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segunda-feira, 26 de maio de 2008

Porque aumenta (tanto) o petróleo?

Há quem afirme que os continuados aumentos do preço do crude nos mercados internacionais se deve à guerra no Iraque. É uma guerra que já dura há vários anos, aparentemente sem fim à vista e ao que parece, para continuar, já que tanto o candidato Republicano à Casa Branca, John McCain, como o mais que provável candidato Democrata, BaracK Obama, já deixaram bem claro que tão cedo não farão regressar as tropas a casa. Estamos portanto numa situação relativamente estável, que não afecta significativamente o mercado, que (neste aspecto) reage negativamente a incertezas. Há também quem afirme que os preços reflectem a escassez (futura) do bem. Muitos estão convencidos, que já foi atingido (ou sê-lo-á brevemente) o “pico petrolífero” [vejam a título de exemplo um estudo realizado nos Estados Unidos, disponível na Wikipédia]. Ou seja, que a maioria dos países produtores já ultrapassou o seu máximo de produção, encontrando-se agora na curva descendente, até ao esgotamento do mesmo. Recordo-me que quando era aluno do liceu, vários manuais escolares apresentavam previsões do esgotamento do petróleo em 30 anos. Entretanto, passados 20 anos, continuam a tentar “vender-nos” a teoria do esgotamento do petróleo, dentro de 30 a 40 anos. Fazer uma estimativa deste tipo, implicaria saber (com alguma exactidão) qual a quantidade total de petróleo extraível, disponível no planeta. Honestamente, não creio que alguém faça a mínima ideia. Não vejo sequer grande interesse dos fabricantes de motores a combustão (desde os automóveis, à maquinaria pesada agrícola e industrial, passando por barcos, aviões, etc.) em mudar a sua tecnologia a breve prazo. O petróleo que hoje se vende nos mercados será entregue e consumido daqui a 6 meses, 1 ano, ou mais, daí que, o que influencia os preços de hoje, sejam fundamentalmente as perspectivas de procura “amanhã”. E essas perspectivas dificilmente poderiam ser melhores. A economia chinesa e indiana, os dois mais populosos países do mundo (quase 30% da população mundial) está a crescer continuadamente nos últimos anos, consequentemente, tanto a indústria como os particulares irão consumir cada vez mais petróleo (principal fonte de energia da indústria). Além disto, o investimento das petrolíferas na propaganda ao alegado “aquecimento global” começa a dar os frutos. A implantação em muitos países, de aerogeradores (construídos essencialmente em aço e alumínio) é um manancial de lucros para as indústrias mineiras e de transformação, ambas consumidoras de gigantescas quantidades de petróleo. O apelo sistemático à produção de bio-combustíveis aumenta também, significativamente, o consumo de petróleo, tanto na maquinaria agrícola, como nas indústrias químicas que sintetizam o produto final. Em resumo, sem querer excluir outros possíveis (mas a meu ver, pequenos) contributos, o preço do petróleo sobe desmesuradamente, porque os especuladores apostam no (mais que) previsível aumento do consumo nos tempos mais próximos.
Apache, Maio de 2008

