"Eras sobre eras se somem, no tempo que em eras vem. Ser descontente é ser homem... Que as forças cegas se domem pela visão que a alma tem!" (Fernando Pessoa)
domingo, 30 de dezembro de 2007
Benazir Bhutto sabia (ou falava) demais?
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Socialistas ou desprezáveis?
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Feliz Natal
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
O outro lado de Bali
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
“United Kingdom has left behind murder and chaos.”
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Sem papas na língua
sábado, 15 de dezembro de 2007
“Dados não verdadeiros”
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Ninguém merece...
domingo, 9 de dezembro de 2007
Revista da semana
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Por mares nunca dantes navegados
“O ensino transformou-se no reino das trevas. No seu interior evaporaram-se as ideias sobre o que devemos, afinal, aprender. Uma reflexão séria, apoiada numa base científica sólida, sobre os objectivos do ensino, é algo que não se vislumbra acontecer em parte alguma. Em vez disso pontificam: a grande insegurança e a grande confusão. Experimentam-se continuadamente modelos novos. A escola regressou ao princípio da economia directa. O desconhecimento da Língua e da Literatura, nacionais, pode ser compensado por Educação Física, e as lacunas em Matemática por Religião e Moral. (…) Tudo isto fez da escola um mercado, onde se negoceiam notas e onde os alunos regateiam com os professores algumas décimas. O facto de tudo poder ser combinado com tudo, de tudo ser permutável e passível de ser compensado, conduziu à consagração da terceira “irmã górgone”: a grande aleatoriedade.O seu domínio fez com que se esfumasse a ideia do valor cultural impermutável a cada disciplina, dependente do respectivo conteúdo. O princípio fundamental de qualquer ordenamento hierárquico dos diversos conteúdos do saber: a distinção entre o acessório e o fundamental, foi posto de parte.(…) As escolas padecem de uma contradição atormentadora: é suposto que os alunos aprenderem o mesmo em todo o lado para assegurar que as habilitações escolares (com destaque para as de acesso ao ensino superior) tenham um nível ao menos aproximadamente homogéneo. No entanto, cada escola define a sua própria política escolar [entenda-se, o seu Projecto Educativo] (…) Perante estes deprimentes resultados, os representantes da burocracia cultural recorrem a um meio de eficácia comprovada, a manutenção de ficções, a negação da realidade e o esforço de ignorar as evidências. (…) Em poucas áreas se mente tanto como na política educacional e escolar. Para mais, o problema de toda esta concepção reside num erro simples que qualquer criança saberia apontar com a mesma facilidade com que aponta a nudez do rei: a igualdade de oportunidades no início da competição escolar é confundida com a desejada igualdade dos resultados no seu final. (…) Nesta situação o ministério, cujos representantes mal devem conhecer a situação nas escolas por experiência própria retirou aos professores a maior parte dos meios disciplinares, de modo que agora existe uma desigualdade de armas absoluta. Castigos como, repreensões, admoestações, notificação aos pais e (no caso de faltas graves) a ameaça de exclusão ou a exclusão efectiva da escola encontram-se tão cerceadas por regulamentos, requerimentos, votações e reuniões escolares que qualquer professor prefere prescindir delas: com todo este aparato, ele castigar-se-ia sobretudo a si próprio. Como os alunos estão a par disso, ainda fazem troça dele. Ora, como os professores são oficialmente culpados pelos seus próprios problemas, são empurrados para a via da mentira; fazem segredo das suas próprias dificuldades. Um discurso público (troca de pensamentos e opiniões) em que os seus problemas pudessem ser confrontados, não existe. Deste modo quebra-se a solidariedade entre os professores, que passam a concorrer uns com os outros com uma mentirosa política de imagem pública. Fingem-se bem-sucedidos e fazem de conta que não têm problemas. Na realidade, muitos de entre eles encontram-se profundamente desmoralizados. (…) Em resumo, as escolas estão num estado tão lastimável que a miséria permanece completamente desconhecida, visto a sua dimensão ser inconcebível. Isto não significa que não existam, aqui e acolá, escolas funcionais, conselhos executivos empenhados e professores bem-sucedidos, assim como alunos medianamente felizes. Talvez até existam bastantes. Mas escolas assim já não são a regra, mas a rara excepção. (…)” Calma, o texto pretende desmascarar a realidade educativa da Alemanha actual. É um extracto do livro “Bildung – Alles, was man wissen muss", escrito em 1999 por Dietrich Schwanitz, que vendeu naquele país mais de meio milhão de exemplares. Em 2004 foi alvo de uma polémica tradução e edição, em Portugal, pelas Publicações Dom Quixote, com o título: “Cultura – Tudo o que é preciso saber”. Felizmente que a realidade portuguesa é bem diferente, e o nosso ensino navega num ledo, quedo e fragrante mar de rosas… Ou serão laranjas?
