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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Magalhães: Velhos do Restelo ou alternativas ao Choque Tecnológico? (2)

(continuação…)
“O Sr. acredita que a incorporação destas tecnologias na educação é um processo irreversível?”
“Não existe nada irreversível nas actividades humanas. Isso depende de nós mesmos. Infelizmente, se a ignorância continuar, a tendência será essa. Será cada vez mais difícil encontrar escolas que não usem computadores na educação. Provavelmente só sobrarão as escolas ‘Waldorf’. No meu artigo contra o projecto ‘Um Laptop por Criança’, eu menciono alguns estudos estatísticos que mostram que, quanto mais as crianças e jovens usam o computador, pior é o seu rendimento escolar. Menciono também um artigo que saiu no jornal ‘The New York Times’ que mostra que cinco escolas nos EUA acabaram com o programa que permitia a cada aluno ter um computador, pois ficou claro que isso prejudica o rendimento escolar, não traz benefícios e o custo é altíssimo. Assim, tenho ainda alguma esperança de que a razão e o bom senso acabem por prevalecer e escolas e pais acabem ou reduzam o uso de computadores por crianças e adolescentes.”
“Muitos educadores defendem o uso dos computadores pelas crianças alegando que as máquinas estão cada vez mais presentes na sociedade e fazem parte do quotidiano dos alunos, além de facilitar o acesso à informação. O que é que o Sr. acha disto?”
“A necessidade de crianças usarem o computador porque ele faz parte da nossa sociedade é uma falácia completa. Nesse caso, as crianças deveriam conduzir um automóvel, logo que os pezinhos conseguissem chegar aos pedais e não deveria haver restrições ao consumo de bebidas alcoólicas pelos jovens pois ambos fazem parte da sociedade. É necessário examinar sempre a questão da maturidade. Como o computador não provoca danos físicos como os automóveis e as bebidas alcoólicas, acha-se que o computador é inócuo. Este é um grande erro, pois o desastre que ele provoca é mental, portanto, de certo modo, muitíssimo pior. Estamos a condenar as crianças a serem adultos antes do tempo, com pensamentos frios e rígidos, por exemplo. Além disso, por é que as crianças devem ter acesso à informação? Como em tudo na educação, há idade adequada para isso. Qualquer psicólogo sabe que a aceleração do desenvolvimento das crianças, seja ela física ou mental, é prejudicial. É um paradoxo que se tentem proteger as crianças contra agressões físicas e psicológicas e não se perceba que os meios electrónicos violam a natureza das crianças e dos jovens, formatando-os nas suas capacidades de pensar, sentir e querer. Há tempo para as crianças entrarem em contacto com o mundo dos adultos. Da mesma forma que não vamos para o altar de fraldas, também chegará o tempo em que o jovem terá maturidade suficiente para enfrentar as atrocidades do mundo. E terá muito mais energia para as enfrentar se a sua infância tiver sido poupada. Assim, o acesso à informação por crianças e adolescentes só deveria acontecer naquilo que é adequado para a sua maturidade. Repito que não é necessário que uma criança use um computador ou a Internet, pelo contrário, eles são prejudiciais; mas se algum pai achar que o seu filho deve usá-los, é absolutamente necessário que fique ao lado da criança para que ela não aceda a informação imprópria para a sua idade e não fique horas sentada em frente à máquina, com consequências graves para a sua saúde física.”
“O que é que o Sr. recomenda às crianças e adolescentes em vez do uso do computador?”
“Isso depende da idade. Em crianças até aos 9 anos, o essencial é o incentivo à imaginação e à fantasia - exactamente o contrário do que fazem os aparelhos com tela. Contar histórias, mostrar figuras em livros infantis, jogar à bola, correr e saltar, usar brinquedos toscos de madeira e bonecas de pano, etc. Por falar em livros, infelizmente existem muito poucos livros infantis, entre nós, realmente artísticos e interessantes; em geral as figuras são caricatas, mostrando um mundo distorcido, povoado de monstros. Isto mostra como se perdeu totalmente a intuição do que é apropriado para as crianças e deveria ser suficiente para se desconfiar profundamente de todas estas novidades pedagógicas "modernaças", principalmente as que propõem o uso sistemático de meios electrónicos na educação. Recomendo fortemente a visita a uma ‘Escola Waldorf’ para ver como pode ser um ensino profundamente impregnado de arte e com o mínimo recurso às tecnologias electrónicas. Em particular, visite-se qualquer jardim-de-infância ‘Waldorf’ para se ter uma ideia do que é um ambiente carinhoso, acolhedor, artístico, que faz com que qualquer pessoa queira voltar a ser criança novamente. Note-se como nele não há absolutamente nenhum ensino formal, como apreender a ler ou fazer contas. Há tempo para isso, idealmente aos 6 ou 7 anos de idade. A propósito, nenhuma Escola ‘Waldorf’ digna desse nome usa computadores na educação antes do ensino secundário. Note-se também que, nestas escolas, não existe a geração do «copia-e-cola»."
Apache, Setembro de 2008

