quarta-feira, 25 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (3)

Com as suas pesquisas financiadas por A. K. Brown e G. Westinghouse, Tesla preparava-se no início da década de noventa (séc. XIX) para viver o período de maior prosperidade económica.
Logo em 1891, adquire a nacionalidade Norte-Americana e constrói o “engenho” que perpetuaria o seu nome, a “Bobina de Tesla”, um pequeno rolo de fio que seria a base do desenvolvimento electrotécnico do século XX.
Já antes, em 1887, Nikola havia realizado várias experiências com radiação de alta frequência, trabalhando com “aquilo” a que, em 1895, Wilhelm Rontgen chamou Raio-X. É injusta a atribuição da descoberta ao físico alemão pois era pública a imagem dos ossos da própria mão, que Tesla obteve três anos antes da descoberta de Rontgen, bem como as ligeiras queimaduras, por radiação X, que acidentalmente sofrera um dos seus assistentes. Mas é, de facto, a partir dos anos 90, que os trabalhos com ondas electromagnéticas de alta frequência o levam a descobertas “fantásticas”.
Em 1893 a Feira Mundial em Chicago, electrificada por Tesla com corrente alterna, é um sucesso. O jovem engenheiro, aproveita para demonstrar que a variação de fluxo magnético induz uma Força Electromotriz. Estava inventado o motor de indução. Mas a Feira ficou marcada por algo mais “mágico”, um enorme ovo em cobre era colocado na vertical sem que ninguém lhe tocasse. A experiência ficou conhecida como o “Ovo de Colombo” e não era mais que um campo magnético que criava uma força que vencia outra (a gravítica). Estava descoberto o princípio que levaria, décadas depois, aos famosos comboios de levitação magnética, hoje tão populares e úteis no Japão e na Alemanha.
O ano de 1895 é marcado pelo estrondoso sucesso da inauguração da hidroeléctrica do Niágara (no Canadá) que Westinghouse constrói, sob o comando de Tesla, por metade do preço proposto por Edison, permitindo a electrificação total da cidade de Búfalo nos Estados Unidos. Mas também pelo misterioso incêndio que destruiu completamente o seu laboratório na 5ª Avenida em Nova Iorque, que se especulou ser obra do rival. Felizmente por esta altura, Tesla tinha já em funcionamento mais dois laboratórios, e pouco se perdeu no incêndio, pois o Croata tinha o defeito de quase não escrever nada no papel, passando das ideias à construção dos engenhos.
Tesla tornou-se popular pela espectacularidade das demonstrações públicas das suas descobertas, que fascinavam tanto leigos como especialistas. Foram feitas demonstrações em vários estados americanos e o público anónimo misturava-se com jornalistas e com catedráticos, para assistir boquiaberto aos raios eléctricos que saíam das suas bobinas, e a lâmpadas de vácuo, sem filamento, que se acendiam ao contacto com as suas mãos. Foram exibições destas que lhe conferiram o título de mágico e que irritaram solenemente Edison, que organizou também uma gigantesca digressão pelo país para através de espectáculos ridículos denegrir a imagem do génio.
A transmissão de energia eléctrica, sem fio, a longas distâncias, e gratuita tornar-se-ia uma das grandes empresas das suas futuras pesquisas. Ele descobriu que um tubo de vácuo colocado na proximidade de uma “Bobina de Tesla” começava imediatamente a brilhar; estava descoberta a Ressonância Eléctrica. Encontrando a frequência certa para a onda electromagnética, Tesla ligava e desligava séries de lâmpadas (sem filamento) a metros de distância, umas das outras, sem qualquer fio metálico a ligá-las.
Por esta altura, Tesla havia já patenteado outra das suas descobertas, o sistema polifásico de distribuição de electricidade, ainda com a ajuda de cabos eléctricos de transporte, e que é hoje o sistema usado em todos os países industrializados (três fases, desfasadas 90º entre si e um neutro).
São os estudos da Ressonância Eléctrica que trazem a Tesla os primeiros problemas com as autoridades, de facto, estas experiências abanavam os prédios da vizinhança, e com eles abanava também a simpatia da população para com o génio.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

domingo, 15 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade… (2)

De facto, mal Tesla começou a trabalhar na “Edison Machine Works”, uma das companhias de Edison, mais tarde fundida na “General Electric” (uma das maiores empresas do mundo), Nikola propõe que os dínamos que a empresa usava para produzir corrente eléctrica contínua, que para ser distribuída necessitava de grossos cabos, de cobre ou alumínio e que devido ao aquecimento destes (perdas por efeito de Joule) a impedia de chegar às populações a mais de 10 km dos geradores, fossem substituídos por geradores de corrente alterna, com menores perdas por aquecimento e que poderiam chegar a muito mais gente, mas Edison (o homem que dizem que tinha um QI de 240), recusou a proposta, apesar das várias insistências e demonstrações de Tesla.
Poucas semanas depois (incapaz de convencer a porta, perdão, o patrão), o irreverente empregado, após várias melhorias efectuadas em vários sectores da empresa (melhorias essas, que mais tarde Edison registaria como patentes suas; Edison registou em seu nome 1093 patentes, que fazem dele o inventor com mais registos, mas os seus empregados acusam-no de ter roubado mais de 1000 delas), propõe-se a melhorar o rendimento dos dínamos de corrente contínua em 25%, em apenas dois meses. O patrão incrédulo, diz-lhe que se o fizer lhe paga 50 mil dólares de prémio (hoje, tal quantia representava mais de um milhão de euros). Tesla ganhava 18 dólares por semana e, ao perceber que esta quantia representava o vencimento de 53 anos de trabalho, pôs mãos à obra e, segundo relatos dos colegas, trabalhava cerca de 20 horas por dia. Antes do prazo terminado, Tesla concluiu a tarefa e os dínamos aumentaram o seu rendimento em mais de 30%. Ante a ausência do bónus prometido, o trabalhador resolve questionar o patrão, que lhe responde com um sorriso “Estás cá à pouco tempo, ainda não conheces o humor americano, obviamente estava a brincar contigo quando disse isso. Vou-te aumentar a semanada para 25 dólares”.
Há várias versões da resposta de Nikola, mas é certo que terminou nesse instante a relação laboral entre os dois. Em simultâneo nascia uma rivalidade que impediria o êxito financeiro do génio.
Seguiu-se um curto período de sucesso quando um grupo de investidores o ajudou a criar a sua própria companhia, em troca de direitos sobre as suas futuras patentes, mas perante a insistência de Tesla em substituir a débil rede pública de distribuição de corrente contínua por corrente alterna, os investidores abandonaram-no e a empresa faliu.
Tesla passa os meses seguintes a trabalhar para uma empresa de construções que abria valas nas ruas da cidade, mas apercebe-se que as valas são para enterrar os cabos de corrente contínua, e que a empresa trabalha para Edison, despedindo-se de imediato. Por esta altura, com a fortuna gerada pelas melhorias que ele havia introduzido, o ex-patrão é já um dos homens mais ricos da América. Tesla dedica o seu imenso tempo livre a planear um espectacular suicídio à meia-noite do seu trigésimo aniversário.
Felizmente, o banqueiro A. K. Brown da “Western Union” vai ter com ele e oferece-lhe apoio financeiro para construir um laboratório e continuar as pesquisas de corrente alterna.
Tesla constrói então o primeiro gerador de corrente alterna, ou alternador, como lhe chamou, com que viria a equipar a central hidroeléctrica do Niágara (a primeira hidroeléctrica do mundo a fornecer corrente alterna) e, no ano seguinte construiu o motor de indução, que apresentou em 1888 no "American Institute of Electrical Engineers". A partir deste momento, o Croata passa a ser a nova referência da Engenharia Electrotécnica mundial, para fúria de Thomas Edison.
Um dos fascinados com as palestras e inventos de Tesla, era outro poderoso Engenheiro, pioneiro da electricidade e homem de negócios, além de arqui-inimigo de Edison, George Westinghouse, que vai passar a ser o financiador do génio e que assegurou a construção da já citada hidroeléctrica do Niágara.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Nikola Tesla, O Mágico da Electricidade…

