sexta-feira, 30 de junho de 2006

A natureza (por vezes) espectacular

Noite de São Pedro, o céu de Zurique é iluminado por uma trovoada tão espectacular quanto inesperada.
Ao centro da imagem está precisamente a igreja de S. Pedro, à sua esquerda, a de Fraumuenster e mais à esquerda, em destaque, Predigerkirche.
Apache, Junho de 2006

terça-feira, 27 de junho de 2006

Mais um que nos diverte...

Logo após o término do jogo dos oitavos de final do “Alemanha – 2006”, entre as equipas da Holanda e de Portugal, o dirigente máximo da FIFA, Joseph Blatter veio a público criticar a arbitragem nestes termos…
“Acho que a arbitragem mereceu um cartão. Ivanov mostrou 16 amarelos e quatro vermelhos, impedindo o que teria sido um excelente espectáculo de futebol. Ele não entrou no espírito do jogo. Com as suas intervenções pouco justificadas, não esteve à altura dos jogadores. O jogo foi um combate muito intenso entre duas equipas que queriam jogar ao ataque, mas que não foram ajudadas pelo árbitro”.
“Acho que a arbitragem mereceu um cartão.” Calma, o Ivanov só faz anos daqui a uma semana, tens tempo de lhe dar os parabéns!
“Ivanov mostrou 16 amarelos e quatro vermelhos, impedindo o que teria sido um excelente espectáculo de futebol.” Queres dizer, um excelente espectáculo de luta-livre!
“Ele não entrou no espírito do jogo.” Bem observado. Deve ter sido o único em campo (além dos árbitros auxiliares) que não agrediu ninguém!
“Não esteve à altura dos jogadores.” Tens de reconhecer que não era fácil atingir um nível tão baixo!
“ O jogo foi um combate muito intenso entre duas equipas que queriam jogar ao ataque, mas que não foram ajudadas pelo árbitro”. Ora aqui está, este árbitro não ajudou nada o combate! Sugiro que o próximo jogo de Portugal, frente à Inglaterra seja arbitrado pelo Mike Tyson!
Já agora, aproveito para deixar alguns conselhos…
Ó Zézito, o Sr. Valentin Ivanov tem quase 45 anos, é árbitro internacional há 7 anos e é considerado um dos melhores da actualidade. Além disso, é teu empregado, mesmo que se pudesse considerar menos feliz a sua actuação neste jogo, competia-te vir a público defendê-lo, não crucificá-lo. As tuas declarações são tão ridículas, quanto infundadas. Apenas explicáveis pelo teu ódio visceral à Federação Russa de Futebol, desde que aquele organismo esteve na origem das investigações que decorrem há mais de dois anos, por fortes suspeitas de corrupção que pesam sobre ti e sobre outros destacados dirigentes da FIFA. O teu tempo acabou, está na hora de calçares as pantufas e te sentares no sofá da mansão paga pelos subornos da ISL!
Ó menino Ronaldo, um homem chora quando perde um familiar, um amigo, uma namorada, até um simples jogo de futebol. Mas um homem jamais chora por uma dor física, mesmo que seja só para as “pitas” verem. Há figuras que não se devem fazer, por mais que os “maricas” estejam na moda!
Ó vovô Iscolári, sê vai pidir a despenalização do Deco “por uma questão di Fair Play”? Péde também a penalização do Figo e do Nuno Valente, pela mesma razão, tá!
Ainda um pequeno comentário ao jogo…
Por uma questão de “Fair Play” não festejei a vitória de Portugal, tenho vergonha na cara! Eu gosto mesmo, é de futebol!!!
P.S. Soube-se entretanto de fonte segura que a Al-Qaeda pretende comprar milhares de cópias do vídeo do jogo para ser usado nos treinos dos operacionais.
Apache, Junho de 2006

sexta-feira, 23 de junho de 2006

Por A + B

Aqui está então uma pequena demostração de como o Ministério da Educação fez "desaparecer" mais de 1500 vagas do Concurso de Professores, só nos Quadros de Zona Pedagógica.
O exemplo apresentado, refere-se apenas a um dos 33 grupos de recrutamento.
Os dados aqui apresentados foram recolhidos no "site" da DGRHE em:

Apache, Junho de 2006

quinta-feira, 15 de junho de 2006

A jóia de pechisbeque!...

