quarta-feira, 1 de julho de 2015

Foi há 41 anos… (3)

Muitos pensam que a Revolução de 25 de Abril de 1974 foi concretizada pela vontade da maioria das forças armadas, de facto, a ala vencedora representava um pequena facção sem qualquer possibilidade de vitória caso algum dirigente do regime tivesse dado ordem para resistir aos revoltosos.
Atente-se nos números que apresenta um dos mais destacados (activos e ferrenhos) membros do Movimento das Forças Armadas, Diniz de Almeida (que na época do PREC chegou a segundo-comandante do RALIS):

1. A componente vencedora (integrando cerca de 5 % das Forças Armadas)
   A - Ala spínolista - constituída por uma minoria de oficiais, geralmente de valor, aos quais cedo acresceram oportunisticamente numerosos outros oficiais, anteriores émulos ou não, do carismático general.
  B - Ala Autónoma do Movimento ou MFA propriamente dito - constituída por uma minoria de oficiais numericamente superior à primeira (cerca de duas vezes) geralmente de valor aproximado aos primeiros, mas com uma média de patentes acentuadamente inferior em relação a estes. Este último facto determinaria novos focos de tensão...
2. A componente vencida (integrando cerca de 95% das Forças Armadas)
   A - Amorfos - constituindo cerca de 50% dos efectivos totais das Forças Armadas. Neste grupo incluem-se ainda, e aliás em elevada percentagem, oficiais que, dispensando uma maior ou menor hostilidade do Movimento, por razões diversas o não fizeram, contudo, directamente.
   B - Activos (ou potencialmente activos) - cerca de 45 %, abrangendo uma vasta gama de elementos num leque que incluía desde os oficiais ideologicamente afectos ao regime, aos que por diferentes razões se viriam a sentir lesados económica, social, profissional ou psicologicamente, pelo Golpe de Estado”
[Diniz de Almeida, em “Ascensão, Apogeu e Queda do MFA”]
 

Apache, Julho de 2015

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Foi há 41 anos... (2)

Reforçando a ideia de que o Golpe Militar de 25 de Abril de 1974 foi previamente combinado entre Marcello Caetano, chefe do governo e o General Spínola (que presidiria à Junta Militar que tomaria o poder) atente-se nas principais unidades militares “controladas” pelo Movimento das Forças Armadas (MFA):

- Regimento de Artilharia Ligeira N.º 1 (Mais tarde designado por Ralis) de Lisboa – Unidade Operacional à qual pertenciam os principais dirigentes do MFA;
- Centro de Instrução de Artilharia Antiaérea de Cascais (CIAAC) – Unidade Mista, de (Instrução e Operacional) na qual o MFA controlava, apenas, parte do sector de Instrução. Forneceu os rádios “roubados” na noite anterior e um número insignificante de homens;
- Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE) de Lamego – Unidade Mista da qual o MFA controlava apenas parte do sector de Instrução. Forneceu cerca de 3 dezenas de homens utilizados em operações no Norte;
- Escola Prática de Cavalaria (EPC) de Santarém – Unidade de Instrução controlada pelo MFA de onde saiu a principal força golpista, à qual se rendeu, na tarde do dia 25, Marcello Caetano. Comandada pelo Capitão de Cavalaria, Fernando José Salgueiro Maia, a força (que marchou sobre Lisboa) contava com cerca de duas dezenas de sargentos e oficiais de baixa patente, 160 instruendos (recrutas do curso de milicianos) 12 camiões de transporte de pessoal e 10 veículos blindados (4 Chaimites V 200, para transporte de tropas, 3 Panhard EBR (veículos de reconhecimento) e 3 Panhard AML (auto-metralhadoras) uma das quais não funcionava;
- Escola Prática de Artilharia (EPA) de Vendas Novas – Unidade de Instrução. Forneceu duas dezenas de homens e 4 obuses de montanha de 88 milímetros, instalados na manhã do dia 25 no morro do Cristo-Rei, em Almada;
- Escola Prática de Infantaria (EPI) de Mafra – Unidade de Instrução. Forneceu cerca de quatro dezenas de homens, a larga maioria dos quais instruendos, utilizados em operações no Centro do País;
- Escola Prática de Administração Militar (EPAM) de Lisboa – Unidade de Instrução. Forneceu cerca de três dezenas de homens e alguma logística.
 