Precisamente à meia-noite de 9 para 10 de Julho (27 para 28 de Junho, no calendário ortodoxo), de 1856, debaixo de uma violenta trovoada, nascia em Smiljan, actual Croácia (à época, Áustria-Hungria) Nikola Tesla, o mais polémico, e extravagante (e digo eu, genial) inventor, de todos os tempos.
Filho de um pastor da Igreja Ortodoxa Sérvia, Milutin Tesla e de uma (pequena) inventora de utensílios de cozinha, Duka Mandic, Tesla teve uma vida recheada de grandes e estranhos acontecimentos.
Quando Tesla tinha cinco anos, morreu o seu irmão Dane, de 12 anos, vítima de uma queda de cavalo provocada por uma semente lançada por uma fisga que o próprio Tesla construíra. O triste acontecimento tê-lo-á estigmatizado para sempre.
A infância foi marcada pelo convívio com a família, de que faziam parte mais três irmãs, Milka, Angelina e Marika, e por estranhas doenças que o acometeram.
Depois de concluída a escolaridade obrigatória em Karlovac, foi estudar para o Instituto Politécnico em Graz (Áustria). Apesar de ser um aluno interessado e extremamente aplicado, Tesla não chegou a graduar-se, os biógrafos referem que um esgotamento nervoso e falta de dinheiro para pagar o curso o impediram de continuar os estudos.
Mudou-se depois para a Eslovénia, onde arranjou o primeiro emprego, como ajudante de um engenheiro electrotécnico, ramo da Física que constituía a grande novidade da época e matéria que (conjuntamente com mecânica) sempre interessou Tesla, que em criança havia construído uma máquina movida a mosquitos.
Mais tarde, o pai, consciente das elevadas capacidades intelectuais do filho, convence-o a continuar os estudos na prestigiada Universidade de Praga (República Checa). Tesla acaba por aceder a fazê-lo em 1880, mas abandona os estudos no ano seguinte, após a morte do pai, devido, (novamente) a dificuldades económicas. Muda-se então para Budapeste (Hungria), para trabalhar na recém-criada companhia dos telefones.
Passado outro ano (1882) muda-se para Paris, para trabalhar na “Continental Edison Company” de Thomas Edison, o inventor da lâmpada de incandescência. É nesta empresa que Tesla revela o seu génio criativo e patenteia os seus primeiros inventos, nomeadamente, o famoso motor de indução.
Regressa à Terra Natal para acompanhar as últimas horas da mãe... por esta altura, Tesla o autodidacta, fala fluentemente seis línguas e os seus inventos são comentados pela comunidade científica europeia. As últimas palavras da mãe “babada” terão sido, “Nidzo (diminutivo de Nikola) és o meu orgulho”. A morte da mãe abala profundamente a frágil saúde de Tesla que fica vários dias em convalescença. Segundo o próprio, além de outros problemas neurológicos, sofria de Sinestesia, rara perturbação em que o estímulo de um sentido provoca uma percepção automática noutro, por exemplo, um cheiro traz uma visão, ou um sabor. Tesla refere na sua autobiografia que via frequentemente luzes à sua frente e que elas lhe proporcionavam visões de novos inventos com impressionante realismo.
A 6 de Junho de 1884, Tesla chega a Nova Iorque para trabalhar na empresa de Edison, com uma carta de recomendações do gerente da filial francesa, onde se lia: “Só conheço dois grandes homens, tu (referindo-se ao patrão) e este jovem”. Com uma recomendação destas, Tesla passa a trabalhar e a ganhar como Engenheiro Electrotécnico, mas como parecia ser marca do destino, não ficaria muito tempo na companhia de Edison.
(continua…)
Apache, Julho de 2007

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Liberdade - Alexis de Tocqueville

“Vejo uma multidão incontável de homens iguais que giram sobre si mesmos à procura de pequenos e vulgares prazeres com que enchem a alma.
Cada um deles, visto separadamente, é como que estranho ao destino de todos. (...) Não existe, a não ser em si e para si.
(...) Acima deles eleva-se um poder imenso e tutelar, que se encarrega de assegurar as suas necessidades e de velar pela sua sorte. É absoluto, detalhado, regular, preciso, previsível e dócil. Pareceria um poder paterno se tivesse como objectivo prepará-los para a idade adulta; mas, pelo contrário, procura apenas fixá-los perpetuamente na infância; quer que os cidadãos desfrutem, na condição de pensarem só em desfrutar. Trabalha de bom grado para o seu bem-estar, mas quer ser o único agente e o único árbitro, providencia a sua segurança, assegura as suas necessidades, facilita os seus prazeres, conduz os seus principais negócios, dirige a sua indústria, regula as suas sucessões, divide as suas heranças. Porque não haveria de tirar-lhes por completo o transtorno de pensar e o esforço de viver?!
(...) É assim que cada dia converte em inútil o emprego do livre arbítrio; encerra a acção da vontade num espaço menor e, reduz cada um ao uso de si mesmo.
(...) Depois de ter tomado, a pouco e pouco, cada indivíduo, nas suas poderosas mãos, e de o ter moldado à sua maneira, o soberano abre os braços sobre a sociedade inteira; cobre a sua superfície com uma rede de pequenas regras complicadas, minuciosas e uniformes, através das quais os talentos mais originais e as almas mais vigorosas não poderão encontrar a luz que as destaque da multidão;
Não destrói as vontades, mas amolece-as, submete-as e dirige-as;
Raras vezes obriga a agir, mas opõe-se, sem cessar, a quem actue;
Não destrói, mas impede que nasça;
Não tiraniza, mas estorva, comprime, enerva, apaga. Reduz, enfim, cada nação, a não mais do que um rebanho de animais tímidos e laboriosos, de que o Governo é pastor.”
P.S. “Estou convencido que, em qualquer época, eu amaria a liberdade; mas, na época em que vivemos, sinto-me tentado a idolatrá-la.”
Alexis de Tocqueville (1805-1859)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Falem baixo, ou ainda acordam alguém…

