"Eras sobre eras se somem, no tempo que em eras vem. Ser descontente é ser homem... Que as forças cegas se domem pela visão que a alma tem!" (Fernando Pessoa)
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Até a notícia cheira mal
domingo, 20 de janeiro de 2008
As “Novas Oportunidades” da classe indecente
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
2º Aniversário do Último dos Moicanos
Em jeito de comemoração dos dois anos do blogue, que hoje se completam, repito uma publicação de 2006 na sequência de um comentário ao poema “Respiro o teu corpo” de Eugénio de Andrade.Sabe à água da fonte, sabe à luz do luar... Sabe às flores do monte, sabe às ondas do mar!
Sabe ao sol de Inverno, sabe à terra quente... Sabe ao toque terno, sabe ao desejo ardente!
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Global Warming Challenge
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Os camelos preferem… o deserto, obviamente!
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Desonestidade intelectual
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Os mais corruptos da América
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Tempos Modernos
“O maior desafio que a humanidade, actualmente, enfrenta é o de distinguir a realidade da fantasia, a verdade da propaganda. Distinguir o que é verdadeiro foi sempre um desafio para a humanidade, mas na era da informação (ou da desinformação, como eu lhe chamo) isto adquire uma importância e uma urgência muito especiais”
domingo, 30 de dezembro de 2007
Benazir Bhutto sabia (ou falava) demais?
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Socialistas ou desprezáveis?
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Feliz Natal
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
O outro lado de Bali
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
“United Kingdom has left behind murder and chaos.”
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Sem papas na língua
sábado, 15 de dezembro de 2007
“Dados não verdadeiros”
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Ninguém merece...
domingo, 9 de dezembro de 2007
Revista da semana
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Por mares nunca dantes navegados
“O ensino transformou-se no reino das trevas. No seu interior evaporaram-se as ideias sobre o que devemos, afinal, aprender. Uma reflexão séria, apoiada numa base científica sólida, sobre os objectivos do ensino, é algo que não se vislumbra acontecer em parte alguma. Em vez disso pontificam: a grande insegurança e a grande confusão. Experimentam-se continuadamente modelos novos. A escola regressou ao princípio da economia directa. O desconhecimento da Língua e da Literatura, nacionais, pode ser compensado por Educação Física, e as lacunas em Matemática por Religião e Moral. (…) Tudo isto fez da escola um mercado, onde se negoceiam notas e onde os alunos regateiam com os professores algumas décimas. O facto de tudo poder ser combinado com tudo, de tudo ser permutável e passível de ser compensado, conduziu à consagração da terceira “irmã górgone”: a grande aleatoriedade.O seu domínio fez com que se esfumasse a ideia do valor cultural impermutável a cada disciplina, dependente do respectivo conteúdo. O princípio fundamental de qualquer ordenamento hierárquico dos diversos conteúdos do saber: a distinção entre o acessório e o fundamental, foi posto de parte.(…) As escolas padecem de uma contradição atormentadora: é suposto que os alunos aprenderem o mesmo em todo o lado para assegurar que as habilitações escolares (com destaque para as de acesso ao ensino superior) tenham um nível ao menos aproximadamente homogéneo. No entanto, cada escola define a sua própria política escolar [entenda-se, o seu Projecto Educativo] (…) Perante estes deprimentes resultados, os representantes da burocracia cultural recorrem a um meio de eficácia comprovada, a manutenção de ficções, a negação da realidade e o esforço de ignorar as evidências. (…) Em poucas áreas se mente tanto como na política educacional e escolar. Para mais, o problema de toda esta concepção reside num erro simples que qualquer criança saberia apontar com a mesma facilidade com que aponta a nudez do rei: a igualdade de oportunidades no início da competição escolar é confundida com a desejada igualdade dos resultados no seu final. (…) Nesta situação o ministério, cujos representantes mal devem conhecer a situação nas escolas por experiência própria retirou aos professores a maior parte dos meios disciplinares, de modo que agora existe uma desigualdade de armas absoluta. Castigos como, repreensões, admoestações, notificação aos pais e (no caso de faltas graves) a ameaça de exclusão ou a exclusão efectiva da escola encontram-se tão cerceadas por regulamentos, requerimentos, votações e reuniões escolares que qualquer professor prefere prescindir delas: com todo este aparato, ele castigar-se-ia sobretudo a si próprio. Como os alunos estão a par disso, ainda fazem troça dele. Ora, como os professores são oficialmente culpados pelos seus próprios problemas, são empurrados para a via da mentira; fazem segredo das suas próprias dificuldades. Um discurso público (troca de pensamentos e opiniões) em que os seus problemas pudessem ser confrontados, não existe. Deste modo quebra-se a solidariedade entre os professores, que passam a concorrer uns com os outros com uma mentirosa política de imagem pública. Fingem-se bem-sucedidos e fazem de conta que não têm problemas. Na realidade, muitos de entre eles encontram-se profundamente desmoralizados. (…) Em resumo, as escolas estão num estado tão lastimável que a miséria permanece completamente desconhecida, visto a sua dimensão ser inconcebível. Isto não significa que não existam, aqui e acolá, escolas funcionais, conselhos executivos empenhados e professores bem-sucedidos, assim como alunos medianamente felizes. Talvez até existam bastantes. Mas escolas assim já não são a regra, mas a rara excepção. (…)” Calma, o texto pretende desmascarar a realidade educativa da Alemanha actual. É um extracto do livro “Bildung – Alles, was man wissen muss", escrito em 1999 por Dietrich Schwanitz, que vendeu naquele país mais de meio milhão de exemplares. Em 2004 foi alvo de uma polémica tradução e edição, em Portugal, pelas Publicações Dom Quixote, com o título: “Cultura – Tudo o que é preciso saber”. Felizmente que a realidade portuguesa é bem diferente, e o nosso ensino navega num ledo, quedo e fragrante mar de rosas… Ou serão laranjas?
Apache, Dezembro de 2007