Na madrugada passada, após mais de sete horas de reunião (a terceira em quatro dias) o Ministério da Educação (ME) e a plataforma de sindicatos concordaram em que este ano, a avaliação dos docentes contratados se fizesse através do preenchimento da ficha de auto-avaliação proposta pelo ME, através da assiduidade e do cumprimento do serviço distribuído e participação em acções de formação. Ou seja, na prática, algo semelhante ao sistema de avaliação anterior, suspenso em Agosto de 2005 pela equipa de Maria de Lurdes Rodrigues.
Mal a comunicação social deu nota do facto, sindicatos, governo e partidos políticos precipitaram-se num difuso jogo de palavras, falando uns em acordo e outros em entendimento, reivindicando vitórias e derrotas, como se, na essência, algo tivesse de facto mudado.
A ministra cedeu na sua infinita teimosia e permite agora que os procedimentos de avaliação sejam iguais em todas as escolas. Grande cedência, o princípio da igualdade, a isso a obrigava. A única coisa que conseguiu, foi adiar para o próximo ano lectivo, uma multidão de processos de impugnação da avaliação nos tribunais administrativos.
Quanto ao mais:
Mantém-se a divisão da carreira em duas categorias (professor e professor titular);
A recentemente declarada inconstitucionalidade do concurso para titulares está a caminho da gaveta do esquecimento;
Não se vislumbra nenhuma vontade do ME em eliminar as várias ilegalidades contidas no Decreto Regulamentar que vai reger a avaliação do próximo ano;
O (novo) Estatuto do Aluno não sofreu qualquer alteração;
Também nada foi alterado na nova legislação sobre Necessidades Educativas Especiais;
A Prova de Ingresso continua sem encontrar o caixote do lixo;
E o Senhor Presidente da República acabou (ontem) de promulgar a novíssima legislação sobre gestão escolar que atropela a Lei de Bases do Sistema Educativo.
Enquanto isso, sindicatos e tutela chegam a um acordo, perdão, a um entendimento sobre o diâmetro da malha da peneira com que pretendem tapar o sol.
Não se incomodem, façam o favor de continuar com as palhaçadas, escusam é de contar com os professores.
Apache, Abril de 2008
2 comentários:
É bom que os professores usem a cabeça e não se deixem manipular, de uma vez por todas. ou será que ainda temos que padecer ainda mais? tuga gosta de sofrer gratuitamente e parece quie não tem coragem de lutar pelo que é correcto.
bom fds
O “tuga”, quando em grupo, não gosta de pensar pela própria cabeça, vai com a onda.
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