quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Alberto João Jardim igual a si próprio

No passado Sábado, no tradicional comício de Verão do PSD-Madeira, em Porto Santo, Alberto João Jardim (AJJ), sem papas na língua, foi uma vez mais, polémico quanto baste, ao denunciar a podridão moral do Governo liderado pelo pseudo-engenheiro José Sócrates.
Referindo-se (provavelmente) à recente lei sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), disse:
"Quando se fazem leis contra a vida humana é um precedente que não podemos consentir para, depois, fazerem outros direitos ou se ofenderem outros direitos das pessoas em nome do Estado Absoluto.”
Não me identifico com o populismo de AJJ, em muito, semelhante ao do PM, mas tenho de elogiar (uma vez mais) a coragem de ser politicamente incorrecto chamando os bois pelos nomes.
São conhecidos os “entraves” que AJJ tem colocado à implementação da nova lei da IVG no arquipélago. Reconheço que do ponto de vista legal, não vejo como fugir à implementação da dita, no entanto, não deixo de simpatizar com a oposição que AJJ lhe tem movido. De facto, os seus críticos, acusam-no de ao não ter ainda implementado a Lei, violar a Constituição da Republica Portuguesa (CRP), mas quantas vezes o Governo da República o fez, pelos mais variados motivos. Aliás, recordo uma vez mais que a própria Lei, generalizando a prática da IVG nas primeiras 10 semanas viola claramente a CRP. Mais, não deveria a Madeira, enquanto Região Autónoma beneficiar de uma Lei própria neste tipo de assuntos, de consciência ética e moral do povo? Recordo que o “Sim” obteve na região, 34,56% dos votos validamente expressos, a que corresponde 13% da população madeirense maior de idade. Recordo ainda que, por exemplo, sendo proibidos os toiros de morte em Portugal, foi criada uma excepção legal em Barrancos, que (que eu saiba) não tem autonomia de governo.
Mas Jardim foi ainda mais longe e antecipando-se às mais que prováveis futuras propostas do PS, disparou…
"Querer o casamento de homossexuais e tudo isso que o Governo socialista prepara, essas não são causas, são deboche, são degradação, é pôr termo aos valores que nós portugueses, a nossa alma nacional, tem desde o berço e que os nossos pais nos ensinaram."
Uma vez mais, aparte o populismo do discurso, bem patente na singela linguagem, subscrevo o conteúdo da mensagem.
Enquanto seres humanos, os homossexuais têm os mesmos direitos e deveres que quaisquer outros cidadãos, não fazendo no entanto sentido, que beneficiem de direitos reservados a grupos específicos de cidadãos. O casamento pressupõe, na cultura cristã, com a qual se identifica mais de 90% da população portuguesa, a constituição de família, tal como a adopção de crianças tem por base uma família adoptiva.
Apesar de o Estado evocar uma laicidade aberrante face à cultura da esmagadora maioria da população, não pode nem deve ignorar os valores culturais e tradicionais seculares, bases da nação lusa, “igualando” juridicamente práticas moralmente repulsivas.
Tolerância não é sinónimo de, não discriminação. Se educacionalmente inculco valores de tolerância perante a diferença, em termos legais tenho que defender a descriminação positiva do casamento e da adopção como exclusividade dos heterossexuais.
Apache, Agosto de 2007

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Somos todos iguais, mas…

Segundo a lista dos 100 maiores multimilionários portugueses, elaborada pela revista “Exame”, Belmiro de Azevedo continua a ser o homem mais rico de Portugal, tendo este ano, conseguido aumentar a sua fortuna de 1 779 milhões de euros para 2 989 milhões de euros, correspondendo a 68% de crescimento.
Em segundo lugar, tal como no ano anterior, encontra-se Américo Amorim, agora com uma fortuna avaliada em 2 784 milhões de euros, a que corresponde um acréscimo de 80,5% face ao ano anterior.
José Manuel de Mello mantém-se no terceiro lugar com “pouco mais” de 2 000 milhões de euros, bem à frente do quarto colocado, que para não variar em relação ao ano passado, é ocupado por Horácio Roque, cujo “pé-de-meia” vale aproximadamente mil milhões de euros. No quinto lugar surge a primeira novidade face ao ano transacto (em que ocupava a nona posição), é ocupado pelo “Sr. CCB”, Joe Berardo, cuja fortuna cresceu este ano 62%, valendo actualmente 890 milhões de euros.
A família Teixeira Duarte “saltou” também na tabela, da décima nona para a nona posição, aumentado o seu pecúlio em mais de 110%, valendo actualmente os seus bens, cerca de 702 milhões de euros.
Foram 11 os afortunados que viram os seus nomes constar pela primeira vez no “Top 100”. A entrada para a posição mais elevada, foi protagonizada pela família Rocha dos Santos Vasconcelos, que com uma fortuna avaliada em 312 milhões de euros, se colocou no 21º lugar. Entre os nomes mais sonantes das novas entradas, contam-se: Luís Filipe Vieira (Presidente do Benfica), que com 149 milhões de euros, ocupa o 75º lugar e, Alexandre Relvas (Mandatário da candidatura de Cavaco Silva às últimas presidenciais), que com cerca de 127 milhões de euros, ocupa o 85º lugar.
Somando a fortuna destes cem indivíduos, chegamos à módica quantia de 34 mil milhões de euros, que corresponde (apenas) a 22,1% do PIB. Esta verba chegaria para pagar 14 meses de ordenado (considerando a remuneração média em Portugal) a 4 milhões de portugueses, quase 80% da população activa.
Apache, Agosto de 2007

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Somos todos iguais, mas…

A Galp apresentou (no passado dia 8) as contas do primeiro semestre de 2007, onde se destacam resultados líquidos ajustados (leiam-se lucros) de 285 milhões de euros, um aumento de 71% face a igual período de 2006.
Enquanto isso, o total de impostos pagos pela empresa, diminuiu face a idêntico período do ano transacto, 14 milhões de euros, devido a sucessivos benefícios fiscais concedidos pelo governo. Será a isto que chamam “meter o socialismo na gaveta”?
(Fonte: "Site" da empresa)
Apache, Agosto de 2007

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

A "Caixa negra" de Pandora...

Como se devem recordar, na versão oficial dos acontecimentos do dia 11 de Setembro de 2001, um Boeing 757-200, o voo 77 da American Airlines embateu no Pentágono. Basta uma breve análise das imagens recolhidas após o alegado embate para constatar que é fisicamente impossível que tal tenha acontecido. Ainda assim, o facto de as autoridades terem (supostamente) recuperado uma das (duas) “caixas negras” do aparelho, deixava margem para alguma curiosidade, podendo uma análise cuidada do seu conteúdo, trazer algumas respostas sobre a realidade dos acontecimentos.
Após as habituais batalhas judiciais, a organização “Pilots for 9/11 Truth” conseguiu obter da “National Transportation Safety Board (NTSB)” ao abrigo da Lei “Freedom of Information Act”, não só, cópia das gravações contidas na “caixa negra” como uma animação de computador, produzida pela própria NTSB a partir dos dados recolhidos. A informação lá contida não confirma a versão oficial dos acontecimentos, contrariando-a (entre outros pormenores) em termos de trajectória e altitude do aparelho. De facto, o avião a que pertence esta “caixa negra” sobrevoou o Pentágono, mas não colidiu com ele, e a direcção do seu voo não coincide com a oficial.
Assim, em vez de contribuir para o esclarecimento dos factos, estes novos dados, trazem consigo mais perguntas:
Onde está o avião a que pertence esta “caixa negra”, bem como a outra caixa “gémea” desta?
Que missão tinha este avião que o levou a sobrevoar o Pentágono a baixa altitude, no dia dos trágicos acontecimentos?
Mantêm-se sem resposta muitas outras questões anteriores, tais como:
O que colidiu com o Pentágono?
Onde estão: o Boeing, a sua tripulação e os alegados passageiros?
Apache, Agosto de 2007