Nas eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 2001, os resultados oficiais “não coincidiram com os constantes das actas das secções de voto”, revela o livro “Eleições Viciadas?” colocado à venda na passada segunda-feira. O livro, escrito pelo jornalista João Ramos de Almeida, resulta da investigação que sucedeu as suspeitas de Alberto Silva Lopes, e salienta que “alguém, algures entre o apuramento nas freguesias e a comunicação ao Governo Civil, alterou os resultados eleitorais de 27 das 53 freguesias do concelho de Lisboa”. E acrescenta… “Ao nível das secções de voto, registaram-se discrepâncias significativas entre o número dos votantes descarregados nos cadernos eleitorais e os eleitores que terão votado, segundo as actas das secções de voto”, estas anomalias “estendem-se a 47 freguesias”, abrangendo “cerca de metade das secções de voto do concelho de Lisboa”. Apesar dos dois candidatos mais votados (Pedro Santana Lopes e João Soares) terem ficado separados por apenas 856 votos (favoráveis ao primeiro), o autor afirma que “não há certezas sobre qual terá sido efectivamente o resultado final das eleições. (…) O vasto conjunto de irregularidades detectadas não é suficiente para acusar alguma lista ou dirigente”, uma vez que os boletins de voto foram destruídos em 2002. João Soares tinha 8 dias (após publicação dos resultados) para contestar os resultados mas optou por não o fazer. Foi apenas a 17 de Maio de 2002 que Alberto Silva Lopes, advogado apoiante da sua candidatura entregou uma queixa-crime, no Ministério Público. Analisados os documentos, foram detectadas várias irregularidades. Por exemplo, o STAPE (Secretariado Técnico para os Assuntos do Processo Eleitoral) registou 312 391 votantes para a Câmara Municipal, mas as assembleias de apuramento geral só encontraram 311 482 pessoas. Entre outras fraudes, foram encontradas falsificações nas actas das secções de voto. No total, foram apurados (segundo o “Correio da Manhã, um dos jornais que ontem publicou a notícia) 2 649 votos irregulares, dos quais, 887 falsos. Ou muito me engano, ou a fazer fé no que nos últimos 10 anos, se diz “à boca fechada”, estas eleições autárquicas em Lisboa, são a ponta do iceberg do que pelo país se tem passado, em termos de deturpação dos resultados eleitorais.
Apache, Julho de 2007

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Reescrever a História...

Gráfico apresentado no relatório do IPCC em 2001
Gráfico apresentado no relatório do IPCC em 1990
A primeira imagem deste “post” é um gráfico apresentado no relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) de 2001, que ficou conhecido como “Taco de Hóquei” e, é para muitos, a prova irrefutável da responsabilidade do Homem, através das suas emissões de gases com efeito de estufa (principalmente dióxido de carbono), na ligeira subida de temperatura (média) verificada no planeta, nos últimos 150 anos.
Apresenta um ligeiro problema, é falso!
A segunda imagem é um gráfico apresentado no relatório do IPCC de 1990.
Não é possível confirmar a veracidade do mesmo. É no entanto possível afirmar que ele não é (ao contrário do anterior) incompatível com os factos históricos documentados, nomeadamente, a descoberta da Gronelândia e sua colonização por parte dos Vikings e posterior extinção da colónia.
No ano 982 (da nossa era), os vikings chegaram à ilha, encontrando-a desabitada. Dada a exuberância das pastagens, chamaram-lhe “Terra Verde”. Aí constituíram várias colónias dedicando-se à agricultura e à criação de gado. As primeiras comunidades de esquimós chegaram por volta do ano 1200, ocupando regiões mais a Norte. No século XIV a temperatura da Terra começou a descer rapidamente e os Vikings deixaram de poder cultivar os campos, que se cobriram de neve. À medida que a temperatura ía baixando, a situação agravava-se. O gado foi morrendo de frio. O mar começou a congelar, impedindo a navegação. A ilha ficava isolada, a ajuda continental não podia chegar e os Vikings, 450 anos após terem chegado, viram-se cercados pelo gelo, sem hipótese de fuga. Morreram de fome. Mais a Norte, os “Inuit” (esquimós) com uma cultura e tradição adaptadas a climas hostis, conseguiram sobreviver, sendo os antepassados dos actuais habitantes.
Apenas o gráfico publicado em 1990 pelo IPCC é compatível com estes factos.
No gráfico publicado em 2001, assiste-se a uma tentativa de reescrever a História, com a omissão do “Período Quente Medieval” e da “Pequena Idade do Gelo” que lhe sucedeu.
Apache, Julho de 2007

sábado, 30 de junho de 2007

Fernando Negrão em entrevista ao Rádio Clube Português...