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Magalhães: Velhos do Restelo ou alternativas ao Choque Tecnológico?

Valdemar Setzer, professor no Departamento de Ciência da Computação da Universidade de São Paulo, uma das vozes mais críticas da utilização de computadores por crianças, deu no passado mês de Junho uma polémica entrevista que transcrevo com a devida “tradução” para o português europeu.
"Quais são os seus principais argumentos contra o uso de computadores na educação?"
"Eu uso um argumento que talvez seja único, pois provavelmente mais ninguém o usa: o computador força um tipo de pensamento matemático, lógico-simbólico, que não é próprio para as crianças ou mesmo para os adolescentes. O computador também força uma linguagem formal, estrita. É uma máquina que trabalha com causa e efeito matemáticos, isto é, se a máquina está num certo estado, dando-se um comando ou accionando-se um ícone ocorre sempre o mesmo efeito. Isto não existe noutras máquinas e muito menos nas actividades humanas, principalmente nas relações sociais. Esse tipo de pensamento e linguagem, forçados pelo computador, não é próprio para crianças. Além disso, mais ou menos até aos oito anos de idade as crianças não distinguem fantasia e realidade.O computador e a internet exigem muita maturidade e autocontrole. Eles representam um ambiente totalmente fora do contexto cultural e de maturidade da criança. Ela teria que ter um discernimento de adulto para distinguir o que é próprio ou impróprio para a sua idade e cultura. A internet, quando usada na educação, representa uma educação libertária, onde a criança faz o que quer. Sou totalmente contra este tipo de educação, pois as crianças e adolescentes precisam de ser orientados. Em termos de internet, existe um enorme perigo para crianças e adolescentes, como foi mostrado por Gregory Smith no seu livro, "Como Proteger os seus Filhos na Internet" , que está a ser traduzido pela Editora Novo Conceito para o qual dei um parecer favorável e fiz um resumo, disponível no meu site. Nesse livro, ele mostra como as crianças e os adolescentes são extremamente ingénuos (ainda bem, senão seriam adultos!) e revelam dados pessoais em blogues, chats, e-mails etc. chegando a conversar com desconhecidos. Isto mostra a necessidade de uma certa maturidade para usar a internet. Não é, em absoluto, necessário que uma criança ou adolescente use a Internet. Afinal, nenhum adulto que hoje tenha mais de quarenta anos usou computador ou internet quando criança ou adolescente e, hoje, não tem dificuldades em usá-los. No entanto, se algum pai acha que os filhos devem usar internet, deve estar permanentemente ao lado da criança ou adolescente. Computador e internet são coisas sérias e não brinquedos. Penso que só por volta dos 17 anos é que um jovem começa a perceber que o computador e a internet podem ser instrumentos de trabalho sérios e úteis. Esta é, na minha opinião, a idade ideal para que os jovens comecem a usar a internet e o computador. Infelizmente, esta sugestão é considerada bastante utópica por parte de pais e professores, por falta de conhecimento ou pela abdicação da responsabilidade de educar."
"O que é que o Sr. achou do estudo realizado na Unicamp que aponta a queda no rendimento escolar dos alunos que usam os computadores para realizar as tarefas escolares?"
"O estudo da Unicamp confirmou um outro anterior feito no Instituto de Pesquisas Económicas da Comunidade Europeia, utilizando os mesmos dados (Saeb de 2001). Só que no da Unicamp foi feita uma análise multivariada, separando-se os alunos em classes socioeconómicas, mas no global os resultados foram os mesmos: quanto mais os alunos usam o computador, pior é o rendimento escolar. Estes e outros estudos comprovam as minhas deduções, que tinham sido puramente conceituais. Em geral, supõe-se que uma das causas do abaixamento do rendimento escolar seja a perda de tempo no uso do computador em vez da dedicação a tarefas escolares. Claro que esse é um factor importante, mas eu vou muito mais longe, pois analiso a influência do computador sobre a mente das crianças e jovens, em particular, sobre o pensamento. Por exemplo, qualquer aparelho com tela prejudica a imaginação, pois quando se vê uma foto, ou pior, um filme ou animação, não há nada mais a ser imaginado. Compare-se com a leitura de um romance onde tudo tem que ser imaginado, isto é, no segundo caso incentiva-se e treina-se a imaginação. Os desastres provocados por estes aparelhos levou um neurologista alemão, Manfred Spitzer, a escrever um livro cujo título é "Cuidado, Tela!", onde ele mostra que todos os aparelhos com tela produzem enormes prejuízos para crianças e jovens, desde um aumento de peso pela passividade física que estes aparelhos impõem até vários problemas psicológicos, como o aumento da agressividade, passando por muitos outros efeitos." (continua…)
Apache, Setembro de 2008

