quarta-feira, 15 de junho de 2011

Aquecimento Global de férias, na neve

Nevar em Mauna Kea, no Havai, quinze dias antes do início do Verão é algo que muitos considerarão vulgar, afinal, Mauna Kea (a maior montanha do mundo, se medida desde a base, no fundo do Oceano Pacífico, até ao topo) ergue-se mais de 4200 metros acima do nível médio das águas do mar e nem a proximidade do Kilauea a “vomitar” quantidades colossais de CO2, nem a aproximação do Verão impedem a queda tranquila da neve, na Montanha Branca tropical. Nevar em Snowdon Mountain, a maior montanha do País de Gales, cujo cume atinge mais de mil metros de altura, não sendo frequente também não se pode considerar um fenómeno invulgar, mesmo que ocorra a 10 de Junho. Já ver nevar no Outono (Hemisfério Sul), na segunda semana de Junho, no deserto da Namíbia, “sobre” o Trópico de Capricórnio, é algo tão invulgar que é (quase) possível ouvir o “silêncio ensurdecedor” dos ‘eco-qualquer-coisa’ a bradar – “Aquecimento Global”.
Apache, Junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

“Educação: um pacto de silêncio?”

“A campanha eleitoral foi praticamente omissa no respeitante à Educação. Não falaram dela (nem dos problemas, muitos, de que actualmente enferma) os líderes dos vários partidos concorrentes, não os questionaram sobre o assunto os vários jornalistas e entrevistadores, remeteram-se ao silêncio os comentadores de serviço. Como se entre todos houvesse um qualquer obscuro pacto de silêncio. Como se, na governação de um país que se afunda, a Educação fosse um campo menor. Não falaram dela porque não lhes interessa. Uma massa acrítica e formatada no molde do eduquês é uma papa mole, que não critica nem pensa nem intervém, não incomoda os poderes instalados. Não falaram dela apesar - ou por causa de - a saberem um barril de pólvora, pronto a explodir. Calaram a Educação, porque ela, tanto ou mais que o pelouro das finanças, exigiria, de quem se demitiu, um 'mea culpa' inequívoco, pelo desnorte político que imperou e pela convulsão social provocada, e, de quem agora vai tomar as rédeas do país, uma consciência clara do muito que há a remediar, inclusive a nível do esbanjamento sem critério dos dinheiros públicos: vide a Parque Escolar e os seus megalómanos 'mega-agrupamentos', mais a panóplia de gadgets tecnológicos imprestáveis que no reinado de José Sócrates inundaram as escolas - enquanto outras se fechavam sem contemplações por esse país fora, desertificando ainda mais um interior que a cada dia se empobrece e inviabiliza; enquanto um sem número de professores ficava no desemprego, as turmas enormes, ingovernáveis, as carreiras há anos congeladas e os salários diminuídos. A Educação tem de ser encarada como um imperioso investimento nesse futuro que prometem, principalmente no sentido de dotar as gerações (presente, futura), dos mecanismos sem os quais este país não sairá nunca do lodo onde se atolou: conhecimentos sólidos, cultura de empenhamento e trabalho sério, responsabilização colectiva, civilidade, respeito, capacidade crítica, humanismo. O futuro primeiro-ministro de Portugal não pode repetir os erros do passado, tanto mais que se reclama como 'mudança'. E tem de ter uma consciência muito clara do que está mal, e remediá-lo, encontrar soluções. Que podem passar por deitar tudo abaixo e começar do zero, com vontade política e a coragem que se impõe. Uma casa reconstruída sobre os alicerces podres de anos e anos de dislates não pode ter outro destino senão ruir. E não podemos dar-nos ao luxo de permitir que isso aconteça. Há que não perder de vista que nunca, como nos dois últimos governos do partido dito socialista, a escola pública foi tão intencionalmente aviltada, os seus agentes educativos tão maltratados. À frente do ministério da Educação tivemos recentemente os espécimes mais tristes de que há memória: uma mulher sádica e descompensada, de um desrespeito, um autoritarismo e uma incompetência assassinos; outra, uma tontinha seguidista, ignorante e ridícula, tão criminosa como a sua antecessora. Durante o primado de Mª de Lurdes Rodrigues, tivemos, é certo, uma oposição parlamentar invulgarmente crítica a praticamente todas as políticas educativas de um governo incapaz, de uma ministra e um primeiro-ministro arrogantes, autistas e incompetentes. Vimos surgirem Movimentos espontâneos de professores, independentes dos sindicatos. Lemos da revolta diária em blogues e em jornais. Vimos as maiores manifestações de professores de que há memória. Tudo, com consequências zero, ou quase. Já com Isabel Alçada vimos ainda, num acto sem precedentes, toda a oposição parlamentar votar contra um modelo de ADD execrável e inexequível. Vimos - acontecimento histórico! - o PSD juntar-se ao PCP na apresentação de um texto revogatório do referido modelo de avaliação de professores. E vimos Cavaco Silva prestar vassalagem a Mª de Lurdes Rodrigues e José Sócrates, inviabilizando o fim do que tem sido o maior factor de desestabilização das escolas, do desgaste dos professores e do respectivo, pernicioso efeito na qualidade do serviço que prestam aos alunos. Mais do que deputados críticos e conscientes, a Educação precisa de políticas lúcidas, sérias, pensadas. E precisa de quem as queira e saiba implementar.”
Transcrição parcial de um texto de Ana Lima

sábado, 4 de junho de 2011

Dia de reflexão (3)

Tal como os políticos, a brasileira Tabatha Fher gosta de nos dar música. Tal como com os políticos, há sempre alguém que não se importa.
Merecerá reflexão?
Apache, Junho de 2011

terça-feira, 31 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (11)

Para finalizar, o Mídia@Mais deixou espaço aberto às considerações finais que os entrevistados entenderam fazer. [A branco estão complementos meus] Daniela de Souza Onça: “Gostaria de deixar uma mensagem a todos os leitores: percam o medo de serem rotulados de nazis, destruidores do meio ambiente ou vendidos aos magnatas do petróleo. Quem nada contra a maré está simplesmente a defender a Ciência da influência dos alarmistas oportunistas e carreiristas. São eles que recebem fundos de governos, de empresas e de ONG para mentir, amedrontando a população com problemas que não existem. Precisamos de retomar a dimensão crítica da nossa Ciência e desincentivar esta apologia do consenso disfarçada de comprometimento com as gerações futuras, em que ela se está a converter. Acredito que esta retoma só será possível através de minuciosas investigações sobre o real estado das pesquisas sobre as alterações climáticas, os mecanismos de criação de alegados consensos, os interesses estruturais que reprimem a produção e divulgação de pesquisas independentes e descomprometidas dos interesses instalados e, acima de tudo, através da perda do medo por parte dos cientistas do clima. A hipótese do aquecimento global é um castelo de cartas muito fácil de demolir, e não há qualquer motivo racional para os defensores da verdadeira ciência climática cruzarem os braços.” Geraldo Luís Lino: “A histeria sobre o aquecimento global representa o elemento mais avançado da ideologia ambientalista, com todos os seus exageros e radicalismos que ultrapassam em muito quaisquer requisitos racionais de protecção do ambiente e acabam por funcionar como um enorme obstáculo ao desenvolvimento pleno da humanidade como um todo. O corolário desse discurso irracional, nem sempre percebido, é a sugestão de que não há condições de que todos os habitantes da Terra possam desfrutar dos níveis de bem-estar já atingidos pelos países industrializados, supostamente, pela falta de recursos naturais e a incapacidade de tolerância do meio ambiente. Esta ideia é, não só cientificamente falaciosa, mas também moralmente inaceitável. O problema das desigualdades de progresso e bem-estar, tanto entre os países como dentro deles, não se deve a limitações físicas, mas a deficiências éticas e políticas. Se houvesse vontade política, em menos de duas gerações seria possível conceder a cada habitante deste planeta um nível de vida equivalente ao de um europeu médio, sem prejudicar as perspectivas das gerações futuras ou submeter o ambiente a pressões intoleráveis. Evidentemente, os radicais e os desinformados dirão que isso é um delírio, mas esta é exactamente a essência do discurso ambientalista - que, na verdade, não passa de uma actualização mal disfarçada do velho malthusianismo. É por isso que é tão importante a desmistificação deste cenário catastrofista sobre as alterações climáticas, desmistificação que já está em marcha, embora ela não vá produzir efeitos de um momento para o outro. Assim sendo, só posso saudar iniciativas como a do Mídia@Mais em proporcionar este fórum de discussões sobre um tema de tamanha relevância para a actualidade.” Luiz Carlos Molion:Um ponto que não foi abordado e que é crucial para as próximas gerações é o facto de estas teses dogmáticas, como a destruição da camada de ozono ou o aquecimento global provocados pelo homem, já estarem nos livros do ensino básico [e em Portugal, os do ensino secundário também, pasme-se, os de Ciências incluídos]. O Ministério da Educação não fiscaliza, na realidade permite, que tais assuntos venham a fazer parte do conteúdo dos livros de Ciências. A maioria dos professores, por sua vez, não tem conhecimentos suficientes para criticar o conteúdo relativo a estas matérias e simplesmente repetem o que foi colocado nos manuais pelos autores. Crianças do 4º e 5º anos [em Portugal, todos os alunos até ao 12.º ano] estão a ter uma visão completamente distorcida da realidade e passam por uma verdadeira lavagem cerebral em pleno século XXI, semelhante à imposta pela Inquisição na Idade Média. Esses livros de texto deveriam conter apenas factos científicos comprovados e não hipóteses sem nenhuma sustentação científica. A minha pergunta é qual será a credibilidade da Ciência e do Ensino, na área da Meteorologia e da Climatologia, quando, num futuro próximo, os então jovens, com 25 ou 30 anos de idade, perceberem que foram enganados, ludibriados? Sim, porque todos os indicadores climáticos apontam para um arrefecimento nos próximos 20 anos. E neste período não será difícil explicar porque é que o homem e sua emissão de dióxido de carbono não controlam o clima global. Mas manter-se-á difícil explicar a histeria da urgência climática que tomou conta do mundo no final do Sec. XX e início do Sec. XXI.” Ricardo Augusto Felício: “Acredito que estamos a observar e a vivenciar uma nova fronteira, uma zona cinzenta que nos remete para os mais profundos abismos de uma nova era das trevas, fruto de um forçado retrocesso tecnológico, económico e social. Cientistas sérios sofrem pressões políticas que querem criar uma nova sociedade e uma nova cultura de quotidiano. Estas imposições aplicam-se às pessoas que já vivem no século XXI (como costumo dizer, as que comem, vestem-se e dormem numa casa). Ao mesmo tempo, forçará as pessoas que ainda vivem na ‘Idade Média’ (sem acesso a energia barata), ou algumas na ‘Idade da Pedra’, a ficarem naquele tipo de vida, e são cerca de 80% da população do mundo. Por outras palavras, a pseudociência, as ONG e os políticos estão a condenar a Humanidade a um esquema corrupto e injusto de escravidão e de pobreza eterna. Consolidar dispositivos como aquele em que quotas de emissões de gases se transformam em títulos negociáveis no ‘mercado da fumaça’, mostram bem o carácter destes grupos. No caso do Brasil, vejo uma enorme falta de patriotismo desta gente. Eles estão a vender o nosso país e o futuro do nosso povo sem nenhum embaraço e ninguém entende ou ninguém parece disponível para fazer algo. Pelo contrário, eles trabalham com a maior eficiência para o Establishment, sem nenhum pudor. E o que mais assusta é ver que o brasileiro acha isso óptimo, pois vai ajudar a ‘causa’. Vai ‘salvar’ o planeta! Só não sabem que quem precisa de ser salvo somos nós mesmos. Não esperemos que seja o planeta a preocupar-se connosco. Nestes termos, e muito em breve, nós iremos perder a soberania nacional sobre a Amazónia e toda a sua gama de recursos naturais em função da discussão das ‘queimadas’ e pela ‘causa ambiental’. Já que o Brasil não consegue tratar desse problema, a ONU vai tratar! Nos Estados Unidos já foram publicados livros com a Amazónia (brasileira) descrita como ‘território internacional’. E o que mais assusta é que nós brasileiros vamos acabar por concordar com isto.”

