quarta-feira, 26 de julho de 2006

Importam-se de repetir?... (2)

José Sócrates, primeiro ministro… “O que melhor mostra que o Governo está a governar bem é, a existência de "tantas greves e de tantas manifestações.” (Tal e qual como no Estado Novo… A malta barafustava porque os gajos eram todos bons!) Francisco José Viegas, escritor e jornalista, a propósito da “crise” no Médio Oriente… “Um contingente de meninas idiotas e genericamente ignorantes, que assina peças de “internacional” nas nossas televisões, não se tem cansado de falar na “agressão israelita” e apenas por pudor, acredito, não tem valorizado os “heróis do Hezbollah”. Infelizmente, nem a ignorância paga imposto nem o seu atrevimento costuma ser punido.” (Eu posso voluntariar-me para dar tautau em algumas…)
Apache, Julho de 2006

quarta-feira, 12 de julho de 2006

"Cinderela" - Carlos Paião

"Eles são duas crianças a viver esperanças, a saber sorrir.
Ela tem cabelos louros, ele tem tesouros para repartir.
Numa outra brincadeira passam mesmo à beira sempre sem falar.
Uns olhares envergonhados e são namorados sem ninguém pensar.
Foram juntos, outro dia, como por magia, no autocarro, em pé.
Ele lá lhe disse, a medo: «O meu nome é Pedro e o teu qual é?»
Ela corou um pouquinho e respondeu baixinho: «Sou a Cinderela».
Quando a noite o envolveu ele adormeceu e sonhou com ela...
Então,
bate, bate, coração,
louco, louco, de ilusão.
A idade assim não tem valor.
Crescer,
vai dar tempo p'ra aprender,
vai dar jeito p'ra viver,
o teu primeiro amor.
Cinderela das histórias, a avivar memórias, a deixar mistério…
Já o fez andar na lua, no meio da rua e a chover a sério.
Ela, quando lá o viu, encharcado e frio, quase o abraçou.
Com a cara assim molhada ninguém deu por nada, ele até chorou...
Então,
bate, bate, coração,
louco, louco, de ilusão.
A idade assim não tem valor.
Crescer,
vai dar tempo p'ra aprender,
vai dar jeito p'ra viver,
o teu primeiro amor.
E agora, nos recreios, dão os seus passeios, fazem muitos planos.
E dividem a merenda, tal como uma prenda que se dá nos anos.
E, num desses momentos, houve sentimentos a falar por si.
Ele pegou na mão dela: "Sabes Cinderela, eu gosto de ti..."
Carlos Paião - Cinderela