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Portela + 0 (2)

Afinal, parece que não sou o único…
João Ribeiro da Fonseca, que durante 16 anos liderou a Portugália Airlines (a empresa que (durante 7 anos) de 2000 a 2006 foi considerada a melhor companhia aérea regional da Europa), diz que a Portela não está esgotada.
O homem que deixou a presidência da Portugália (PGA) à pouco mais de um mês, na sequência da venda desta à TAP, em entrevista ao Diário Económico, teceu duras críticas à forma como está a ser abordada a questão do novo Aeroporto Internacional de Lisboa.
Ribeiro da Fonseca fala sem rodeios do novo “terminal 2”, inaugurado na passada 4ª feira, e da Portela. “É mais uma obra de aparente melhoria do aeroporto que falhará os seus objectivos. A obra está mal pensada, como de resto todo o aeroporto, e não vai ajudar a descongestionar quase nada. Só serve para acomodar a posição fechada do Governo, de que a Portela está esgotada e que é preciso fazer a Ota. Isso é completamente falso.”
Em relação ao ministro Mário Lino, Ribeiro da Fonseca também não se fica por meias palavras. “Chamou-me uma só vez, na véspera da apresentação do aeroporto da Ota. Eram 19 horas quando me recebeu. Não houve tempo para nada. Julgo que o convite serviu apenas como medida de cosmética, para manter as aparências. Assim, ninguém poderia dizer que eu, presidente da PGA, não tinha sido consultado. Na verdade, os instantes em que estive com ele foram inúteis, estava tudo decidido. A minha presença servia apenas para matar qualquer acusação futura.”
E continua em tom cáustico…
“O assunto é grave. Tem havido um movimento de manipulação da opinião pública, no sentido da inevitabilidade da Ota. Para chegarmos à conclusão que a Portela vai esgotar-se nos próximos anos, seria preciso demonstrá-lo. Como? Simples, com um estudo sobre a Portela. Ora, a não ser que exista um estudo secreto, na realidade nunca foi avaliada a optimização da Portela. Nunca!”
De facto, se a Portela parece estar esgotada, tal só pode dever-se a uma má gestão do espaço físico e dos equipamentos disponíveis. No “post” intitulado “Portela + 0”, já tinha tentado demonstrar, por comparação com Kai Tak, que a Portela, sendo bastante maior (tanto em área total, como em comprimento de pistas) e tendo mais corredores aéreos, não pode estar esgotada, recebendo diariamente menos de metade dos passageiros e da carga do citado aeroporto. Acresce o facto de haver possibilidade de expansão da Portela para os terrenos actualmente pertencentes a “Figo Maduro”.
É bom sabermos que mesmo “pregando no deserto” não estamos a falar sozinhos.
Apache, Agosto de 2007

domingo, 5 de agosto de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (6)

Decorria o ano de 1917, os Estados Unidos participavam na Primeira Guerra Mundial e Tesla (aparentemente preocupado com as baixas provocadas pela guerra) ocupa-se de mais uma invenção, a que chamou “Raio Explorador”. O engenho permitia, através do envio e recepção de ondas electromagnéticas, detectar à distância, a posição exacta dos veículos inimigos. Mais uma vez, os militares ignoraram a sua proposta. Curiosamente, o “Radar” (assim rebaptizado na segunda metade dos anos 30) ajudaria à vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial.
A destruição do Wardenclyffe Tower, que operava conjuntamente com outro laboratório que Tesla construiu em Long Island, a Telefunken Wireless Station, dá-se precisamente em 1917, por alegadamente, a segunda, ser usada pelos alemães para espionagem. A torre tinha sido construída em parceria com a emissora de rádio alemã (Telefunken) que iniciara emissões (na Alemanha) em 1903.
Por esta altura Tesla manifesta publicamente outra rara doença, diagnosticada como sendo “Transtorno Obsessivo-Compulsivo”. A partir desta data surgem com frequência na imprensa várias acusações de insanidade. Tesla era um homem de poucas mas corrosivas palavras e o facto de se ter tornado vegetariano, de ser um crítico da “Sociedade das Nações” criada no final da Primeira Guerra Mundial, de prever que no futuro a sociedade seria dominada (no topo hierárquico) pelo sexo feminino, entre outros, politicamente incorrectos (à época) contribuíram significativamente para a generalização do boato de que o inventor enlouquecera.
Em 1928 Tesla registou a sua última patente, um “avião de descolagem vertical”.
Outro facto que contribuiu para a descredibilização de Tesla foi ter criticado publicamente Albert Einstein. Ambos procuravam uma teoria que juntasse as quatro forças fundamentais do universo, a gravítica, a electromagnética, a nuclear forte e a nuclear fraca. Einstein conseguiu a sua maior aproximação com a “Teoria da Relatividade” (Geral e Restrita) que Tesla disse (aparentemente com alguma razão) ser plagiada de trabalhos anteriores do compatriota, Ruder Boskovic. Nikola, por seu lado, afirmou tê-lo conseguido, na sua “Teoria do Campo Unificado”, obra nunca publicada, onde Tesla conclui ser a gravidade causada por forças electromagnéticas, sendo as forças nucleares, também elas forças electomagnéticas. Tesla acompanhava os trabalhos e subscrevia-se com vários físicos quânticos de renome.
Os últimos anos da sua vida foram passados no New Yorker Hotel, entre livros e revistas com as novidades da ciência, livros de poesia e correspondência com outros ilustres cientistas e com escritores célebres, como o amigo de longa data, Mark Twain.
Como invenções suas dos últimos anos, destacam-se vários equipamentos de electroterapêutica, tendo mesmo fundado uma empresa que (apesar da novidade para a época) conseguiu algum sucesso financeiro.
Com a teoria do físico francês De Broglie (1926) da natureza ondulatória e corpuscular da luz, posteriormente demonstrada por George Thomson (1937), Tesla interessa-se de novo pelo mais polémico dos seus “inventos”, o “Raio da Morte” (que havia testado, sem (aparente) sucesso, em 1908), como lhe chamou a imprensa, posteriormente por “Paredes de Luz” (que deveriam permitir a invisibilidade de um objecto) e mais tarde pelo “Teletransporte”.
Tesla chegou a escrever ao Presidente Americano para lhe pedir que assistisse a uma demonstração do “Raio da Morte”, tendo apenas recebido uma carta a agradecer mas declinar o convite.
Por esta altura, J. P. Morgan havia-se juntado à enorme campanha que Edison (entretanto falecido) iniciara para denegrir a imagem do inventor e era frequente a imprensa sensacionalista o apelidar de louco.
Em 1940, a famosa banda desenhada de Max Fleischer, apresentava o herói (o Super-homem) a lutar contra o Raio da Morte de um cientista louco que queria conquistar o mundo, de nome Tesla. Os seus colegas universitários gozavam-no nas colunas do “New York Times”, excepto um pequeno grupo que se correspondia com ele, quase anonimamente.
Tesla havia recusado, anos antes, apoios monetários que considerava miseráveis, provenientes de entidades oficiais americanas e vivia essencialmente de um subsídio concedido pelo Governo Jugoslavo e de algumas patentes que ainda não tinham caducado, bem como dos direitos da tradução para o Inglês, do (mais conhecido) poeta Sérvio, Jovan Jovanovic Zmaj.
A 7 de Janeiro de 1943, o FBI entra na suíte 3327 situada no 33º andar do New Yorker Hotel e (aparentemente) encontra Nikola Tesla (de 86 anos) morto. O corpo é levado, o quarto selado e todos os pertences confiscados ilegalmente, em nome da “segurança nacional”. Dias depois é indicada como causa da morte, uma paragem cardíaca e (alegadamente) o corpo é cremado, fazendo-se um funeral público, estranhamente com grande aparato.
Polémico e excêntrico em vida, não podia deixar de o ser, na morte. Existem várias testemunhas que afirmam que trabalhou para os militares, até finais dos anos 50, tendo desempenhado papel importante na estranha “Experiência de Filadélfia”, que oficialmente nunca existiu.
Durante 40 anos, vários tentaram em vão, apagar da história o nome de Nikola Tesla. Nos anos 80, o FBI divulgou uma parte dos documentos confiscados 40 anos antes e começaram a surgir vários investigadores da obra do génio, bem como (pelo menos quatro) biografias.
Tesla Possui actualmente uma estátua na sua terra natal e outra nas Cataratas de Niágara. Na comemoração dos 150 anos do seu nascimento (2006) a estação pública dos Estados Unidos (PBS) produziu um documentário de (curta) homenagem “Master of Lightning”. Os Sérvios colocaram a sua imagem nas notas de 100 dinares, deram o seu nome ao Aeroporto Internacional de Belgrado, e com as “suas” cinzas e os documentos disponibilizados pelo FBI, construíram-lhe um pequeno museu. Também os russos lhe construíram (com réplicas) um pequeno museu em Moscovo.
Aos poucos, os Norte Americanos vão perdoando a genialidade do homem que disse “Sou cidadão americano e estou grato ao país que me acolheu, mas acima dessa gratidão está o meu orgulho pela minha Croácia natal e pela minha educação e cultura Sérvia”.
Do muito que dele recentemente escreveram vários biógrafos, merecem destaque, os epítetos de J.J. O´Neil, “Tesla, o génio prodigioso” e, de Robert Lomas “Nikola Tesla, o homem que inventou o século XX”. Mas a mais célebre frase que lhe foi dedicada é de Mark Twain, “Nikola Tesla é o inventor dos sonhos”.
Registou 272 patentes em 25 países, mas viu muitas mais terem-lhe sido roubadas. Um biógrafo atribui-lhe cerca de 900 invenções, outro, mais de 1 200.
Excêntrico como Newton, multifacetado como Da Vinci, dedicado como Galileu, mais ou menos louco que qualquer mortal, Nikola Tesla pertence ao grupo restrito dos mais geniais entre Nós.
Apache, Agosto de 2007