Pergunta ingénua...
Este senhor concorre à Câmara Municipal de Lisboa ou ao concurso para humoristas, onde enfrenta a concorrência do Linócas e do Cocó Cacá?
Apache, Junho de 2007

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Deve haver uma explicação lógica…

Acabo de fazer a habitual roda pelos blogues habituais e constato que em todos os que têm activada a “Verificação de Palavras” me sai a mesma, “SMENITA”. Fechei o “browser” e voltei a entrar, repetindo o “login” a “palavra” manteve-se a mesma. Foi ao Google e digitei a “palavra”, sabem o que aconteceu? O motor de busca encontrou 1 200 páginas com o mesmo assunto abordado. Esta “brincadeira” repete-se desde Dezembro de 2005. A probabilidade de saírem duas vezes as mesmas letras é muito baixa, dadas as combinações possíveis, mas a de saírem 7 ou oito vezes seguidas, como me acaba de acontecer é (praticamente) nula. Concluo que estamos perante um problema técnico do “Bloger”. A minha dúvida é, porque raio se repete o problema técnico e o sistema gera sempre a mesma palavra, ao longo de mais de ano e meio?
Deve haver uma explicação lógica para isto, só falta alguém dizer-me qual…
Apache, Junho de 2007

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Baixos salários e competitividade

Políticos, economistas, "fazedores" de opinião e outros artistas de prosápia, tentam amiúde convencer-nos que para o país ser competitivo, em comparação com os parceiros europeus, é fundamental manter baixos salários. Esta teoria, como muitas das habitualmente na moda, em variados assuntos, apresenta um pequeno defeito, é contrariada pelos factos.

Apache, Junho de 2007

domingo, 24 de junho de 2007

A “história” do Aquecimento Global

Em meados dos anos 80, começa a falar-se frequentemente de poluição. Associada a ela surgem os fumos, nomeadamente: do tabaco, dos escapes dos automóveis e das grandes chaminés industriais. A poderosa indústria tabaqueira vê os seus lucros astronómicos ameaçados pelas evidências dos malefícios do tabaco e decide avançar com uma campanha de autodefesa. Associam-se a esta campanha algumas das empresas mais poluidoras dos Estados Unidos, tentando negar o óbvio, que alguns dos gases produzidos pela indústria, não podem ser atirados (de ânimo leve) para a atmosfera, pois contribuem para o aumento de doenças respiratórias e pulmonares. Como consequência desta propaganda, ridicularizam-se os ambientalistas e os críticos ao lançamento irresponsável de poluentes no meio ambiente. Quanto mais estudos clínicos demonstravam os malefícios de alguns gases (nomeadamente o tabaco) mais as industrias poluentes denegriam as instituições responsáveis pelos estudos, deixando na retaguarda da campanha terreno favorável ao avanço (em sentido contrário) da Teoria do Aquecimento Global Antropogénico e do ambientalismo fanático.
Dez anos depois, na sequência da assinatura do Protocolo de Quioto, no auge do movimento antiglobalização, aprofunda-se o debate das questões ambientais. O assunto começa a ter presença assídua nas agendas políticas e empresariais. Aos poucos, intensifica-se uma nova campanha, enfatizando previsões climáticas catastróficas, a longo prazo, fundadas em modelos computacionais que a observação foi demonstrando estarem profundamente errados. A adesão de políticos, empresários e ambientalistas a esta ideia, dá-lhe uma crescente “credibilidade”, passando o “assunto” a ser gerido de acordo com as modernas leis do mercado, impondo-se em simultâneo, regulamentações políticas rígidas, dirigidas essencialmente ao mais conhecido (e mais abundante) de todos os gases que o Homem lança para a atmosfera como consequência da sua actividade industrial, o dióxido de carbono. As pequeníssimas (e habituais) alterações ao estado do tempo, observadas, tornam-se uma “obsessão global”.
A primeira campanha, vai perdendo apoio junto da comunidade científica, encontrando-se moribunda no início da era Bush, mantendo no entanto influência no interior da Casa Branca. A segunda, actualmente em curso, gerou e difundiu o movimento radical responsável pela histeria vigente. O êxito obtido nos meios de comunicação despertou o eleitorado e obrigou mesmo alguns cientistas mais inflexíveis a cultivar hipocritamente uma imagem mais “verde”, em desespero pelos subsídios de que dependem para sobreviver. Entretanto, o que é mais grave para o cidadão, é que as duas campanhas opostas, conseguiram em conjunto, eliminar o espaço necessário ao surgir de uma campanha séria, baseada em factos científicos comprovados, onde fosse possível rejeitar as duas e desmascarar a corja de políticos e empresários corruptos que as sustentam em busca de lucros fáceis, a qualquer preço.
Pormenorizemos um pouco mais...
Há vinte anos, as empresas mais poderosas do mundo desencadearam a sua revolução “globalizante”, invocando os benefícios do comércio livre e, pondo de lado as questões ambientais, reduzindo o movimento ambientalista a acções de retaguarda. Estes porém, com apoios sólidos nos órgãos de comunicação social, conseguiram transformar fenómenos naturais habituais em acontecimentos apocalípticos, conseguindo manter na opinião pública o interesse pelas alegadas alterações climáticas. Em 1988, alguns cientistas e políticos instituíram um organismo da ONU, denominado Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), com o objectivo de tentarem provar a existência de alterações climáticas globais, antropogénicas, através da publicação de relatórios periódicos. Numa reunião em Toronto, trezentos cientistas e políticos de quarenta e oito países publicaram um pedido aos governos de redução das emissões de dióxido de carbono. No ano seguinte, cinquenta empresas ligadas às indústrias, petrolífera e automobilística formaram a (GCC), Coligação para a Mudança Global, com o apoio do gigante das relações públicas Burson-Marsteller. O seu objectivo era patrocinar estudos que desmentissem as afirmações dos "cientistas" do IPCC e evitar esforços políticos para reduzir as emissões de gases com efeitos de estufa. O GCC doou milhões de dólares a uma campanha de alerta para o facto de diminuições significativas na queima de combustíveis fósseis provocar a médio prazo a ruína económica das nações.
Entretanto, na sequência de um levantamento indígena em Chiapas em Janeiro de 1994, marcado para o primeiro dia da implementação do Acordo de Comércio Livre Americano, o movimento antiglobalização irrompeu num protesto mundial contra o capitalismo de mercado e a destruição do ambiente. Cinco anos depois o movimento ganhara força e visibilidade, especialmente através de acções nas cimeiras do G8 e nas reuniões do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e da Organização Mundial do Comércio, atingindo o seu auge ao boicotar as reuniões desta em Seattle em Novembro de 1999.
No verão de 1997, decorriam as negociações de Quioto, quando o Senado americano aprovou unanimemente uma resolução exigindo que um tratado como esse inclua os países em vias de desenvolvimento, em especial a China, a Índia e o Brasil.
Mas o movimento anti-Quioto não granjeava adeptos suficientes para se tornar economicamente viável e a elite empresarial começou a repensar estratégias. As deserções do GCC começaram em 1997 e três anos depois incluíam a Dupont, a BP, a Shell, a Ford, a Daimler-Chrisley e a Texaco. Era o fim do GCC.
Os desertores reorganizaram-se rapidamente. Surgiu então o Centro Pew sobre Mudança Climática Global, fundado pela antiga Sun Oil, actual Sunoco. A administração do novo Centro coube a Theodore Roosevelt IV. Ícone dos conservadores americanos, porém tolerado pelos democratas, Roosevelt é director-geral do Banco de Investimentos Lehman Brothers. Com ele na administração estava o director da firma de investimentos Castle-Harlan e também o advogado empresarial Frank Loy, que fora um dos negociadores da administração Clinton em Quioto.
O Centro Pew conseguiu reunir logo no início, além da Sunoco, a Dupont, a Duke Energy, a BP, a Shell, a Ontario Power Generation, a Detroit Edison e a Alcan. Num rápida mudança de 180º, face ao anteriormente defendido por estas empresas, o conselho de administração do Centro Pew declarou: "Aceitamos as opiniões da maior parte dos cientistas de que se sabe o suficiente para atribuir ao Homem a responsabilidade nas alterações climáticas verificadas e vamos tomar medidas para enfrentar as suas consequências (...) o mundo dos negócios pode e deve dar passos concretos para avaliar e implementar oportunidades de negócio relativas à redução de emissões e investir em produtos e práticas mais eficazes no combate a estas alterações."
Ainda no início de 2000, os líderes económicos, reunidos no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça, fazem esta declaração ridícula: "A maior ameaça que o mundo enfrenta é a da alteração climática." Nesse Outono, as empresas do Centro Pew juntam-se à fabricante de alumínios, Pechiney, à Environmental Defense, ao Carlyle Group, à Berkshire Partners, à Morgan Stanley e à Carbon Investments para formarem a (PAC), Parceria para a Acção Climática, que tem como objectivo, "Defender, com base nas leis do mercado, mecanismos capazes de efectuar acções atempadas e credíveis na redução das emissões de gases com efeito de estufa eficazes e rentáveis".
Este potencial de lucro chamou a atenção dos banqueiros, alguns dos quais "actores" da PAC através das suas ligações ao conselho de administração do Centro Pew. A Goldman Sachs tornou-se líder do grupo, pois possuía centrais de energia através da sua associada Cogentrix e das ligações à BP e à Shell. No ano seguinte, o Banco de Investimentos adquiriu a Horizon Wind Energy, investiu em painéis fotovoltaicos em parceria com a Sun Edison, financiou a Northeast Biofuels, e comprou grande quantidade de acções da Iogen Corporation, empresa pioneira (a nível industrial) na obtenção de etanol através da palha do milho. Dizia a Goldman Sachs, "Estamos convencidos que a oportunidade que nasce das alterações climáticas e da sua regulamentação virá a ser muito significativa e irá conquistar uma atenção cada vez maior dos participantes no mercado de capitais."
Entre estes participantes encontrava-se o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, ambientalista "convicto" e representante americano (ao mais alto nível) em Quioto. Gore tem negócios antigos com a indústria da energia através de Armand Hammer, o dono da Occidental Petroleum. Em 2004, a Goldman Sachs avança a todo o vapor na criação do mercado "verde" e Gore junta-se aos executivos da empresa, David Blood, Peter Harris e Mark Ferguson, fundando uma empresa sedeada em Londres, a Generation Investment Management.
Na Primavera de 2005, Gore estava já a trabalhar no seu livro e começava os preparativos para o documentário com o mesmo nome, "Uma Verdade Inconveniente", tendo ambos chegado ao mercado no ano seguinte (debaixo de uma gigantesca campanha promocional), com êxito garantido, fruto dos dois Óscares atribuídos ao documentário pelos amigos convenientes de Hollywood.
No final do ano de 2006, diversas organizações são criadas pelo mundo fora e, para não perder protagonismo, o Centro Pew e a PAC criam a USCAP, à qual aderiram, além das empresas já pertencentes a estes grupos, a General Electric, a Alcoa, a Caterpillar, a Pacific Gas and Electricity, a Florida Power and Light e a Companhia Central de Serviços do Novo México e Texas (PNM), que pouco tempo antes se tinha juntado à Cascade Investments de Bill Gates. Já em 2007, aderem à USCAP, o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais e o Instituto de Recursos Mundiais a que pertence o Observatório Mundial das Florestas, todos com forte ligação a "lobbies" ecologistas e a ONG’s de financiamento duvidoso.
Recentemente, Al Gore funda nova empresa, a Aliança para a Protecção do Clima, em parceria com Theodore Roosevelt IV do Banco de Investimentos e do Centro Pew, o ex-conselheiro de segurança nacional Brent Scowcroft, Owen Kramer da Boston Provident, representantes da Environmental Defense, do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, da Federação Nacional pelos Animais Selvagens e da Organização de Protecção Ambiental. Diz Gore, "a Aliança para Protecção do Clima está a efectuar um exercício de persuasão de massas sem precedentes" e eu acrescento, e a lucrar como nenhum charlatão anterior, havia conseguido.
Este texto é uma tradução e adaptação minha, de textos do historiador David Noble, professor da Universidade de York, no Canadá. Noble é um conceituado e polémico autor de livros de "Sociologia Organizacional" nos quais se destacam críticas vorazes ao capitalismo selvagem de exploração do homem pelo homem.
Apache, Junho de 2007