Apache, Dezembro de 2007
domingo, 2 de dezembro de 2007
Eles comem tudo... (2)
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Desta vez, a ciência perdeu
terça-feira, 27 de novembro de 2007
A semana passada...
Ficámos a saber que o actual presidente de Timor Leste, José Ramos Horta, propôs o outro José, o “Burroso” para Prémio Nobel da Paz. Se olharmos para a lista de facínoras que já receberam o prémio, o José Manuel, ao pé deles é um Betinho. Mas não me parece bem que o também Nobel (Ramos Horta), se esqueça das outras três amigas da tertúlia açoriana. É que segundo consta, as meninas das esquinas conhecem-se todas umas às outras e não perdem uma oportunidade de pagar a gratidão das amigas.
A semana ficou também marcada pela acusação do líder da JC, Pedro Moutinho, ao líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, de este ser um dos protagonistas dos “distúrbios revolucionários” do verão de 1975, data em que Bernardino Soares tinha apenas 4 anos de idade. Parece-me muito provável que Pedro Moutinho tenha razão. De facto, após ter tido acesso ao diário que Bernardino Soares escreve desde os 6 meses de idade, pude ler, em vários dias de Junho de 75, várias referências onde o autor se congratula com uma série de “vitórias em prol da correcta distribuição de riqueza” obtidas a custo de alguma desordem pública, em que participou. Destaco o xixi feito no Largo do Caldas, mesmo em frente à sede Centrista, em reivindicação de um rebuçado, no mínimo, a todos aqueles a quem por motivos devidamente justificados não fosse atribuído, o respectivo subsídio de época, vulgo “tostãozinho para o Santo António”.
Ficámos ainda a saber, pelo Sr. Ministro do Ambiente, que este ano, Portugal vai exceder a quota de emissões de dióxido de carbono, em 9 milhões de toneladas e por isso, vai ter de pagar 200 milhões de euros. Como medida futura, a vigorar já no próximo ano, evitando repetir a “multa”, sugiro que, todos os portugueses, os respectivos periquitos, canários, cães, gatos e restantes animais de estimação, bem como os galináceos (de aviário ou não), porquinhos (e limpinhos), coelhinhos (e coelhinhas), quadrúpedes e afins, retenham a respiração durante um em cada 10 minutos. Tal medida deverá, nos meus modestos cálculos, poupar entre 10 e 15 milhões de toneladas do indesejado, cumprindo assim as quotas e poupando 200 milhões de euros dos nossos impostos, que ficam assim disponíveis para serem esbanjados noutra taradice qualquer. Entretanto, para este ano, proponho uma solução que custará metade do preço. O Sr. Ministro do Ambiente, ficará encarregado de entregar em morada a combinar, os nove milhões de toneladas de dióxido de carbono em excesso (que deve ser a quantidade que a nossa indústria vai emitir até ao fim do ano), devidamente engarrafados, evitando serem dispersos pela atmosfera, conjuntamente com o pagamento de apenas 100 milhões de euros (pronto, 50 milhões, que é por uma boa causa e eu também quero contribuir para salvar o planeta e ainda poupar 150 milhões de euros ao erário público). Entretanto, vou andando, que preciso de fazer uns telefonemas para a indústria de refrigerantes e para umas quantas fábricas de extintores a dizer-lhes que tenho para venda, a preços promocionais, verdadeiramente imbatíveis, elevado “stock” de dióxido de carbono.