domingo, 29 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (10)

Segue-se uma pergunta (diferente) a cada um dos entrevistados (também por ordem alfabética)... M@M pergunta à Daniela de Souza Onça: “As suas actividades académicas e profissionais, permitem-lhe o contacto directo com jovens que ainda aspiram ao ingresso nas universidades brasileiras. Desse contacto, é-lhe possível fazer uma avaliação da qualidade da informação, sobre o clima, que circula entre esses jovens?” “A informação que eles trazem para a sala de aula é 100% proveniente da comunicação social, com a sua costumeira superficialidade, alarmismo e polarização. No entanto, noto entre eles algo ainda mais perigoso: todos eles sabem que estão encarregados de ‘salvar o planeta’ mas, curiosamente, um número considerável não sabe quem é o Al Gore ou o que é o IPCC. A informação deles é extremamente difusa, como se neles tivesse sedimentado um novo senso comum, que nem sequer precisa de ser discutido ou receber mais informações, mesmo as provenientes dos alarmistas. ‘O planeta estar a aquecer devido às emissões humanas de dióxido de carbono’ é algo, para eles, tão óbvio como ‘o céu ser azul’ ou ‘a água molhar’. Mas, por incrível que pareça, um número não desprezível deles (talvez uns 20%) fica muito satisfeito com as aulas em que desmascaro a farsa, usando conceitos bastante rudimentares de Geografia, Física e Química, e tranquilizam-se quando percebem que o mundo não vai acabar e que deixam de constituir mais uma massa amorfa, útil à manobra de políticos e empresários! Por isso, ainda tenho esperança que um pouco mais de esclarecimento às pessoas possa retardar ou mesmo evitar os projectos ilegítimos agora em curso.” M@M pergunta ao Geraldo Luís Lino: “No seu livro ‘A fraude do aquecimento global’ há uma breve, mas muito interessante, referência à ‘ciência da noosfera’. Seria possível explicar isto?" “O conceito de ‘noosfera’, ou esfera da razão, foi desenvolvido a partir da década de 1920, pelo grande cientista russo Vladimir Vernadski, iniciador da Biogeoquímica como disciplina científica voltada para o entendimento dos fluxos energéticos, os ciclos dos elementos químicos e as transformações que ocorrem nas interacções entre os seres vivos e o meio físico. Para ele, partindo do conceito da biosfera, a esfera da vida, a ‘noosfera’ representa o estado mais avançado do processo evolutivo, com o qual a humanidade passa a actuar como uma ‘nova força geológica’ na transformação do meio físico-biológico no qual se insere. Vale a pena sublinhar que estas transformações são vistas como consequências naturais da presença humana no planeta, em vez de intervenções eminentemente deletérias, como propõem os adeptos de uma visão idílica da natureza e do ambiente. Infelizmente, o trabalho de Vernadski sofreu grandes limitações políticas durante o regime soviético e, mesmo depois do fim da URSS, ainda é pouco conhecido fora da Rússia e da Ucrânia, sobretudo, pela escassez de traduções para as línguas ocidentais. Nem em inglês existem muitos trabalhos dele publicados e, em português não há nenhum. Mas, aos poucos, este cientista começa a receber a importância que lhe é devida. A expressão ‘ciência da noosfera’ tem sido proposta para qualificar a actualização e o desenvolvimento das linhas de estudos propostas por Vernadski para identificar e quantificar as interacções entre a humanidade civilizada e o meio em que vive. Pela minha parte, estou convencido que se trata do caminho certo para que, futuramente, possamos tratar essas interacções de uma forma verdadeiramente científica, em lugar da orientação eminentemente ideológica que prevalece hoje. Por isso, também espero ver brevemente edições dele, em português.” M@M pergunta ao Luiz Carlos Molion: “Na sua longa e notável carreira, houve certamente oportunidade de observar o comportamento de, pelo menos, duas gerações de cientistas brasileiros. Houve alguma melhoria na qualidade dos nossos cientistas ou, pelo contrário, houve um decréscimo na qualidade intelectual geral ou mesmo da qualidade moral desses cientistas?” “Há 40 anos que me dedico aos estudos do clima. Ao longo destes anos, lutámos para dotar o Brasil das condições que tem hoje e que o colocam em destaque na área da Meteorologia e da Climatologia, ao mesmo nível dos países desenvolvidos. Procuramos transmitir aos nossos seguidores, através das nossas aulas e palestras, a integridade e a ética científicas e a autenticidade e veracidade na publicação dos resultados científicos obtidos, deixando clara a metodologia para que tais resultados possam ser replicados. Sim, houve, sem dúvida, grande progresso nesta área da Ciência e na qualidade intelectual dos nossos profissionais, em relativamente pouco tempo! Porém, tal como noutros países, em particular a Inglaterra e os EUA, agora em foco no caso do AGA, existem cientistas brasileiros que procuram aproveitar-se da situação em benefício próprio, relegando para segundo plano os princípios básicos que regem a Ciência e o comportamento dos cientistas na comunidade e na sociedade.” M@M pergunta ao Ricardo Augusto Felício: “Desde o início das actividades do M@M que nos preocupamos com o tema geral do ambientalismo e para isso, através de traduções e de artigos dos nossos colunistas, recorremos a fontes estrangeiras, nomeadamente americanas, australianas e britânicas. Foi muito grata a nossa surpresa ao verificar a existência de grupos como o ‘FakeClimate’. Quais são as perspectivas e planos deste grupo de pesquisadores e cientistas brasileiros no âmbito académico, especificamente na climatologia?” “A ideia do ‘FakeClimate’ era justamente unificar a visão de todos os cientistas brasileiros, das mais variadas áreas, que se sentiam incomodados com a falácia do AGA e com os seus desenvolvimentos. Desta maneira, um pequeno grupo de pesquisadores de Meteorologia, Geografia e Climatologia (aqui incluídas tanto a visão da Meteorologia como a da Climatologia Geográfica) juntaram-se para coleccionar artigos nacionais e internacionais, além de escrever e publicar artigos na nossa língua. Uma vez estabelecido, o grupo foi crescendo, com participação de engenheiros ambientais, professores, oceanógrafos, ambientalistas (ou seja, aqueles que, de facto, entendem as relações escalares). Vale a pena destacar que o grupo não recebe financiamento de nenhuma instituição, pública ou privada. Mantemos contacto efectivo com diversos pesquisadores internacionais, trocando com eles informações, literatura e trabalhos. Não temos ideologias políticas ou religiosas e não servimos a ninguém. Os trabalhos são realizados à custa de grande esforço, com recursos tirados da venda da nossa força de trabalho individual. A muito custo, conseguimos publicá-los em revistas, jornais e eventos científicos (mas muitas vezes são simplesmente recusados, com o argumento de não serem científicos!). Enquanto os pseudocientistas recebem somas fabulosas de dinheiro para ‘comprovar’ a existência do ‘aquecimento global’ de origem antropogénica através dos seus modelos climáticos irreais, nós, para juntar R$270,00 para manter a nossa página na Internet por mais dois anos no ar tivemos que fazer uma vaquinha entre os voluntários do grupo. Por outras palavras, com muita massa cinzenta e quase nenhuns recursos, escrevemos trabalhos de pesquisa sérios e eficientes na área de Climatologia Geográfica e de outras ciências afins, bem como mantemos publicados os artigos dos pesquisadores cépticos do Brasil e do exterior, sem nenhum ónus para estes. Temos diversos planos de pesquisa já em andamento e outros ainda em fase de preparação. Alguns vão ter de ficar na gaveta por falta de recursos financeiros para a compra de material de pesquisa. Mas parece-me importante deixar bem claro, para os leitores desta entrevista, que não há evidência nenhuma de que os gases com ‘efeito de estufa’ produzidos pelos humanos façam a temperatura do planeta subir! Os alarmistas sabem disso e por isso vão inventando disparates para dizer que essas evidências existem. Imagens de frentes de glaciares a desabar, mortes de ursos polares, descoloração de uma ou outra barreira de coral e falso alagamento de ilhas do Pacífico não são evidências de ‘aquecimento global’, muito menos de eles serem causados por actividades humanas. Se fosse assim, não continuariam a gastar bilhões de dólares nas ilhotas do Dubai! Além disso, é lastimável ver qualquer evento meteorológico extremo propagandeado como evidência de que o AGA existe. Eventos meteorológicos extremos sempre existiram e fazem parte dos ciclos de variabilidade natural do clima. O que acontece actualmente é que aprendemos a monitorizá-los. A meu ver, e de um modo geral, a Ciência acabou. Tornei-me céptico diante de tudo o que vejo, leio e ouço. Cada vez que vejo investigadores fortemente comprometidos com interesses comerciais e políticos, não vejo como é possível acreditar nos seus resultados. Esta patifaria é, obviamente, propositada. Quando as populações do mundo acordarem para o facto de que a ‘ciência’ tem manipulado tanta coisa em benefício de alguns grupos, elas nunca mais acreditarão nos seus resultados e o desfecho disto é que cairemos numa nova idade das trevas. Desde os anos noventa que se nota uma corrida desenfreada rumo à mais completa irracionalidade. Penso que devemos tentar salvar as ilhas de Ciência que ainda restam. Para concluir, desafiamos os alarmistas (internacionais e nacionais) como o Carlos Nobre, por exemplo a demonstrarem a existência do AGA sem o uso dos seus modelos computorizados viciados. Ficará evidenciada a falácia, pois o AGA só existir no mundo da fantasia dos modelos climáticos que criaram para o comprovar! Estes modelos estão astronomicamente errados e só servem para tentar manter uma parte da ciência meteorológica ainda viva: a dos modelos computorizados. Esta ciência tem-se mostrado ineficiente e pouco evoluiu. Há 40 anos ela prognosticava o tempo com razoável certeza de dois dias, hoje faz-se mais ou menos o mesmo para sete dias, mas só se acerta se nenhum factor, não previsto nos modelos, não interferir nos processos. Como é possível prevermos com estes modelos o clima daqui a 100 anos? Só pode ser piada construímos uma nova sociedade em cima de resultados de modelos computorizados aldrabados e que nada representam."
Apache, Maio de 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (9)

