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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Listas? Quais listas?

Noutros acampamentos
“Depois de tanto derrame sobre listas de deputados, o realismo manda que se diga que as mesmas não interessam para nada. O Parlamento é, de longe, o órgão eleito mais desprestigiado do regime. São os próprios deputados - pelas suas renúncias, pelas suas faltas, pelo seu desprezo pela função, pela manifesta ignorância - os primeiros a não dar o exemplo. Salvo raras excepções, um deputado português é alguém escolhido pelo respectivo líder partidário para se sentar ou levantar quando o líder o mandar sentar ou levantar. Muitos passam pela legislatura sem abrir a boca, sem uma intervenção escrita, sem um propósito declarado, sem, em suma, cabeça. São colocados neste ou naquele círculo eleitoral, não porque tenham algo a ver com o mesmo, mas porque o líder e o partido assim o entendem. (…) A 27 de Setembro ninguém vai querer saber de cabeças, de corpos ou de rabos de listas para nada. O Parlamento transformou-se num monumento que o regime ergueu à insignificância.”
João Gonçalves do blogue “Portugal dos pequeninos"

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Teixeira dos Santos, o cómico

O Estado privatizou o BPN mas não injectou dinheiro nele, a Caixa Geral de Depósitos, sim! Será que sou eu o principal accionista da Caixa?
Serão os sistemas de supervisão capazes de detectar situações de fraude deliberadamente montadas para as autoridades descobrirem?
Apache, Junho de 2009

sábado, 14 de março de 2009

Do ME, com conforto… e tranquilidade

No passado dia 10 de Março, num artigo assinado por Bárbara Wong, o “Público” divulgava as vagas para o concurso de docentes, para o quadriénio 2009-2013, que se iniciaria ontem. A tutela, ao que consta, através das palavras do Secretário de Estado, Valter Lemos, anunciava um total de 20 603 vagas (uma precisão que deixava entender que alguém no ME as tinha contado), no entanto, dois dias depois, através do aviso de abertura do concurso (Aviso n.º 5432-A/2009, de 12 de Março) publicado no Diário da República, constata-se que as vagas são 19 217 (positivas). O mesmo aviso prevê, caso vaguem, a extinção de 2 646 lugares de quadro (vagas negativas). Temos portanto (por diferença entre os dois números, 16 571 vagas reais. A principal novidade deste concurso é a extinção dos lugares de quadros de zona pedagógica (QZP), transferindo os docentes desses quadros para quadros de agrupamento e de escola não agrupada. No entanto, com o número de vagas agora tornado público, ficam sem colocação, 16 407 docentes dos QZP. Num ministério onde uma directora regional não sabe escrever, um secretário de estado não sabe contar e a ministra não sabe interpretar a legislação que assina, os brandos costumes dos professores portugueses lá vão conseguindo fazer parecer que a vida corre com normalidade.
Apache, Março de 2009

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

"Está bem... façamos de conta"

“Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo. Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos ‘média’. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.”
Mário Crespo, no “Jornal de Notícias” de ontem, 9 de Fevereiro

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Do bolo-rei ao pastel…

O Presidente da Republica (PR) que até há poucos meses parecia personagem meramente contemplativo da acção da máfia rosa, decidiu comprar uma guerrinha institucional a propósito do novo Estatuto dos Açores. Afirmou que tinha dúvidas da sua constitucionalidade. A grande sopeira rosa puxou da chinela e… reaprovou o documento. Para maior derrota de Cavaco, o (seu) PSD absteve-se na votação. Esta semana, à semelhança do que havia feito aquando do veto, o PR voltou a dirigir-se aos portugueses (via televisão). Fez um discurso retórico e vigoroso. Disse que esta lei continha “absurdos” e “ilegalidades”. Promulgou-a! Personificou o absurdo que evoca! Se queria promulgar a lei, porque a vetou, devolvendo-a ao Parlamento? Se contém ilegalidades (na sua interpretação), porque não a enviou para o Tribunal Constitucional? Acaso ter-se-á esquecido que jurou “defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa.” (número 3 do artigo 127º)? O ano de 2008 termina assim, com a certeza de que no Palácio de Belém já não mora ninguém. A mensagem de Ano Novo, que há algumas horas ecoou nas televisões portuguesas, da qual destaco esta pérola: “o futuro será 2009, mas também os anos que a seguir vierem”, não é do Presidente da República, “a man who does not exist”. Nos corredores de Belém, quando muito, ressoa a voz do fantasma de Lili Caneças.
Apache, Janeiro de 2008