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Vêm aí os carros eléctricos…

Na semana passada, o senhor Pinto de Sousa, com o habitual espalhafato que caracteriza a sua acção, gafes e aldrabices incluídas, anunciou um acordo com a Renault/Nissan para a comercialização em Portugal de carros eléctricos já em 2011. Ao que parece a marca vai estrear os carros um ano antes (2010, portanto) em Israel, estando previsto o lançamento dos mesmos na Dinamarca no início de 2011, chegando depois ao nosso país na segunda metade do ano. Segundo a Renault, serão (numa primeira fase) introduzidos no mercado nacional 4 mil veículos destinados a empresas, podendo posteriormente ser introduzidos (por volta de 2020) veículos destinados a particulares. As empresas adquirirão o carro, com motor (ou motores, segundo consta, um para cada eixo) eléctrico, alimentado por uma bateria que se manterá propriedade da marca, pagando uma mensalidade por um pacote de carregamentos (20 numa primeira fase) que efectuarão em postos próprios que a Renault vai construir em parceria com outras empresas. O acordo parece (como convém) satisfazer ambas as partes. O Governo anuncia com grande propaganda, já para daqui a 3 anos, algo que nos próximos 10 terá uma cota de mercado insignificante, desdobrando uma vez mais a já bafienta bandeira ecológica. A Renault aproveita para testar a resposta do mercado a este tipo de veículo, praticamente não correndo riscos inerentes ao negócio, que deverá ser subsidiado na quase totalidade pelo Governo e pela União Europeia, embolsando ainda mensalmente (além do pagamento a prestações das viaturas) os lucros das cargas das baterias. Aproveitando ainda para testar a durabilidade dos motores, único calcanhar de Aquiles desta tecnologia, se excluirmos a autonomia e o tempo de carga das baterias, que espero sejam de iões Lítio (semelhantes às dos telemóveis). Para já, a marca não anunciou nenhum pormenor técnico dos carros, mas é de esperar um custo de produção idêntico ao associado a motores a gasolina de igual potência, o que significa um preço de venda ao público bem abaixo do dos carros actuais, porque os veículos eléctricos estão isentos de Imposto Automóvel e como o IVA incide também sobre este imposto, os carros eléctricos pagarão também menos IVA. Estes veículos estão também isentos do Imposto de Circulação (vulgo Imposto de Selo). Quanto ao desempenho dos carros, será de esperar uma velocidade máxima idêntica à dos carros com motores de combustão de idêntica potência e, acelerações e recuperações muito melhores, pois o motor eléctrico apresenta um binário máximo praticamente desde o arranque. Quanto à segurança passiva e activa, nada tem a ver com a questão mecânica, portanto não se esperam alterações. É ainda espectável uma assinalável redução no ruído do motor. As grandes questões que se levantam e me levam a aconselhar, quem precisar de mudar de carro nos próximos anos, a esperar para ver, antes de se meter em aventuras, prendem-se, como já referi, com a durabilidade dos motores no pára-arranca das nossas cidades e com o tempo de carga e mensalidade das baterias. Quanto à questão ecológica, nada de euforias, não à gases a saírem pelo escape, mas mais de 60% da electricidade que se produz em Portugal é proveniente da queima de carvão e fuel, as fábricas de baterias estão entre as industrias mais poluentes e a reciclagem das mesmas no final da vida (que não será (para já) superior a 3 ou 4 anos) também não se vislumbra tarefa fácil.
Apache, Julho de 2008