M@M: “O receio de ir contra a maré do Aquecimento Global Antropogénico tem feito com que cientistas brasileiros cépticos se contenham nas acções para não perderem financiamentos? A ética científica tem sido abalada por este tema, em particular?” Daniela de Souza Onça: "O mundo da ciência, ao contrário do que o público possa pensar, não é composto por homens cujo único interesse é trabalhar pelo progresso do conhecimento e da humanidade. É um mundo passível de corrupção e contaminado por interesses, tanto como qualquer outro. Os cépticos praticamente não recebem financiamentos nem no Brasil nem no resto mundo, ao contrário dos vultosos investimentos nas pesquisas dos alarmistas, não só climatologistas, mas também as chamadas ‘áreas afins’ e até outras não tão afins como isso. Eles só têm a ganhar, não apenas em relação aos financiamentos, mas também pelo prestígio dentro das universidades. O que farão as gerações de jovens que, enveredando pelo mundo das ‘ciências do ambiente’ nos próximos vinte anos, na ânsia de desbravarem um continente inexplorado e repleto de possibilidades, perceberem que esse novo mundo é apenas um castelo de cartas? A causa do aquecimento global deve prosseguir; mesmo que o mundo arrefeça consideravelmente, mesmo depois de demonstrada publicamente a irrelevância da interferência humana, mesmo depois das medidas de redução das emissões revelarem os lucros exorbitantes de certas empresas e a miséria galopante de milhões de seres humanos; a causa deve prosseguir. Manipulemos os dados, escondamos os reais elementos climáticos e façamos muita propaganda favorável às empresas comprometidas - caso contrário, uma imensa quantidade de ‘pesquisas’ e de recursos nelas investidos ter-se-á revelado em vão. Na climatologia de hoje os cépticos representam a ala da ética científica. Como não recebemos financiamentos e fazemos as pesquisas com dinheiro dos nossos bolsos, estamos no ramo não por interesses pessoais, mas porque acreditamos que a climatologia ainda pode ser salva desta gentinha. Pode parecer utópico, mas eu não penso em desistir.” Geraldo Luís Lino: “Para começar a responder, quero propor que deixemos de vez de utilizar a palavra ‘cépticos’ para qualificar os cientistas que se opõem ao alarmismo climático. Embora nem todos tenham consciência disso, esta é uma das grandes distorções nesta discussão, pois o cepticismo permanente é uma condição fundamental para a actividade científica, na qual não existem verdades acabadas e permanentes. O cientista que não for permanentemente céptico não pode ser considerado um verdadeiro cientista. É verdade que muitos cientistas críticos do ‘alarmismo’ se retraem de vir a público discutir o assunto, para não terem problemas com os patrocinadores das pesquisas. A publicação de artigos em periódicos científicos com ataques pessoais, a depreciação pela comunicação social, são práticas que os ‘alarmistas’ não costumam ter o menor pejo em aplicar, como, aliás, ficou comprovado com os e-mails do ‘Climategate’. Mas, como eu sou um optimista inveterado, creio que, num futuro não muito remoto, esta histeria sobre o aquecimento global será considerada como um exemplo das distorções da actividade científica e da submissão da ciência à ideologia e à política, como aconteceu na URSS das décadas de 1930 a 1960, com o mencionado ’Caso Lysenko’, cujas consequências para a ciência e para a sociedade soviéticas foram trágicas. O aquecimento global antropogénico é uma reedição à escala planetária das fraudes perpetradas por Lysenko e pelos seus pares, politicamente motivados e intimidados. No Brasil, como eu não acompanho de perto a produção científica nesta área, prefiro deixar essa parte da resposta aos outros entrevistados.” Luiz Carlos Molion: “No Brasil, em particular, os defensores mais activos do AGA são a maioria esmagadora, aceitando as teses dogmáticas do IPCC e desta nova ordem global. Por sua vez, o Governo Federal segue o que é imposto pelo grupo de países dominantes, sem questionar, e isso facilita o trabalho dos defensores do AGA. O Ministério da Ciência e Tecnologia, via Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico & Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projectos (FINEP), bem como outros organismos de fomento do desenvolvimento científico, como as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAP) estaduais, seguem a filosofia governamental no que toca ao financiamento de pesquisas, de tal modo que os cientistas discordantes do AGA são marginalizados. Muitos, como eu, são criticados, com o objectivo específico de serem desqualificados, desprestigiados e terem sua imagem denegrida perante a opinião pública. Assim, muitos investigadores calam-se. Infelizmente, ética científica é algo que falta à comunidade científica brasileira que se dedica ao estudo do clima.” Ricardo Augusto Felício: “Será que ainda há ética na Ciência? Se os cientistas das academias são pagos pelo que produzem, ou seja, ganham pelo número de pesquisas e trabalhos que publicam, preferencialmente em revistas no exterior, indago se ainda temos um sistema científico eficiente ou apenas uma indústria de currículos? Quanto aos financiamentos, ficou, para mim, claro que pesquisadores que vão contra a ‘filosofia’ do aquecimento são cartas fora do baralho. Os cientistas cépticos de verdade preferem ser éticos e independentes, em vez de se venderem ao programa estabelecido pelas agências de fomento. É evidente que uma agência é parcial, como a FAPESP, quando ela relata nas suas publicações os efeitos das ‘alterações climáticas’ e das emissões de ‘gases com efeito de estufa’, bem como as pesquisas que os ‘comprovam’ e as tecnologias que ‘resolverão o ‘problema’. No meu caso, nem perco tempo a escrever e enviar pedidos de bolsa. Lá não existe Ciência climática, existe sim uma empreitada para legitimar a ‘causa’. Assim, prefiro ser uma carta fora do baralho, em vez de contribuir para construir uma ‘ciência’ baseada num castelo de cartas.” M@M: “Há algum estudo a respeito da alteração do perfil da produção científica brasileira na área do clima devido à avalanche de financiamentos para ‘comprovar’ o AGA?” Daniela de Souza Onça: “No capítulo 1 do quarto relatório do IPCC, afirma-se que a produção científica, em matéria de alterações climáticas, cresceu quase exponencialmente de 1951 a 1997, duplicando a cada 11 anos; e que 95% de toda a literatura sobre alterações climáticas desde 1834 foi publicada após 1951. Parece-me pouco provável que este crescimento não esteja relacionado com os vultosos financiamentos para a pesquisa climática. Sobre o Brasil, não conheço nenhum estudo específico, até porque o Brasil não é um país de grande tradição em ciências da natureza de uma maneira geral, mas provavelmente ocorreu um crescimento notável.” Geraldo Luís Lino: “Pelo mesmo motivo exposto na questão anterior, prefiro deixar a resposta aos demais.” Luiz Carlos Molion: “Não há nenhum estudo que seja de conhecimento público. Mas, torna-se claro, ao analisar as publicações, que a maioria dos artigos científicos, aceites para publicação, directa ou indirectamente, apoiam a hipótese do AGA. A maioria desses estudos traz resultados de modelos computorizados numéricos que, como disse, são inúteis e não se prestam ao planeamento das actividades humanas. Por outro lado, estudos que procuram mostrar a variabilidade natural do clima tendem a ter a sua publicação dificultada ou mesmo rejeitada. Um ponto importante é que o financiamento de projectos na área do clima e em áreas correlacionadas, como agricultura, recursos hídricos ou meio ambiente, tem sido amplo, bastando mencionar, no objectivo do projecto, uma possível relação com o clima futuro, modificado por acção humana.” Ricardo Augusto Felício: “A própria FAPESP ‘orgulha-se’ de demonstrar os seus financiamentos a tais empreitadas desde a ‘destruição da camada de ozono pelos CFC’. Basta pegar no catálogo de publicações e verificar o número de pesquisas e a quantidade de dinheiro público que foi gasto para ‘provar’ mentiras científicas. É importante sublinhar que mesmo que estas pesquisas focassem o estudo em processos naturais, na conclusão, a culpa era sempre da acção antropogénica. Isto é lamentável!”
Apache, Maio de 2011

terça-feira, 24 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (8)

M@M: “Administrar as catástrofes mostrou-se sempre uma fórmula muito útil para se remodelar as sociedades. Já não se fala daquilo que ‘ontem’ poderia dizimar a humanidade, a Gripe A (ex-suína). Sabe-se que muitas vacinas foram vendidas e descobriu-se agora que para muitos casos ela era totalmente ineficaz. Não seria caso para se responsabilizarem as autoridades que impõem por força da lei mudanças drásticas de atitude da sociedade por ameaças que se comprovam serem fraudulentas ou mesmo inexistentes?” Daniela de Souza Onça: “Sim, essas ‘autoridades’ deveriam ser responsabilizadas. Mas acredito que uma boa parcela dessa culpa deve recair sobre a comunidade científica e sobre o público, pois é este quem vota em políticos que anunciam nas suas campanhas que vão ‘salvar o planeta’, combater o ‘aquecimento global’, etc.. A justificação de que o público não percebe do assunto e não pode julgar as questões climáticas, embora parcialmente correcta, não resolve o problema: quando o público está desencantado com a política, é muito comum ouvi-lo dizer ‘vou votar num qualquer, pois um voto não faz diferença’, demonstrando o seu sentimento de impotência. Mas na questão climática é diferente: o cidadão comum acredita poder controlar o clima ao rodar a chave da ignição do seu carro! Acha que não consegue mudar a política da sua cidade, mas consegue controlar os fluxos de matéria e energia da atmosfera do planeta! O público gosta de catástrofes, daí o desejo delas por parte da comunicação social; ele sente-se ‘todo-poderoso’ ao saber que, mesmo na sua insignificância, quando nada mais na sua vida está sob o seu controlo, o clima do planeta está nas suas mãos. Como o público possui esta crença, tudo o que as ‘autoridades’ precisam de fazer é estimulá-la. Não há uma imposição por parte dos políticos ou das empresas: eles estão simplesmente a insistir freneticamente no que o público (em geral) deseja.” Geraldo Luís Lino: “Para quem está interessado em emergências globais, não há qualquer escassez delas. Por exemplo, a falta de saneamento básico afecta quase metade da população mundial e influencia directamente 2,3 milhões de mortes de crianças por ano, nos países subdesenvolvidos - isto significa uma morte a cada 14 segundos. A falta de acesso à energia moderna afecta 1,5 mil milhões de pessoas, principalmente na Ásia e na África, que são obrigadas a recorrer aos combustíveis mais primitivos conhecidos, o esterco e a lenha, para as necessidades mais básicas, como cozinhar. Estas são emergências reais e imediatas, que não existem apenas em modelos matemáticos que correm em computadores colocados em salas com ar condicionado, mas raramente se vêem os ambientalistas a fazer campanhas sobre esses temas, principalmente os dos países desenvolvidos. Ou seja, além de uma percepção bastante equivocada sobre as reais prioridades das discussões, há também uma grande dose de hipocrisia por parte dos que pregam a necessidade de controlo sobre os combustíveis fósseis. Mas o problema é que a mudança deste paradigma só será possível com uma "massa crítica" de consciencialização da opinião pública em geral, e é neste processo que temos de investir, com a multiplicação de iniciativas de esclarecimento, como nós temos feito.” Luiz Carlos Molion: “Certamente! Assim como há tribunais, como o de Haia, que julgam crimes de guerra e genocídios, deveria haver um tribunal que condenasse governantes que, movidos pelos interesses de grandes grupos económicos, prejudicassem os povos de outras nações directa ou indirectamente. Porém, a grande questão é quem estaria na liderança de tal organização?” Ricardo Augusto Felício: “Sim, as administrações deveriam ser responsabilizadas e punidas. Adoptar políticas públicas e mudar leis baseados exclusivamente no princípio da precaução são atitudes alarmantes! Eles querem mudar todo o quotidiano das pessoas, principalmente das que vivem nas cidades, baseados numa mentira. Eles querem remodelar as sociedades utilizando os três grandes medos da humanidade: o futuro, a mudança e a morte. A falsa gripe suína é um caso típico de falácia que usa estas falsas premissas. Entendo que ela foi utilizada como um teste. O primeiro, à escala planetária, antes, tinha sido a falácia dos CFC e da ‘camada de ozono’. No caso da gripe, a implementação foi mais rápida. Tratava-se de um surto de uma gripe comum (se é que houve um surto) cuja gravidade e difusão foram amplificadas por um plano mediático para ver se haveria uma resposta da população. Uma vez dado o alarme, qualquer pessoa que ‘apanhasse’ uma gripe corria para os hospitais. Desta maneira, aumentava-se o número de casos. Se não fosse pelo alarmismo da comunicação social, as pessoas ficavam em casa, tomavam uns chás, umas vitaminas e uns antigripais e passados dois ou três dias estavam de volta às suas tarefas. Com a propaganda doentia, as pessoas corriam para os médicos e tomavam aqueles remédios. Das muitas pessoas com quem conversei, fui informado de que algumas quase morreram, nas pela doença mas pelos efeitos secundários dos antivirais. Este facto deveria ter sido investigado, mas não foi. De qualquer maneira, a gripe teve diversos efeitos colaterais mundiais, em diferentes escalas: em certos países, planos e leis foram postos em prática pela calada da noite, além de terem sido impostas mudanças no quotidiano das pessoas, nos seus hábitos, calendários, obrigações, etc.”
Apache, Maio de 2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (7)