Aderiram ao MFA, e participaram no golpe, homens de outras unidades militares em número irrelevante para o desenrolar das operações.

Atente-se, igualmente, nas forças que o MFA considerava hostis, curiosamente, as únicas forças vistas nas ruas no dia 25:
 
- Direcção Geral de Segurança (DGS, ex-PIDE) – Sendo uma Unidade de Polícia, dispunha, no entanto, de meios suficientes para, querendo, dificultar e muito (pelo menos em Lisboa) a vida às forças golpistas. Vários agentes passearam pelas ruas de Lisboa durante o dia 25, alguns deles almoçaram tranquilamente em conhecidos cafés e restaurantes da Capital;
- Polícia de Segurança Pública (PSP) – Unidade de Polícia que, em Lisboa, dispunha de homens e equipamento superiores aos revoltosos;
- Guarda Nacional República – Força Militarizada que colocou nas ruas, no dia 25, várias centenas de homens. Um batalhão estava sediado no Quartel do Carmo onde se refugiou Marcello;
- Regimento de Infantaria 1 (RI 1) de Lisboa – Unidade Operacional, que deslocou para as ruas de Lisboa algumas dezenas de homens;
- Regimento de Cavalaria 7 (RC 7) de Lisboa – Unidade Operacional equipada com Carros de Combate M47 de 90 milímetros. Cinco deles saíram para a rua, a 25 de Abril e constituíam um poder de fogo muito superior a toda a artilharia das forças golpistas;
- Regimento de Lanceiros 2 (RL 2) de Lisboa – Unidade Operacional, de elite, da Polícia Militar. Deslocou para as ruas de Lisboa, na manhã do dia 25, pelo menos, três pelotões de homens fortemente armados.
 
A Legião Portuguesa, a Marinha, a Força Aérea e as restantes Unidades do Exército que, no seu conjunto, constituíam mais de 80% das Forças Armadas, eram consideradas pelo MFA como hostis mas o Movimento tinha esperança de que não saíssem para as ruas.
A Legião ainda reforçou homens e meios no Castelo de São Jorge, mas acabou por passar ao lado dos acontecimentos, tendo o seu Quartel, na Pontinha, praticamente vazio, sido tomado, sem qualquer hostilidade, à hora do almoço, por uma dezena de homens do Décimo Grupo de Comandos.
Da Marinha, apenas uma Fragata (Almirante Gago Coutinho) que participava em exercícios militares da Nato, comandada pelo pai de Francisco Louçã, entrou no Tejo, na manhã do dia 25 e passeou o seu enorme poder de fogo, em frente ao Terreiro do Paço, intimidando a frágil mas principal força golpista (da EPC) que ocupava a porta do Ministério do Exército, na Praça do Comércio.
Da Força Aérea, apenas foi avistado um (Heli-canhão) Alouette, equipado com um canhão de 20 milímetros que, durante a tarde, sobrevou ameaçadoramente o Largo do Carmo onde a força de Salgueiro Maia havia sido enviada para obter a rendição do chefe do Governo.
(continua…)
Apache, Maio de 2015