sábado, 22 de março de 2008

Meio verdes, meio engraçadinhos

A Lusa escrevia assim…
“(…) De acordo com o relatório da World Wildlife Fund (WWF), citado pelo diário espanhol 'El Mundo', a floresta ocupa actualmente uma superfície de 3.866 milhões de hectares, cerca de metade do espaço que ocupava há oito mil anos. Só na última década desapareceram quase 94 milhões de hectares de floresta, o equivalente a 5,6 milhões de campos de futebol por ano. O abate ilegal de árvores e a desflorestação para cultivo agrícola são os principais responsáveis por estes números, a par dos incêndios. (…)” Isto é aquilo a que eu chamo de meia notícia, oportunista. Meia notícia, porque dá a ideia errada que anda toda a gente a destruir floresta, o que não corresponde minimamente à verdade. Segundo o relatório oficial da FAO, entre 1990 e 2005, o Mundo perdeu cerca de 125 milhões de hectares de floresta, aproximadamente 3% da área florestada. A maior parte desta área é utilizada para a agricultura, mantendo-se assim como área ‘verde’. Dois países são responsáveis por quase 60% desta perda; o Brasil, cuja floresta diminuiu neste 15 anos, 42 milhões de hectares e a Indonésia, que perdeu 29 milhões. Outros 7 países (Sudão, Myanmar, Congo, Zâmbia, Nigéria, Tanzânia e Zimbabué) perderam em conjunto 48 milhões de hectares. Ou seja, estes 9 países, são responsáveis por 95% da área total de floresta perdida. O mundo tem mais de 190 países, não percebo por isso a generalização por omissão. Oportunista porque numa época de exagerado protagonismo da ecologia, protagonismo esse, conseguido amiúde com aldrabices científicas, uma notícia destas, deixa no ar a possibilidade de terem sido os países desenvolvidos a contribuir para esta desflorestação, quando na realidade, todos eles aumentaram ou mantiveram a sua área florestal. Nos países mais pobres a população cozinha e aquece-se com lenha, e a agricultura sem acesso a adubos e a técnicas de produção modernas necessita de grandes áreas para conseguir alimentar as populações. Mais, não fossem as parvoíces ecológicas dos bio-combustíveis e certamente parte significativa destas florestas não tinha sido perdida. Este é fundamentalmente um problema económico e não ambiental, até porque os países que mais florestas derrubaram são os que apresentam as maiores percentagens de área florestal no seu território (com excepção da Rússia, que manteve a sua área florestal e detém 20% de toda a floresta mundial). Quando a educação, a tecnologia e as energias mais limpas (como o ecologicamente tão odiado petróleo) chegarem a preços acessíveis às áreas mais remotas destes países (se é que alguma vez isso vai acontecer) o mundo deixará de perder significativamente, área florestal.
Apache, Março de 2008

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Alguém me empresta o catálogo dos furacões, se faz favor