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (5)

Quebrada a parceria com George Westinghouse e sem electricidade para as suas experiências, Tesla atravessa sérios problemas financeiros. A campanha de Thomas Edison para o descredibilizar vai no auge. Westinghouse convenceu o governo a adoptar a corrente alternada nas cadeiras eléctricas, fazendo renascer o mito da maior perigosidade desta face à corrente contínua. Para ajudar ao descrédito, Tesla interpreta uns estranhos sinais recebidos por uma antena colocada no seu laboratório em Colorado Spings, como sendo sinais enviados por seres inteligentes de outros planetas, tal interpretação descredibiliza-o junto dos seus colegas universitários e muitos começam a considerá-lo louco. Tesla desmonta o laboratório, vende os equipamentos para pagar as dívidas e, a 7 de Janeiro de 1900, regressa a Nova Iorque.
Pouco depois da sua chegada regista mais duas patentes de aparelhos transmissores de energia sem fios, um deles, idêntico às actuais antenas de telemóvel, o outro, baseado no (agora) chamado “Efeito de Tesla” é a base das modernas armas electromagnéticas. Necessitado de fundos para a construção de um novo laboratório, Nikola convence o banqueiro, coleccionador de arte e industrial J. P. Morgan, à data, o homem mais rico dos Estados Unidos, a contribuir com 150 000 dólares (então, uma pequena fortuna) para a construção da Wardenclyffe Tower em Long Island. A torre, pensava Morgan, serviria para transmitir emissões de rádio para o mundo inteiro, mas descobriu rapidamente que afinal o objectivo era o fornecimento de energia gratuita, abandonando de imediato o projecto que nunca chegou a estar totalmente concluido. Aliás, a parceria com Morgan sofrera logo no início um duro revés, quando Nikola se recusou a casar com a filha do milionário, gorando as expectativas deste.
Para garantir a sobrevivência económica, Tesla volta-se de novo para os militares, conseguindo uma demonstração para as chefias. Apresenta de novo vários navios com controlo remoto, agora com comando de voz, mas uma vez mais os militares não reconhecem utilidade ao invento. Desesperado anuncia que consegue constrir uma arma que numa só tarde afunda uma poderosa armada, mas a única resposta que obtém são risos.
Dedica-se então ao aperfeiçoamento de grandes motores para navios. Constrói (em série) turbinas com 5 000 Cavalos de Potência que vende à Marinha Alemã para equipar os seus navios de guerra. Este contrato (financeiramente bem sucedido) termina com a entrada da Alemanha na Primeira Guerra Mundial.
Entretanto, em 1912 o nome de Tesla surge nas possíveis nomeações para o Nobel da Física, mas Tesla furioso com a Academia por 3 anos antes ter atribuido idêntico galardão a Marconi pela invenção do rádio, que na realidade foi inventado por Tesla, escreve para a Academia dizendo que se for nomeado recusará o galardão, a menos que sejam pedidas desculpas públicas pelo erro de 1909. O prémio iria parar às mãos de Nils Dalén.
Em 1915, A Real Academia de Ciências Sueca insiste, e os nomes de Nikola Tesla e Thomas Alva Edison surgem na imprensa como prováveis vencedores, "dividindo" o prémio. Edison diz que não partilhará o prémio com um seu antigo funcionário e Tesla deixa claro que ou a Academia repara erros anteriores ou jamais aceitará um Nobel. O galardoado foi William Bragg. (continua…)
Apache, Agosto de 2007

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (4)