sábado, 25 de abril de 2015

Foi há 41 anos…

A nossa história colectiva está cheia de episódios patéticos mas, neste particular, dificilmente algum supera o 25 de Abril de 1974, o golpe militar que Marcello Caetano, chefe do governo, terá combinado previamente com o general Spínola.
Atente-se em algumas declarações de intervenientes…
“Já sabíamos que, naquela noite, ia dar-se qualquer coisa. É por isso que à meia-noite eu ainda estava na António Maria Cardoso. Repare: na noite anterior, os militares foram buscar os aparelhos de rádio ao Quartel de Cascais. Se existiam dúvidas sobre a possibilidade de eclodir uma nova revolta, elas ficaram logo dissipadas!” [Declarações de Abílio Pires, Inspector da DGS] 
“Disse-lhe que o conduziria [refere-se a Marcello Caetano] à 1ª Região Aérea, em Monsanto, para onde ele fora no 16 de Março [data do Golpe das Caldas] e como de resto estava previsto para situações de emergência. Marcello disse-me que não queria ir para Monsanto e impôs o Carmo como destino.
(...) Fomos recebidos pelo comandante da GNR, general Adriano Pires, que estava à nossa espera. Percebi depois que Marcello Caetano lhe telefonara de casa, antes de eu lá chegar, informando-o que iria para ali. (...) Telefonaram-lhe também os generais Kaúlza de Arriaga e Santos Costa, dizendo-lhe que tinham unidades da Força Aérea e do Exército prontas a acabar com a sublevação, mas a todas essas indicações Marcello respondia ou que não queria um banho de sangue, ou que ficassem a aguardar ordens suas. As horas foram passando e... nada! Marcello nunca deu ordens a ninguém para resistir ou contra-atacar.” [Declarações de Diogo Albuquerque, Chefe da Brigada da DGS, que leva Marcello, de casa, para o Quartel do Carmo]
“É claro que sabiam [antecipadamente do golpe militar]. Principalmente depois do golpe das Caldas, a 16 de Março, controlávamos todos os movimentos dos militares subversivos. (…)Tenho praticamente a certeza [que o Marcello Caetano sabia do golpe]. Na manhã do dia 25 o director da PIDE, major Silva Pais, estabeleceu um contacto telefónico com Marcello Caetano, que já estava no Quartel do Carmo, e acordaram que uma brigada da polícia iria buscar o presidente do Conselho. O Sílvio Mortágua, o Abílio Pires e o Agostinho Tienza e eu. O Pires foi no seu próprio carro, atrás de nós. Seguimos em dois carros para que, em caso de necessidade, um deles pudesse executar uma qualquer manobra de diversão. Íamos esperar o presidente do Conselho à Rua do Carmo. Existe uma ligação- eu não quero ser romanesco e dizer que há uma passagem secreta- entre o Quartel do Carmo e a Rua do Carmo. E essa ligação ainda deve existir hoje, concerteza. O major Silva Pais combinou o nosso encontro com Marcello Caetano para esse local. Seguindo as suas instruções, parámos o carro mais ou menos a meio da Rua do Carmo, uns metros acima dos pilares do elevador de Santa Justa. Como o Marcello nunca mais aparecia, eu disse aos outros para permanecerem ali, subi a Rua do Carmo, virei na Rua Garrett, subi a Calçada do Sacramento e apresentei-me no Quartel do Carmo. Fui recebido pelo comandante-geral da GNR, que me conduziu até ao Marcello. Disse-lhe que estávamos à sua espera na Rua do Carmo, de acordo com o que havia sido combinado com o major Silva Pais e o Marcello respondeu-me que não era preciso porque já tinha tudo tratado com o general Spínola!... (…) Repare que a GNR aquartelada no Carmo era, só por si, uma força, um esquadrão de Cavalaria que tinha certamente auto-metralhadoras e que, sem necessitar de mais ninguém, podia acabar com aquilo [refere-se à força da Escola Prática de Cavalaria que cercava o Quartel]. O Marcello Caetano é que nunca permitiu que a PSP ou a GNR actuassem. Se tivesse dado ordens concretas à PSP e à GNR nesse sentido, aquilo acabava tudo em cinco minutos.” [Declarações de Óscar Cardoso, Inspector da DGS; declarações, tal como as anteriores, em “Histórias Secretas da PIDE/DGS”]
(continua…)
Apache, Abril de 2015

