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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Jobs for the boys

[Imagem surripiada do blogue “We have kaos in the garden”]
Pouco depois de Maria Isabel Vilar, a nova Ministra da Educação assinar, com a larga maioria dos sindicatos de professores (sem que os docentes tenham sido tidos nem achados) um vergonhoso “acordo”, a ex-detentora da pasta, Maria de Lurdes Rodrigues era nomeada por José Sócrates para o cargo de Presidente do Conselho Executivo da Fundação Luso-Americana para o desenvolvimento. Ao que consta, a anarquista com especialização técnica em colagem de selos, toma posse a 1 de Maio próximo. Na política portuguesa, a inteligência ou a competência são valores acessórios, os tachinhos sempre foram atribuídos por razões que à razão escapam.
Apache, Janeiro de 2009

domingo, 6 de dezembro de 2009

O “CimateGate” para lá do “ClimateGate” (2)

[continuação] Muita gente sem formação na área das ciências estará, provavelmente, convencida que a média das temperaturas é a temperatura média do planeta. De facto, não é! E ao contrário do que possam estar a pensar, esta não é uma questão de semântica. O que temos visto publicado é a média de uma série de valores de temperatura registados em vários locais da Terra e corresponde à média entre a mínima e a máxima diária, verificadas em determinadas estações que o CRU seleccionou. O que significa que se as estações meteorológicas escolhidas para os cálculos forem outras, os valores médios obtidos também são outros. Mesmo que as estações fossem as mesmas, nestes últimos 150 anos de medições (e sabemos que isso é impossível) decorridos os anos, o espaço envolvente aos locais onde estão colocados os termómetros alterou-se e a radiação emitida pelo solo ou paredes próximas adulterou os valores obtidos. Mesmo que isto não acontecesse, para que os valores registados correspondessem à temperatura média do planeta, as estações escolhidas teriam de estar equidistantes umas das outras, ou seja, uniformemente distribuídas pela superfície (terra e mar) e isso é impossível, dada a inacessibilidade de alguns locais. Não há, portanto, forma de determinar, com rigor científico, a temperatura média da Terra. Assim sendo, tendo ou não havido manipulação maliciosa dos dados, estes (no seu todo) apenas podem relevar, enquanto mera curiosidade estatística, não tendo qualquer valor científico. Tal não impede que, caso a caso (isto é, estação a estação) os dados que agora se anunciaram destruídos, pudessem ter valor científico para o estudo de fenómenos à escala local. Para se perceber melhor a ideia, veja-se um exemplo simples relativo a vencimentos. Admitamos que com o crescimento de uma dada empresa (num país hipotético) todos os seus trabalhadores viram os seus salários, deste ano, aumentados 10%. Suponhamos agora que uma outra empresa, com número de funcionários idêntico à anterior mas em grandes dificuldades económicas, acordou com os trabalhadores uma redução de vencimentos de 5%. Pressuponhamos ainda, que todas as restantes empresas do país decidiram manter os vencimentos, excepto obviamente as que faliram e já não aparecem nas estatísticas e, aquelas que por terem sido criadas ao longo do ano também não entram para estes cálculos. Nestes pressupostos, achada a média dos vencimentos de todos os trabalhadores, verifica-se que ela subiu ligeiramente face ao ano anterior. No entanto, não podemos (de todo) concluir que todos os trabalhadores do dito país vivem melhor que no ano passado. A maioria (mesmo que a inflação seja de 0% estará na mesma e, alguns estão piores, tanto os que ganham agora menos 5% como os que ficaram sem emprego. As médias (na generalidade) independentemente da forma como são obtidas, servem essencialmente causas sociológicas e políticas, não causas científicas. O que os ridículos propagandistas tentam provar é que o planeta tem aquecido no último século e isso se deve às emissões humanas de gases com efeito de estufa, principalmente ao dióxido de carbono. Ora, para se provar isto, era necessário medir os níveis de dióxido de carbono nas imediações de todos os locais onde se fazem registos de temperatura e isso, como bem sabemos, não é feito (o dióxido de carbono é, oficialmente, medido num único lugar, Mauna Loa), depois, bastaria um único local (dos milhares onde se medem temperaturas) onde um deles, dióxido de carbono ou temperatura, não tivesse aumentado e a teoria era falsa. Note-se que para que uma determinada teoria científica possa ter-se como verdadeira, é preciso que todas as experimentações a comprovem, uma única discordante mostra que a teoria é falsa. Muitos parecem (agora) escandalizados com a publicação dos e-mails e falam do maior escândalo científico do século, parecem porém esquecer-se que: Por um lado, não são só os alarmistas corruptos, os culpados, milhares de alegados “cépticos” ficaram calados ou apontaram o dedo a pormenores “esquecendo” o essencial; outros, ao alegado consenso dos propagandistas opunham a falta de consenso; claro que uma teoria científica não reúne consenso, é uma teoria, carece de prova, mas neste caso, a estupidez proposta é de tal ordem que não vejo outra hipótese que não seja uma “consensual” gargalhada e uma imediata denúncia na comunicação social; Por outro lado, convém não ter memória curta e lembrar que outra teoria, em aberração, idêntica a esta, o “buraco do ozono” antropogénico, devido às emissões humanas de clorofluorcarbonetos (CFC’s), não só, valeu o Prémio Nobel da Química ao mexicano, Mário Molina, como, passadas duas décadas, continua escrita em todos os manuais de Química do ensino secundário, sem que alguém com visibilidade mediática tenha a coragem de dizer “Basta!” a tanta estupidificação. A questão da credibilidade científica não pode, portanto, colocar-se apenas, como dá jeito a muitos, ao nível dos 40 ou 50 “cientistas” do núcleo duro do IPCC (da ONU), do CRU (de East Anglia) e do GISS (da NASA) que cozinharam toda esta aldrabice, tem de ser estendida a dezenas de milhar, que por esse mundo fora, por silêncio ou omissão, pactuam há décadas com farsas a que chamam “ciência”, para canalizar rios de dinheiro (na maior parte dos casos, público) para os bolsos sem fundo de gente sem escrúpulos e sem um palmo de testa.
Apache, Dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O “CimateGate” para lá do “ClimateGate”