O ano de 1897 culmina um longo trabalho de pesquisa na transmissão de dados a longa distância, sem o auxílio de fios, com a invenção do rádio (ou melhor, daquilo a que hoje chamamos rádio e, que à data recebeu o nome de “wireless transmission of data”). Inicialmente atribuída ao Italiano Guglielmo Marconi e pela qual receberia em 1909 o Prémio Nobel da Física, viria a descoberta (após uma longa batalha jurídica) a ser atribuida, pelo Supremo Tribunal Americano, a Tesla.
Mas Nikola era um cientista “insaciável” e as suas pesquisas não paravam. Insistia na necessidade de fornecer energia eléctrica gratuita ao mundo, acreditava que seria esse o passo decisisvo na irradicação da pobreza. Só que a ideia irritava solenemente os seus finenciadores que se recusavam a investir em semelhante investigação.
No ano seguinte, o génio faz mais uma demostração pública, desta vez em Madisson Square Garden, onde apresenta um protótipo de um barco com controlo remoto, equipado com torpedos comandados por rádio, que pensa produzir para a Marinha Americana, no entanto esta menospreza o invento não lhe encontrando utilidade. Era o início da Robótica.
Meses depois, apresenta publicamente a ignição eléctrica para motores de combustão que ainda hoje usamos nos nossos automóveis.
Finalmente em 1899, depois de Tesla ter sido impedido pela Polícia de Nova Iorque de realizar arrojadas experiências na via pública, um jovem advogado, Curtis de seu nome, (que já antes o havia defendido em tribunal quando o génio se vira acusado de perturbação da ordem pública, por causar pequenos terramotos causados pelas suas pesquisas sobre ressonância), lhe ofereceu ajuda para montar um “campo de testes” na sua terra, Colorado Springs.
Curtis, trabalhava para a companhia de electricidade local e conseguiu que esta fornecesse gratuitamente a energia para as pesquisas de Tesla. Este mudou-se de imediato e construiu um “estranho” laboratório nos arredores da cidade (Colorado Springs), que mais parecia um celeiro com uma enorme torre central, com 27 metros de altura. A torre era um transformador amplificador de Tensão.
O filme “The Prestige” (“O terceiro Passo”, em Português), que relata a obsessiva competitividade entre dois ilusionistas, descreve com algum rigor histórico o curto período de permanência de Nikola naquelas paragens.
A presença do estranho edifício, cedo atraiu a curiosidade dos locais, que amiúde se deslocavam ao local, testemunhando a estranha luz azul que era emitida pela relva e o acender das lâmpadas que Tesla espalhava pelo chão.
Certa noite, Tesla e os assistentes ligaram o amplificador no máximo, criando uma Tensão Eléctrica de dez milhões de Volt. A onda electromagnética percorreria todo o planeta (à velocidade da luz) e perderia parte da sua “força”, mas quando regressasse ao local, um novo pulso seria emitido, reforçando-a. O processo repetir-se-ia até se atingir, por efeito cumulativo, a “força” desejável para que em todo o planeta houvesse energia gratuita. Do amplificador saltavam arcos eléctricos com mais de 40 metros de altura (a maior trovoada artificial jamais criada pelo Homem) e o ar ficou de tal forma ionizado que o gerador da Central Eléctrica de Colorado Springs ardeu e com ele “ardia” também o fornecimento de energia gratuita aos laboratórios de Tesla, tendo também “azedado” definitivamente a parceria com George Westinghouse que recusava a ideia da energia gratuita.
Dá-se ainda no Colorado, mais exactamente nas montanhas de Pikes Peak a primeira transmissão de telegrafia sem fios, até Paris, efectuada neste mesmo ano. Iniciaram-se também aqui as pesquisas de Tesla (provavelmente na sequência do acidente acima descrito) sobre ionização atmosférica. O Projecto HAARP de estudo (ou manipulação) do clima e o "escudo anti-míssil" (bem como projectos semelhantes dos Russos), agora tão discutidos nos Estados Unidos (e não só), são sequenciais a estas experiências iniciadas por Tesla no Colorado.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (3)

Com as suas pesquisas financiadas por A. K. Brown e G. Westinghouse, Tesla preparava-se no início da década de noventa (séc. XIX) para viver o período de maior prosperidade económica.
Logo em 1891, adquire a nacionalidade Norte-Americana e constrói o “engenho” que perpetuaria o seu nome, a “Bobina de Tesla”, um pequeno rolo de fio que seria a base do desenvolvimento electrotécnico do século XX.
Já antes, em 1887, Nikola havia realizado várias experiências com radiação de alta frequência, trabalhando com “aquilo” a que, em 1895, Wilhelm Rontgen chamou Raio-X. É injusta a atribuição da descoberta ao físico alemão pois era pública a imagem dos ossos da própria mão, que Tesla obteve três anos antes da descoberta de Rontgen, bem como as ligeiras queimaduras, por radiação X, que acidentalmente sofrera um dos seus assistentes. Mas é, de facto, a partir dos anos 90, que os trabalhos com ondas electromagnéticas de alta frequência o levam a descobertas “fantásticas”.
Em 1893 a Feira Mundial em Chicago, electrificada por Tesla com corrente alterna, é um sucesso. O jovem engenheiro, aproveita para demonstrar que a variação de fluxo magnético induz uma Força Electromotriz. Estava inventado o motor de indução. Mas a Feira ficou marcada por algo mais “mágico”, um enorme ovo em cobre era colocado na vertical sem que ninguém lhe tocasse. A experiência ficou conhecida como o “Ovo de Colombo” e não era mais que um campo magnético que criava uma força que vencia outra (a gravítica). Estava descoberto o princípio que levaria, décadas depois, aos famosos comboios de levitação magnética, hoje tão populares e úteis no Japão e na Alemanha.
O ano de 1895 é marcado pelo estrondoso sucesso da inauguração da hidroeléctrica do Niágara (no Canadá) que Westinghouse constrói, sob o comando de Tesla, por metade do preço proposto por Edison, permitindo a electrificação total da cidade de Búfalo nos Estados Unidos. Mas também pelo misterioso incêndio que destruiu completamente o seu laboratório na 5ª Avenida em Nova Iorque, que se especulou ser obra do rival. Felizmente por esta altura, Tesla tinha já em funcionamento mais dois laboratórios, e pouco se perdeu no incêndio, pois o Croata tinha o defeito de quase não escrever nada no papel, passando das ideias à construção dos engenhos.
Tesla tornou-se popular pela espectacularidade das demonstrações públicas das suas descobertas, que fascinavam tanto leigos como especialistas. Foram feitas demonstrações em vários estados americanos e o público anónimo misturava-se com jornalistas e com catedráticos, para assistir boquiaberto aos raios eléctricos que saíam das suas bobinas, e a lâmpadas de vácuo, sem filamento, que se acendiam ao contacto com as suas mãos. Foram exibições destas que lhe conferiram o título de mágico e que irritaram solenemente Edison, que organizou também uma gigantesca digressão pelo país para através de espectáculos ridículos denegrir a imagem do génio.
A transmissão de energia eléctrica, sem fio, a longas distâncias, e gratuita tornar-se-ia uma das grandes empresas das suas futuras pesquisas. Ele descobriu que um tubo de vácuo colocado na proximidade de uma “Bobina de Tesla” começava imediatamente a brilhar; estava descoberta a Ressonância Eléctrica. Encontrando a frequência certa para a onda electromagnética, Tesla ligava e desligava séries de lâmpadas (sem filamento) a metros de distância, umas das outras, sem qualquer fio metálico a ligá-las.
Por esta altura, Tesla havia já patenteado outra das suas descobertas, o sistema polifásico de distribuição de electricidade, ainda com a ajuda de cabos eléctricos de transporte, e que é hoje o sistema usado em todos os países industrializados (três fases, desfasadas 90º entre si e um neutro).
São os estudos da Ressonância Eléctrica que trazem a Tesla os primeiros problemas com as autoridades, de facto, estas experiências abanavam os prédios da vizinhança, e com eles abanava também a simpatia da população para com o génio.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

domingo, 15 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (2)