No passado dia 2 de Junho, o Ministério da Educação publicou no “site” da Direcção Geral de Recursos Humanos da Educação (DGRHE), as listas de colocações do concurso para educadores e professores do 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e secundário referentes a 2005/2006. No dia seguinte, o Primeiro-ministro congratulou-se publicamente com a forma como decorreu o concurso, afirmando que foi o mais rápido de sempre, decorrendo sem os erros dos últimos anos. Idênticas declarações foram sistematicamente repetidas pela titular da pasta da educação. A entidade responsável pelo concurso, a já citada DGRHE foi distinguida com uma Menção Honrosa do Prémio Fernandes Costa, atribuído anualmente pelo Instituto de Informática do Ministério das Finanças e da Administração Pública, e seleccionada para a final da 4ª edição do prémio Deloitte – Diário Económico “Boas Práticas no Sector Público”, na Categoria II, com o projecto “Concurso de Docentes 2005/2006”.
Acontece porém que, só nos Quadros de Zona Pedagógica, uma das vertentes do concurso, desapareceram mais de 1500 vagas! Existem também denúncias do desaparecimento de vagas nos Quadro de Escola, em número ainda por determinar. O concurso efectua-se por recuperação automática de vagas, isto é, se um docente sair de um determinado quadro (de escola ou de zona) para outro e a vaga não tiver sido declarada negativa no aviso de abertura, é colocado outro docente no lugar deixado vago, ora neste concurso, apenas uma pequena parte das vagas deixadas quando os docentes saíram de um quadro foram efectivamente ocupadas por outros, tendo milhares delas desaparecido misteriosamente. Será esta ilegalidade erro da actual empresa de informática que concretizou o projecto?! Terá resultado de decisão política da tutela?! Ninguém o sabe, tem a palavra a Inspecção-Geral de Educação e, se necessário, os Tribunais Administrativos. Caso se trate de mais um erro informático, fica a pergunta, quantos mais haverá? Se tal resultou de uma decisão política, estamos perante a maior e mais grosseira ilegalidade cometida pelo Ministério da Educação em todos os concursos públicos. Uma ilegalidade que impediu milhares de docentes dos quadros, de melhorarem a sua situação, aproximando-se da residência e, muitos contratados de acederem aos quadros. É impossível dizer quantos são os lesados, mas tratando-se do desaparecimento de mais de mil e quinhentas vagas e, tendo em conta o "efeito dominó", poderão ter sido afectados dezenas de milhar de docentes.
Apache, Junho de 2006

sábado, 10 de junho de 2006

"A cantiga do campo" - Madredeus

[Os, há época, ainda novinhos "Madredeus", ao vivo]

Porque andas tu mal comigo ó minha doce trigueira, quem me dera ser o trigo que andando pisas na eira. Quando entre as demais raparigas vais cantando entre as searas, eu choro ao ouvir-te as cantigas que cantas nas manhãs claras. Por isso nada me medra, ando curvado e sombrio, quem me dera ser a pedra em que tu lavas no rio. E falam com tristes vozes do teu amor singular, aquela casa onde coses com varanda para o mar. Por isso nada me medra, ando curvado e sombrio, quem me dera ser a pedra em que tu lavas no rio!"
A cantiga do campo - Gomes Leal

domingo, 4 de junho de 2006

Da dignidade de uns à prepotência de "outros"...

Ao colega Braga Maia, Presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas Inês de Castro (Coimbra) e à equipa que lidera, apresento público apreço e solidariedade, pela coragem e dignidade profissionais que os levaram à demissão em bloco da Direcção Executiva do Agrupamento, na sequência da apresentação pelo Ministério da Educação da proposta de alteração do Estatuto da Carreira Docente e das infames ofensas públicas que a Sr.ª ministra dirigiu aos docentes. A Direcção Executiva representa o Ministério da Educação junto da Comunidade Educativa. Pergunto, quem, sendo digno profissional na área da educação pode estar disponível para representar a prepotência, a difamação, a mentira, o insulto, a manipulação? Ainda que por cobardia, mais ninguém demonstre igual nobreza de atitude, aos colegas demissionários, em meu nome e no de muitos colegas com quem tenho contactado, agradeço orgulhosamente… Obrigado colegas, por esta lição de dignidade! Quanto à tão badalada proposta de alteração do ECD, não merece o meu comentário! Aos sindicatos pseudo-representativos da classe, que alegadamente negoceiam a proposta, deixo uma modesta opinião… O respeito e a dignidade dos professores não são negociáveis! A todos os colegas, deixo uma pergunta… Quantas mais afrontas estamos dispostos a tolerar, até que da indignação se faça acção? À Sr.ª ministra, não digo, mas apetecia-me dizer... A demência é tratável, não tolerável!
Apache, Junho de 2006