domingo, 28 de dezembro de 2008

Brincadeiras…

No passado dia 18 de Dezembro, um grupo de alunos (ao que parece, três, com idades compreendidas entre os 17 e os 18 anos) da Escola Secundária do Cerco, na última aula de Psicologia do 1º período, apontaram uma pistola de plástico à professora, “ameaçando-a”, caso esta não lhes atribuísse a nota que pretendiam. Um dos alunos terá também simulado uma cena de pugilato. Entretanto e tal como começa a ser habitual, outro aluno filmou a peripécia com um telemóvel e colocou no YouTube. Sobre o assunto, personagens com responsabilidades em matéria de educação teceram os comentários que seguem:
“Foi uma brincadeira de muito mau gosto, que excedeu os limites do bom senso.” – Margarida Moreira, Directora Regional de Educação do Norte. “Aquilo foi resolvido na altura. Eles próprios acharam que tinham passado os limites e pediram desculpa à professora. Ela aceitou e tudo ficou por aí, tanto que [a professora] não fez qualquer participação.” – Lina Maria, Presidente da Associação de Pais. “Isto foi encomendado por quem quer neste momento a política de terra queimada nas escolas, nomeadamente os próprios sindicatos, que lhes interessa um caso destes.” – Manuel Valente, da Federação das Associações de Pais do Porto. “São 12 alunos normais e simpáticos, dos quais todos os professores gostam, e que se dão muito bem com a professora, que também é muito brincalhona. A decisão de abrir um inquérito disciplinar decorrerá assim do facto de o vídeo ter sido tornado público mais do que pelo episódio em si.” – Ludovina Costa, Presidente do Conselho Executivo do Agrupamento Vertical de Escolas do Cerco.
Antes de mais, se alguém tiver mais alguma baboseira para dizer, faça o favor, não se acanhe. Bom… Factos. Os alunos: Levantaram-se do lugar e dirigiram-se à professora “ameaçando-a”; Desobedeceram (várias vezes) à ordem para terminarem a brincadeira, persistindo continuadamente em comportamento incorrecto; Eram portadores de (pelo menos) um telemóvel, do qual fizeram uso para filmarem o acto de insubordinação; Tornaram públicas as imagens obtidas. Com estes comportamentos violaram nove deveres. A saber: as alíneas, c), d), e), f), g), i), o) e q), do artigo 15º e, o número 3 do artigo 17º, ambos, da Lei nº 3/2008, de 18 de Janeiro, que altera a Lei nº 30/2008, de 20 de Dezembro (Estatuto do Aluno). Que fez a professora da disciplina? Nada! Que fez a Presidente do Conselho Executivo (PCE)? Nada! Que fez a Directora Regional? Promoveu uma reunião com a PCE, os alunos envolvidos e os pais, da qual, ao que parece, resultou a abertura de um inquérito. Um inquérito? Alguém que me explique em que lei é que este tipo de “acção” está previsto, se faz favor… Se calhar, isto foi uma “brincadeira” contagiosa e agora, andamos todos na “brincadeira”… P.S. Ainda não se conseguiu apurar se na referida reunião (que ocorreu na passada 6ª feira, mais de uma semana depois dos incidentes) houve ou não distribuição de chá e bolachinhas, ou sumos e fatias de bolo-rei.
Apache, Dezembro de 2008

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Reguladores…

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) propôs um aumento médio de 4,9% no preço da electricidade, para o próximo ano (2009). Ora, considerando a situação financeira complicada (para não dizer aflitiva) por que passam muitas famílias e também pequenas e médias empresas e, considerando que só no primeiro semestre deste ano, a EDP apresentou lucros de 703 milhões de euros (44 € e 70 cêntimos, por segundo), julgo ser pertinente a pergunta: Será que na ERSE regulam bem?
Apache, Outubro de 2008