sábado, 8 de julho de 2006

Blatter, de novo o centro das atenções…

Não é que… pediu mesmo! Todos sabemos que as arbitragens deste mundial de futebol têm sido polémicas. De facto os donos do apito (e das bandeirinhas) estiveram longe de exibições irrepreensíveis, mas... hoje em dia, todas as equipas perdem por culpa do árbitro, raramente alguém reconhece os seus próprios erros. Poque há uns dias, também eu o havia criticado, é justo que hoje destaque alguém que, sendo o homem mais poderoso do futebol mundial teve a “humildade” (ou será que outros interesses mais altos se levantaram?) de reconhecer o seu erro. No final do mais polémico jogo deste “Alemanha – 2006”, o Portugal – Holanda, o presidente da FIFA, o Suíço, Joseph Blatter, criticou o árbitro da partida, Valentin Ivanov. Nos dias seguintes, primeiro a Federação Russa de Futebol, depois a imprensa mundial (com destaque para russos, norte americanos, ingleses, franceses e alemães) criticara duramente as palavras de Blatter. No “New York Times” escrevia-se: “Antes tivesse sido o Russo, o culpado do mais feio, aberrante, cínico e depravado jogo de uma fase final de um mundial de futebol” e acrescentava “cartão vermelho para as declarações de Blatter”. “O Sovietskiy Sport” desafiava o suíço, nestes termos, “ Aponta quais os cartões mal mostrados por Ivanov ou pede desculpa”. E não é que pediu mesmo… Na passada Terça-Feira, 4 de Julho, dia de aniversário de Ivanov, Joseph Blatter, em conferência de imprensa proferiu as seguintes declarações: “Peço desculpa ao árbitro russo Valentin Ivanov por ter dito que este merecia um cartão amarelo pela sua actuação na partida entre Portugal e a Holanda, dos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo, foi um jogo muito difícil para ele, devido ao comportamento dos jogadores de ambas as equipas, preocupados com tudo excepto jogar futebol. Lamento o que aconteceu e a declaração que fiz sobre ele, no final do jogo. Os jogadores mereceram todos os cartões exibidos e o cartão amarelo que eu dei a Ivanov, merecem-no as duas equipas.” Será que foi reconhecimento do erro e, se assim foi, aplica-se a máxima “quem confessa o pecado não merece castigo”? Será que o facto de Blatter se preparar para se recandidatar a um novo mandato na FIFA e a pressão que sobre ele foi exercida pela imprensa, nada teve a ver com esta reviravolta? Polémico como sempre, vai continuar a ser o centro das atenções… Até quando? P.S. Bem me parecia que o cartão que ele queria dar a Ivanov era de parabéns pelo aniversário! Eh, eh, eh!
Apache, Julho de 2006

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Este ainda é pior que eu...

O jornal “New York Times” publica hoje um comentário ao Mundial de futebol em que critica a “falta de ideias” da equipa portuguesa nos jogos que tem disputado neste mundial, principalmente no último jogo frente à selecção inglesa. Dificilmente se arranjaria um título menos abonatório para o artigo… Portugal in Semifinals in Spite of Itself Escreve-se em subtítulo… “Depois das caras novas, das esperanças, e das grandes esperanças africanas, há um «outsider» ainda vivo…" O comentário, datado de um de Julho, de Gelsenkirchen e assinado pelo jornalista desportivo George Vecsey, critica duramente a actuação de Portugal durante o mundial, dando especial ênfase ao jogo dos quartos-de-final, apontando “a gritante falta de ideias da equipa, principalmente no jogo em que defrontou os ingleses, onde apesar de ter mais um jogador em campo durante uma hora, nada fez para tentar ganhar.” Diz George Vecsey, “Portugal, a nação que há 40 anos, Eusébio levou às meias-finais, está de volta do modo mais precário que seria possível imaginar.” “É difícil pensar-se em Portugal como um intruso, mas pelo que até agora demonstrou e pelo que jogam os colossos que o acompanham é-o certamente!” Acrescenta ainda que “o sistema de desempate por penalties coloca todos em pé de igualdade, recompensando equipas como Portugal, que nenhuma iniciativa mostra durante a maior parte do tempo de jogo.” "Num torneio dominado pela qualidade imposta pelos grandes do futebol mundial, todos os danados da mó de baixo, se podem agarrar a Portugal como o Santo Patrono dos Pequenos.”
Apache, Julho de 2006
P.S.

Aqui vai a foto para o teu açúcareiro, Morgana...

domingo, 2 de julho de 2006

Egoísmo

Que me importa
amor
que seja dia
ou que seja noite iluminada.
Que me importa
amor
que seja a chuva
ou um novelo de paz a madrugada.
Que me importa
amor
que seja o vento
ou a flor, o fogo mais aceso
Que me importa
amor
que seja a raiva.
Que me importa
amor
que seja o medo.
Maria Teresa Horta

sexta-feira, 30 de junho de 2006

A natureza (por vezes) espectacular

Noite de São Pedro, o céu de Zurique é iluminado por uma trovoada tão espectacular quanto inesperada.
Ao centro da imagem está precisamente a igreja de S. Pedro, à sua esquerda, a de Fraumuenster e mais à esquerda, em destaque, Predigerkirche.
Apache, Junho de 2006

terça-feira, 27 de junho de 2006

Mais um que nos diverte...