terça-feira, 30 de maio de 2006

Ideias e idiotas

O Parlamento Europeu está a equacionar a hipótese de cobrar um imposto pelo envio de e-mails e mensagens de texto (SMS) como modo de angariar mais fundos para financiamento futuro. A proposta foi lançada por Alain Lamassoure, um eurodeputado francês do grupo Popular Europeu e será agora analisada por um grupo de trabalho criado para o efeito.
Sugiro que se cobre um imposto de cada vez que alguém respire... Então, com uma ideia tão original, não tenho direito a um lugarzinho como eurodeputado?
Apache, Maio de 2006

sábado, 27 de maio de 2006

Porque não oiço no ar – Hélder Moutinho

Eu sei que a Primavera já chegou, aliás, já cheira a Verão aqui em Lisboa, prevêem-se para hoje 34º, mas hoje… hoje apetece-me que o Inverno seja quando o homem quiser. É estranho, eu sei, eu não gosto do Inverno, mas… Talvez, laivos de saudade… Porquê?
“Porque não oiço no ar a tua voz Entre brumas e segredos escondidos E descubro que o silêncio entre nós São mil versos de mil cantos escondidos. Porque não vejo no azul-escuro da noite Nas estrelas esse brilho que é o teu E procuro a madrugada que me acoite Num poema que não escrevo mas é meu. Olho o vento que se estende no caminho E ensaia a tua dança de voar És gaivota que só chega a fazer ninho Quando o tempo te dá tempo para amar. Mas também se perde o tempo que se tem Para gastar só quando chega a Primavera Veste um fato de saudade amor e vem Que é Inverno, mas eu estou à tua espera.” Porque não oiço no ar – Hélder Moutinho

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Quero, posso, Despacho…

Desta vez, a poderosa arma de desconstrução maciça, o Despacho, está na posse de comuns mortais, desprestigiados professores que procuram desesperadamente o seu lugarejo na história, pelo menos na história heróica do seu bairro. Há alguns meses atrás, numa Escola Básica do 2º e 3º Ciclos, da área metropolitana de Lisboa, o Conselho Executivo emitiu um comunicado aos alunos, do qual extraí a seguinte passagem: “ (…) Os alunos não poderão trazer bolas para o espaço escolar, uma vez que estão a partir de hoje proibidos todos os jogos com bolas, neste estabelecimento de ensino, exceptuam-se, obviamente, as aulas de Educação Física, estão igualmente proibidas as correrias desenfreadas dentro do recinto escolar (…)” Confesso que ao ler este comunicado não consegui evitar um largo sorriso, enquanto pensava cá para mim – Como é possível esperar que alunos de uma faixa etária entre os 10 e os 16 anos cumpram uma ordem destas? Afinal quem estava enganado era eu! Inicialmente houve alguma contestação e uma ou outra violação da regra, mas com o surgir das primeiras sansões disciplinares rapidamente se alcançou o objectivo. Hoje, alguns meses após a medida, apenas uma ou outra bola de papel é vista a rolar no asfalto da escola, timidamente pontapeada por adolescentes que se deslocam a passo atrás dela, para não chamarem à atenção de alguns professores e auxiliares de acção educativa que os possam denunciar, ante o olhar cúmplice de outros (nos quais me incluo) que protegem os “prevaricadores”. Mas não se pense que este é caso único, o ridículo tem mais adeptos…. O texto que se segue, datado de 13 de Fevereiro de 2006, é da autoria do Presidente do Conselho Executivo de uma Escola Secundária do norte do país, destina-se a alunos entre os 12 e os 20 anos e, é de uma candura semântica e voluptuosidade de pontuação digna do Diácono Remédios… “Com a Primavera surge uma temperatura amena, uma luminosidade intensa, despertam as plantas, folhas e florzinhas, os insectos, as formigas, as abelhinhas, toda a natureza se alegra. Neste contexto natural, nos jovens e adolescentes despertam também amizades, amores e paixões que os levam a comportamentos teatrais, hollyoodescos, alguns de pura alegria da juventude mas outros, por excessivos, ultrapassam os limites do decoro. Por tudo isto aconselho todos os alunos atingidos pelo Cupido, sofrendo de paixão fulminante que, por respeito por si próprio, pelo outro, e por todos nós que evitem ultrapassar a fronteira do pudor e do decoro, mesmo do Regulamento Interno. Peço a todos Brads Pitts e Angelinas Jolies que evitem manifestações de amor demasiado cinematográficos, perante as multidões, comportamentos só aceitáveis, na paz do Senhor.”
De que havemos de sorrir? Da forma do texto, do seu conteúdo, dos "atropelos" à Língua? O importante é mesmo sorrir, afinal é Primavera! Ah... e, atenção ao decoro, as bolas ficam em casa!...
Apache, Maio de 2006