sexta-feira, 22 de junho de 2007

As promoções nos hidratos de carbono...

Segundo o "Diário Digital", a partir de hoje, de acordo com um despacho publicado em "Diário da República", as cartas de condução emitidas em Angola já são válidas em território português.
Já tínhamos as Licenciaturas saídas nos pacotes da farinha, agora são as Cartas de Condução que vêm nos pacotes do cacau.
Apache, Junho de 2007

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Portela + 0

A 6 de Julho de 1998 encerrava ao público, uma das mais belas obras de engenharia do início do século XX, o Aeroporto Internacional de Kai Tak, em Hong Kong.
Situado na baía de Kowloon, estava rodeado, a Norte, a Sul e a Este por várias colinas, estas últimas a menos de 5 km da pista. À medida que a cidade foi crescendo, o aeroporto foi sendo envolvido por arranha-céus.
A aterragem era possível por um único corredor aéreo. Possuía, por isso, apenas uma pista, cujo comprimento era inferior a 3 400 m. Para evitar que o ruído perturbasse seriamente o sono dos moradores, o aeroporto encerrava todas as noites às 23 horas, reabrindo às 6:30 da manhã seguinte. No seu último ano de operação recebeu 30 milhões de passageiros.
O Aeroporto Internacional de Lisboa, situado na Portela de Sacavém, possui duas pistas, a maior com 3 805 m e por ele passaram em 2006, cerca de 12 milhões de passageiros.
Estão actualmente a decorrer obras de modernização e ampliação do aeroporto, que ganhará mais espaço, com a prevista deslocalização para Beja, da área de manutenção da TAP. Existe ainda a possibilidade de desmantelar a "Base Aérea" de Figo Maduro, passando esses terrenos a integrar o aeroporto civil, que assim ficará com uma área, superior em cerca de 50%, à de Kai Tak.
Esgotado e provavelmente emerso em "essência" do deserto, está o neurónio do "menino" Linocas e eventualmente os dos amigos oportunistas a quem encomenda estudos e pareceres.
Apache, Junho de 2007

terça-feira, 19 de junho de 2007

Conversa de... "Cocó"