De facto, mal Tesla começou a trabalhar na “Edison Machine Works”, uma das companhias de Edison, mais tarde fundida na “General Electric” (uma das maiores empresas do mundo), Nikola propõe que os dínamos que a empresa usava para produzir corrente eléctrica contínua, que para ser distribuída necessitava de grossos cabos, de cobre ou alumínio e que devido ao aquecimento destes (perdas por efeito de Joule) a impedia de chegar às populações a mais de 10 km dos geradores, fossem substituídos por geradores de corrente alterna, com menores perdas por aquecimento e que poderiam chegar a muito mais gente, mas Edison (o homem que dizem que tinha um QI de 240), recusou a proposta, apesar das várias insistências e demonstrações de Tesla.
Poucas semanas depois (incapaz de convencer a porta, perdão, o patrão), o irreverente empregado, após várias melhorias efectuadas em vários sectores da empresa (melhorias essas, que mais tarde Edison registaria como patentes suas; Edison registou em seu nome 1093 patentes, que fazem dele o inventor com mais registos, mas os seus empregados acusam-no de ter roubado mais de 1000 delas), propõe-se a melhorar o rendimento dos dínamos de corrente contínua em 25%, em apenas dois meses. O patrão incrédulo, diz-lhe que se o fizer lhe paga 50 mil dólares de prémio (hoje, tal quantia representava mais de um milhão de euros). Tesla ganhava 18 dólares por semana e, ao perceber que esta quantia representava o vencimento de 53 anos de trabalho, pôs mãos à obra e, segundo relatos dos colegas, trabalhava cerca de 20 horas por dia. Antes do prazo terminado, Tesla concluiu a tarefa e os dínamos aumentaram o seu rendimento em mais de 30%. Ante a ausência do bónus prometido, o trabalhador resolve questionar o patrão, que lhe responde com um sorriso “Estás cá à pouco tempo, ainda não conheces o humor americano, obviamente estava a brincar contigo quando disse isso. Vou-te aumentar a semanada para 25 dólares”.
Há várias versões da resposta de Nikola, mas é certo que terminou nesse instante a relação laboral entre os dois. Em simultâneo nascia uma rivalidade que impediria o êxito financeiro do génio.
Seguiu-se um curto período de sucesso quando um grupo de investidores o ajudou a criar a sua própria companhia, em troca de direitos sobre as suas futuras patentes, mas perante a insistência de Tesla em substituir a débil rede pública de distribuição de corrente contínua por corrente alterna, os investidores abandonaram-no e a empresa faliu.
Tesla passa os meses seguintes a trabalhar para uma empresa de construções que abria valas nas ruas da cidade, mas apercebe-se que as valas são para enterrar os cabos de corrente contínua, e que a empresa trabalha para Edison, despedindo-se de imediato. Por esta altura, com a fortuna gerada pelas melhorias que ele havia introduzido, o ex-patrão é já um dos homens mais ricos da América. Tesla dedica o seu imenso tempo livre a planear um espectacular suicídio à meia-noite do seu trigésimo aniversário.
Felizmente, o banqueiro A. K. Brown da “Western Union” vai ter com ele e oferece-lhe apoio financeiro para construir um laboratório e continuar as pesquisas de corrente alterna.
Tesla constrói então o primeiro gerador de corrente alterna, ou alternador, como lhe chamou, com que viria a equipar a central hidroeléctrica do Niágara (a primeira hidroeléctrica do mundo a fornecer corrente alterna) e, no ano seguinte construiu o motor de indução, que apresentou em 1888 no "American Institute of Electrical Engineers". A partir deste momento, o Croata passa a ser a nova referência da Engenharia Electrotécnica mundial, para fúria de Thomas Edison.
Um dos fascinados com as palestras e inventos de Tesla, era outro poderoso Engenheiro, pioneiro da electricidade e homem de negócios, além de arqui-inimigo de Edison, George Westinghouse, que vai passar a ser o financiador do génio e que assegurou a construção da já citada hidroeléctrica do Niágara.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade…

Precisamente à meia-noite de 9 para 10 de Julho (27 para 28 de Junho, no calendário ortodoxo), de 1856, debaixo de uma violenta trovoada, nascia em Smiljan, actual Croácia (à época, Áustria-Hungria) Nikola Tesla, o mais polémico, e extravagante (e digo eu, genial) inventor, de todos os tempos.
Filho de um pastor da Igreja Ortodoxa Sérvia, Milutin Tesla e de uma (pequena) inventora de utensílios de cozinha, Duka Mandic, Tesla teve uma vida recheada de grandes e estranhos acontecimentos.
Quando Tesla tinha cinco anos, morreu o seu irmão Dane, de 12 anos, vítima de uma queda de cavalo provocada por uma semente lançada por uma fisga que o próprio Tesla construíra. O triste acontecimento tê-lo-á estigmatizado para sempre.
A infância foi marcada pelo convívio com a família, de que faziam parte mais três irmãs, Milka, Angelina e Marika, e por estranhas doenças que o acometeram.
Depois de concluída a escolaridade obrigatória em Karlovac, foi estudar para o Instituto Politécnico em Graz (Áustria). Apesar de ser um aluno interessado e extremamente aplicado, Tesla não chegou a graduar-se, os biógrafos referem que um esgotamento nervoso e falta de dinheiro para pagar o curso o impediram de continuar os estudos.
Mudou-se depois para a Eslovénia, onde arranjou o primeiro emprego, como ajudante de um engenheiro electrotécnico, ramo da Física que constituía a grande novidade da época e matéria que (conjuntamente com mecânica) sempre interessou Tesla, que em criança havia construído uma máquina movida a mosquitos.
Mais tarde, o pai, consciente das elevadas capacidades intelectuais do filho, convence-o a continuar os estudos na prestigiada Universidade de Praga (República Checa). Tesla acaba por aceder a fazê-lo em 1880, mas abandona os estudos no ano seguinte, após a morte do pai, devido, (novamente) a dificuldades económicas. Muda-se então para Budapeste (Hungria), para trabalhar na recém-criada companhia dos telefones.
Passado outro ano (1882) muda-se para Paris, para trabalhar na “Continental Edison Company” de Thomas Edison, o inventor da lâmpada de incandescência. É nesta empresa que Tesla revela o seu génio criativo e patenteia os seus primeiros inventos, nomeadamente, o famoso motor de indução.
Regressa à Terra Natal para acompanhar as últimas horas da mãe... por esta altura, Tesla o autodidacta, fala fluentemente seis línguas e os seus inventos são comentados pela comunidade científica europeia. As últimas palavras da mãe “babada” terão sido, “Nidzo (diminutivo de Nikola) és o meu orgulho”. A morte da mãe abala profundamente a frágil saúde de Tesla que fica vários dias em convalescença. Segundo o próprio, além de outros problemas neurológicos, sofria de Sinestesia, rara perturbação em que o estímulo de um sentido provoca uma percepção automática noutro, por exemplo, um cheiro traz uma visão, ou um sabor. Tesla refere na sua autobiografia que via frequentemente luzes à sua frente e que elas lhe proporcionavam visões de novos inventos com impressionante realismo.
A 6 de Junho de 1884, Tesla chega a Nova Iorque para trabalhar na empresa de Edison, com uma carta de recomendações do gerente da filial francesa, onde se lia: “Só conheço dois grandes homens, tu (referindo-se ao patrão) e este jovem”. Com uma recomendação destas, Tesla passa a trabalhar e a ganhar como Engenheiro Electrotécnico, mas como parecia ser marca do destino, não ficaria muito tempo na companhia de Edison.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Liberdade - Alexis de Tocqueville

