A página ‘Ecosfera’ da edição on-line do ‘Público’ cita declarações à ‘Lusa’ de um alegado especialista em ‘alterações climáticas’, Filipe Duarte Santos, que afirma que: “Com o aumento da temperatura média, o que nós chamamos o tempo de Verão vai prolongar-se. Daqui a 50 anos, em vez de dois ou três meses de Verão, vamos ter cinco ou seis.”
Não é a primeira vez que o Sr. Professor Filipe Duarte Santos vem à comunicação social debitar alarvidades sobre alterações climáticas, já no passado dia 8 de Junho, em entrevista ao programa ‘Câmara Clara’ da RTP2 o catedrático de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, se deu ao trabalho de repetir as baboseiras de Al Gore sem sequer se dignar corrigir os erros científicos cometidos pelo ‘artista’ americano no seu muito badalado documentário ‘uma verdade inconveniente’.
É obvio que para a ciência o importante é discutir a mensagem e não o mensageiro, mas neste caso específico, dado o currículo académico do senhor Santos, quem o ouvir ou ler pode pensar que o que diz tem o mínimo de credibilidade. Daí que se torne importante esclarecer os incautos que o senhor professor de Física: sabe perfeitamente que na base da teoria do aquecimento global provocado pelas emissões humanas de dióxido de carbono está uma definição de efeito de estufa e um balanço energético da Terra que viola as Leis da Termodinâmica; sabe também que a capacidade de retenção de energia por parte do dióxido de carbono é insignificante face à da água, gás dezenas de vezes mais abundante na atmosfera terrestre, como o demonstram os nossos conhecimentos de ligação química. Mas o senhor professor sabe certamente mais… Sabe que da forma pouco credível como são recolhidas e “ajeitadas” as temperaturas, não há prova credível da existência de nenhum aquecimento global. Sabe também que a ciência não faz adivinhação e que prever o clima daqui a 50 anos com base nos modelos climáticos computorizados actuais (de que tanto gosta) é tão credível como a sina lida por uma cigana no Parque Eduardo VII.
Ora, um professor (ainda para mais universitário) devia zelar em primeiro lugar pelo bom nome da ciência e só depois se preocupar em rechear a carteira, por isso, alguém deveria aconselhar o senhor professor a: das duas, uma, ou aproveita as dissertações públicas para divulgar ciência, ou deixa os seus múltiplos tachos académicos (que há gente honesta a precisar de trabalhar) e abre um consultório concorrente ao do Professor Karamba.
Apache, Outubro de 2008