domingo, 14 de maio de 2006

Força de Homem

"A força de um homem não se mede…
Pela largura dos seus ombros, mas pelos braços que o rodeiam;
Pelo tom profundo da sua voz, mas pela delicadeza das palavras que sussurra;
Pelo número de amigos que tem, mas por quão amigo deles consegue ser;
Pelo número de pessoas que o respeitam, mas pelo respeito que tem pelos outros;
Pelo número de mulheres que amou, mas pela intensidade com que ama uma mulher;
Pela dureza com que bate, mas pela delicadeza com que toca."
Maxine Chong

segunda-feira, 8 de maio de 2006

"Please Forgive Me" - Bryan Adams

"It still feels like our first night together
It feels like the first kiss and it's gettin' better baby
No one can better this
I'm still holdin' on, you're still the one
The first time our eyes met - it's the same feeling I get
Only feels much stronger - I wanna love you longer
You still turn the fire on…
So if you're feelin' lonely…don't
You're the only one I'd ever want
I only wanna make it good
So if I love ya a little more than I should
Please forgive me - I know not what I do
Please forgive me - I can't stop loving you
Don't deny me - this pain I'm going through
Please forgive me - if I need ya like I do
Please believe me - every word I say is true
Please forgive me - I can't stop loving you
Still feels like our best time are together
Feels like the first touch
We're still gettin' closer baby
Can't get close enough
I'm still holdin' on - you're still number one
I remember the smell of your skin
I remember everything
I remember all your moves - I remember you ya
I remember the night - ya know I still do
So if you're feelin' lonely…don't
You're the only one I'd ever want
I only wanna make it good
So if I love ya a little more than I should
Please forgive me - I know not what I do
Please forgive me - I can't stop loving you
Don't deny me - this pain I'm going through
Please forgive me - if I need ya like I do
Please believe me - every word I say is true
Please forgive me - I can't stop loving you
One thing I'm sure of - is the way we make love
The one thing I depend on
Is for us to stay strong
With every word and every breath I'm prayin'
That's why I'm sayin'…
Please forgive me - I know not what I do
Please forgive me - I can't stop loving you
Don't deny me - this pain I'm going through
Please forgive me - if I can´t stop loving you
Baby believe me - every word I say is true
Please forgive me - I can't stop loving you
Never leave me - I don´t know what I do
Please forgive me - I can´t stop loving you
Can´t stop loving you"
Bryan Adams - Please Forgive Me

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Metade...

Metade de mim é fogo, metade de mim é chama. Metade de mim tem fome, metade de ti, reclama! Metade de ti é água. Metade de mim, desvario. Metade de mim tem sede de navegar no teu rio. Metade de mim juntou mas a razão quer separar. Metade de mim odeia a metade que te quer amar. Metade de mim é guerra, metade de mim, trovão. Metade de mim combate a força oculta da paixão. Metade de mim é vulcão, sombra negra de morte. Metade de mim é ilusão desfeita pelos ventos da sorte. Metade de mim é vazio, metade, nada contém... Metade de mim és tu, a outra metade, ninguém!
Apache, Maio de 2006

quinta-feira, 20 de abril de 2006

O teu corpo...