O “Sunday Times” do passado Domingo relatava (pelo jornalista, Jonathan Leake) que os dados originais das temperaturas dos últimos 150 anos foram deitados para o lixo. Segundo o jornal, cientistas da universidade de East Anglia, a que pertence a Unidade de Pesquisa Climática (CRU) envolvida no escândalo “Climategate”, admitiram que deitaram fora a maior parte dos dados de temperatura em que se baseiam as suas previsões de aquecimento global. Isso significa que não é possível a outros académicos verificar a base que suporta os cálculos dos alarmistas. Ao abrigo do Freedom of Information Act (Lei da Liberdade de Informação) conhecido pela sigla FOIA (que curiosamente, ou talvez não, foi o “nick” escolhido pelo pirata que atacou o servidor do CRU) a universidade havia já sido contactada (pelo menos em duas ocasiões) para revelar os dados que estão na origem das previsões e como resultado do escândalo iria provavelmente ser obrigada a fazê-lo. Em antecipação à possível pressão da justiça, o CRU, em declaração publicada na sua página oficial afirma: “nós não possuímos os dados originais, apenas os valores tratados (homogeneizados e com qualidade controlada)”. Curiosamente, Phil Jones, o Director do CRU, anteontem suspenso, não o liderava em 1980, ano da alegada destruição dos dados, que terá ocorrido, de acordo com a versão oficial, “para poupar espaço, aquando da mudança para novas instalações.” Conclusão, não há dados originais das temperaturas registadas pelos termómetros nos últimos 150 anos, apenas dados manipulados. Os dados de temperatura registados pelos satélites, datam apenas dos últimos 30 anos e o IPCC não os tem considerado válidos. Pelo que, não temos como provar se a Terra está a aquecer ou a arrefecer. O que há partida poderia ser problemático, mas não é. De facto, como já escrevi há algum tempo (neste blogue), mesmo os dados originais, (que poderiam contribuir para a possível defesa desta teoria) não tinham valor científico.
[continua…]
Apache, Dezembro de 2009

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"Ainda Orwell"