“Vejo uma multidão incontável de homens iguais que giram sobre si mesmos à procura de pequenos e vulgares prazeres com que enchem a alma.
Cada um deles, visto separadamente, é como que estranho ao destino de todos. (...) Não existe, a não ser em si e para si.
(...) Acima deles eleva-se um poder imenso e tutelar, que se encarrega de assegurar as suas necessidades e de velar pela sua sorte. É absoluto, detalhado, regular, preciso, previsível e dócil. Pareceria um poder paterno se tivesse como objectivo prepará-los para a idade adulta; mas, pelo contrário, procura apenas fixá-los perpetuamente na infância; quer que os cidadãos desfrutem, na condição de pensarem só em desfrutar. Trabalha de bom grado para o seu bem-estar, mas quer ser o único agente e o único árbitro, providencia a sua segurança, assegura as suas necessidades, facilita os seus prazeres, conduz os seus principais negócios, dirige a sua indústria, regula as suas sucessões, divide as suas heranças. Porque não haveria de tirar-lhes por completo o transtorno de pensar e o esforço de viver?!
(...) É assim que cada dia converte em inútil o emprego do livre arbítrio; encerra a acção da vontade num espaço menor e, reduz cada um ao uso de si mesmo.
(...) Depois de ter tomado, a pouco e pouco, cada indivíduo, nas suas poderosas mãos, e de o ter moldado à sua maneira, o soberano abre os braços sobre a sociedade inteira; cobre a sua superfície com uma rede de pequenas regras complicadas, minuciosas e uniformes, através das quais os talentos mais originais e as almas mais vigorosas não poderão encontrar a luz que as destaque da multidão;
Não destrói as vontades, mas amolece-as, submete-as e dirige-as;
Raras vezes obriga a agir, mas opõe-se, sem cessar, a quem actue;
Não destrói, mas impede que nasça;
Não tiraniza, mas estorva, comprime, enerva, apaga. Reduz, enfim, cada nação, a não mais do que um rebanho de animais tímidos e laboriosos, de que o Governo é pastor.”
P.S. “Estou convencido que, em qualquer época, eu amaria a liberdade; mas, na época em que vivemos, sinto-me tentado a idolatrá-la.”
Alexis de Tocqueville (1805-1859)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Falem baixo, ou ainda acordam alguém…

Nas eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 2001, os resultados oficiais “não coincidiram com os constantes das actas das secções de voto”, revela o livro “Eleições Viciadas?” colocado à venda na passada segunda-feira. O livro, escrito pelo jornalista João Ramos de Almeida, resulta da investigação que sucedeu as suspeitas de Alberto Silva Lopes, e salienta que “alguém, algures entre o apuramento nas freguesias e a comunicação ao Governo Civil, alterou os resultados eleitorais de 27 das 53 freguesias do concelho de Lisboa”. E acrescenta… “Ao nível das secções de voto, registaram-se discrepâncias significativas entre o número dos votantes descarregados nos cadernos eleitorais e os eleitores que terão votado, segundo as actas das secções de voto”, estas anomalias “estendem-se a 47 freguesias”, abrangendo “cerca de metade das secções de voto do concelho de Lisboa”. Apesar dos dois candidatos mais votados (Pedro Santana Lopes e João Soares) terem ficado separados por apenas 856 votos (favoráveis ao primeiro), o autor afirma que “não há certezas sobre qual terá sido efectivamente o resultado final das eleições. (…) O vasto conjunto de irregularidades detectadas não é suficiente para acusar alguma lista ou dirigente”, uma vez que os boletins de voto foram destruídos em 2002. João Soares tinha 8 dias (após publicação dos resultados) para contestar os resultados mas optou por não o fazer. Foi apenas a 17 de Maio de 2002 que Alberto Silva Lopes, advogado apoiante da sua candidatura entregou uma queixa-crime, no Ministério Público. Analisados os documentos, foram detectadas várias irregularidades. Por exemplo, o STAPE (Secretariado Técnico para os Assuntos do Processo Eleitoral) registou 312 391 votantes para a Câmara Municipal, mas as assembleias de apuramento geral só encontraram 311 482 pessoas. Entre outras fraudes, foram encontradas falsificações nas actas das secções de voto. No total, foram apurados (segundo o “Correio da Manhã, um dos jornais que ontem publicou a notícia) 2 649 votos irregulares, dos quais, 887 falsos. Ou muito me engano, ou a fazer fé no que nos últimos 10 anos, se diz “à boca fechada”, estas eleições autárquicas em Lisboa, são a ponta do iceberg do que pelo país se tem passado, em termos de deturpação dos resultados eleitorais.
Apache, Julho de 2007

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Reescrever a História...

Gráfico apresentado no relatório do IPCC em 2001
Gráfico apresentado no relatório do IPCC em 1990
A primeira imagem deste “post” é um gráfico apresentado no relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) de 2001, que ficou conhecido como “Taco de Hóquei” e, é para muitos, a prova irrefutável da responsabilidade do Homem, através das suas emissões de gases com efeito de estufa (principalmente dióxido de carbono), na ligeira subida de temperatura (média) verificada no planeta, nos últimos 150 anos.
Apresenta um ligeiro problema, é falso!
A segunda imagem é um gráfico apresentado no relatório do IPCC de 1990.
Não é possível confirmar a veracidade do mesmo. É no entanto possível afirmar que ele não é (ao contrário do anterior) incompatível com os factos históricos documentados, nomeadamente, a descoberta da Gronelândia e sua colonização por parte dos Vikings e posterior extinção da colónia.
No ano 982 (da nossa era), os vikings chegaram à ilha, encontrando-a desabitada. Dada a exuberância das pastagens, chamaram-lhe “Terra Verde”. Aí constituíram várias colónias dedicando-se à agricultura e à criação de gado. As primeiras comunidades de esquimós chegaram por volta do ano 1200, ocupando regiões mais a Norte. No século XIV a temperatura da Terra começou a descer rapidamente e os Vikings deixaram de poder cultivar os campos, que se cobriram de neve. À medida que a temperatura ía baixando, a situação agravava-se. O gado foi morrendo de frio. O mar começou a congelar, impedindo a navegação. A ilha ficava isolada, a ajuda continental não podia chegar e os Vikings, 450 anos após terem chegado, viram-se cercados pelo gelo, sem hipótese de fuga. Morreram de fome. Mais a Norte, os “Inuit” (esquimós) com uma cultura e tradição adaptadas a climas hostis, conseguiram sobreviver, sendo os antepassados dos actuais habitantes.
Apenas o gráfico publicado em 1990 pelo IPCC é compatível com estes factos.
No gráfico publicado em 2001, assiste-se a uma tentativa de reescrever a História, com a omissão do “Período Quente Medieval” e da “Pequena Idade do Gelo” que lhe sucedeu.
Apache, Julho de 2007

sábado, 30 de junho de 2007

Fernando Negrão em entrevista ao Rádio Clube Português...