Sabe à água da fonte, sabe à luz do luar... Sabe às flores do monte, sabe às ondas do mar! Sabe ao sol de Inverno, sabe à terra quente... Sabe ao toque terno, sabe ao desejo ardente! Sabe a tudo e sabe a nada, sabe a sim e sabe a não... Sabe a paixão alada, a pecado e a perdão! Sabe a cais e a porto-de-abrigo, sabe a ter e a mais querer... Sabe ao que penso e ao que digo, mais ao que eu não sei dizer! Respiro o teu corpo, bebo o teu olhar... Acendo o teu fogo, conjugo o verbo amar!...
Apache, Abril de 2006

domingo, 16 de abril de 2006

Louvor à coragem do Zé...

O governo que lideras tornou-se, tanto por acção como por omissão, adepto, para não dizer acérrimo defensor, da ideia que ultimamente ganhou forma na sociedade portuguesa, segundo a qual, os funcionários públicos são os primeiros responsáveis pela derrapagem das contas públicas e pelo descalabro da economia. Ora, sendo a Administração Pública a própria imagem do Estado junto do cidadão comum, este balear dos próprios pés, que poderia ser interpretado como puro masoquismo é na realidade, obra de um visionário (no bom sentido, é claro!).
De facto o sector público português é um verdadeiro monstro, senão vejamos...
Segundo o “Statistics in Focus” do Eurostat (departamento de estatísticas da União Europeia), a despesa portuguesa com os salários e benefícios sociais dos funcionários públicos portugueses é inferior à média dos restantes países da Zona Euro.
O “L´Emploi en Europe”, outra publicação da Comissão Europeia, compara em 2003, a percentagem de funcionários públicos com a totalidade dos empregados de cada país da União. A média europeia é de 25,6%, enquanto em Portugal essa percentagem é de apenas 18. A tua “amada” Suécia tem 326 funcionários públicos por cada 1000 trabalhadores. Sabes qual é o défice público da Suécia?! Não há défice! A Suécia tem apresentado na última década, sistemáticos excedentes orçamentais!
É obvio que os gajos não percebem nada de investimento e gastam o dinheiro à toa, pá! Cambada de comunas!....
O que eu me ri quando o teu governo agitou (e bem!) a bandeira do peso das despesas com a saúde e a seguir vieram aqueles totós da OCDE dizer que na Europa dos 15, o gasto médio anual por habitante é de 1458 €, enquanto em Portugal é de 758 €. E que todos os restantes países, com excepção da Grécia, gastavam mais que nós. A França, quase 4 vezes mais, pá!
Mas não ficam por aqui, as barbaridades (no bom sentido, repito!) anunciadas e praticadas pelo teu governo...
A taxa social que incide sobre os salários cifra-se em 34,75 por cento, sendo 11 pagos pelo trabalhador e os restantes 23,75 pagos pela entidade patronal. É cada vez maior o número de trabalhadores por conta própria e empresas, que fogem às suas obrigações contributivas para os regimes de protecção social, assim como aos impostos sobre o rendimento, ante a passividade dos governantes. E enquanto o seu patrão, o estado, acumula dívidas que só à Segurança Social e à Caixa Geral de Aposentações ascendem a mais de 4 mil milhões de Euros, os funcionários públicos pagam!
Olha, o Jardineiro é que tem razão, são uma corja de cubanos, idiotas!
Acho que uma das tuas “jogadas” mais geniais foi teres escolhido o Luís, para contabilista-mor deste reino da falácia (no bom sentido!!!). Logo o Luís, que não teve pruridos políticos, morais ou éticos em acumular 7 mil Euros de salário, com os 8 mil de reforma como Vice-governador do Banco de Portugal, conseguida aos 49 anos de idade, com apenas 6 de serviço. Com o agravante, de a obscena (em termos puramente platónicos, claro!) decisão, ter tido origem numa proposta de um órgão colegial que o próprio integrava, em clara violação do CPA.
Ficámos desolados, quando saiu por motivos pessoais, parece que enjoava quando andava de avião ou de comboio de alta velocidade.
Só conseguimos recompor-nos quando soubemos que tinhas nomeado o Nando, para o substituir… O Nando, o homem que preside, perdão presidia, à CMVM e que acumula quase tantos tachos (leia-se trens de cozinha!) como o Chelsea de Mourinho acumula vitórias.
Destaco aqui a tua decisão iluminada de aumentar os impostos, claramente em sentido inverso do que fizeram os países do teu “encantamento”, Finlândia e Suécia, que decidiram baixá-los em 4 e 3,3%, respectivamente.
Podias ter optado por cobrar os mais de 3 mil milhões de Euros que as empresas privadas devem à Segurança Social?
Podias ter posto em prática um plano para execução das dívidas fiscais pendentes nos Tribunais Tributários e que ascendem a mais de 20 mil milhões de Euros?
Podias ter modificado o quadro legal que permite aos bancos, cujos lucros (em época recessiva) oscilaram entre 15 e 32%, pagar apenas 13 por cento de impostos?
Mas resististe à tentação do óbvio… Genial!
Não quero porém terminar sem elogiar de forma clara e inequívoca a tua coragem e a do teu governo, é da mais inteira justiça que o faça. Prometer em campanha eleitoral que os impostos não seriam aumentados e fazê-lo imediatamente após a tomada de posse, atacar com medidas avulso, descontextualizadas, ineficazes e incompreensíveis, os magistrados, os professores, os funcionários públicos em geral, denegrindo deliberada e compulsivamente a imagem do Estado e até dos Órgãos de Soberania e desmotivando muitos dos que neles trabalham é de uma coragem que merece ser publicamente louvada. Se não fosse um lugar comum, terminava atrevendo-me a dizer… ÉS O MAIOR!!! (Este texto é uma adaptação de uma carta impressa no jornal “Público” de 6 de Junho de 2005, da autoria de Santana Castilho)
Apache, Abril de 2006