"Um conhecido aforismo de George Orwell resume a ambição subjacente à política das alterações climáticas: quem controla o passado, controla o futuro e quem controla o presente, controla o passado. Os defensores da tese da actividade humana como a causa do aquecimento global controlam o presente da discussão política e pretendem controlar o futuro político da humanidade. O que não se sabia era até onde estavam dispostos a ir na tentativa de controlar o passado. Na última semana ficámos a saber, depois de ‘hackers' terem retirado cerca de 1000 e-mails e 3000 documentos das bases da Climate Research Unit (CRU) da universidade de East Anglia. O director do CRU coordena o HadCrut, uma unidade conjunta com o Hadley Centre for Climate Prediction and Research, que é uma das quarto fontes de dados do IPCC. Os documentos extraídos do CRU mostram de forma transparente a existência de manipulações dos dados de temperatura, de forma a ocultar variações "inconvenientes" à tese do aquecimento global. Mostram também que há uma campanha deliberada de limitação do livre inquérito científico nesta matéria, através de ataques à reputação de cientistas com posições contrárias, do boicote à publicação de artigos e da viciação do processo de peer review. Em suma, o que transparece destes documentos é o desprezo de cientistas com um papel crucial no IPCC por princípios éticos básicos e pela honestidade intelectual, subordinando a investigação à obtenção de resultados que promovam uma causa política. Só surpreende a ingenuidade, ou impunidade, com que estas manobras são discutidas por alguns dos intervenientes: o resto não. Nos últimos anos, pelo menos dois pedidos de cedência de dados ao abrigo da lei de liberdade de informação foram recusados pelo HadCrut, o último dos quais com a inusitada justificação que a divulgação dos dados podia "causar danos às relações internacionais". Pela primeira vez, registos de temperatura ascenderam à categoria de segredo de Estado. O CRU fez tudo para evitar a divulgação dos dados e chegou mesmo a declarar que parte das séries tinha sido "perdida". Agora compreendem-se melhor os motivos do pânico. Num editorial invulgarmente desonesto, o Financial Times tenta limitar os estragos e atribui aos que exigem mais transparência na investigação delírios de uma "vasta conspiração". Não é -vasta. A peça central da política do aquecimento global é o relatório do IPCC de 2007, em particular o capítulo 9, apresentado como o "consenso de 2500 cientistas". Sucede que o capítulo crucial tem apenas 53 autores. Desses, 38% são ingleses e um quinto do total são cientistas do CRU. Dos artigos científicos aí citados, 70% têm como co-autores os 53 cientistas envolvidos: vasta conspiração ou uma rede social com grandes afinidades intelectuais e ideológicas? O potencial de descrédito para a investigação científica é o resultado da tentativa de utilização do ambientalismo para concretizar uma velha obsessão progressista: a instauração de um governo mundial, assessorado por "peritos" capazes de controlar o futuro e prevenir todos os males. Na cabeça dos crentes, a grandeza do propósito justifica os meios. Orwell sabia do que falava."
Fernando Gabriel, Investigador Universitário, no "Diário Económico" de ontem

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ClimateGate – O escândalo que não constitui novidade

Desde a passada sexta-feira (20 de Novembro) que a Internet (principalmente a de língua inglesa) fervilha com o “escândalo” baptizado com o nome de “ClimateGate”. Ao que consta, nesse dia, o servidor da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia, em Inglaterra, (habitualmente designado por CRU) [que conjuntamente com o, norte-americano, Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS) da NASA, constituem o núcleo duro dos defensores da teoria do aquecimento global antropogénico] foi atacado por um pirata informático que conseguiu copiar mais de 150 MB de informação, entre a qual se contam (além de vários outros documentos) mais de mil e-mails (internos e externos) trocados entre a cúpula “científica” dos alarmistas. O ficheiro “FOI2009.zip” (que comprimido tem mais de 61 MB) foi inicialmente colocado num servidor russo, mas circula já em múltiplos ‘sites’ de partilha de conteúdos. Os e-mails revelam (essencialmente) a falta de imparcialidade e de honestidade intelectual do grupo de responsáveis principais do CRU, e visam particularmente o director, Phil Jones e o seu braço direito, Keith Briffa, mas envolvem vários outros nomes (principalmente de ingleses e norte-americanos, mas não só), alguns bem conhecidos, como Michael Mann, o agora director do “Earth System Science Center” da Universidade da Pensilvânia, autor do famoso (e falso) gráfico conhecido por “hockey stick”, publicado no relatório do IPCC de 2001 e na revista “Nature”. De acordo com o veiculado pela Fox News do dia seguinte, Phil Jones confirmou a veracidade dos e-mails, afirmando: "It was a hacker. We were aware of this about three or four days ago". Entre as múltiplas informações que se podem extrair dos e-mails está a assumpção: da manipulação de dados para que a realidade se ajuste à teoria; da manipulação do processo de revisão de documentos científicos, inter-pares (peer review); da destruição de provas; do exercício de pressão para que, as principais revistas científicas, não publiquem artigos que possam por em causa a teoria, etc. Enfim, nada de novo no meio académico. Deixo (para quem não dispuser de tempo ou vontade de ler os originais) alguns dos conteúdos dos e-mails: - Tim Osborn discute como manipular os dados de observação para parar um aparente arrefecimento do planeta; - Phil Jones diz que usou o mesmo truque que Michael Mann utilizou no artigo publicado na “Nature” [refere-se ao “hockey stick”] para “esconder o declínio” das temperaturas; - Michael Mann conversa sobre como “destruir” um jornal que publicou opiniões de cépticos; - Phil Jones descreve a morte de John Daly (um dos mais conhecidos contestatários da teoria do aquecimento global antropogénico) como uma “notícia para festejar”; - Phil Jones encoraja os colegas a apagar os dados solicitados ao abrigo da “lei da liberdade de informação”; - Phil Jones escreve à Universidade de Hull na tentativa de calar a céptica Sonia Boehmer Christiansen.
Apache, Novembro de 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

Será que só os holandeses foram enganados?