Logo após o término do jogo dos oitavos de final do “Alemanha – 2006”, entre as equipas da Holanda e de Portugal, o dirigente máximo da FIFA, Joseph Blatter veio a público criticar a arbitragem nestes termos…
“Acho que a arbitragem mereceu um cartão. Ivanov mostrou 16 amarelos e quatro vermelhos, impedindo o que teria sido um excelente espectáculo de futebol. Ele não entrou no espírito do jogo. Com as suas intervenções pouco justificadas, não esteve à altura dos jogadores. O jogo foi um combate muito intenso entre duas equipas que queriam jogar ao ataque, mas que não foram ajudadas pelo árbitro”.
“Acho que a arbitragem mereceu um cartão.” Calma, o Ivanov só faz anos daqui a uma semana, tens tempo de lhe dar os parabéns!
“Ivanov mostrou 16 amarelos e quatro vermelhos, impedindo o que teria sido um excelente espectáculo de futebol.” Queres dizer, um excelente espectáculo de luta-livre!
“Ele não entrou no espírito do jogo.” Bem observado. Deve ter sido o único em campo (além dos árbitros auxiliares) que não agrediu ninguém!
“Não esteve à altura dos jogadores.” Tens de reconhecer que não era fácil atingir um nível tão baixo!
“ O jogo foi um combate muito intenso entre duas equipas que queriam jogar ao ataque, mas que não foram ajudadas pelo árbitro”. Ora aqui está, este árbitro não ajudou nada o combate! Sugiro que o próximo jogo de Portugal, frente à Inglaterra seja arbitrado pelo Mike Tyson!
Já agora, aproveito para deixar alguns conselhos…
Ó Zézito, o Sr. Valentin Ivanov tem quase 45 anos, é árbitro internacional há 7 anos e é considerado um dos melhores da actualidade. Além disso, é teu empregado, mesmo que se pudesse considerar menos feliz a sua actuação neste jogo, competia-te vir a público defendê-lo, não crucificá-lo. As tuas declarações são tão ridículas, quanto infundadas. Apenas explicáveis pelo teu ódio visceral à Federação Russa de Futebol, desde que aquele organismo esteve na origem das investigações que decorrem há mais de dois anos, por fortes suspeitas de corrupção que pesam sobre ti e sobre outros destacados dirigentes da FIFA. O teu tempo acabou, está na hora de calçares as pantufas e te sentares no sofá da mansão paga pelos subornos da ISL!
Ó menino Ronaldo, um homem chora quando perde um familiar, um amigo, uma namorada, até um simples jogo de futebol. Mas um homem jamais chora por uma dor física, mesmo que seja só para as “pitas” verem. Há figuras que não se devem fazer, por mais que os “maricas” estejam na moda!
Ó vovô Iscolári, sê vai pidir a despenalização do Deco “por uma questão di Fair Play”? Péde também a penalização do Figo e do Nuno Valente, pela mesma razão, tá!
Ainda um pequeno comentário ao jogo…
Por uma questão de “Fair Play” não festejei a vitória de Portugal, tenho vergonha na cara! Eu gosto mesmo, é de futebol!!!
P.S. Soube-se entretanto de fonte segura que a Al-Qaeda pretende comprar milhares de cópias do vídeo do jogo para ser usado nos treinos dos operacionais.
Apache, Junho de 2006

sexta-feira, 23 de junho de 2006

Por A + B

Aqui está então uma pequena demostração de como o Ministério da Educação fez "desaparecer" mais de 1500 vagas do Concurso de Professores, só nos Quadros de Zona Pedagógica.
O exemplo apresentado, refere-se apenas a um dos 33 grupos de recrutamento.
Os dados aqui apresentados foram recolhidos no "site" da DGRHE em:

Apache, Junho de 2006

quinta-feira, 15 de junho de 2006

A jóia de pechisbeque!...