M@M: “Se por um lado os países pobres, ou em vias de desenvolvimento, serão os mais afectados pelos eventuais acordos e compromissos firmados na sequência da COP-15, há também uma forte reacção de considerável parcela das sociedades ricas, que já são penalizadas com a forte taxação, cuja raiz está na ideia de reduzir as emissões de CO2. Dito isto, não lhes parece que, em vez de um conflito entre países ricos e pobres, na verdade o que há é uma manipulação por parte de grupos com sede em países ricos, abarcando interesses ideológicos, políticos e financeiros, no sentido de estabelecer uma gigantesca burocracia supranacional, com poder de polícia supranacional, utilizando a face ‘humana’ da ONU para legitimar este engodo? Lembramos que no Brasil há indivíduos e grupos intimamente ligados a este conluio, como o governo Federal (PT), o governo de São Paulo (PSDB) e a prefeitura da cidade de São Paulo (DEM), todos parecem estar em disputa para mostrar quem é (ou parece ser) o mais ‘verde’.” Daniela de Souza Onça: “De facto, o que vemos não é um conflito entre países ricos e pobres, nem mesmo conflitos políticos ou económicos. Todos os grupos envolvidos - governos, ‘cientistas’ e empresas - estão unidos num mesmo interesse, incrementar a exploração das sociedades humanas, ricas ou pobres, é-lhes indiferente, mas estas últimas são mais fáceis de manipular.” Geraldo Luís Lino: “Não é só no Brasil que os políticos se agarram às causas ambientais por interesses eleitorais; isso acontece em inúmeros países. Mas o que é menos evidente é que, mesmo dentro dos grupos dirigentes dos países que criaram e têm ‘alimentado’ o movimento ambientalista, existem muitos interesses contraditórios. Por exemplo, nos EUA, a reacção ao Protocolo de Quioto, à agenda de Copenhaga e a qualquer arranjo institucional que implique limitações ao uso de combustíveis fósseis é muito grande. É bom lembrar que 80% da energia primária gerada por lá vêm do carvão, do petróleo e do gás natural. Por isso, apesar dos compromissos eleitorais do presidente Barack Obama, dificilmente o Congresso irá aprovar qualquer medida nesse sentido, mesmo sendo os EUA o país que mais promove o ‘alarmismo climático’, com verbas governamentais e privadas para pesquisas destinadas a provar a influência humana no clima, grupos de interesses de todo o género, peso da comunicação social, etc.” Luiz Carlos Molion: "Pode ser visto por essa óptica, já que não há quaisquer evidências científicas de que o homem interfira no clima global. Grupos económicos poderosos controlam governos, ou governantes, que, por sua vez, controlam a ordem mundial através de organismos, como a ONU. A destruição da camada de ozono, acima citada, pode ser considerada um exemplo clássico desta manipulação global. Como a matriz energética global está baseada no consumo de combustíveis fósseis, ‘descarbonizar’, ou reduzir emissões, significa ‘gerar menos energia eléctrica’, que é fundamental para o crescimento económico e o bem-estar social de qualquer país. Ou seja, essa nova ordem global tenciona condenar a maior parte da população mundial à miséria e a grandes desigualdades sociais, possivelmente uma nova roupagem da velha teoria malthusiana, travestida de uma ‘preocupação com o meio ambiente’, um ‘eco-malthusianismo’. Países desenvolvidos, especialmente os do G7, são países sem recursos naturais e energéticos, por isso, dependem dos países menos desenvolvidos. O Brasil, por exemplo, sempre foi um fornecedor mundial de matérias-primas, como grãos alimentícios e minérios. Por exemplo, vale a pena lembrar que o alumínio, enviado em lingotes purificados, é essencialmente energia eléctrica exportada, já que o seu processamento industrial (por electrólise) consome grande quantidade dessa energia, além da energia necessária à extracção do bauxite. E a UHE Tucuruí foi construída para esse propósito e não para atender à população dos estados do norte do país, nos quais muitas pequenas vilas ainda não dispõem de electricidade. Os países do G7 têm dominado o mundo através de mecanismos económico-financeiros, como o Banco Mundial, o FMI, a OMC, as barreiras alfandegárias, etc. e agora estão a perder a sua hegemonia. Houve necessidade de se criar uma estratégia que impedisse que países emergentes, como o Brasil, a China ou a Índia, passem a exercer o controlo em igualdade de condições e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo de matérias-primas para satisfazer as necessidades das suas sociedades de alto consumo. E essa estratégia resultou na adopção da ideia das ‘alterações climáticas’ provocadas pelo homem, com os seus impactos irreversíveis, seguindo a mesma receita da ‘destruição da camada de ozono’, agora amplificada por uma propaganda bem organizada, por meio de uma comunicação social globalizada, sedenta de catástrofes surreais.” M@M: “Prof. Molion, no caso dos Estados Unidos, o principal país do G7, e falando especificamente de petróleo, essa sua afirmação colide com aqueles que afirmam haver enormes reservas petrolíferas na chamada ANWR (Arctic National Wildlife Refuge), cuja exploração foi limitada a 0.01% da área da reserva ambiental por pressão de grupos ambientalistas e dos seus financiadores. Ainda em 2001, estudos do U.S. Geological Survey (USGS) estimavam que a prospecção na região do ANWR poderia resultar na viabilização económica de uma reserva de 16 biliões de barris, uma quantidade mais ou menos equivalente a 30 anos de importações americanas de petróleo da Arábia Saudita. O intenso debate inicial sobre a exploração desta reserva parece ter desaparecido sob uma imensa pressão política, isto aquando do governo do republicano George W. Bush. Em 2006, foram anunciadas ‘descobertas’ de outras reservas igualmente gigantescas, na região do Golfo do México, em profundidades similares às do tão falado pré-sal brasileiro. Por via disso e da posição oficial do actual governo americano quanto às emissões de CO2, ou seja, implicitamente quanto ao uso de petróleo, as necessidades e soluções energéticas para a nação americana parecem bem diferentes e contrárias aos interesses de grupos apenas nominalmente americanos, mas vinculados a interesses globais. Enquanto isto, o consumidor (e pagador de impostos) americano é transformado de vítima em vilão, carregando o fardo da ‘ecoculpa’. O padrão de consumo da sociedade americana não tem paralelo no mundo; ainda assim, parece-nos muito estranha esta aparente opção pela dependência de fontes de energia no exterior. Entra em cena a dicotomia entre aquilo que alguns consideram ser o verdadeiro interesse nacional americano e os interesses de grupos apenas com sede nos Estados Unidos. Qual é a sua opinião a respeito deste conflito, ou deste jogo de luz e sombras?” Luiz Carlos Molion: “A minha afirmação ‘países sem recursos naturais e energéticos...’ é uma afirmação mais geral, que envolve não especificamente os EUA, mas os outros países do G7, a Inglaterra, a França, o Japão, a Alemanha e a Itália. Talvez fosse mais correcto dizer: ‘... países sem recursos naturais e energéticos, em geral’. Concordo com a ideia de uma dicotomia americana face ao seu alto padrão de consumo. Concordo, também, que possam existir grandes reservas de petróleo no ANWR e que ainda não foram exploradas por pressões dos ambientalistas. Entretanto, existem factos estranhos como, por exemplo, a tomada do Iraque pelos americanos e a grande pressão e ameaças constantes que exercem sobre o Irão, também detentor de grandes reservas petrolíferas. Na época de Saddam Hussein, o Iraque tinha uma produção de 6 milhões de barris por dia. Após a tomada do país pelos americanos, o Iraque passou a produzir cerca de 2 milhões de barris e os EUA controlam totalmente a produção do país. E os preços aumentaram! Assim, parece que há um domínio por parte das companhias produtoras que superam o discurso do governo americano. Na realidade, sabemos que, mesmo em países que se dizem ‘democráticos’, a escolha dos dirigentes é manipulada e dá-se de forma a beneficiar os grandes grupos económicos. Veja o caso de Obama, que tinha um discurso contra a guerra e, ao ser eleito, enviou mais 30 mil soldados para o Afeganistão, afirmando que ‘a guerra é necessária para manter a paz’. Isto beneficiou a indústria bélica americana, ao mesmo tempo que condenou o povo ao pagamento de impostos mais altos. Uma outra hipótese será a dos EUA estarem a ‘guardar as suas reservas’ do ANWR para a eventualidade de o petróleo ser ‘de origem fóssil’ e um dia poder escassear. Se, porém, o petróleo for de origem inorgânica, como defendem os russos N.A. Kudryavtsev e E.B. Chekaliuk, e os poços se recarregarem num período de tempo relativamente curto, a situação pode mudar. Mas, ainda assim, os países produtores serão sempre os que estão próximos das falhas geológicas e das bordas de placas tectónicas. Em resumo, o assunto parece ser complexo e provavelmente não temos todas as informações necessárias para tirar conclusões convincentes. Mas, aposto muito na história e no tempo para elucidar os fatos...” Ricardo Augusto Felício: "Sim, de facto, não só apoio essa afirmação, como já temos elementos suficientes que demonstram que isto já é uma tese. Os governos e fundações do ‘Establishment’ oligárquico internacional detêm esse poder e estão a articular tudo para chegarem a esse controlo internacional. O importante é ressaltar que tudo é baseado em falácias. Não existe nenhum problema internacional, além dos clássicos: a fome, a pobreza, a falta de cuidados de saúde e a falta de educação, os quais, com o desenvolvimento actual, já poderiam ter sido erradicados Não o fazem porque não querem, propositadamente, claro. E agora, as ONG ambientalistas ainda fazem campanha contra estes mesmos pobres e famintos, tentando impedir que eles tenham acesso a energia eléctrica barata. É impressionante o nível a que se chegou. Este poder internacional consegue atirar uns contra os outros. Podemos ver isto a todas as escalas, começando a nível internacional, onde se atiram os países ricos contra os pobres (sendo que os ricos sofrem das mesmas taxações absurdas). À escala local pudemos observar um pouco este plano com a inspecção de veiculos, implementada por políticos que servem a ‘causa’. O governo paulista atirou os mais ricos (com carros mais novos) contra os pobres (com carros mais velhos e sem dinheiro para os trocar). Desta maneira, desviou-se o foco da discussão para as camadas socioecónomicas, quando na verdade, o foco da discussão deveria ser a eficiência de tal empreitada e a quantidade de recursos financeiros que serão desviados dos cofres públicos, de maneira directa e indirecta, e passados a uma empresa particular. Já no próximo ano os ânimos serão apaziguados, pois todos terão que fazer a inútil inspecção. Não falam das quantidades de dinheiro que representam estas transferências do público para o privado. Quanto aos partidos políticos, observo as situações com cautela. Todos se pintam de verde, mas convém lembrar que esse verde é de dinheiro. Só discutem problemas de redução de emissões, de novas formas de economia e por aí adiante. Forçam a troca dos processos convencionais, pelos chamados ‘verdes’, a qualquer custo, não importa se prejudicam as pessoas. Observo, com grande preocupação, algumas candidaturas como a do presidente da Natura, que quer-se tornar candidato à vice-presidência da República do Brasil, ou Fábio Feldmann, destacado membro da Greenpeace internacional, que quer ser governador do estado de São Paulo.”
Apache, Maio de 2011