Na noite da passada sexta-feira, a nº 3 da lista de António Costa à Câmara Municipal de Lisboa, Ana Sara Brito disse que a candidatura socialista está aberta à realização de casamentos civis, incluindo de homossexuais, no Salão Nobre da autarquia. No domingo, Costa afirmou que "a existência de casamentos homossexuais depende do legislador mas a autarquia deverá respeitar todas as formas de construção de uma família." No Salão Nobre da Câmara? E porque não na sua casa, Dr. Multiusos? Ou no "Largo do Rato"? Aproveitava e convidava também os seus amigos, Paulo Pedroso, Ferro Rodrigues e outros... Usavam gabinetes contíguos como "salas de chuto" e reservavam pelo menos um, para sala abortiva, não vá a vossa ciência pútrida descobrir uma forma de gravidez homossexual, acelerando a contrução da família. Mas atenção, desta vez, tenham cuidado com a idade dos convidados, evitem os oriundos de colégios públicos de Belém.
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Entretanto hoje, numa acção de campanha na Avenida da Liberdade, dedicada ao ambiente e à segurança rodoviária, os temas preferidos da sua demagogia bacoca, o Dr. Multiusos, disse que "em 2006 houve 252 acidentes com vítimas, na cidade, dos quais 101 foram atropelamentos, resultando daí 11 mortos e cerca de 150 feridos com gravidade." "Estes números mostram que Lisboa é insegura para o peão. Por isso, impõem-se medidas para reforçar a segurança de quem circula a pé na cidade." Curioso, estive a ler o relatório de 2006, da DGV e confirmei que para a cidade de Lisboa, os números que apresentou estão todos correctos, excepto o número de feridos graves por atropelamento, foram 94 e não "cerca de 150". Entre as capitais de distrito portuguesas, Lisboa é a 2ª com menor "índice de gravidade" dos acidentes, depois do Porto, apresentando 0,9 mortos por cada 100 acidentes. E o distrito ocupa o 1º lugar (menor gravidade) com um índice de gravidade de 1,4. O número de acidentes no Concelho de Lisboa, comparado com o número de veículos em circulação é também o 2º menor, logo atrás do Conselho do Porto (considerando apenas os 50 maiores concelhos do país, pois nos outros, os dados estatísticos são muito distorcidos pelo reduzido universo em estudo). A região metropolitana de Lisboa apresenta o menor número de acidentes comparando o número de veículos e de peões. Se Lisboa é insegura, que dizer do resto do país? Se a sua preocupação é a segurança rodoviária é melhor candidatar-se a uma câmara do interior do país. Nas capitais dos distritos do interior, certamente saudariam as suas preocupações. Com o seu discurso pró-homossexual é que talvez tivesse que tomar algumas precauções...
Apache, Junho de 2007

sábado, 16 de junho de 2007

Uns e outros

Os 122 administradores executivos das 20 maiores empresas portuguesas cotadas em Bolsa ganharam, globalmente, mais de 105 milhões de euros em 2006. Cada administrador executivo do PSI-20 recebeu, em média, 863 mil euros, mais de 12 300 contos em cada um dos 14 "meses" do ano. Segundo um relatório da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, os salários dos gestores de 48 empresas cotadas na praça financeira portuguesa, em média, duplicaram entre 2000 e 2005, tendo triplicando no caso das empresas do PSI-20. Num ano (2006) em que os salários médios dos portugueses baixaram quase 1% algumas centenas de filhos de portuguesas alternativas, foram pagos principescamente. Cada gestor do BCP ganhou no ano transacto, em média, 2,99 milhões de euros (mais de 42 800 contos por “mês”). Na PT, os nossos impostos pagaram "mensalmente" a cada um dos administradores 17 200 contos. A Brisa foi tão generosa com os seus administradores que em 2006 pagou em salários 118% mais que em 2005, qualquer coisa como 1,31 milhões de euros a cada um. A EDP não quis ficar para trás e aumentou os salários dos executivos em 112%, face ao ano transacto. Em ano de "crise" (para alguns), a maioria das empresas do PSI-20 apresentaram em 2006 resultados líquidos de várias centenas de milhões de euros.
As cinco empresas que em 2006 mais pagaram, em média, a cada um dos administradores foram: BCP, Semapa, Brisa, Portugal Telecom e EDP (esta última, uns modestos 16 000 contos por cada um dos 14 "meses").
As empresas que mais pagaram, em média, a cada trabalhador, foram: Sonaecom (784 contos por "mês"), o BES (777 contos), o BCP (642), a EDP (623) e o BPI (584). A Brisa pagou cerca de 306 contos por "mês" a cada funcionário e a EDP 299. Ainda dizem que os funcionários públicos ganham bem...
Apache, Junho de 2007

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Aquecimento Global - Conversa da Treta