segunda-feira, 3 de abril de 2006

Que...

Que a palavra amor seja apagada em todos os escritos, esquecida em todas as línguas... Para que jamais me ouças dizer que te amo!... Que a brisa te não volte a acariciar, que a Lua não olhe mais para ti... Para que eu não possa mais sentir ciúmes!... Que o Sol não beije mais, a tua pele... que as flores percam a sua cor e o seu perfume... que se extinga tudo o que é belo... Para que eu não possa dizer que toda a beleza do mundo é um mísero detalhe cénico na divina perfeição do teu corpo!... Que se calem os pássaros, os rios e o mar... mas que não se faça silêncio... Para que no meio dele eu não ouça a tua voz!... Que se acabem as canções... que se proíba a poesia... Que se extingam os sonhos... que se apaguem as estrelas... Para que jamais te possa lembrar!...
Apache, Abril de 2006

sexta-feira, 24 de março de 2006

Guardador de mim

Guardo, dentro de mim,
uma saudade,
uma quimera,
uma verdade,
esta espera...
Guardo, dentro de mim,
a tua imagem,
os teus gestos,
tudo de teu; uma miragem, míseros restos de um sonho meu...
E conto, não pelos dedos
mas pelas estrelas,
os dias de te não ver...
Guardo, dentro de mim, um baú de mil segredos, mil histórias, mil beijos...
E conto, não pelos dedos
mas pelas estrelas,
as carícias, os desejos, as vontades de te ter!...
Apache, Março de 2006

quinta-feira, 16 de março de 2006

Importam-se de repetir?...

Carla Del Ponte, Procuradora do TPI... “Ele tomava medicamentos às escondidas.” “Temos de esperar pelos resultados das análises toxicológicas para sabermos o que é que ele tinha no sangue. Se esses elementos se confirmarem, poderemos afirmar que ele agravou o seu estado de saúde para poder ir a Moscovo ou porque se quis suicidar.” (Não percebi... Ele (Milosevic) tomava medicamentos às escondidas? Se era às escondidas como é que sabe? Como é que eles entraram na prisão? Agravou o seu estado de saúde... e os médicos da cadeia, o que é que fizeram?... Ou queria suicidar-se ou queria tratar-se? Pois!... A propósito de medicamentos... A Carla esqueceu-se de tomar as gotas!...) Ainda Carla Del Ponte... “ Quero o Radovan Karadzic, quero o Ratko Mladic!” (Logo os dois?... Não terá “mais olhos que barriga”?... Olhe que já não tem 18 anos!... Vá lá tomar as gotas outra vez...) Zalmay Khalilzal, Embaixador americano no Iraque... “Quando os Estados Unidos invadiram o Iraque, estavam a abrir a caixa de Pandora.” (Estás a pensar pela tua própria cabeça?!... A continuares assim, estás a “fechar” a tua carreira diplomática...) António Costa, Ministro da Administração Interna... “A manifestação (da GNR e da PSP) é-me indiferente!” (Querem ver que este foi para aquele ministério só porque tinha um fetiche por fardas...) Ainda António Costa... “A atitude do Sindicato dos Profissionais da Polícia é lamentável... A esses senhores só tenho a dizer NÃO!” (Já estou as ver a próxima pergunta do SPP... Ó Senhor Ministro, considera-se um homem inteligente?...) Serguei Lavrov, Ministro dos Negócios Estrangeiros Russo... “A Rússia tem o direito de não confiar na autópsia feita a Milosevic!” (Não sejam desconfiados... É verdade! O homem morreu mesmo de enfarte do miocárdio... O que nós gostávamos de saber é quem e de que forma lho provocaram?!) Marija Milosevic, filha do dito... “Não vou permitir que os traidores que venderam o meu pai a Haia, festejem sobre a sua campa!” (Pois... Sobre a campa não!... Agora se em vez do seu pai, tivesse sido o Kostunica, o Clinton ou o Bush, não me diga que não abria uma garrafinha de champanhe.)
Apache, Março de 2006