domingo, 22 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (6)

M@M: “Ao contrário de tantas outras hipóteses, teses ou teorias que geraram polémica ou o interesse do público (por exemplo, a Teoria da Relatividade de Einstein), a pseudoteoria do ‘aquecimento global antropogénico’, já modificada [quando as temperaturas começaram a baixar] para ‘alterações climáticas antropogénicas’, tem a característica peculiar de provocar intensas e profundas mudanças negativas na vida das pessoas comuns. Outras pseudoteorias com base ideológica, como, por exemplo, a fantasia da ‘raça superior’, ou a ‘ciência’ biológica de Lysenko, na antiga União Soviética, estavam, por assim dizer, justificadas no contexto de regimes totalitários. O que vemos agora é algo inusitado: um novo tipo de totalitarismo à escala planetária, que abarca desde países democráticos a regimes autocráticos, passando por quase todos os espectros tradicionais da divisão político-ideológica, tudo encoberto por um véu de falso debate e disseminação da ideia de um alegado consenso científico, que na realidade não existe, mas que, não obstante, provoca consensos políticos bastante reais e perigosos. Este é um fenómeno que nos parece único e absolutamente aterrador. Qual é a vossa opinião?” Daniela de Souza Onça: “Não creio que o que estamos a viver agora – um consenso falsificado e a aprovação de projectos políticos ilegítimos - seja algo inusitado ou único. A única coisa que difere o nosso contexto dos de Hitler ou Lysenko é que a imposição das ideologias não se faz, nas chamadas sociedades avançadas, tão marcadamente pela força das armas. Mas a manipulação mental é exactamente a mesma; a sociedade unidimensional, para usar os termos de Marcuse, é exactamente a mesma. Não, não vivemos em democracias, mas sim em regimes perfeitamente totalitários, o totalitarismo do consumo e das inversões de valores, e podemos até dizer que este é um regime mais totalitário do que o a Alemanha nazi ou o da União Soviética de Stalin, justamente por causa da sua aparência de democracia e liberdade, que o torna completamente imune à contestação e ao julgamento. Os benefícios reais trazidos pela sociedade ‘livre’, que formam a sua base de legitimação, são apregoados aos quatro ventos justamente para que não se perceba qual a verdadeira base deste sistema, a saber, a perversidade da valorização privada do capital e a socialização dos seus efeitos adversos, tudo isto coroado por cidadãos que acreditam que essa sociedade totalitária é democrática e segura e que querem ser enganados e explorados. É por isso que a pseudociência das mudanças climáticas não faz e não precisa fazer a menor questão de parecer democrática: porque nada nesta sociedade o é, efectivamente.” Geraldo Luís Lino: “O ambientalismo não é um fenómeno sociológico espontâneo, que surgiu de um processo de conscientização sobre os impactos causados pelas actividades humanas no meio ambiente. É uma ideologia, artificial como todas as outras (no sentido em que é desvinculada de um processo coerente de entendimento dos fenómenos universais), que foi criada deliberadamente por certos grupos integrantes das classes dirigentes de alguns países do Hemisfério Norte, principalmente os EUA e a Grã-Bretanha. Em linhas gerais, os objectivos desses grupos eram: 1.º transferir o controlo dos processos de desenvolvimento baseados na industrialização e em infra-estruturas modernas, das mãos dos governos nacionais para entidades supranacionais e não-governamentais, que são sempre mais fáceis de ser manipuladas e direccionadas para certos objectivos, do que os governos; 2.º abafar o "optimismo tecnológico" que era facilmente perceptível entre as populações em geral, nas primeiras décadas do pós-guerra, com a reconstrução económica, os impulsos de industrialização do Terceiro Mundo, a ‘Revolução Verde’ das culturas de alto rendimento, as perspectivas da exploração pacífica da energia nuclear, a corrida espacial entre os EUA e a URSS, os avanços da medicina, das telecomunicações etc.; 3.º reduzir o crescimento populacional; e 4.º controlar os recursos naturais. Tudo isso está abundantemente documentado, não é teoria da conspiração. Antes de publicarmos o ‘Fraude’, eu e meus colegas do Movimento de Solidariedade Ibero-americana publicamos três livros sobre este processo, ‘Máfia Verde’ (em 2001),’"Máfia Verde 2’ (em 2005) e ‘Uma demão de verde’ (em 2007). Este último foi escrito pela jornalista canadiana Elaine Dewar e é a melhor investigação jornalística já feita sobre os bastidores do ambientalismo internacional, um livro que se lê como uma história de detectives real. Tem dois capítulos inteiros dedicados ao homem que é a própria encarnação do ‘alarmismo climático’, o magnata canadiano Maurice Strong, um dos maiores promotores do ‘aquecimento global antropogénico’ e da necessidade de controlo das emissões de carbono, desde a Conferência de Estocolmo, em 1972, passando pela Rio-92, o Protocolo de Quioto e toda a profusão de ‘COP’ organizadas pela ONU para institucionalizar o controlo dos combustíveis fósseis - que é o objectivo último deste processo. Aliás, nós fomos processados por uma ONG internacional, a WWF, por dizermos isto, e ganhámos em todas as instâncias dos tribunais, pois eles foram recorrendo das decisões do tribunal até chegarem até o Supremo, em Brasília. Nas três instâncias jurídicas, os magistrados reconheceram que as nossas afirmações e denúncias sobre o ambientalismo eram fundamentadas em informações do domínio público e não constituíam calúnias ou difamações, como acusavam os ambientalistas da WWF. Em síntese, nada disto tem a ver com ciência, mas sim com um gigantesco processo de manipulação social por interesses económicos e políticos poderosos, que está a ficar a cada dia mais evidente.” Luiz Carlos Molion: “O totalitarismo à escala planetária foi testado com outra catástrofe anterior, não mencionada na pergunta: a alegada destruição da camada de ozono pelos clorofluorcarbonetos (CFC), gases que eram utilizados em refrigeração. A ‘receita’ utilizada é a mesma que utilizam no AGA. Sabe-se que é a radiação ultravioleta (UV-C) que forma o ozono na estratosfera ao dissociar as moléculas de oxigénio que absorvem aquela radiação, impedindo-a de atingir a superfície da Terra. Quando o Sol está mais activo, produz-se mais UV-C e a camada de ozono fica mais densa, o contrário também é válido. O Sol tem (entre outros) um ciclo de cerca de 90 anos que atingiu seu máximo de actividade no início dos anos sessenta e, ao longo destes últimos 50 anos, a sua actividade vem decrescendo, produzindo menos UV-C e, consequentemente, diminuindo a concentração do ozono até atingir um mínimo nos próximos 20 anos, até o ano 2032 (sensivelmente). Este conhecimento científico foi usado para eliminar os CFC. Começou com reuniões científicas que alertavam (e alarmavam) para a destruição da camada de ozono, pelo homem. Foi criado o ‘Painel de Tendência do Ozono’ (sigla em inglês, OTP) e, após algumas reuniões, o Protocolo de Montreal que, em 1987, obrigou os países signatários a eliminar os CFC e a adoptar os substitutos, sob pena de sanções económicas severas, como a não-renovação da dívida externa, como foi o caso do Brasil. Quem ganhou com isto? Um oligopólio formado por cinco companhias multinacionais, com sedes no G7, que detinham a patente dos gases substitutos. Nunca foi observado ou cientificamente provado que uma só molécula de CFC (muito mais ‘pesada’ que as moléculas do ar) tenha chegado à altura da troposfera onde se forma o ozono (30-50 km). Foi um grande golpe, para a ciência, e serviu de precursor do AGA, que gerou bilhões de dólares para estas companhias que, relembre-se, pagam impostos sobre seus lucros nos seus países-sede (e não onde estão implementadas), uma verdadeira acção neocolonialista, de transferência de recursos de países pobres para os ricos. O crime dos CFC foi o de serem do domínio público e não já não pagarem direitos ‘de autor’ (‘royalties’). Complemente-se que o criador da hipótese da destruição da camada de ozono pelos CFC também assina o Sumário Executivo do 4º Relatório de Avaliação do IPCC, o Dr. Mario Molina (que ganhou o Prémio Nobel da Química com aquela aldrabice), juntamente com Prof. Phil D. Jones, director (agora afastado da CRU da Universidade de East Anglia. Climatologia é ciência, e não deve ser confundida com ambientalismo, que é uma ideologia. Actualmente, o movimento ambientalista parece ter-se afastado de seu objectivo principal, tendo transformado o seu discurso e as suas acções de conservação ambiental em instrumentos de manipulação de pessoas e instituições incautas.” Ricardo Augusto Felício: “Estamos à beira do caos. Não é um caos ambiental, muito menos climático. É o caos humano! Um caos planeado, que pretende impor um governo mundial, baseado na pseudociência, legitimada por esses mercenários que vendem os seus países e o bem-estar das pessoas que neles moram. Estamos a vivenciar uma transição para um governo dos mais autoritários que já foram impostos. A meta é o controlo total, partindo das fontes de energia, das fontes de água, das fontes de recursos naturais e alimentos e finalizando (talvez) no controle total do ser humano. A ‘coisa’ já começou e tem seus desdobramentos conforme o país ao qual se aplica. Nos países ricos, vemos o terrorismo como a principal fonte de medos. Nos países mais pobres, usam a fome e miséria causadas por ‘alterações climáticas’. De qualquer forma, todos convergem para a mesma solução: mais impostos e redução dos direitos civis, até ao controlo total. Em breve, no Brasil, teremos a adopção do RG integrado, onde todas as informações da nossa vida estarão ali guardadas. Se para ter algum direito, o cidadão necessita de lutar veementemente, imagine-se quando todas as suas actividades, incluindo a sobrevivência, estiverem controladas por um único documento? Se você tiver problemas com o Estado, eles simplesmente irão bloquear esse documento e você não poderá fazer mais nada. Por isso é que nós afirmamos que o conto do ‘aquecimento global’ é apenas uma cortina de fumo para o que está para vir. Nos andes, o ‘problema’ foi apresentado com outra face, a ‘escassez’ de água, outra enorme falácia.”
Apache, Maio de 2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (5)