No passado dia 4 de Junho, um papagaio, perdão jornalista, da “Lusa” escrevia assim: "A fusão dos glaciares acelerou nos últimos decénios, num fenómeno alarmante que testemunha o aquecimento global e que acentua, por tabela, as mudanças climáticas, refere um relatório publicado hoje." (A fusão dos glaciares acelerou, mas só a de alguns, que isto dos glaciares é como as pessoas, alguns são mais iguais que outros...) "Os gelos do Árctico recuaram de 6 a 7 por cento no Inverno e de 10 a 12 por cento no Verão nos últimos 30 anos, indica o relatório, apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) em Tromsoe, norte da Noruega, na véspera do Dia Mundial do Ambiente." (Assim está mais correcto, os gelos do Árctico (Pólo Norte) diminuíram, em média, nos últimos trinta anos, cerca de 1,2 milhões de quilómetros quadrados, o que corresponde a cerca de 8%. Em compensação, os gelos do Antárctico (Pólo Sul) aumentaram em área cerca de 3% e em volume cerca de 5%.) "As superfícies terrestres cobertas de neve fundiram também entre 7 e 10 por cento no hemisfério norte, no período de Março-Abril, nos três ou quatro últimos decénios, adianta o documento." (Pois, é a Primavera, não sei se já ouviste falar... E aposto que no Verão ainda vão fundir mais.) "Consequência do aquecimento da atmosfera, a fusão dos gelos tem também por efeito acelerar as mudanças climáticas, sublinham os investigadores. «A neve e o gelo reflectem 70 a 80 por cento da energia solar, enquanto a água a absorve, Se a neve e o gelo continuarem a fundir-se, isso ampliará o aquecimento climático», sublinhou Paal Prestrud, um dos autores do relatório, numa conferência de imprensa." (Falta a outra metade da "estória". Mais água e mais calor provoca maior humidade no ar, logo mais chuva e Verões menos quentes, mais vegetação, menos dióxido de carbono na atmosfera e arrefecimento global. O "gajo" que construiu isto é um "tipo" esperto... Não sei se já ouviste falar dele.) "«Cerca de 6.500 milhões de pessoas neste planeta optaram por um modo de vida baseado numa realidade tida como certa. Esta realidade está em vias de mudar ainda mais rapidamente que previsto», adiantou, por seu turno, o director do PNUA, Achim Steiner, também presente nesta cidade norueguesa do Árctico." (Hã? 6 500 milhões de pessoas, portanto toda a população mundial, vive numa realidade que não é real? Não digas disparates, há muita gente que não vê novelas nem telejornais, nem televisão têm!) "A aceleração do aquecimento climático torna as futuras evoluções mais imprevisíveis, sublinhou. Este processo «é de uma tal amplitude que a nossa capacidade de prever o futuro fica seriamente diminuída», referiu." (Humm, não sei se a astróloga Maya vai concordar contigo...) "«Isto significa que a necessidade de nos adaptarmos às mudanças climáticas é tão considerável em termos de consequências e de custos económicos que temos que agir imediatamente», acrescentou." (Também acho! Já comprei camisolas de manga curta e um stock extra de calções...) "Segundo os investigadores, cerca de 40 por cento da população mundial poderia ser afectada pelo recuo das superfícies cobertas de neve e dos glaciares da Ásia." (Pois, quando forem fazer férias na neve, vão ter de andar mais um bocadinho.) "Para numerosos rios, como o Ganges e o Mekong, com nascentes nos Himalaias, uma diminuição do gelo nesta cadeia montanhosa traduzir-se-ia numa diminuição dos recursos em água potável e de irrigação." (Enganaste-te, não é diminuição, é aumento, a neve derrete, portanto os rios ficam com mais água.) "A subida do nível dos oceanos, ligada à fusão dos glaciares terrestres, engoliria regiões costeiras e ilhas inteiras, por exemplo, no Bangladesh e na Indonésia." (Se os glaciares terrestres estivessem a diminuir, claro! Mas estas ilhas são as dos pobres, garanto-te que às ilhas artificiais do Dubai nada aconteceria.) "A fusão dos gelos poderá também contribuir para uma multiplicação dos acidentes meteorológicos como furacões ou inundações, que terão também um impacto directo sobre as populações, a economia e a fauna." (Sabes que o número de furacões não aumentou, nos últimos 30 anos? Mas para se evitarem alguns dos “acidentes meteorológicos” basta retirar os comandos dos aquecedores ionosféricos das mãos dos meninos da CIA e do FSB.) "No mundo animal, «as espécies indígenas (do Árctico) desapareceriam, porque não podem abandonar a região. Novas espécies aí se instalariam, provenientes do sul», afirmou Prestrud." (As espécies que lá estão não podem sair mas as outras podem chegar? Ah, pois, já me esquecia que no Árctico só se pode nadar num sentido...) "Animal emblemático do Grande Norte, o urso polar está também ameaçado de extinção nos próximos decénios devido ao recuo dos gelos." (Este andou a ver o documentário do Gore... No inverno, o gelo do Árctico ocupa mais de 13 milhões de quilómetros quadrados e no Verão, apenas 4 milhões, apesar disso, os ursos continuam lá. Aliás, já lá estavam à mil anos atrás quando a Gronelândia era um imenso prado verde e o local, muito mais quente que hoje.) "Algumas comunidades começaram já a adaptar o seu modo de vida à nova situação climática. Em algumas regiões da Groenlândia, onde a presença da calote glaciar já não é um dado adquirido, caçadores esquimós renunciam aos trenós, preferindo os "yoles", pequenas embarcações." (Os barcos são para andar nos lagos que se formam nas terras baixas, no Verão. Se o gelo da Gronelândia está a diminuir, então o satélite precisa de ir ao oculista...)
Apache, Junho de 2007

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Quem é que escreve isto?

Neste país se organizassem um campeonato de declarações ridículas, apenas os jornalistas conseguiam dar luta aos políticos. Alguém do "Diário Digital" e/ou da "Lusa", referindo-se às vítimas mortais de acidentes de viação, escreveu esta pérola... "«Em 1995 a taxa era de 271 vítimas por milhão de habitantes (Será? É que 3 anos depois, era de 186, segundo a Direcção Geral de Viação (DGV)!), o dobro da União Europeia (UE). O ano passado situou-se nas 91,5% acima da média da UE» (Espera aí... 91,5% acima, é quase o dobro, que corresponde a 100%. Se for assim, terá ficado quase na mesma.) Disse aos jornalistas António Pinelo, vice-presidente da Estradas de Portugal". "Os números apresentados equivalem a uma redução de 297% na taxa de vítimas mortais por milhão de habitantes em Portugal (Hã? Redução de 297%? Uma redução de 100% significava que não havia vítimas. Afinal, por cada pessoa que morre na estrada, nascem três, o que significa um acréscimo de duas pessoas a cada vítima mortal. Agora é que eu percebi porque é que o Ministro da Saúde anda a fechar maternidades...), segundo o estudo elaborado pela União Europeia." (Estudo? Isso explica muita coisa... Não seria melhor basearem-se em dados estatísticos?!) (...) "O Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino (Ups, não vai sair daqui coisa boa...), que presidiu à cerimónia, sublinhou que Portugal é o país «que mais tem diminuído a sinistralidade nos últimos anos», apontando a contribuição da construção de mais vias de comunicação (Ora cá está, fecham-se maternidades e abrem-se estradas, quanto mais estradas menos sinistros e mais nascimentos...), a fiscalização de condutores e o novo Código da Estrada." (Então mas o novo Código da Estrada só entrou em vigor em 2005... Terá produzido efeitos retroactivos? E o facto de na Margem Sul andarem todos de camelo, não terá dado uma ajudinha?)
Agora os dados estatísticos da DGV...