Apache, Novembro de 2007
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Por qué non te callas?
Segundo noticiava a “Lusa”, ontem, no final do jogo de futebol entre Portugal e a Finlândia, que terminou empatado a zero, resultado que permitiu a Portugal o apuramento para o Euro 2008, o seleccionador nacional abandonou energicamente a sala de imprensa do estádio do Dragão, tendo repudiado todas as críticas feitas pela comunicação social nos últimos jogos. "Portugal consegue a qualificação e o burro sou eu?” Pois… O burro é o Gilberto Madaíl, ao ter recorrido para a UEFA do castigo de 4 jogos de suspensão, na sequência da agressão a Dragutinovic. É que nos 3 jogos em que estiveste suspenso, Portugal ganhou sempre. O seleccionador explicou que Portugal esteve 11 jogos sem perder, conseguiu nova qualificação num "grupo complicado" e fez hoje, no empate com a Finlândia, uma "exibição boa, dentro daquilo que tinhamos planeado." Bom… Nos 14 jogos de apuramento, Portugal conseguiu 7 vitórias (apenas 4, contigo sentado no banco), 6 empates e uma derrota. Portanto, ganhou 50% dos jogos. Com 8 vitórias em apenas 12 jogos (67%) a Escócia ficou fora do apuramento, num grupo que continha a França e a Itália (finalistas do último mundial) e a Ucrânia (que chegou aos quartos de final), mas “complicado” era o nosso grupo. Com as mesmas 7 vitórias (que nós), mas em apenas 12 jogos (portanto 58% de vitórias) ficaram também fora do apuramento, a Noruega, a Inglaterra, Israel e a Bulgária. Ou seja, 5 equipas conseguiram melhores resultados que nós e ficaram fora da fase final e o nosso grupo era... "complicado". Quanto à boa exibição, "dentro daquilo que tinham planeado", concordo em absoluto. O que tu ainda não percebeste é que nós não gostamos desses planos, em que uma equipa com bons jogadores e um treinador pago a peso de ouro, com dinheiro dos nossos impostos, joga para o empate, em casa, frente a uns rapazes altos e louros… Deixa lá, depois fazemos-te um desenho. "Porque não fizemos nenhum golo? Se não estivesse lá o guarda-redes, se calhar teríamos feito.” Pois… Se calhar… Não é certo, porque este era também um jogo "complicado". “Peço desculpa, mas não preciso de estar aqui". Era isso mesmo que estamos a tentar dizer-te, há vários messes… O seleccionador (…) explicou que é sempre "preciso sofrer para atingir qualquer qualificação". Mau, afinal ainda aí estás? Esquece essa parte do sofrimento, a “malta” já pratica o sadismo com os políticos… "Será que vocês não conseguem ver nada de bom naquilo que nós fazemos?" Era aquela fase em que ias embora, mas… Luiz Felipe Scolari questionou ainda os jornalistas: "Será que só tem porcaria e ruindade no nosso trabalho?" Não! Tem porcaria e ruindade em muito mais sítios… Conheces a zona de São Bento?... Ainda sobre o resultado, justificou-se… "Estava a chover e o campo estava pesado.” Claro… A ideia de andarem de um lado para o outro com o relvado às costas, não era de facto a melhor, foi bom teres optado por outra táctica. “Depois, a Finlândia tem oito jogadores muito altos” E louros! Mas isso foi o que eu disse, pôrra… Não consegues dizer nada, original? Antes de abandonar a sala de imprensa, afirmou ainda… "Ninguém me defendeu. Eu faço mais por Portugal do que alguma vez fiz pelo Brasil. Não compreendo". Não, estás a fazer confusão… Quem não compreendeu essa tua ideia parva de ires defender o Cigano, foi o Ricardo Araújo Pereira, se bem que... sinceramente, eu também não percebi… Agora, não te defendermos, tem toda a lógica, tu revelaste-te o melhor pugilista que já passou pelos comandos da nossa selecção. Bom... esquece isso e põe-te a milhas... Nããããoooo... Não é para apanhares o autocarro para Lisboa...
Apache, Novembro de 2007