No passado dia 2 de Junho, o Ministério da Educação publicou no “site” da Direcção Geral de Recursos Humanos da Educação (DGRHE), as listas de colocações do concurso para educadores e professores do 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e secundário referentes a 2005/2006. No dia seguinte, o Primeiro-ministro congratulou-se publicamente com a forma como decorreu o concurso, afirmando que foi o mais rápido de sempre, decorrendo sem os erros dos últimos anos. Idênticas declarações foram sistematicamente repetidas pela titular da pasta da educação. A entidade responsável pelo concurso, a já citada DGRHE foi distinguida com uma Menção Honrosa do Prémio Fernandes Costa, atribuído anualmente pelo Instituto de Informática do Ministério das Finanças e da Administração Pública, e seleccionada para a final da 4ª edição do prémio Deloitte – Diário Económico “Boas Práticas no Sector Público”, na Categoria II, com o projecto “Concurso de Docentes 2005/2006”.
Acontece porém que, só nos Quadros de Zona Pedagógica, uma das vertentes do concurso, desapareceram mais de 1500 vagas! Existem também denúncias do desaparecimento de vagas nos Quadro de Escola, em número ainda por determinar. O concurso efectua-se por recuperação automática de vagas, isto é, se um docente sair de um determinado quadro (de escola ou de zona) para outro e a vaga não tiver sido declarada negativa no aviso de abertura, é colocado outro docente no lugar deixado vago, ora neste concurso, apenas uma pequena parte das vagas deixadas quando os docentes saíram de um quadro foram efectivamente ocupadas por outros, tendo milhares delas desaparecido misteriosamente. Será esta ilegalidade erro da actual empresa de informática que concretizou o projecto?! Terá resultado de decisão política da tutela?! Ninguém o sabe, tem a palavra a Inspecção-Geral de Educação e, se necessário, os Tribunais Administrativos. Caso se trate de mais um erro informático, fica a pergunta, quantos mais haverá? Se tal resultou de uma decisão política, estamos perante a maior e mais grosseira ilegalidade cometida pelo Ministério da Educação em todos os concursos públicos. Uma ilegalidade que impediu milhares de docentes dos quadros, de melhorarem a sua situação, aproximando-se da residência e, muitos contratados de acederem aos quadros. É impossível dizer quantos são os lesados, mas tratando-se do desaparecimento de mais de mil e quinhentas vagas e, tendo em conta o "efeito dominó", poderão ter sido afectados dezenas de milhar de docentes.
Apache, Junho de 2006

sábado, 10 de junho de 2006

"A cantiga do campo" - Madredeus

[Os, há época, ainda novinhos "Madredeus", ao vivo]

Porque andas tu mal comigo ó minha doce trigueira, quem me dera ser o trigo que andando pisas na eira. Quando entre as demais raparigas vais cantando entre as searas, eu choro ao ouvir-te as cantigas que cantas nas manhãs claras. Por isso nada me medra, ando curvado e sombrio, quem me dera ser a pedra em que tu lavas no rio. E falam com tristes vozes do teu amor singular, aquela casa onde coses com varanda para o mar. Por isso nada me medra, ando curvado e sombrio, quem me dera ser a pedra em que tu lavas no rio!"
A cantiga do campo - Gomes Leal

domingo, 4 de junho de 2006

Da dignidade de uns à prepotência de "outros"...