M@M: “Na corrida entre o cientista e o político, o último parece estar a levar vantagem. Em rigor, o cientista não tem nenhuma obrigação de apresentar, muito menos de explicar, as suas teses ou teorias ao grande público. Isto sempre foi feito através de uma rigorosa revisão pelos pares. Todavia, e especificamente quanto ao tema ‘alterações climáticas’, até essa revisão pelos pares se está a mostrar viciada ou corrompida por interesses alheios à ciência. Enquanto o político possui a arte da retórica, o cientista debate-se com os difíceis problemas do mundo real, e com a dificuldade na expressão dos seus resultados em linguagem acessível, sendo muitas vezes obrigado a utilizar a mesma terminologia equivocada estabelecida pela comunicação social, pelo IPCC, por grupos políticos, etc. Pode dizer-se que o tema do clima foi ‘roubado’ ao cientista, pelo político?” Daniela de Souza Onça: “Será que esses ‘interesses políticos’ são mesmo "alheios" à ciência? Será que o tema do clima foi realmente ‘roubado ao cientista, pelo político’? Ou será que existe uma intensa simbiose entre os dois grupos? Nenhuma destas duas esferas - a ciência e a política - exerce uma preponderância absoluta sobre a outra, nos dias de hoje; o que existe é uma profunda inter-relação de ambas. Nem o cientista se converteu em soberano perante o político, nem é suficientemente independente para ser guiado, nos seus actos, unicamente pela sua vontade. Na realidade, ocorre uma forte comunicação recíproca em que, por um lado, os especialistas científicos ‘aconselham’ as instâncias que tomam decisões e, por outro, os políticos ‘encarregam’ os cientistas de ‘inventarem’ de acordo com as práticas que pretendem implementar. A instituição do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) é emblemática dessa simbiose. As conclusões do Painel passaram a guiar as decisões políticas, enquanto os governos financiam as pesquisas favoráveis à hipótese e às conclusões almejadas, necessárias à implementação de seus interesses políticos. Deste modo, controla-se, por um lado, o desenvolvimento de novas técnicas e estratégias, a partir de um horizonte tornado explícito de necessidades e de interpretações historicamente determinadas destas necessidades; e por outro controlam-se os interesses sociais, reflectidos em sistemas de valores pela alegada prova das possibilidades técnicas e dos meios estratégicos necessários à satisfação dessas necessidades. Por exemplo, são desenvolvidas tecnologias ´verdes’ porque ‘são necessárias’ para a ‘preservação do meio ambiente’, simultaneamente, investe-se em ‘estudos’ que demonstrem a ‘necessidade’ destas tecnologias. Não creio que seja possível falar em corrupção da ciência por interesses alheios a ela: a ciência climática foi corrompida pelos interesses dos próprios ‘cientistas’.” Geraldo Luís Lino: ”Não concordo que o cientista deva ficar isento de expor as suas ideias e os resultados dos seus trabalhos ao público em geral. A ciência não pode ficar isolada em ‘torres de marfim’, deve interagir activamente com a sociedade, até porque a estrutura científica de um país depende directamente da percepção que os diversos sectores da sociedade têm, da importância da actividade científica. Aliás, se os níveis de conhecimentos científicos básicos por parte da população em geral não fossem tão baixos, e isto não só no Brasil, o catastrofismo ambientalista teria tido muito mais dificuldades em se propagar que as que teve nas últimas décadas. Por ironia, apesar dos inegáveis avanços científicos e tecnológicos ocorridos nas últimas décadas, especialmente no campo das comunicações, hoje, uma grande parte das pessoas educadas é incapaz, ou no mínimo exibe grandes dificuldades em entender muitos conceitos científicos básicos. Assim, as pessoas tornam-se vulneráveis aos bombardeamentos de informações erradas sobre fenómenos climáticos, até mesmo quando elas contrariam o senso comum, como a ideia de que o derretimento das calotes polares do Árctico poderia implicar um aumento do nível do mar. Quanto ao ‘roubo’ das questões climáticas pela agenda política e económica de certos grupos hegemónicos, do Hemisfério Norte, os mesmos que criaram, organizaram e colocaram em marcha o movimento ambientalista, na década de 1960, ele é não só inegável, como ajuda a explicar o rumo que o alarmismo tomou. No meu livro, há um capítulo sobre isto.” Luiz Carlos Molion: “O tema ‘clima’ nunca foi uma discussão científica propriamente dita, pois os cientistas sabem que o clima é dinâmico e que tem variado ao longo da existência do planeta. A possível influência do homem no clima global é que se tornou objecto de discussão por sectores da sociedade que, na sua maioria, nada entendem de clima, e por alguns cientistas que tiram proveito da situação em benefício próprio. A comunicação social, em especial a televisão, mostra catástrofes aparentes - como aumento do nível do mar, o degelo das calotes polares, o aumento do número de tempestades severas - sem prova física, que impressionam e aterrorizam o público leigo. Mas os argumentos científicos sérios, que mostram que tais fenómenos são naturais e que já ocorreram no passado, não conseguem convencer o público. Os políticos, por sua vez, perceberam que ‘ser verde’ atrai votos de uma parcela considerável da população. A criação de outra moeda de troca, os créditos de carbono, propiciará desvios de recursos públicos, provenientes do aumento de impostos e taxas, supostamente investidos em conservação ambiental, investimento que muitas vezes é difícil provar que existiu.” Ricardo Augusto Felício: “Eu acredito que estamos a assistir à mais estranha simbiose. Os políticos querem justificar as suas atitudes e precisam de legitimação. Desta maneira, fluxos financeiros correm soltos para as pesquisas que apoiem as políticas públicas que se querem implementar, não a Ciência, de facto. O próprio IPCC começou assim, com a Margareth Thatcher a financiar as pesquisas que encontrassem um bode expiatório para acabar com o problema levantado pelos sindicatos dos mineiros de carvão, no seu país. Ela tentava privatizar todas as empresas do sector e sofreu forte oposição dos sindicatos. O alvo escolhido foi justamente a emissão de dióxido de carbono, resultante da queima do carvão. Convém lembrar aquele que, há época, era o maior escândalo científico, quando em 1987, sob o governo da mesma Thatcher, países subdesenvolvidos foram obrigados a eliminar os Clorofluorcarbonetos (CFC) dos seus processos industriais para que fossem obrigados a pedir empréstimos ao FMI. Isso foi uma coerção, sim. Seria preciso lembrar ao Paulo Artaxo para que ele pare de dizer baboseiras. Podemos dar alguns exemplos, aqui no Brasil. Em São Paulo, dinheiro para pesquisas de saúde pública e de clima é usado para impor a inspecção ‘ambiental’ de veículos, restrições à circulação e a construção do anel rodoviário (sob a capa de ter sido criado para ‘dar mais conforto e melhorar a saúde’ do paulista). Com a inspecção de veículos, espera-se que cerca de dois milhões de automóveis fiquem ilegais e os seus donos percam o direito da sua propriedade. Tudo bem... é pela ‘causa’ ambiental e pela da falaciosa ‘saúde pública’. Já podemos imaginar as privatizações que os próximos governos do PSDB estão a congeminar. O país, que deveria ser dos brasileiros, vai servir a iniciativa ‘privada’ de grupos ligados a governos, em todos os aspectos, incluindo os serviços essenciais, como a água e os esgotos.”
Apache, Maio de 2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (4)

M@M: “Já começaram a ser publicados artigos científicos sobre as mensagens de correio electrónico de East Anglia, principalmente os modelos computadorizados que forjaram o "Hockey Stick"?” Daniela de Souza Onça: “Não tenho conhecimento de artigos científicos sobre o assunto, embora haja muito material publicado em blogues e em jornais digitais. O caso é ainda muito recente e, por isso, até este momento, não foi possível fazer uma análise científica de seu conteúdo.” Geraldo Luís Lino: “O gráfico do "taco de hóquei" foi devidamente ‘desmascarado’ como uma fraude colossal, graças ao trabalho brilhante e dedicado de dois leigos curiosos, os canadianos McIntyre e McKitrick. No meu livro, dedico um capítulo ao assunto, que, aliás, merece um livro inteiro para ser devidamente descrito. Quanto aos e-mails, a Internet e a comunicação social, do Hemisfério Norte, têm publicado uma torrente de artigos a respeito deles, dissecando os diversos aspectos do escândalo, inclusive as limitações dos modelos matemáticos quando comparados com os fenómenos do mundo real. Estas falhas são admitidas por alguns dos personagens envolvidos no escândalo, como Kevin Trenberth, que numa das mensagens admite a sua perplexidade pelo facto de as simulações de computador não conseguirem explicar o "sumiço" do aquecimento global após 1998. Infelizmente, até agora, a comunicação social brasileira tem sido extremamente parcimoniosa e selectiva em relação ao assunto, o que é bastante sintomático da adesão à propaganda ambientalista das redacções nacionais." Luiz Carlos Molion: “Ainda antes do Climategate já tinham sido publicados artigos referentes à manipulação de dados em Paleoclimatologia, como o "Hockey Stick", por exemplo. Outro artigo de Briffa ((de 2008), pesquisador do mesmo grupo, da mesma universidade) referente à série de temperaturas extraída de anéis de árvores do Yamal, uma região da Rússia, tinha sido desmascarado por ter sido descoberto que os autores utilizaram uma única árvore, cuidadosamente escolhida para dar ao estudo a conclusão que interessava. Convém lembrar que estas técnicas, usadas em Paleoclimatologia, que utilizam ‘testemunhos’ climáticos, como: anéis de crescimento de árvores; sedimentos de fundo de lagos e de oceanos; corais, etc. são qualitativas e não quantitativas como muitos acreditam. Os testemunhos não produzem ‘temperaturas numéricas’ como um termómetro. Apenas podem sugerir se o clima, em determinado período, esteve mais quente ou mais frio que noutro. E não respondem apenas à variação de uma única grandeza, no caso, a temperatura. Anéis de árvores, por exemplo, respondem também a variações da precipitação, da humidade relativa, da direcção e da intensidade dos ventos, da concentração de dióxido de carbono, e dos nutrientes disponíveis no solo, sendo muito complexa a relação entre todas estas variáveis e a determinação da contribuição de cada uma para o resultado final que, neste caso, é a largura e densidade do anel. ‘Testemunhos’ não são termómetros!” Ricardo Augusto Felício: “Aqui, no Brasil, estamos a começar a estudar as mensagens. Curiosamente aparecem nomes de ‘alarmistas’ brasileiros nos e-mails. São aqueles que querem, a qualquer custo, dizer que somos os maiores emissores de gases com efeito de estufa e outros que pretendem estabelecer um tribunal internacional que puna países e cientistas que são contra a falácia do ‘aquecimento global’ (voltaríamos a uma espécie de Idade Média, com baixa tecnologia pela restrição do uso de energia na indústria, agricultura, etc.). Vemos nos maiores órgãos de comunicação social brasileiros o Carlos Nobre e o Paulo Artaxo, dentre outros, a pregar tecnologias ‘verdes’ e ‘limpas’, a pedir que se criem mais impostos, que se reduzam direitos, e muitas outras coisas que os nossos políticos adoram (e adoptam). O Taco de Hóquei é uma das falcatruas científicas mais bem elaboradas, mas foi desmascarada a tempo. Curiosamente, outro brasileiro, o Jefferson Simões (que trabalha no Projecto Antártida) ainda teima em dizer que foi perseguido pelo governo de Bush. Só percebi a conversa (da treta) quando vi que o próprio Michael Mann, autor do ‘Taco de Hóquei’, que trabalhou com os dados de satélite no III Ano Polar (2007-2009) a declarar que a Antártida está a derreter como nunca se viu. O engraçado disto é que as pessoas pensam que sempre se monitorizou a Antártida eficientemente, o que não é verdade. Mal temos dados, como é que poderíamos justificar que ela está a derreter? Claro que não está! Aliás, nestes últimos anos, o gelo tem avançado e têm-se verificado temperaturas cada vez mais baixas, quebrando recordes que datavam de 1941.”
Apache, Maio de 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (3)