Pergunta ingénua...
Este senhor concorre à Câmara Municipal de Lisboa ou ao concurso para humoristas, onde enfrenta a concorrência do Linócas e do Cocó Cacá?
Apache, Junho de 2007

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Deve haver uma explicação lógica…

Acabo de fazer a habitual roda pelos blogues habituais e constato que em todos os que têm activada a “Verificação de Palavras” me sai a mesma, “SMENITA”. Fechei o “browser” e voltei a entrar, repetindo o “login” a “palavra” manteve-se a mesma. Foi ao Google e digitei a “palavra”, sabem o que aconteceu? O motor de busca encontrou 1 200 páginas com o mesmo assunto abordado. Esta “brincadeira” repete-se desde Dezembro de 2005. A probabilidade de saírem duas vezes as mesmas letras é muito baixa, dadas as combinações possíveis, mas a de saírem 7 ou oito vezes seguidas, como me acaba de acontecer é (praticamente) nula. Concluo que estamos perante um problema técnico do “Bloger”. A minha dúvida é, porque raio se repete o problema técnico e o sistema gera sempre a mesma palavra, ao longo de mais de ano e meio?
Deve haver uma explicação lógica para isto, só falta alguém dizer-me qual…
Apache, Junho de 2007

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Baixos salários e competitividade

Políticos, economistas, "fazedores" de opinião e outros artistas de prosápia, tentam amiúde convencer-nos que para o país ser competitivo, em comparação com os parceiros europeus, é fundamental manter baixos salários. Esta teoria, como muitas das habitualmente na moda, em variados assuntos, apresenta um pequeno defeito, é contrariada pelos factos.

Apache, Junho de 2007

domingo, 24 de junho de 2007

A “história” do Aquecimento Global

Em meados dos anos 80, começa a falar-se frequentemente de poluição. Associada a ela surgem os fumos, nomeadamente: do tabaco, dos escapes dos automóveis e das grandes chaminés industriais. A poderosa indústria tabaqueira vê os seus lucros astronómicos ameaçados pelas evidências dos malefícios do tabaco e decide avançar com uma campanha de autodefesa. Associam-se a esta campanha algumas das empresas mais poluidoras dos Estados Unidos, tentando negar o óbvio, que alguns dos gases produzidos pela indústria, não podem ser atirados (de ânimo leve) para a atmosfera, pois contribuem para o aumento de doenças respiratórias e pulmonares. Como consequência desta propaganda, ridicularizam-se os ambientalistas e os críticos ao lançamento irresponsável de poluentes no meio ambiente. Quanto mais estudos clínicos demonstravam os malefícios de alguns gases (nomeadamente o tabaco) mais as industrias poluentes denegriam as instituições responsáveis pelos estudos, deixando na retaguarda da campanha terreno favorável ao avanço (em sentido contrário) da Teoria do Aquecimento Global Antropogénico e do ambientalismo fanático.
Dez anos depois, na sequência da assinatura do Protocolo de Quioto, no auge do movimento antiglobalização, aprofunda-se o debate das questões ambientais. O assunto começa a ter presença assídua nas agendas políticas e empresariais. Aos poucos, intensifica-se uma nova campanha, enfatizando previsões climáticas catastróficas, a longo prazo, fundadas em modelos computacionais que a observação foi demonstrando estarem profundamente errados. A adesão de políticos, empresários e ambientalistas a esta ideia, dá-lhe uma crescente “credibilidade”, passando o “assunto” a ser gerido de acordo com as modernas leis do mercado, impondo-se em simultâneo, regulamentações políticas rígidas, dirigidas essencialmente ao mais conhecido (e mais abundante) de todos os gases que o Homem lança para a atmosfera como consequência da sua actividade industrial, o dióxido de carbono. As pequeníssimas (e habituais) alterações ao estado do tempo, observadas, tornam-se uma “obsessão global”.
A primeira campanha, vai perdendo apoio junto da comunidade científica, encontrando-se moribunda no início da era Bush, mantendo no entanto influência no interior da Casa Branca. A segunda, actualmente em curso, gerou e difundiu o movimento radical responsável pela histeria vigente. O êxito obtido nos meios de comunicação despertou o eleitorado e obrigou mesmo alguns cientistas mais inflexíveis a cultivar hipocritamente uma imagem mais “verde”, em desespero pelos subsídios de que dependem para sobreviver. Entretanto, o que é mais grave para o cidadão, é que as duas campanhas opostas, conseguiram em conjunto, eliminar o espaço necessário ao surgir de uma campanha séria, baseada em factos científicos comprovados, onde fosse possível rejeitar as duas e desmascarar a corja de políticos e empresários corruptos que as sustentam em busca de lucros fáceis, a qualquer preço.
Pormenorizemos um pouco mais...
Há vinte anos, as empresas mais poderosas do mundo desencadearam a sua revolução “globalizante”, invocando os benefícios do comércio livre e, pondo de lado as questões ambientais, reduzindo o movimento ambientalista a acções de retaguarda. Estes porém, com apoios sólidos nos órgãos de comunicação social, conseguiram transformar fenómenos naturais habituais em acontecimentos apocalípticos, conseguindo manter na opinião pública o interesse pelas alegadas alterações climáticas. Em 1988, alguns cientistas e políticos instituíram um organismo da ONU, denominado Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), com o objectivo de tentarem provar a existência de alterações climáticas globais, antropogénicas, através da publicação de relatórios periódicos. Numa reunião em Toronto, trezentos cientistas e políticos de quarenta e oito países publicaram um pedido aos governos de redução das emissões de dióxido de carbono. No ano seguinte, cinquenta empresas ligadas às indústrias, petrolífera e automobilística formaram a (GCC), Coligação para a Mudança Global, com o apoio do gigante das relações públicas Burson-Marsteller. O seu objectivo era patrocinar estudos que desmentissem as afirmações dos "cientistas" do IPCC e evitar esforços políticos para reduzir as emissões de gases com efeitos de estufa. O GCC doou milhões de dólares a uma campanha de alerta para o facto de diminuições significativas na queima de combustíveis fósseis provocar a médio prazo a ruína económica das nações.
Entretanto, na sequência de um levantamento indígena em Chiapas em Janeiro de 1994, marcado para o primeiro dia da implementação do Acordo de Comércio Livre Americano, o movimento antiglobalização irrompeu num protesto mundial contra o capitalismo de mercado e a destruição do ambiente. Cinco anos depois o movimento ganhara força e visibilidade, especialmente através de acções nas cimeiras do G8 e nas reuniões do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e da Organização Mundial do Comércio, atingindo o seu auge ao boicotar as reuniões desta em Seattle em Novembro de 1999.
No verão de 1997, decorriam as negociações de Quioto, quando o Senado americano aprovou unanimemente uma resolução exigindo que um tratado como esse inclua os países em vias de desenvolvimento, em especial a China, a Índia e o Brasil.
Mas o movimento anti-Quioto não granjeava adeptos suficientes para se tornar economicamente viável e a elite empresarial começou a repensar estratégias. As deserções do GCC começaram em 1997 e três anos depois incluíam a Dupont, a BP, a Shell, a Ford, a Daimler-Chrisley e a Texaco. Era o fim do GCC.
Os desertores reorganizaram-se rapidamente. Surgiu então o Centro Pew sobre Mudança Climática Global, fundado pela antiga Sun Oil, actual Sunoco. A administração do novo Centro coube a Theodore Roosevelt IV. Ícone dos conservadores americanos, porém tolerado pelos democratas, Roosevelt é director-geral do Banco de Investimentos Lehman Brothers. Com ele na administração estava o director da firma de investimentos Castle-Harlan e também o advogado empresarial Frank Loy, que fora um dos negociadores da administração Clinton em Quioto.
O Centro Pew conseguiu reunir logo no início, além da Sunoco, a Dupont, a Duke Energy, a BP, a Shell, a Ontario Power Generation, a Detroit Edison e a Alcan. Num rápida mudança de 180º, face ao anteriormente defendido por estas empresas, o conselho de administração do Centro Pew declarou: "Aceitamos as opiniões da maior parte dos cientistas de que se sabe o suficiente para atribuir ao Homem a responsabilidade nas alterações climáticas verificadas e vamos tomar medidas para enfrentar as suas consequências (...) o mundo dos negócios pode e deve dar passos concretos para avaliar e implementar oportunidades de negócio relativas à redução de emissões e investir em produtos e práticas mais eficazes no combate a estas alterações."
Ainda no início de 2000, os líderes económicos, reunidos no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça, fazem esta declaração ridícula: "A maior ameaça que o mundo enfrenta é a da alteração climática." Nesse Outono, as empresas do Centro Pew juntam-se à fabricante de alumínios, Pechiney, à Environmental Defense, ao Carlyle Group, à Berkshire Partners, à Morgan Stanley e à Carbon Investments para formarem a (PAC), Parceria para a Acção Climática, que tem como objectivo, "Defender, com base nas leis do mercado, mecanismos capazes de efectuar acções atempadas e credíveis na redução das emissões de gases com efeito de estufa eficazes e rentáveis".
Este potencial de lucro chamou a atenção dos banqueiros, alguns dos quais "actores" da PAC através das suas ligações ao conselho de administração do Centro Pew. A Goldman Sachs tornou-se líder do grupo, pois possuía centrais de energia através da sua associada Cogentrix e das ligações à BP e à Shell. No ano seguinte, o Banco de Investimentos adquiriu a Horizon Wind Energy, investiu em painéis fotovoltaicos em parceria com a Sun Edison, financiou a Northeast Biofuels, e comprou grande quantidade de acções da Iogen Corporation, empresa pioneira (a nível industrial) na obtenção de etanol através da palha do milho. Dizia a Goldman Sachs, "Estamos convencidos que a oportunidade que nasce das alterações climáticas e da sua regulamentação virá a ser muito significativa e irá conquistar uma atenção cada vez maior dos participantes no mercado de capitais."
Entre estes participantes encontrava-se o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, ambientalista "convicto" e representante americano (ao mais alto nível) em Quioto. Gore tem negócios antigos com a indústria da energia através de Armand Hammer, o dono da Occidental Petroleum. Em 2004, a Goldman Sachs avança a todo o vapor na criação do mercado "verde" e Gore junta-se aos executivos da empresa, David Blood, Peter Harris e Mark Ferguson, fundando uma empresa sedeada em Londres, a Generation Investment Management.
Na Primavera de 2005, Gore estava já a trabalhar no seu livro e começava os preparativos para o documentário com o mesmo nome, "Uma Verdade Inconveniente", tendo ambos chegado ao mercado no ano seguinte (debaixo de uma gigantesca campanha promocional), com êxito garantido, fruto dos dois Óscares atribuídos ao documentário pelos amigos convenientes de Hollywood.
No final do ano de 2006, diversas organizações são criadas pelo mundo fora e, para não perder protagonismo, o Centro Pew e a PAC criam a USCAP, à qual aderiram, além das empresas já pertencentes a estes grupos, a General Electric, a Alcoa, a Caterpillar, a Pacific Gas and Electricity, a Florida Power and Light e a Companhia Central de Serviços do Novo México e Texas (PNM), que pouco tempo antes se tinha juntado à Cascade Investments de Bill Gates. Já em 2007, aderem à USCAP, o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais e o Instituto de Recursos Mundiais a que pertence o Observatório Mundial das Florestas, todos com forte ligação a "lobbies" ecologistas e a ONG’s de financiamento duvidoso.
Recentemente, Al Gore funda nova empresa, a Aliança para a Protecção do Clima, em parceria com Theodore Roosevelt IV do Banco de Investimentos e do Centro Pew, o ex-conselheiro de segurança nacional Brent Scowcroft, Owen Kramer da Boston Provident, representantes da Environmental Defense, do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, da Federação Nacional pelos Animais Selvagens e da Organização de Protecção Ambiental. Diz Gore, "a Aliança para Protecção do Clima está a efectuar um exercício de persuasão de massas sem precedentes" e eu acrescento, e a lucrar como nenhum charlatão anterior, havia conseguido.
Este texto é uma tradução e adaptação minha, de textos do historiador David Noble, professor da Universidade de York, no Canadá. Noble é um conceituado e polémico autor de livros de "Sociologia Organizacional" nos quais se destacam críticas vorazes ao capitalismo selvagem de exploração do homem pelo homem.
Apache, Junho de 2007