Ao colega Braga Maia, Presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas Inês de Castro (Coimbra) e à equipa que lidera, apresento público apreço e solidariedade, pela coragem e dignidade profissionais que os levaram à demissão em bloco da Direcção Executiva do Agrupamento, na sequência da apresentação pelo Ministério da Educação da proposta de alteração do Estatuto da Carreira Docente e das infames ofensas públicas que a Sr.ª ministra dirigiu aos docentes. A Direcção Executiva representa o Ministério da Educação junto da Comunidade Educativa. Pergunto, quem, sendo digno profissional na área da educação pode estar disponível para representar a prepotência, a difamação, a mentira, o insulto, a manipulação? Ainda que por cobardia, mais ninguém demonstre igual nobreza de atitude, aos colegas demissionários, em meu nome e no de muitos colegas com quem tenho contactado, agradeço orgulhosamente… Obrigado colegas, por esta lição de dignidade! Quanto à tão badalada proposta de alteração do ECD, não merece o meu comentário! Aos sindicatos pseudo-representativos da classe, que alegadamente negoceiam a proposta, deixo uma modesta opinião… O respeito e a dignidade dos professores não são negociáveis! A todos os colegas, deixo uma pergunta… Quantas mais afrontas estamos dispostos a tolerar, até que da indignação se faça acção? À Sr.ª ministra, não digo, mas apetecia-me dizer... A demência é tratável, não tolerável!
Apache, Junho de 2006

terça-feira, 30 de maio de 2006

Ideias e idiotas

O Parlamento Europeu está a equacionar a hipótese de cobrar um imposto pelo envio de e-mails e mensagens de texto (SMS) como modo de angariar mais fundos para financiamento futuro. A proposta foi lançada por Alain Lamassoure, um eurodeputado francês do grupo Popular Europeu e será agora analisada por um grupo de trabalho criado para o efeito.
Sugiro que se cobre um imposto de cada vez que alguém respire... Então, com uma ideia tão original, não tenho direito a um lugarzinho como eurodeputado?
Apache, Maio de 2006

sábado, 27 de maio de 2006

Porque não oiço no ar – Hélder Moutinho

Eu sei que a Primavera já chegou, aliás, já cheira a Verão aqui em Lisboa, prevêem-se para hoje 34º, mas hoje… hoje apetece-me que o Inverno seja quando o homem quiser. É estranho, eu sei, eu não gosto do Inverno, mas… Talvez, laivos de saudade… Porquê?
“Porque não oiço no ar a tua voz Entre brumas e segredos escondidos E descubro que o silêncio entre nós São mil versos de mil cantos escondidos. Porque não vejo no azul-escuro da noite Nas estrelas esse brilho que é o teu E procuro a madrugada que me acoite Num poema que não escrevo mas é meu. Olho o vento que se estende no caminho E ensaia a tua dança de voar És gaivota que só chega a fazer ninho Quando o tempo te dá tempo para amar. Mas também se perde o tempo que se tem Para gastar só quando chega a Primavera Veste um fato de saudade amor e vem Que é Inverno, mas eu estou à tua espera.” Porque não oiço no ar – Hélder Moutinho