sábado, 22 de março de 2008

Meio verdes, meio engraçadinhos

A Lusa escrevia assim…
“(…) De acordo com o relatório da World Wildlife Fund (WWF), citado pelo diário espanhol 'El Mundo', a floresta ocupa actualmente uma superfície de 3.866 milhões de hectares, cerca de metade do espaço que ocupava há oito mil anos. Só na última década desapareceram quase 94 milhões de hectares de floresta, o equivalente a 5,6 milhões de campos de futebol por ano. O abate ilegal de árvores e a desflorestação para cultivo agrícola são os principais responsáveis por estes números, a par dos incêndios. (…)” Isto é aquilo a que eu chamo de meia notícia, oportunista. Meia notícia, porque dá a ideia errada que anda toda a gente a destruir floresta, o que não corresponde minimamente à verdade. Segundo o relatório oficial da FAO, entre 1990 e 2005, o Mundo perdeu cerca de 125 milhões de hectares de floresta, aproximadamente 3% da área florestada. A maior parte desta área é utilizada para a agricultura, mantendo-se assim como área ‘verde’. Dois países são responsáveis por quase 60% desta perda; o Brasil, cuja floresta diminuiu neste 15 anos, 42 milhões de hectares e a Indonésia, que perdeu 29 milhões. Outros 7 países (Sudão, Myanmar, Congo, Zâmbia, Nigéria, Tanzânia e Zimbabué) perderam em conjunto 48 milhões de hectares. Ou seja, estes 9 países, são responsáveis por 95% da área total de floresta perdida. O mundo tem mais de 190 países, não percebo por isso a generalização por omissão. Oportunista porque numa época de exagerado protagonismo da ecologia, protagonismo esse, conseguido amiúde com aldrabices científicas, uma notícia destas, deixa no ar a possibilidade de terem sido os países desenvolvidos a contribuir para esta desflorestação, quando na realidade, todos eles aumentaram ou mantiveram a sua área florestal. Nos países mais pobres a população cozinha e aquece-se com lenha, e a agricultura sem acesso a adubos e a técnicas de produção modernas necessita de grandes áreas para conseguir alimentar as populações. Mais, não fossem as parvoíces ecológicas dos bio-combustíveis e certamente parte significativa destas florestas não tinha sido perdida. Este é fundamentalmente um problema económico e não ambiental, até porque os países que mais florestas derrubaram são os que apresentam as maiores percentagens de área florestal no seu território (com excepção da Rússia, que manteve a sua área florestal e detém 20% de toda a floresta mundial). Quando a educação, a tecnologia e as energias mais limpas (como o ecologicamente tão odiado petróleo) chegarem a preços acessíveis às áreas mais remotas destes países (se é que alguma vez isso vai acontecer) o mundo deixará de perder significativamente, área florestal.
Apache, Março de 2008

terça-feira, 3 de abril de 2007

Mais Saúde?

O ministro que tutela o sector anunciou anteontem, em entrevista ao programa “Mais Saúde” da RTP-N que os hipermercados vão poder comercializar medicamentos com receita médica, no entanto, se os consumidores optarem pela aquisição dos fármacos nestes espaços, deixarão de beneficiar da comparticipação do estado, tendo por isso de pagar a totalidade do preço. Totó Cacá diz que esta vai passar a ser uma questão de opção, se o consumidor “quer a comparticipação, vai à farmácia, se quer proximidade, vai à loja”. O Sr. ministro aproveitou também a ocasião para anunciar a indexação à inflação das taxas moderadoras. Mais miminhos do Cacá para os portugueses...
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Entretanto hoje, em declarações à Lusa, fonte não identificada do Ministério da Saúde disse que o Sr. Ministro não disse o que disse. Parece ter havido um mal entendido, afinal, os medicamentos que estão sujeitos a receita médica não vão ser vendidos nos hipermercados, o que vai ser vendido nos hipermercados são os medicamentos que não têm receita médica mas são prescritos pelo médico numa receita médica. Estes não terão comparticipação do estado, porque os medicamentos não sujeitos a receita médica não são comparticipados, no entanto, se forem adquiridos numa farmácia serão comparticipados, pois foram prescritos em receita médica. Se alguém estiver confuso, peça explicações ao Ministério da Saúde. P.S. Com ou sem receita médica, por favor, não lhes prescrevam as gotas, já ninguém espera que eles nos governem, apenas que nos divirtam!
Apache, Abril de 2007

domingo, 28 de janeiro de 2007

Importam-se de repetir?... (3)

Notícia da SIC... "Os 21 novos radares espalhados pela cidade de Lisboa vão ser retirados e testados porque ainda não têm certificação." Está-se mesmo a ver que eles foram instalados para ver se eram arquitectonicamente compatíveis com o mobiliário urbano. José Sócrates no Alentejo... "O aeroporto de Beja há muito que devia estar decidido." "Este é um baixo investimento para um grande benefício." "A obra está orçada em 33 milhões de euros." Ora cá estou eu outra vez a concordar em pleno contigo, Zé. De facto, com um orçamento destes não se percebe como é que a obra não foi já concluída, quanto mais decidida. Repara que o alargamento da Portela foi orçado em 300 milhões de euros (que pelos vistos dariam para 9 aeroportos em Beja) e a Ota vai custar (segundo dizes) 3 600 milhões de euros (109 aeroportos de Beja). Ah, Zé... espero que não tenhas vindo a conduzir para Lisboa, sabes como é... os gajos da Brigada de Trânsito são uns "chatos"...
Apache, Janeiro de 2007