Francisco Sarsfield Cabral (FSC) disse, na Rádio Renascença,
que foi ontem divulgado um manifesto de economistas e outras personalidades
sobre a redução da despesa pública, considerando o manifesto como “uma
contribuição positiva”. Diz FSC:
«Com certeza que a esmagadora maioria da despesa pública é
mera transferência de dinheiro, com uma função redistributiva. A “máquina do
Estado” não gasta com ela própria mais de 15% do total dessa despesa. Mas, por
exemplo, existe um autêntico Estado paralelo, que consome muito dinheiro
público de forma pouco transparente e sem utilidade comprovada. Ora, o Governo
ainda não abanou sequer esse Estado paralelo, diz o manifesto.
O que se fez quanto às fundações foi curto e com muitos erros. O manifesto aponta 13 000 “estruturas sobrepostas” que vivem, pelo menos em parte, do Orçamento. E depois há inúmeros Observatórios, alguns inúteis. E gente a mais nos gabinetes dos ministros, etc. É urgente emagrecer a sério o Estado paralelo.»
O que se fez quanto às fundações foi curto e com muitos erros. O manifesto aponta 13 000 “estruturas sobrepostas” que vivem, pelo menos em parte, do Orçamento. E depois há inúmeros Observatórios, alguns inúteis. E gente a mais nos gabinetes dos ministros, etc. É urgente emagrecer a sério o Estado paralelo.»
Por sua vez recorde-se que, segundo o Correio da Manhã, o
Presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, Eduardo Catroga, recebeu
em 2012 cerca de 430 mil euros em remunerações. Na mesma empresa, o Presidente
Executivo, António Mexia, recebeu, igualmente em 2012, 1 milhão e 200 mil euros
de ordenados aos quais se juntou um prémio plurianual (referente aos três anos
anteriores) que elevou o total de remunerações auferidas no ano transacto para
3 milhões e 100 mil euros. Recorde-se, igualmente, que em 2012 os lucros da EDP
ultrapassaram os mil milhões de euros e que os portugueses pagam uma das
electricidades mais caras da Europa.
Enquanto isso, o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho
(PPC), veio falar ao país mostrando-se indignado pelo facto do Tribunal
Constitucional não ter autorizado que o seu braço direito, o camarada Louçã
Rabaça, continue a roubar as remunerações dos funcionários públicos. Diz PPC
que, assim sendo, vai agora (quase dois anos após ter tomado posse) começar a
cumprir o programa eleitoral do PSD e cortar na despesa do Estado porque não
quer aumentar mais impostos. Aguardem, com baixa espectativa para evitar mais
desilusões, os votantes no PSD para verem se é desta que PPC coloca açaime no
maoista das finanças. Pessoalmente, evoco (mais uma vez) o direito ao
cepticismo.
Apache, Abril de 2013
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