M@M: “Foi depositada muita esperança no correio electrónico divulgado, oriundo da Universidade de East Anglia. O conteúdo ali descoberto já teve algum efeito positivo em termos de se questionar a autoridade do IPCC e dos seus colaboradores?” Daniela de Souza Onça: “Não tenho dúvidas de que a credibilidade do IPCC e da Universidade de East Anglia, uma das suas mais importantes fontes de dados, foi seriamente abalada pela divulgação do correio electrónico. No entanto, os cientistas envolvidos no caso estão a empregar uma técnica já muito conhecida e utilizada, por exemplo, por diversos políticos brasileiros: a negação pura e simples. Nenhum questionou a autenticidade do material, apenas alegaram que as mensagens foram retiradas do contexto e que, no final das contas, são irrelevantes para a discussão climática, pois descrevem meros detalhes técnicos. De facto, para o grande público, é mesmo difícil compreender a gravidade da não divulgação de algumas séries de dados solicitadas ou a inclusão de dados de estações meteorológicas construídas em locais inadequados. Seria necessário que o público e os políticos compreendessem os casos já conhecidos de fraudes científicas que envolvem o IPCC para compreenderem as implicações das mensagens de correio electrónico, que evidenciavam a manipulação e selecção propositada de dados, a relutância na divulgação de outros, a perseguição aos cépticos e o temor pela descoberta das fraudes. Mas, como pouca gente conhece, de facto, as implicações disto, é realmente muito fácil os cientistas envolvidos no caso dizerem: "Nada disto é importante". Ainda mais quando é justamente isto o que o público quer ouvir. Agora, que se suspeita de quem divulgou aqueles dados foi um cientista da universidade (o que dá ainda mais credibilidade ao caso), esperamos que, no final, seja feita a tal "justiça climática"!” Geraldo Luís Lino: “Sem dúvida, apesar dos esforços de ‘controlo dos danos’, evidenciados em Copenhaga, os estragos causados pelo ‘Climategate’ a todo este conluio de interesses, agrupado em torno do aquecimento global antropogénico, são já irreversíveis. É claro que não será apenas com as repercussões dele que se desmantelará o "alarmismo", mas os danos causados à reputação dos cientistas envolvidos e à credibilidade de todo o processo liderado pelo IPCC, são muito grandes. Sem optimismos exagerados, creio que se pode dizer que o ‘Climategate’ é mais uma evidência de um processo de conscientização, que é gradual, mas firme, sobre os exageros do ambientalismo catastrofista, não apenas no que toca às questões climáticas, mas quanto aos excessos proporcionados pela colocação da protecção ambiental ‘de per se’ como valor supremo da organização da sociedade e da economia.” Luiz Carlos Molion: “Que seja do meu conhecimento, o assim chamado ‘Climategate’ não teve, até agora, nenhum efeito significativo, pelo menos ao nível popular, com excepção de algumas reportagens feitas pela Fox News. A propaganda em volta do aquecimento global antropogénico continua firme, particularmente no Brasil em que a comunicação social, em geral, copia tudo o que vem de fora sem apresentar críticas, reforçando mentiras catastrofistas, como o aumento do nível do mar e o derretimento das calotes polares. Digno de nota, foi um pequeno acontecimento no qual o Serviço Meteorológico Inglês (Met Office) divulgou um conjunto de dados de temperaturas utilizado para forjar o aquecimento global. Mas, certamente, esse conjunto de dados já não é o original e sim um ‘ajustado’, e não permitirá que a comunidade científica replique a técnica usada para calcular a ‘temperatura média global’ se é que se pode falar numa ‘temperatura média global’.” Ricardo Augusto Felício: “Já há alguns anos que investigadores cépticos têm demonstrado as diversas irregularidades científicas que os pseudocientistas do IPCC, os seus delegados políticos e as ONG têm praticado. A divulgação das informações é apenas mais uma prova destes factos. Curiosamente, nós temos motivos para acreditar que não foi um ataque de ‘piratas informáticos’, mas sim uma divulgação a partir de dentro. Ninguém guarda mensagens durante dez anos, até porque os computadores mudaram bastante neste período e isto pode ser verificado nas mensagens. Isto sugere que alguém de dentro já tinha compreendido que havia aldrabice, um complô, e mandou registar toda a correspondência entre estes pseudocientistas modeladores (modelos são abstracções humanas e estes estão muito longe de serem fidedignas reproduções da realidade) e políticos como o Al Gore e alguns aqui do Brasil. Acredito que já cansado da patifaria, alguém libertou toda essa informação. O pior é que já temos vários casos, tais como: escolha de dados; escolha antecipada dos resultados da pesquisa; resultados que se publicam antes de a pesquisa estar concluída; métodos inadequados, etc. Quanto à autoridade do IPCC, diga-se que eles não têm autoridade nenhuma. Quem os nomeou? Foi a sociedade? Não! Eles sabiam que não havia nenhum problema à escala global... e de repente, criaram um. Eles não têm autoridade nenhuma. Quanto mais rapidamente as pessoas perceberem que são eles que se auto-intitulam autoridades, tal como o fazem os governos e as ONG que com eles estão comprometidos, mais rapidamente desmanchamos esta falácia.”
Apache, Maio de 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (2)

M@M: “Qual é a possibilidade real de o Brasil vir a adoptar o comércio de terras improdutivas exclusivamente para venda de créditos de carbono, como acontece nos EUA, em vez de o uso da terra para produção de alimentos e outros bens, como consequência da inviabilização das mesmas, por via tributária, ou devido ao corte de subsídios à produção de alimentos, etc.?” Daniela de Souza Onça: “Acho pouco provável que o Brasil destine terras exclusivamente ao sequestro de carbono. O Brasil é uma nação agrícola por excelência, e a notável expansão do agronegócio no país, nos últimos anos, tende a continuar. Além disso, os incontáveis latifúndios improdutivos do país devem manter-se nesta situação.” Geraldo Luís Lino: “Isso irá depender dos desenvolvimentos que este processo irá ter. Se os 'alarmistas' prevalecerem, num futuro imediato, veremos certamente uma enorme ampliação dos mercados de "créditos de carbono", que poderão abarcar uma vasta gama de iniciativas para arrecadar parte das verbas envolvidas, inclusive negociações com terras. O problema é que, assim como tem acontecido com os mercados baseados em valores financeiros, que tendem a formar 'bolhas' especulativas que, mais cedo ou mais tarde, acabam por estourar, a mesma coisa pode acontecer com os mercados de carbono, que não se baseiam em qualquer processo real de criação de valores económicos, mas em trocas de papéis vinculados, literalmente, a fumaça - ou seja, são 'futuros de fumaça', sem qualquer fundamento económico ou científico real. E, como toda a 'bolha', esta, nalgum momento, acabará também por estourar com prejuízos monumentais, que acabarão por ser partilhados por toda a sociedade, e não apenas pelos directamente envolvidos.” Luiz Carlos Molion: “Não creio que haja possibilidade de comércio de terras para esse fim, antes de serem estabelecidas regras claras de como seria transferido esse dinheiro para o proprietário. O facto é que temos cerca de 220 milhões de hectares de pastagens, dos quais cerca de 30% (65 milhões) já estão degradadas. A sua recuperação, por qualquer meio, nomeadamente o cultivo: de grãos, de cana-de-açúcar ou a silvicultura, seria de extrema importância para a conservação dos solos. Mas isto tem um custo e ainda não apareceu quem queira arcar com ele. Entretanto, não está descartada a possibilidade de ONG (Organizações Não Governamentais) poderosas - muitas vezes, ao serviço de governos - virem a adquirir terras para esse propósito.” Ricardo Augusto Felício: “Se isto acontecer, será um dos maiores absurdos que nós poderemos observar no nosso país, embora pessoalmente não veja qual será o limite para essas pessoas, que manipulam as Leis e burlam todos os sistemas, implementarem o que esta 'causa ambiental' exige. Em termos práticos, deixar de produzir alimentos para a nação irá corresponder a um aumento geral de preços para o consumidor. Deve-se ter cuidado, porque este tipo de situação também pode ser manipulado, ou seja, às vezes o alimento existe mas alguém poderá utilizar a desculpa do 'aquecimento global' para dizer que não existe. Desta maneira, inflacionarão os preços através de uma situação fictícia. Coisas deste tipo já acontecem nos países dos Andes. Um bom exemplo é a quinoa. Para os povos dos Andes, dizem que ele não existe ou é escasso, mas os brasileiros encontram-no aqui, nos principais mercados, a 'preço de ouro', claro!”
Apache, Maio de 2011

domingo, 15 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (1)