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

E o vencedor é…

Foram hoje conhecidos os vencedores dos prémios com que o Ministério da Educação pretende comprar a subserviência dos docentes às políticas que ao longo dos últimos anos têm vindo a destruir o já pouco que restava de qualidade no ensino em Portugal.
Recordo que às quatro categorias de mérito (Carreira, Inovação, Liderança e Integração), materializados em Diplomas de Mérito Pedagógico, concorreram 30 espertezas saloias. Teresa Pinto de Almeida, docente de Inglês na Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, venceu o prémio Carreira, enquanto Ana Paula Canha, que lecciona Biologia na Escola Secundária de Odemira, foi distinguida com o Prémio Inovação. O Prémio Liderança foi atribuído a Armandina Soares, presidente do Conselho Executivo da Escola Básica do 2º e 3º Ciclos de Vialonga. E, por decisão unânime do Júri, presidido por Daniel Sampaio, o prémio Integração não foi atribuído.
Ao mais “cobiçado” dos prémios, intitulado “Prémio Nacional do Professor”, no valor de 25 mil euros, concorriam 35 oportunistas (menos de 0,02%, dos professores lusos), tendo a láurea, sido atribuída a Arsélio de Almeida Ribeiro, que lecciona Matemática na Escola Secundária José Estêvão, em Aveiro.
Arsélio Martins, tem 35 anos de serviço, contando no seu vasto currículo com a participação numa série de “eventos” de que certamente se orgulharia qualquer “boy”, tendo entre outras actividades, sido formador de docentes e integrado equipas de revisão dos programas de Matemática, desde 1995, sendo portanto responsável directo pelo estado caótico do ensino. Na década de 80 foi dirigente do Sindicato de Professores da Região Centro e actualmente é activista do Sindicato de Professores do Norte, sendo portanto co-responsável (por inércia subserviente) pela publicação dos vergonhosos diplomas legais produzidos pela Madame Lulu, nomeadamente, o que rege os concursos de docentes, o (novo) Estatuto da Carreira e o agora tão badalado, novo Estatuto do Aluno.
Acumula ainda as funções de representante (eleito) pelo Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Aveiro.
Em declarações aos jornalistas, no final de uma cerimónia onde estiveram presentes, além da Madame, o Sr. Lelé (o tal que perdeu o mandato de Vereador na Câmara Municipal de Penamacor, por excesso de faltas injustificadas, e que acha que quem falta muito são os professores) e o Seu Zé (que diz que é uma espécie de Engenheiro, por antecipação do “novas oportunidades”), afirmou: “Penso que sou um professor comum. O que me diferencia é sobretudo a participação cívica de que nunca abdiquei".
Não sejas modesto Arsélio, tu não és um professor comum, o teu currículo envergonharia a maioria de nós, para ser sincero (independentemente das competências que possas demonstrar nas actividades desenvolvidas com alunos, as quais não comento, por não conhecer), eu nem sei bem se te podemos chamar professor, pois ao longo dos 35 anos de carreira, deve ter sido muito pouco, o tempo que gastaste em actividades educativas, junto dos alunos. O que te distingue dos outros é esta tua capacidade para “surfar no esgoto”, de sorriso no lábio e coxinha destapada, com o ar mais angélico, tal qual a Madame que agora te premiou.
Eu exemplifico para que percebas melhor…
Estiveste na mesma sala que a corja dos fantoches que já citei, e não levantaste a voz contra o encerramento de milhares de escolas; nem contra as péssimas condições de muitos outros milhares; nem contra o facilitismo imposto pelo Ministério, para mascarar o insucesso; nem contra a inexplicável divisão da carreira docente em duas categorias e negação do acesso ao topo a dois terços dos docentes, independentemente do seu mérito profissional; nem contra o congelamento das carreiras, que vigora desde 2005; nem contra as constantes campanhas mentirosas do Ministério, visando denegrir a imagem pública dos docentes; nem contra o aumento do tempo que os docentes passam na escola, com consequente diminuição do tempo para preparar aulas e materiais de apoio, diminuindo assim a qualidade do ensino; nem contra os currículos ridículos que ajudaste a construir, onde, por exemplo a Físico-Química exige competências matemáticas de conteúdos que essa disciplina (a Matemática) ainda não abordou, os mesmos currículos que retiraram tempo precioso a várias disciplinas, em favor da palhaçada a que chamaram Áreas Curriculares não Disciplinares; nem contra a vergonha que agora se denuncia na blogosfera, de professores contratados para leccionarem actividades de enriquecimento curricular (AEC), que não recebem salário à vários meses (ver “post”, que o “ Carreira” publicou no blogue “Cegueira Lusa”); nem contra a perda de poder de compra dos professores, verificada continuamente nos últimos 7 anos, etc., etc., etc. Nem sequer uma palavra crítica contra o mais cínico governo e o mais abjecto Primeiro-Ministro português dos últimos 30 anos… E és tu, sindicalista à 20 anos, de um Sindicato associado a partidos da oposição, como seria se não fosses?
Não Arsélio, não és um professor como os outros, até agora eras apenas uma “garota de programa” que, nos intervalos da leccionação, ganhava uns trocos extra nas esquinas do poder, agora, repito, nada de modéstias, o prémio é inteiramente merecido, o teu currículo, associado a este concurso e, à visibilidade desta venda pública, por 25 mil euros, fazem de ti, uma verdadeira “Rainha das Putas”.
Apache, Novembro de 2007