sexta-feira, 22 de junho de 2007

As promoções nos hidratos de carbono...

Segundo o "Diário Digital", a partir de hoje, de acordo com um despacho publicado em "Diário da República", as cartas de condução emitidas em Angola já são válidas em território português.
Já tínhamos as Licenciaturas saídas nos pacotes da farinha, agora são as Cartas de Condução que vêm nos pacotes do cacau.
Apache, Junho de 2007

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Portela + 0

A 6 de Julho de 1998 encerrava ao público, uma das mais belas obras de engenharia do início do século XX, o Aeroporto Internacional de Kai Tak, em Hong Kong.
Situado na baía de Kowloon, estava rodeado, a Norte, a Sul e a Este por várias colinas, estas últimas a menos de 5 km da pista. À medida que a cidade foi crescendo, o aeroporto foi sendo envolvido por arranha-céus.
A aterragem era possível por um único corredor aéreo. Possuía, por isso, apenas uma pista, cujo comprimento era inferior a 3 400 m. Para evitar que o ruído perturbasse seriamente o sono dos moradores, o aeroporto encerrava todas as noites às 23 horas, reabrindo às 6:30 da manhã seguinte. No seu último ano de operação recebeu 30 milhões de passageiros.
O Aeroporto Internacional de Lisboa, situado na Portela de Sacavém, possui duas pistas, a maior com 3 805 m e por ele passaram em 2006, cerca de 12 milhões de passageiros.
Estão actualmente a decorrer obras de modernização e ampliação do aeroporto, que ganhará mais espaço, com a prevista deslocalização para Beja, da área de manutenção da TAP. Existe ainda a possibilidade de desmantelar a "Base Aérea" de Figo Maduro, passando esses terrenos a integrar o aeroporto civil, que assim ficará com uma área, superior em cerca de 50%, à de Kai Tak.
Esgotado e provavelmente emerso em "essência" do deserto, está o neurónio do "menino" Linocas e eventualmente os dos amigos oportunistas a quem encomenda estudos e pareceres.
Apache, Junho de 2007