sábado, 28 de março de 2015

A “Hora do Planeta”, o ritual irrelevante

Cumpriu-se hoje, entre as 20:30 e as 21:30 locais, a nona “Hora do Planeta”.
A “Hora do Planeta” é uma iniciativa simbólica da World Wide Found of Nature (WWF) principiada em 2007, na cidade australiana de Sidney, que ocorre no último sábado de Março, e visa consciencializar para as alegadas alterações climáticas antropogénicas.
Ano após ano, mais cidades e vilas, mais monumentos nacionais, mais pessoas anónimas aderem à iniciativa que consiste em desligar, durante 60 minutos, as luzes dos edifícios mais emblemáticos dos locais ou das casas de cada um.
Porque é que cada vez há mais aderentes à simbólica diligência? Mark Twain respondeu há mais de cem anos, porque “o Homem é um animal religioso”. É da tendência natural do homem para a crença que desde a antiguidade foi aproveitada por oportunistas para criar (sobretudo em actividades imprevisíveis, que vão dos jogos de azar às grandes manifestações da natureza) superstições e rituais a elas ligados. O ritual confunde-se com a própria crença porque surge da ideia de que fazer algo é sempre melhor que não fazer nada. Ora, toda a gente sabe que jogar no Euromilhões é, para a generalidade das pessoas, pior (para as suas finanças) que não jogar. A esmagadora maioria dos jogadores acabarão, após cada jogo, com um pouco menos dinheiro que se nada tivessem feito. Apenas uma ínfima minoria terá um retorno monetário superior ao investimento feito, mas vamos tentando a sorte dado o generoso retorno para aqueles a quem ela sorri.
A “Hora do Planeta”, que aos poucos vai ganhando o estatuto de ritual, é baseada nessa ideia de que fazer algo é sempre melhor que estar quieto. A fé implícita é a de que o Homem (que com todas as cidades, vilas, aldeias, estradas, plantações…) ocupa menos de 4% da superfície do planeta consegue controlar o clima global (ou melhor, os climas, porque são vários e bem diferenciados). E como o controla, pode fazê-lo para o “mal”, provocando o aquecimento da Terra ou para o “bem” mantendo as temperaturas actuais. A ideia da WWF permite, nas cidades que aderem à iniciativa, "poupar", em média, cerca de 2% da electricidade que se consumiria nessa hora. Como a iniciativa ocorre uma vez por ano, tal permite "poupar" (naqueles locais) cerca de 0,0002% de electricidade anual. Nas nossas casas, uma iniciativa destas, em teoria, pode poupar 5, 10, ou mesmo 15 cêntimos em electricidade, conforme o número de lâmpadas que habitualmente estão acesas aquando da iniciativa. Na prática, as poupanças são insignificantes, porque o que não fizemos naqueles minutos, por falta de luz, fica para fazer mais tarde com idêntico consumo de electricidade ou será feitas com outras formas de iluminação mais caras. Mas pode-se alegar que a ideia da WWF não é poupar custos mas sim emissões de dióxido de carbono, gás que diabolizam por acreditarem que causa “efeito de estufa”. Mas nesse caso, a poupança também é insignificante ou mesmo nula. Só parte da electricidade produzida (através do carvão, biomassa e gás natural) é que liberta dióxido de carbono, a restante é obtida (fundamentalmente) da água e do urânio. Quando apagamos as luzes (ou adiamos as tarefas para mais tarde, como escrevia acima, ou) acendemos velas, candeeiros (ou lamparinas) a petróleo ou azeite ou até a lareira, libertamos tanto ou mais dióxido de carbono que o que se libertaria na produção da electricidade.
Há dias um aluno perguntava-me: mas se fosse possível convencer todos os habitantes de um país a aderir a uma iniciativa destas, ainda assim, ela não teria impacto? A resposta: Teria, mas não em economia de custos ou emissões. A sobrecarga (pela redução de consumo, impossível de corrigir na produção) produzida na rede levaria a várias avarias de grande significado e poderíamos passar vários dias sem luz (até substituir parte da rede) com as consequências graves que daí adviriam.
Apache, Março de 2015

sábado, 31 de janeiro de 2015

2014 foi o mais quente da história da meteorologia?