domingo, 12 de março de 2006

Filhos, da puta da política

[Belgrado bombardeada pela Nato]
Morreu Slobodan Milosevic Finalmente venceram-te! Sabes… nunca simpatizei contigo, chamavam-te ditador, tirano, sanguinário, etc. Até sou capaz de concordar que a tua frieza e pragmatismo de discurso empolgava de tal forma as massas, que por vezes me pareciam os discursos de Hitler. Duvido que a manutenção de uma Jugoslávia unida justificasse 200 mil mortos.
Mas numa guerra há sempre dois lados, o diabo que escolha de qual está, que Deus, certamente, não está de nenhum! Nunca simpatizei contigo… até ao fatídico dia 24 de Março de 1999, em que, como escreveu Gabriel Garcia Marquez, Solana, “o homem que parecia incapaz de matar uma mosca deu a ordem mais vergonhosa do século." Xavier Solana, comandante da Nato, dá ordem (a mando dos E.U.A.) para bombardear um país soberano, não alinhado, com um governo legítimo à luz da lei internacional. Afinal, outros imitavam Hitler!
A partir deste dia, quase chegaste a bestial, não por teres deixado de ser uma besta, apenas porque bestas maiores se "levantavam". As mentiras que nos contaram para justificar o injustificável são o mesmo disco riscado de sempre. Ao longo da guerra e no período que lhe sucedeu, as sucessivas traições que foste sofrendo quase te transformaram num herói. Hoje, eras para muitos um símbolo da resistência.
Repito… Finalmente venceram-te!... Não é importante, se morreste por colapso cardíaco (e todos sabiam que a tua saúde era débil), se cedeste à tentação do suicídio (como esteve para acontecer quando Kostunica te vendeu por 100 milhões de dólares), ou se te envenenaram (como suspeitavas que poderia acontecer). A sombra do teu assassinato pairará para sempre sobre a cabeça daqueles que no mês passado recusaram que fosses a Moscovo para seres tratado. Sabias bem que a tua morte lhes dava muito jeito, estavam desesperados… cinco anos de julgamento e…
No dia em que deixaste de estar entre nós, não podia deixar de te prestar esta “pequena” homenagem… Foste um tirano?... Talvez!... Mas foste também o pai desta esperança… da mesma forma que a Jugoslávia não caiu em 78 dias de bombardeamentos, também muitos dirão... NÃO NOS VENCERÃO!!!
Apache, Março de 2006

segunda-feira, 6 de março de 2006

Diálogos desgovernados...

