Policia de Segurança Pública confirmou a presença de cerca de 100 mil manifestantes na ‘Marcha da Indignação’, realizada este sábado na baixa de Lisboa.
De acordo com o mais recente relatório da Inspecção Geral da Educação, estão actualmente ao serviço, nas escolas públicas, 145 122 docentes. Se a este número juntarmos alguns milhares no desemprego, chegaremos a um universo que rondará os 160 mil.
Significa isto, que mais de 60% dos professores portugueses se manifestaram hoje publicamente contra as políticas educativas levadas a cabo pela senhora “Ministra da Avaliação”, como lhe chamou (por lapso ou não) o senhor José Pinto de Sousa.
Esta foi, não só, a maior manifestação de uma única classe profissional, em Portugal, como aliás se previa, mas, em termos percentuais face ao universo abrangido, provavelmente a maior manifestação de sempre a nível mundial. Em nome da união dos docentes, obrigado senhora Ministra!
O governo a que a senhora pertence tem sistematicamente evocado a maioria absoluta obtida nas últimas eleições, para justificar várias políticas: atentatórias de direitos dos cidadãos constitucionalmente reconhecidos; prejudiciais ao interesse público; e contrárias às promessas eleitorais do partido que suporta esse governo. No que à educação diz respeito, aí tem a resposta à ‘sua’ maioria, resposta essa, dada por margem bastante superior à obtida pelo partido do governo, e conseguida, não no conforto do voto secreto, mas por aclamação em praça pública.
Percebemos posteriormente, pelas suas declarações às três televisões generalistas, que não conseguiu tirar quaisquer elações políticas do acto; disse mesmo que já esperava estes números, que considera "não relevantes", prometendo continuar a implementar as actuais politicas. Reconheço que os professores erraram. Conheciam a sua teimosia e o seu autismo, mas sobrevalorizaram a sua inteligência.
Sabemos bem que a troca de um ministro, ou mesmo de um governo, não é garantia de alteração de um rumo político, por isso, esta marcha não era um fim em sim, mas, pelo número de participantes envolvidos, pelo civismo com que decorreu, pela lição deixada; para os da sua espécie, pode bem ter sido, o princípio do fim.
Apache, Março de 2008
5 comentários:
é uma vergonha a olhos vistos, o que a ministra esta a fazer, mas pronto, portugal é aquele país fora do vulgar...
enfim...
bjinho***
Que seja o princípio do fim de uma determinada forma de decisão política e o pontapé de saída de algo muito mais profundo.
Olá Joanita. Pois é, Portugal é aquele país fora do vulgar, governado por gente fora do vulgar, onde gente absolutamente vulgar permite sem qualquer auto-estima que isto continue a acontecer.
Beijinho
Também tinha essa esperança, Diogo. Mas apenas 3 dias depois da marcha, começo a duvidar.
Sabes... eu ainda acredito que se pode mudar isto... basta não acreditar em manobras tontas que agora preparam... e pensar que o país precisa da verdade.
beijocas
Pois é, Cris, ainda mantenho a esperança, mas cada vez mais ténue. A Dona Maria acena com umas notinhas a mais nos bolsos dos órgãos de gestão e para os mais teimosos, amedronta-os com a IGE e eles desatam a perseguir (é mesmo este o termo) aqueles que representam e que os elegeram.
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