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Quero, posso, Despacho…

Desta vez, a poderosa arma de desconstrução maciça, o Despacho, está na posse de comuns mortais, desprestigiados professores que procuram desesperadamente o seu lugarejo na história, pelo menos na história heróica do seu bairro. Há alguns meses atrás, numa Escola Básica do 2º e 3º Ciclos, da área metropolitana de Lisboa, o Conselho Executivo emitiu um comunicado aos alunos, do qual extraí a seguinte passagem: “ (…) Os alunos não poderão trazer bolas para o espaço escolar, uma vez que estão a partir de hoje proibidos todos os jogos com bolas, neste estabelecimento de ensino, exceptuam-se, obviamente, as aulas de Educação Física, estão igualmente proibidas as correrias desenfreadas dentro do recinto escolar (…)” Confesso que ao ler este comunicado não consegui evitar um largo sorriso, enquanto pensava cá para mim – Como é possível esperar que alunos de uma faixa etária entre os 10 e os 16 anos cumpram uma ordem destas? Afinal quem estava enganado era eu! Inicialmente houve alguma contestação e uma ou outra violação da regra, mas com o surgir das primeiras sansões disciplinares rapidamente se alcançou o objectivo. Hoje, alguns meses após a medida, apenas uma ou outra bola de papel é vista a rolar no asfalto da escola, timidamente pontapeada por adolescentes que se deslocam a passo atrás dela, para não chamarem à atenção de alguns professores e auxiliares de acção educativa que os possam denunciar, ante o olhar cúmplice de outros (nos quais me incluo) que protegem os “prevaricadores”. Mas não se pense que este é caso único, o ridículo tem mais adeptos…. O texto que se segue, datado de 13 de Fevereiro de 2006, é da autoria do Presidente do Conselho Executivo de uma Escola Secundária do norte do país, destina-se a alunos entre os 12 e os 20 anos e, é de uma candura semântica e voluptuosidade de pontuação digna do Diácono Remédios… “Com a Primavera surge uma temperatura amena, uma luminosidade intensa, despertam as plantas, folhas e florzinhas, os insectos, as formigas, as abelhinhas, toda a natureza se alegra. Neste contexto natural, nos jovens e adolescentes despertam também amizades, amores e paixões que os levam a comportamentos teatrais, hollyoodescos, alguns de pura alegria da juventude mas outros, por excessivos, ultrapassam os limites do decoro. Por tudo isto aconselho todos os alunos atingidos pelo Cupido, sofrendo de paixão fulminante que, por respeito por si próprio, pelo outro, e por todos nós que evitem ultrapassar a fronteira do pudor e do decoro, mesmo do Regulamento Interno. Peço a todos Brads Pitts e Angelinas Jolies que evitem manifestações de amor demasiado cinematográficos, perante as multidões, comportamentos só aceitáveis, na paz do Senhor.”
De que havemos de sorrir? Da forma do texto, do seu conteúdo, dos "atropelos" à Língua? O importante é mesmo sorrir, afinal é Primavera! Ah... e, atenção ao decoro, as bolas ficam em casa!...
Apache, Maio de 2006

domingo, 14 de maio de 2006

Força de Homem

"A força de um homem não se mede…
Pela largura dos seus ombros, mas pelos braços que o rodeiam;
Pelo tom profundo da sua voz, mas pela delicadeza das palavras que sussurra;
Pelo número de amigos que tem, mas por quão amigo deles consegue ser;
Pelo número de pessoas que o respeitam, mas pelo respeito que tem pelos outros;
Pelo número de mulheres que amou, mas pela intensidade com que ama uma mulher;
Pela dureza com que bate, mas pela delicadeza com que toca."
Maxine Chong

segunda-feira, 8 de maio de 2006

"Please Forgive Me" - Bryan Adams

"It still feels like our first night together
It feels like the first kiss and it's gettin' better baby
No one can better this
I'm still holdin' on, you're still the one
The first time our eyes met - it's the same feeling I get
Only feels much stronger - I wanna love you longer
You still turn the fire on…
So if you're feelin' lonely…don't
You're the only one I'd ever want
I only wanna make it good
So if I love ya a little more than I should
Please forgive me - I know not what I do
Please forgive me - I can't stop loving you
Don't deny me - this pain I'm going through
Please forgive me - if I need ya like I do
Please believe me - every word I say is true
Please forgive me - I can't stop loving you
Still feels like our best time are together
Feels like the first touch
We're still gettin' closer baby
Can't get close enough
I'm still holdin' on - you're still number one
I remember the smell of your skin
I remember everything
I remember all your moves - I remember you ya
I remember the night - ya know I still do
So if you're feelin' lonely…don't
You're the only one I'd ever want
I only wanna make it good
So if I love ya a little more than I should
Please forgive me - I know not what I do
Please forgive me - I can't stop loving you
Don't deny me - this pain I'm going through
Please forgive me - if I need ya like I do
Please believe me - every word I say is true
Please forgive me - I can't stop loving you
One thing I'm sure of - is the way we make love
The one thing I depend on
Is for us to stay strong
With every word and every breath I'm prayin'
That's why I'm sayin'…
Please forgive me - I know not what I do
Please forgive me - I can't stop loving you
Don't deny me - this pain I'm going through
Please forgive me - if I can´t stop loving you
Baby believe me - every word I say is true
Please forgive me - I can't stop loving you
Never leave me - I don´t know what I do
Please forgive me - I can´t stop loving you
Can´t stop loving you"
Bryan Adams - Please Forgive Me

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Metade...