A resposta depende (fundamentalmente) da crença que cada um deposita nas instituições que calculam a média das temperaturas da Terra.
Na semana passada, a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) equivalente, nos Estados Unidos, ao nosso Instituto de Meteorologia (agora, Instituto Português do Mar e da Atmosfera) escrevia na sua página na Internet: “É oficial: 2014 foi o ano mais quente registado na Terra”.
Significa, portanto, que não há dúvidas que 2014 foi o ano o ano mais quente desde 1880 ano (no final da “Pequena Idade do Gelo) a partir do qual a NOAA considera válido o cálculo da média das temperaturas?
Oficialmente, sim. Na realidade, não! Nem perto disso.
Já tinha escrito aqui que, na impossibilidade de calcular a temperatura média da Terra, se calcula a média das temperaturas. Para calcular esta média de temperaturas, o GISS (Instituto Goddard de Estudos Espaciais) da NASA usa dados provenientes, maioritariamente, de uma única fonte, o GHCN (Global Historical Climate Network) da responsabilidade da NCDC (National Climate Data Center) que é controlado pela citada NOAA, que por sua vez é tutelada pelo Departamento do Comércio dos Estados Unidos. Também já tinha escrito por aqui que as estações meteorológicas que fornecem dados ao GHCN chegaram a ser quase 6 mil (nas décadas de 60 e 70 do século passado, de mais de 12 mil possíveis) mas hoje são considerados dados de cerca de  1200 estações (de um total disponível, que não chega a 6 mil). Muitas estações meteorológicas foram fechadas (umas por falta de verbas, outras por se encontrarem em zonas remotas, de difícil acesso, algumas por outras razões). Os termómetros terrestres não estão igualmente distribuídos pela superfície do planeta, pelo contrário, desconhecemos a temperatura de vastas áreas da superfície da Terra. Note-se que dos 29% de terra emersa (não coberta pelos oceanos) cerca de 5,5% são montanhas, 5,8% são desertos, outros 5,8% são florestas boreais, outros 5,8% são pradarias e savanas e 1,8% são florestas húmidas, tudo zonas mal (ou quase nada) cobertas por estações meteorológicas. Resta cerca de 4,4% da superfície do planeta (parte dela habitada pelo Homem) com razoável cobertura de termómetros, a esmagadora maioria dos quais colocados em zonas urbanas. Na falta de dados, o GISS parte do pressuposto que toda uma vasta área apresenta a mesma temperatura que a lida num único termómetro, algumas vezes, a mais de mil quilómetros de distância. Em casos extremos, o GISS permite que um só termómetro represente a temperatura de mais de 4 milhões de quilómetros quadrados.
Na versão da NOAA, 2014 terá sido o ano mais quente, acrescentando 0,04 ºC ao antigo recorde, datado de 2010, com uma margem de erro de 0,09 ºC. Ora, sendo a margem de erro superior (neste caso, mais do dobro) ao recorde, nada garante que este tenha, de facto, sido alcançado. Mais, a margem de erro associada à leitura dos aparelhos é, em muitos casos, de 0,5 ºC, doze vezes superior ao recorde e da mesma ordem de grandeza de todo o aquecimento que a NOAA afirma ter existido desde o início do século XX.
Mas mais importante que tudo isto é a exagerada manipulação que o GISS faz dos dados, ajustando para baixo as temperaturas antigas e para cima as temperaturas recentes. A título de exemplo, o Paraguai contribui para o GHCN com os dados de três estações (Mariscal, Puerto Casado e San Juan Bautista) e em todas elas o GISS corrigiu os dados reais, que mostravam tendência para o arrefecimento, para passarem a mostrar uma tendência para o aquecimento (alterações que variam a relação entre o passado e o presente em cerca de 3 ºC) tal como se mostra nos seis gráficos seguintes. [Cliquem nas imagens para ampliar]








Em conclusão, a manipulação de dados é de tal ordem que, não só, não há garantia de que 2014 tenha sido o ano mais quente dos últimos 135 anos, como nem sequer é possível afirmar, com rigor científico, que a Terra, na sua globalidade, tenha aquecido nas últimas décadas.
Apache, Janeiro de 2015