M@M: "Qual é o balanço geral da COP-15 em termos de efeitos político-económicos e qual é a avaliação que faz da postura da comitiva do governo brasileiro?" Daniela de Souza Onça: "Copenhaga foi mais uma conferência que surtirá poucos efeitos práticos de redução das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, mas muitos efeitos práticos de criação de impostos à escala local e de imposição de novos hábitos de consumo. A conferência teve muito mais a finalidade de prover bases teóricas para a legitimação de novas políticas impostas ao cidadão comum, do que a de estabelecer uma regulação global das emissões e estabelecer tratados entre os governos. É um facto que ninguém ali estava preocupado em 'salvar o planeta', mesmo que isso fosse possível; estavam interessados em receber financiamentos, vender os seus produtos e legitimar as políticas que de há muito querem implementar, pouco lhes importando se o planeta está a aquecer ou não e, em caso afirmativo, qual seria a causa desse aquecimento. No caso brasileiro, acredito que o maior interesse esteja relacionado com o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar. Acredita-se que o etanol emite menos dióxido de carbono que a gasolina na sua queima, além de não o adicionar à atmosfera, pois o gás emitido é usado para crescimento de novas plantações de cana. Nisto estão envolvidos certos interesses, em busca de expansão, como os sectores: do açúcar e do álcool, das novas tecnologias dos automóveis, das pesquisas científicas e por aí adiante. Com possibilidades tão promissoras, por que é que o Brasil se oporia à hipótese do aquecimento global antropogénico? A delegação brasileira lutou muito, em Copenhaga, contra a proposta de os países emergentes não receberem financiamento dos países ricos, procurando manter o país como um candidato muito interessante a receber fundos dos chamados 'Mecanismos de Desenvolvimento Limpo', mas no final até se ofereceu para contribuir para o 'Fundo Global do Clima'! Realmente, o ‘slogan’ do governo federal 'Brasil, um país de todos' está a ser levado muito a sério: vamos carregar todo o mundo nas nossas costas." Geraldo Luís Lino: "Começo pela segunda parte da pergunta: a delegação brasileira reflectiu bem o espírito de piquenique em que decorreu a conferência - mais de 700 pessoas! Foi de longe a maior delegação, aliás, como já tinha acontecido em Bali, há dois anos, quando a delegação brasileira foi maior que a dos anfitriões indonésios. Quanto à actuação, ela ficou dentro do que se anunciava sobre a declarada pretensão de 'liderar' o mundo nas negociações climáticas, com base no estabelecimento das metas de redução de emissões com aqueles números esdrúxulos, com casas decimais, saídos das fórmulas de algum tecnocrata climático convocado à pressa pelo governo. Mas a atitude brasileira não difere muito da da maioria dos demais países, houve muita retórica para se ganhar tempo até as próximas negociações. O festival em Copenhaga acabou como muitos previam, com uma mera declaração de boas intenções, que reflecte em grande medida os conflitos de interesses que promovem a agenda 'alarmista' e os golpes de realidade proporcionados pelo agravamento da crise económico-financeira (cuja fase pior ainda está para vir), os custos altíssimos das medidas idealizadas para reduzir as emissões de dióxido de carbono, a inexistência de alternativas economicamente viáveis aos combustíveis fósseis e, até mesmo, uma percepção cada vez maior, do público em geral, sobre os exageros dos cenários alarmistas apresentados pelos 'alarmistas'. Percepção que factos como o escândalo "ClimateGate" tendem a aprofundar." Luiz Carlos Molion: "A COP-15 foi, como era esperado, um verdadeiro fracasso! Não houve discussões científicas nem troca de ideias sobre como tratar as questões ambientais e as desigualdades sociais. Ficou muito claro, ao longo da discussão, que os interesses eram apenas financeiros - quem vai entrar com o dinheiro e quem vai levá-lo e de que forma - em especial da parte dos países africanos e insulares. E muitos políticos dos países desenvolvidos, como Barack Obama ou Gordon Brown, devem ter percebido que não exercem liderança alguma. É impossível conseguir-se um "acordo" entre 192 países sem que haja uma liderança firme e um propósito convincente. A delegação brasileira adoptou o discurso dos países desenvolvidos e, nos últimos instantes, tentou, em conjunto com África do Sul, a China, os Estados Unidos e a Índia, produzir um documento que foi amplamente rejeitado. Nesse "acordo", seria aceitável manter um aumento de temperatura de até 2 °C, mas não se estabeleceram metas de redução de emissões, para atingir essa marca, nem sequer para os países desenvolvidos. De onde tiraram eles este número: 2 °C? De modelos climáticos, que são rudimentares, não reproduzem o clima actual e, portanto, não prestam para se fazerem projecções futuras. Ou seja, os resultados de modelos climáticos, baseados em cenários de concentração de CO2 fictícios, são inúteis, uma verdadeira perda de tempo e dinheiro. Falam como se o Planeta Terra fosse um electrodoméstico, por exemplo um aparelho de ar condicionado, equipado com um termóstato ajustável à temperatura seleccionada pelo homem. Basta analisar a variação da temperatura e da concentração de CO2 ao longo do tempo para se concluir que o CO2 não controla o clima, e qualquer redução que viesse a ser acordada, 30% ou 50%, não influenciaria a marcha do clima. Outra proposta, de se destinar 30 biliões de dólares, por ano, até 2012, para que os países pobres se adaptassem às 'alterações climáticas' e de 100 biliões de dólares, tampouco teve ou terá apoio." Ricardo Augusto Felício: "Em primeiro lugar, devemos chamar a atenção para um facto simples: o dióxido de carbono não controla o clima, muito menos os outros gases, ditos com 'efeito de estufa', que se apresentam em proporções insignificantes. Se todas as emissões naturais destes gases no planeta não significam nada, imaginemos a ínfima parte da ínfima parte, ou seja, a que os humanos libertam. Estas emissões simplesmente não contam, não servem para nada e não podem fazer nada! Adoptar políticas públicas, mundiais, norteadas por este argumento, tanto a nível económico, como social ou ambiental é simplesmente ridículo e fantasioso. Criou-se um monstro que não existe para assustar toda a população da Terra para mascarar a verdadeira intenção: adoptar um controlo, por parte de uma organização mundial, sobre todos os recursos naturais e energéticos. No que se refere à COP-15, eu fico chocado com a forma como os países gastam dinheiros públicos com esta falácia. São 15 anos de reuniões baseadas na mentira das emissões de gases com 'efeito de estufa'. Isto sem contar com as inúmeras reuniões, quase semanais, que se realizam por esse mundo fora. Os 'investigadores' e os políticos vão viajando e gastando o dinheiro dos seus países a fingir que estão a resolver um problema que nem sequer existe. Nestas reuniões, acontecem negociatas mundiais de favores trocados, em detrimento das populações dos países, principalmente os mais pobres (e isto inclui o Brasil). O importante da COP-15 é que se tornou evidente que eles estavam a tentar criar um mecanismo de leis internacionais para legitimarem sanções económicas, políticas e militares contra os países que não adoptassem o documento. Mesmo para os que o adoptassem, haveria então compromissos internacionais que permitiriam, por exemplo, verificações de 'inspectores' da ONU (como se os gases com efeito de estufa fossem urânio) para observarem o cumprimento do tratado. Tal plano ficou demonstrado e foi anunciado pelos próprios repórteres, ignorantes em assuntos de clima, da Rede Globo, no final da conferência. Infelizmente, não sei se o povo que assiste aos telejornais desta emissora conseguiu entender o plano. De qualquer modo, também ficou evidente que os políticos brasileiros, de todos os quadrantes, mostraram do que são feitos (fica aqui a conclusão do leitor). Estavam furiosos, na reunião, pois precisavam legitimar os seus imbecis planos sobre as mudanças climáticas, adoptados apressadamente antes da reunião. Criaram um monte de restrições e impostos, aqui no Brasil, e agora não têm forma de os justificar. Começaram com a ladainha de que 'o povo paulista já faz a sua contribuição para o planeta', mas esqueceram-se da escala. Se isto interferisse realmente, seria mais uma vez, uma insignificância. Por outras palavras, se o mundo não quer, por que é que o paulista ou o brasileiro têm que o fazer? Somos 'voluntários' ou imbecis? Pior ainda foram as declarações ridículas de criação de um fundo internacional. Querem tirar o nosso dinheiro para mandar para os países pobres da África? Outras estratégias ridículas anunciadas foram os desvios das verbas destinadas às emergências, em casos de derramamentos, da Petrobras, para o controlo de incêndios. Querem pegar neste dinheiro e investi-lo num gigantesco esquema para combater incêndios florestais, com aviões, camiões e equipas treinadas. Por este plano já vemos como eles não entendem de nada. Nem sequer tem noção da dimensão de um incêndio florestal de proporções gigantescas. Além disso, vemos novamente como os políticos trabalham: no paliativo, ou seja, depois de estar a arder. Outra coisa interessante a comunicar, foram as notícias de certos portais da Internet, como o UOL, o Yahoo, o G1 (Globo), etc. Enquanto os portais brasileiros davam mensagens quase horárias sobre a COP-15, os similares internacionais, tanto europeus como norte-americanos, mal colocavam uma linha, muito discreta, sobre o assunto. Então, pergunta-se: para quem é que devemos espalhar este medo e esta preocupação? Em suma, tudo isto não serviu para outra coisa senão demonstrar como os nossos políticos são incompetentes e inúteis. Eles deveriam ir lá e dizer 'basta' a esta historinha ridícula. O Brasil tem a sua soberania e deveria fazer o que fosse preciso para o bem-estar da sua população, mas não foi isto que fizeram. Os representantes africanos e árabes mostraram-se muito mais corajosos e competentes, inclusive afirmando que o alegado aquecimento é uma falácia. Foi hilariante ver os repórteres globais afirmarem que a Terra vai aquecer 2 °C em 10 anos (entre 2010 e 2020) debaixo de fabulosas tempestades de neve, em níveis record! Isto que os tais repórteres afirmaram nunca aconteceu e não acontecerá. Se em 15 anos as cimeiras climáticas não viram subir a temperatura da Terra, será na próxima década que isso vai acontecer? Nós, climatologistas de verdade, só não nos estamos a rir desta palhaçada devido à sua enorme gravidade."
Apache, Maio de 2011

sábado, 14 de maio de 2011

As fraudes científicas na moda, vistas do Brasil (0)

No passado dia 19 de Janeiro, poucos dias após ter terminado a 15.ª Conferência da ONU sobre “Alterações Climáticas” (COP-15), quatro cientistas brasileiros deram uma entrevista ao ‘site’ de “imprensa alternativa”, Mídia@Mais (M@M). Uma vez que a entrevista constitui, de certa forma, um pequeno “resumo” do que neste blogue se tem escrito sobre as mais badaladas aldrabices que nas últimas décadas a comunicação social tem “vendido” sob a capa reluzente da “ciência”, com a conivência de muitos pseudo-cientistas, nomeadamente o “Aquecimento Global Antropogénico” (AGA), entendi pertinente reproduzir a entrevista, na íntegra, em Português de Portugal, dividida em várias partes para que a extensão do texto a não torne cansativa. Começo, hoje, por uma breve apresentação dos entrevistados, por ordem alfabética: Daniela de Souza Onça: Mestre em Geografia Física pela Universidade de São Paulo (USP). Autora de mais de vinte trabalhos académicos nas áreas da Geografia Física e da Climatologia. Geraldo Luís Lino: Geólogo. Autor do livro: “A fraude do aquecimento global: como um fenómeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial”. Co-autor dos livros: “Máfia Verde 2: ambientalismo, novo colonialismo” e, “A hora das hidrovias: estradas para o futuro do Brasil”. Luiz Carlos Baldicero Molion: Pós-doutorado em Hidrologia de Florestas pelo Instituto de Hidrologia de Wallingford (Inglaterra). Doutorado em Meteorologia e em Protecção Ambiental, pela Universidade de Wisconsin (EUA). Bacharel em Física pela USP. Foi Professor visitante da Western Michigan University (EUA) e Professor da Universidade de Évora (Portugal). É "fellow" do Wissenschaftskolleg de Berlim (Alemanha). É Professor da Universidade Federal de Alagoas e Director do Instituto de Ciências Atmosféricas. É o representante da América do Sul no Grupo Gestor da Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial. Publicou mais de 110 artigos científicos. Ricardo Augusto Felício: Doutor em Climatologia pela USP. Mestre em Meteorologia Antárctica pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Bacharel em Meteorologia pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas. É Professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo. Participou em duas missões científicas o Antárctico, uma pela Marinha do Brasil e outra pelo INPE. Tem vários trabalhos científicos publicados, principalmente sobre: Geografia Física do continente Antárctico; vulcanologia; e ciclones.
Apache, Maio de 2011