Metade de mim é fogo, metade de mim é chama. Metade de mim tem fome, metade de ti, reclama! Metade de ti é água. Metade de mim, desvario. Metade de mim tem sede de navegar no teu rio. Metade de mim juntou mas a razão quer separar. Metade de mim odeia a metade que te quer amar. Metade de mim é guerra, metade de mim, trovão. Metade de mim combate a força oculta da paixão. Metade de mim é vulcão, sombra negra de morte. Metade de mim é ilusão desfeita pelos ventos da sorte. Metade de mim é vazio, metade, nada contém... Metade de mim és tu, a outra metade, ninguém!
Apache, Maio de 2006

quinta-feira, 20 de abril de 2006

O teu corpo...

Sabe à água da fonte, sabe à luz do luar... Sabe às flores do monte, sabe às ondas do mar! Sabe ao sol de Inverno, sabe à terra quente... Sabe ao toque terno, sabe ao desejo ardente! Sabe a tudo e sabe a nada, sabe a sim e sabe a não... Sabe a paixão alada, a pecado e a perdão! Sabe a cais e a porto-de-abrigo, sabe a ter e a mais querer... Sabe ao que penso e ao que digo, mais ao que eu não sei dizer! Respiro o teu corpo, bebo o teu olhar... Acendo o teu fogo, conjugo o verbo amar!...
Apache, Abril de 2006

domingo, 16 de abril de 2006

Louvor à coragem do Zé...