Diálogos (mais ou menos públicos) entre membros do actual desgoverno e um dos muitos jornalistas virtuais, recém-convertidos aos corredores dos gabinetes, o Chato. 1º Episódio Chato – Ó Trocas-te, então os pensionistas mais idosos vão ver as suas reformas mínimas aumentadas para 300 €? Trocas-te – É verdade! Desde que tenham mais de 80 anos, não tenham casa, carro ou contas bancárias e o cônjuge ou os filhos não tenham possibilidades económicas de os ajudar. Chato – E como é que nós vamos verificar todos esses requisitos? Trocas-te – É simples pá… Quem se quiser candidatar a este “Complemento solidário” terá apenas de preencher 5 impressos com um total de 12 páginas, juntar fotocópias do: B.I., Cartão de Contribuinte e Cartão de Pensionista; e os originais dum atestado de residência passado pela Junta de Freguesia, e do modelo 3 do IRS. O cônjuge e os filhos também vão ter que fazer prova do rendimento que têm. Chato – Ó Zé, a oposição vai dizer que são muitos impressos para um velhote com mais de 80 anos… Trocas-te – Ah, pois… Já sei!... Vou dizer que quem não tiver outras fontes de rendimento além da pensão só precisa de preencher um impresso. Chato – Desculpa mas, não estou a perceber… Se o velhote chegar ao balcão da Segurança Social a pedir um impresso para requerer o complemento de reforma e disser que não tem família nem outros meios de sobrevivência, como é que vamos saber se está a falar verdade?... Trocas-te – Ouve lá, pá… Porque não vais chatear outro?... Olha, vem aí a Ministra da Reforma da Educação… 2º Episódio Chato – Sr.ª Ministra, já sabe que todos os sindicatos de professores marcaram uma greve para uma próxima semana? Milú – Podes tratar-me por Milú! Todos os sindicatos?... Incluindo os afectos ao partido do governo? Ingratos!... Vou falar com eles… Ou pelo menos, com alguns deles… (Passados alguns dias de alegada negociação…) Milú – Pronto rapaz, os sindicatos afectos ao governo desconvocaram a greve! Chato – Mas… a senhora vai mudar de políticas?... Milú – Ora, ora… Não sejas ingénuo… Numa negociação tem de haver alguma flexibilidade… Chato – Como assim?... Milú – Prometi gabinetes de trabalho nas escolas, para todos os professores e a abertura de uma linha de crédito para aquisição de computadores portáteis por parte dos docentes! Chato – Oh Dona Milú… Mas… Já se podiam comprar portáteis com recurso ao crédito pessoal… E… Nas escolas não há espaço físico livre para a construção de gabinetes para os professores… Milú – Eu sei!… Os sindicatos falaram-me nisso… Mas achas que a opinião pública sabe?!... 3º Episódio Chato – Dona Milú… Dizem que a senhora se prepara para fechar mais de 1500 escolas do primeiro ciclo do ensino básico, algumas das quais tinham sofrido à pouco tempo obras de remodelação e modernização de equipamentos… Assim os miúdos, muitos deles com apenas 5 ou 6 anos vão fazer vários quilómetros a pé, sob condições atmosféricas muitas vezes extremas, para irem às aulas… Apesar da recessão que o país atravessa, os pais não vão gostar disto… Milú – Gostarão quando perceberem que não se trata de uma medida economicista mas de razões puramente pedagógicas!... (Passados alguns dias, o Chato questiona o Trocas-te…) Chato – Ó Zé, aqui há dias, falei com a Milú, a propósito das mais de 1500 escolas que ela pretende encerrar e disse-me que não se tratava de uma medida economicista mas de razões puramente pedagógicas… Trocas-te – Exactamente!... São critérios pedagógicos que estão por trás do encerramento dessas escolas. Chato – Pois… Só que eu tenho andado a pensar… Tu não me poderias dizer que critérios pedagógicos são esses?... Trocas-te – Então pá… Ainda não sabes?... Vamos fechar todas as escolas com menos de 20 alunos!...
Apache, Março de 2006

domingo, 26 de fevereiro de 2006

Saudade

Saudade palavra triste, saudade, o que quer dizer? É desespero que a tudo resiste? Ou vontade de te ver?... Sete letras tem, saudade… Outras tantas tem, lamento… As mesmas que a verdade com que vivo cada momento! Partiste, quase tudo levaste, mas um pouco de ti restou… O vazio que em mim deixaste, encoberto na ilusão que ficou!... Na longa estrada da vida exibo a minha liberdade… Pergunto se a ausência sentida é ser livre, ou ser, vaidade?... Entre o teu olhar terno de mel e o meu molhado de sal… Saudade é a palavra cruel que trocou o sonho pelo real!... Foste luz, foste vida… Foste rio de ansiedade… Foste “Terra Prometida” até ao fim da eternidade!... Hoje és distância, solidão… Materialização da saudade… Serás demência? Obsessão? Ou visão turva da realidade?...
Apache, Fevereiro de 2006