No gráfico de 2005 falta a Itália, cuja sinistralidade é inferior à portuguesa, assim, Portugal ocupava o 16º lugar entre os 25.
Em 2006, o número de vítimas mortais baixou para 81 por milhão de habitantes, ligeiramente abaixo da média europeia, ainda assim, mantemos a 16ª posição.
Apache, Junho de 2007

domingo, 3 de junho de 2007

A galeria dos horrores

O texto é da autoria de Manuel António Pina e foi publicado no "Jornal de Notícias" de 1 de Junho.
«A equipa de Maria de Lurdes Rodrigues tem já, por muitos motivos, lugar assegurado na Galeria dos Horrores da Educação em Portugal. Não precisava de ter agora instruído os professores para que "deixassem passar" os erros ortográficos e de construção frásica na avaliação das provas de Língua Portuguesa do 4º e 6º, anos, onde "apenas" estaria em causa avaliar a "competência interpretativa" dos alunos (como se os limites da expressão não limitassem o pensamento e a interpretação). Enquanto em alguns países da Europa o "eduquês" e as hordas das "ciências da educação" batem em retirada, deixando para trás gerações inteiras equipadas com "competências" mas desprovidas de saber, entre nós floresce a "selva obscura" do "aprender a aprender". Não deve haver Ministério da Educação no Mundo que tantas reformas, reformas de reformas e reformas de reformas de reformas faça, tantas "experiências pedagógicas", tantos "projectos-piloto". O resultado está à vista, fornadas de jovens são todos os anos despejadas às portas do ensino superior mal sabendo ler, escrever e contar. O que vale é que para tirar certos cursos superiores não é preciso saber ler, escrever e contar e que para arranjar emprego bastam "competências" como conhecer a gente certa ou estar na "jota" certa.»
Depois da TLEBS, dos erros científicos crassos nos exames nacionais do ano passado, faltava-nos mais esta para nos lembrar a todos que a equipa que esta senhora lidera, faz questão de ficar na história do ensino em Portugal, da pior maneira possível. A Sra. Ministra é conhecida nos meios académicos, e não só, pelo epíteto de "A Louca", pessoalmente desconfio que a senhora cultiva essa imagem, apenas como estratégia de encobrimento da real maleita que contagiou toda a equipa do ME, estupidez compulsiva.
Apache, Junho de 2007

sábado, 2 de junho de 2007

Tomates?!

A Cris, dos blogues "Pérolas" e "Diara" arranjou-me um enorme qui pro quo, junto da comunidade feminina, com a atribuição do “Blog com Tomates” aqui ao acampamento. Ainda bem que não sou uma senhora senão havia de ser bonito ter de exibir os tomates no blogue. Correcção, havia não, há-de ser bonito, porque eu vou atribuir o prémio à Cleópatra, do blogue "Cleopatramoon". Obrigado Cris, beijito.
Apache, Junho de 2007

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Parece-me que fui o único

Todos sabemos que não é com greves de um dia que se consegue resolver o que quer que seja. Mas... ir trabalhar hoje, significava meter a cabeça na areia e fingir que este não é um dos piores governos que Portugal teve de suportar ao longo da história. E para avestruz não contem comigo!
Fiz greve, porque se encerraram escolas, centros de saúde, maternidades, urgências hospitalares, etc.;
Fiz greve porque se aumentaram os impostos, a energia, as taxas moderadoras, os transportes, etc., quando em campanha se prometera o contrário;
Fiz greve porque as progressões na carreira, dos funcionários públicos estão congeladas sem motivo e assim continuarão, sabe Deus até quando;
Fiz greve, porque o governo poupou milhares de milhões de euros com estas medidas e a despesa pública aumentou;
Fiz greve porque se está a destruir a escola pública bem como o sistema de segurança social;
Fiz greve porque em muitos organismos do poder central e local há cada vez mais assessores incompetentes pagos a peso de ouro, com certificados de habilitações que tal como o do "Seu Zé" parecem ter saído num qualquer pacote de cereais;
Fiz greve porque estou farto de governantes que em campanha eleitoral tudo prometem e chegados ao governo tudo roubam.
Parece que fui (quase) o único...
Segundo dados divulgados pelo governo, aderiram à greve 46 104 trabalhadores do sector público (além de alguns do privado que não contam para a propaganda oficial), o que corresponde a 13,75% Obviamente (para não variar) mentem!
Vejamos como exemplo o número de trabalhadores e de serviços apresentado, referente ao Ministério da Educação (ME)…
Hoje (dia da greve) - Nº total de trabalhadores 152 935 – Nº de serviços 10 946;
Noutro dia qualquer - Nº total de trabalhadores docentes 183 070, não docentes 79 352, o que totaliza, nas escolas 262 422 trabalhadores (fonte: GIASE). Acrescem os trabalhadores das Direcções Gerais, Direcções Regionais, Inspecção-geral, Serviços Centrais do ME, etc. (em nº não inferior a 10 000; cálculo meu.) – Nº de serviços 12 510 escolas (fonte: IGE). Acrescem os serviços acima descritos.
Assim vai, o Portugal dos Pinóquios!
Apache, Maio de 2007

terça-feira, 29 de maio de 2007

11 de Setembro - Até onde foi a farsa?

Viajemos um pouco (atrás) no tempo…

São 21 horas e 57 minutos do dia 11 de Setembro de 2001 em Inglaterra, 16:57 em Nova Iorque. O canal de televisão “BBC World” anuncia o colapso do edifício “Salomon Brothers” mais conhecido por “WTC 7”, em consequência de danos causados pela queda das “Torres Gémeas”. A peça é ilustrada com imagens “em directo” e comentários da correspondente em Nova Iorque, Jane Stanley. Três minutos antes, outro canal do mesmo grupo, “BBC News 24” havia dado a notícia.

Às 17:20 locais, 22:20 em Inglaterra, mais de 20 minutos depois da notícia ter sido difundida, o edifício 7 do complexo “World Trade Centre”, situado a cerca de 100 metros das torres principais, colapsa.
Mais de cinco anos e meio depois, importa investigar, além da CNN e da BBC quantas mais televisões colaboraram na farsa!
Apache, Maio de 2007