O governo que lideras tornou-se, tanto por acção como por omissão, adepto, para não dizer acérrimo defensor, da ideia que ultimamente ganhou forma na sociedade portuguesa, segundo a qual, os funcionários públicos são os primeiros responsáveis pela derrapagem das contas públicas e pelo descalabro da economia. Ora, sendo a Administração Pública a própria imagem do Estado junto do cidadão comum, este balear dos próprios pés, que poderia ser interpretado como puro masoquismo é na realidade, obra de um visionário (no bom sentido, é claro!).
De facto o sector público português é um verdadeiro monstro, senão vejamos...
Segundo o “Statistics in Focus” do Eurostat (departamento de estatísticas da União Europeia), a despesa portuguesa com os salários e benefícios sociais dos funcionários públicos portugueses é inferior à média dos restantes países da Zona Euro.
O “L´Emploi en Europe”, outra publicação da Comissão Europeia, compara em 2003, a percentagem de funcionários públicos com a totalidade dos empregados de cada país da União. A média europeia é de 25,6%, enquanto em Portugal essa percentagem é de apenas 18. A tua “amada” Suécia tem 326 funcionários públicos por cada 1000 trabalhadores. Sabes qual é o défice público da Suécia?! Não há défice! A Suécia tem apresentado na última década, sistemáticos excedentes orçamentais!
É obvio que os gajos não percebem nada de investimento e gastam o dinheiro à toa, pá! Cambada de comunas!....
O que eu me ri quando o teu governo agitou (e bem!) a bandeira do peso das despesas com a saúde e a seguir vieram aqueles totós da OCDE dizer que na Europa dos 15, o gasto médio anual por habitante é de 1458 €, enquanto em Portugal é de 758 €. E que todos os restantes países, com excepção da Grécia, gastavam mais que nós. A França, quase 4 vezes mais, pá!
Mas não ficam por aqui, as barbaridades (no bom sentido, repito!) anunciadas e praticadas pelo teu governo...
A taxa social que incide sobre os salários cifra-se em 34,75 por cento, sendo 11 pagos pelo trabalhador e os restantes 23,75 pagos pela entidade patronal. É cada vez maior o número de trabalhadores por conta própria e empresas, que fogem às suas obrigações contributivas para os regimes de protecção social, assim como aos impostos sobre o rendimento, ante a passividade dos governantes. E enquanto o seu patrão, o estado, acumula dívidas que só à Segurança Social e à Caixa Geral de Aposentações ascendem a mais de 4 mil milhões de Euros, os funcionários públicos pagam!
Olha, o Jardineiro é que tem razão, são uma corja de cubanos, idiotas!
Acho que uma das tuas “jogadas” mais geniais foi teres escolhido o Luís, para contabilista-mor deste reino da falácia (no bom sentido!!!). Logo o Luís, que não teve pruridos políticos, morais ou éticos em acumular 7 mil Euros de salário, com os 8 mil de reforma como Vice-governador do Banco de Portugal, conseguida aos 49 anos de idade, com apenas 6 de serviço. Com o agravante, de a obscena (em termos puramente platónicos, claro!) decisão, ter tido origem numa proposta de um órgão colegial que o próprio integrava, em clara violação do CPA.
Ficámos desolados, quando saiu por motivos pessoais, parece que enjoava quando andava de avião ou de comboio de alta velocidade.
Só conseguimos recompor-nos quando soubemos que tinhas nomeado o Nando, para o substituir… O Nando, o homem que preside, perdão presidia, à CMVM e que acumula quase tantos tachos (leia-se trens de cozinha!) como o Chelsea de Mourinho acumula vitórias.
Destaco aqui a tua decisão iluminada de aumentar os impostos, claramente em sentido inverso do que fizeram os países do teu “encantamento”, Finlândia e Suécia, que decidiram baixá-los em 4 e 3,3%, respectivamente.
Podias ter optado por cobrar os mais de 3 mil milhões de Euros que as empresas privadas devem à Segurança Social?
Podias ter posto em prática um plano para execução das dívidas fiscais pendentes nos Tribunais Tributários e que ascendem a mais de 20 mil milhões de Euros?
Podias ter modificado o quadro legal que permite aos bancos, cujos lucros (em época recessiva) oscilaram entre 15 e 32%, pagar apenas 13 por cento de impostos?
Mas resististe à tentação do óbvio… Genial!
Não quero porém terminar sem elogiar de forma clara e inequívoca a tua coragem e a do teu governo, é da mais inteira justiça que o faça. Prometer em campanha eleitoral que os impostos não seriam aumentados e fazê-lo imediatamente após a tomada de posse, atacar com medidas avulso, descontextualizadas, ineficazes e incompreensíveis, os magistrados, os professores, os funcionários públicos em geral, denegrindo deliberada e compulsivamente a imagem do Estado e até dos Órgãos de Soberania e desmotivando muitos dos que neles trabalham é de uma coragem que merece ser publicamente louvada. Se não fosse um lugar comum, terminava atrevendo-me a dizer… ÉS O MAIOR!!! (Este texto é uma adaptação de uma carta impressa no jornal “Público” de 6 de Junho de 2005, da autoria de Santana Castilho)
Apache, Abril de 2006

segunda-feira, 3 de abril de 2006

Que...

Que a palavra amor seja apagada em todos os escritos, esquecida em todas as línguas... Para que jamais me ouças dizer que te amo!... Que a brisa te não volte a acariciar, que a Lua não olhe mais para ti... Para que eu não possa mais sentir ciúmes!... Que o Sol não beije mais, a tua pele... que as flores percam a sua cor e o seu perfume... que se extinga tudo o que é belo... Para que eu não possa dizer que toda a beleza do mundo é um mísero detalhe cénico na divina perfeição do teu corpo!... Que se calem os pássaros, os rios e o mar... mas que não se faça silêncio... Para que no meio dele eu não ouça a tua voz!... Que se acabem as canções... que se proíba a poesia... Que se extingam os sonhos... que se apaguem as estrelas... Para que jamais te possa lembrar!...
Apache, Abril de 2006