A propósito da tecnologia de controlo climático, a que fiz referência num comentário a uma antiga publicação, vale a pena ler as notícia abaixo, já com (quase) 10 anos.
The Wall Street Journal, Quinta-feira, 13 de Novembro de 1997
A Malásia combaterá a poluição com ciclones
Kuala Lumpur - A guerra da Malásia contra a poluição do ar está prestes a sofrer um novo rumo. O governo quer criar ciclones artificiais para varrer a nuvem de fumo que tem afectado a Malásia desde o passado mês de Julho. “Usaremos uma tecnologia especial para criar um ciclone artificial que limpe o ar”, disse Datuk Law Hieng Ding, Ministro da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente. O plano consiste em usar a nova tecnologia russa para criar ciclones - as tempestades gigantes também conhecidas como furacões - para causar chuvas torrenciais, que lavem o fumo e a poeira do ar. “Aprovei o plano, conjuntamente com o Ministro das Finanças”, disse Datuk Law. Uma empresa malaia, a BioCure Sdn Bhd, assinará em breve um memorando de entendimento com representantes da empresa estatal russa, para produzir o ciclone.
Datuk Law recusou-se a revelar a dimensão do ciclone a ser produzido, bem como a forma como o será. “Dos detalhes eu não disponho”, afirmou. Infirmou, no entanto, que o ciclone produzido será “bastante forte”. Datuk Law também se recusou a revelar o custo da iniciativa, mas disse que, de acordo com o combinado “a Malásia não terá de pagar o projecto, se este não funcionar”.
Chen May Yee, correspondente do The Wall Street Journal
BBC World Service, Quinta-feira, 13 de Novembro de 1997
Malásia experimenta a chuva artificial para combater as nuvens de fumo
Numa tentativa de limpar a poluição que cobre partes do sudoeste asiático, há alguns meses, a Malásia vai tentar criar chuva artificial, usando tecnologia russa.
O equipamento russo ainda está em fase de testes, mas as autoridades malaias afirmam que é capaz de criar ventos fortes que produzirão nuvens e abundante queda de chuva. Dizem estar confiantes que o ciclone artificial não provocará danos materiais, nem ambientais.
A Rússia concordou disponibilizar o equipamento, na condição de só ser pago o serviço, se a chuva efectivamente chegar.
Publicado às 20:21 GMT
BBC World Service, Quarta-feira, 19 de Novembro de 1997
Aeroportos indonésios abrem após limpeza do ar
Fonte oficial Indonésia disse que todos os aeroportos do arquipélago estão abertos, pela primeira vez, ao fim de quatro meses, porque a forte chuva que se fez sentir dispersou o pó que cobria vários locais do país.
Informou também que a chuva pôs fim aos incêndios que lavravam nas ilhas de Bornéu e Sumatra, responsáveis pelas nuvens de fumo.
Os fogos começaram quando os agricultores iniciaram a limpeza das terras para as plantações, tornaram-se incontroláveis e lançaram uma tal quantidade de fumo que este cobriu vastas áreas do sudeste asiático, ameaçando seriamente o ambiente e a saúde das populações.
As autoridades de Singapura afirmaram-se esperançadas em que também no seu país o ar seja limpo.
Publicado às 11:58 GMT
BBC World Service, Quarta-feira, 19 de Novembro de 1997
O ar está limpo em todo o sudoeste asiático
O ar está limpo, mas para o ano, tudo se poderá repetir.
Começou a chuva das monções no sudoeste asiático, e caiu com tal intensidade que dispersou por completo a nuvem de fumo que cobriu a região nos últimos quatro meses.
Todos os aeroportos da Indonésia estão agora abertos, pela primeira vez em várias semanas e o céu de Singapura está de novo azul.
As imagens de satélite da área, mostra que todos os fogos da floresta indonésia das ilhas de Bornéu e Sumatra, responsáveis por grande parte do fumo, estão completamente extintos.
Os fogos, iniciados aquando da limpeza das terras para cultivo, criaram tal poluição que dezenas de milhar de pessoas adoeceram, além de terem causado sérios danos ambientais e ao turismo.
Mas na Indonésia teme-se que tudo se repita no próximo ano, se o governo não proibir o uso dos fogos na limpeza das terras.
Publicado às 19:46 GMT
Bom, as duas últimas notícias não confirmam o uso do equipamento referenciado nas duas primeiras, no entanto, ou se tratou de uma coincidência, ou a violenta chuvada que se abateu quase simultaneamente em todo o sudeste asiático na noite do dia 18 e madrugada do dia 19 de Novembro de 1997, foi mesmo obra da tecnologia, que ao contrário do que se diz nas notícias apresentadas, parece ter estado disponível vários anos antes.
Apache, Outubro de 2007