A notícia é do passado dia 26 de Agosto (de 2009) e resulta de uma entrevista dada por Xandra Van Gelder (Editora da revista “Eye of the Rijkmuseum”) à rádio holandesa, RTV, mas só foi popularizada dois dias depois, pela BBC News. Após o regresso à Terra da missão Apolo 11 (em Julho de 1969), os astronautas, Neil Armstrong, Michael Collins e Edwin Aldrin, fizeram uma visita a vários países, tendo algumas das pedras recolhidas na (alegada) alunagem sido oferecidas a várias entidades. A 9 de Outubro de 1969 estiveram na Holanda e ofereceram uma pequena rocha lunar ao então Primeiro-Ministro holandês, Willem Drees. Mais tarde, após a morte de Drees, a família doou a rocha ao Rijkmuseum (um museu de Amesterdão) tendo-lhe sido feito um seguro no valor de 100 mil florins. Dada a recente polémica sobre a autenticidade da rocha, Wim Van Westrenen da Universidade de Vrije conseguiu uma autorização para a analisar, tendo os testes efectuados confirmado tratar-se de uma rocha terrestre, de madeira petrificada. Instado a pronunciar-se sobre a questão, o Embaixador dos Estados Unidos na Holanda disse não ter nenhuma explicação para o facto. Quantas mais rochas lunares falsas terão os astronautas da Apolo 11 oferecido, nas visitas que efectuaram a cerca de 100 países?
P.S. Um belíssimo (e enorme) exemplar de madeira petrificada está exposto no Museu Geológico, em Lisboa.
Apache, Novembro de 2009

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Quero uma bola de cristal igual à da Novartis

Em entrevista concedida ao programa “Diga lá Excelência”, da Rádio Renascença e do jornal Público, transmitido pela RTP2 no passado dia 23, Francisco George, Director-Geral da Saúde afirmou que sabiam [julgo que se refere aos dirigentes da DGS] que “uma nova epidemia de gripe ia acontecer”. Deduzia-se do diálogo mantido com as entrevistadoras (Joana Benárd da Costa e Romana Borja-Santos), que tamanha certeza não era mais que uma mera previsão baseada na periodicidade de epidemias passadas. Mas eis que, a certa altura da entrevista [concretamente aos 13:54 do vídeo] afirma: “A vacinação, para o vírus que veio a emergir, foi preparada mesmo antes da emergência do vírus. Em 2001 recebemos, na Direcção-Geral da Saúde (DGS), cientistas da Novartis que estavam a preparar a nova vacina.” Francisco George afirma assim, que a vacina destinada a prevenir a “Gripe A” (cujo plano de vacinação se inicia hoje) preparada a partir de vírus inactivados (do tipo H1N1) cujas primeiras infecções em humanos (de acordo com a OMS) foram detectadas em Abril do corrente ano, e que a revista Visão já havia noticiado (tal como referi) ter sido patenteada pela Baxter em 2007, afinal, estava a ser preparada pela Novartis (com o conhecimento da DGS) desde 2001.
Começou a ser preparada uma vacina, com o vírus causador da doença, oito anos antes do surgimento do dito? “Há coisas fantásticas, não há?!”
Apache, Outubro de 2009

sábado, 3 de outubro de 2009

H1N1´s há muitos…

Na Circular n.º 33/DSPCD, datada de 8 de Setembro de 2009, assinada por Francisco George, Director-Geral da Saúde, dirigida a “todos os médicos e enfermeiros”, lê-se: “A vacina contra a gripe sazonal não confere protecção contra o vírus da gripe A pandémica” [H1N1]. Mais abaixo, a mesma circular informa: “A OMS recomenda que, para a época de Inverno de 2009-2010 no Hemisfério Norte, as vacinas trivalentes contra a gripe, tenham a seguinte composição: Uma estirpe viral A (H1N1) idêntica a A/Brisbane/59/2007; Uma estirpe viral A (H3N2) idêntica a A/ Brisbane /10/2007; E uma estirpe viral B idêntica a B/Brisbane/60/2008.” [De facto, as 7 vacinas contra a gripe sazonal, postas à venda em Portugal, contêm todas esta composição]
Numa página portuguesa da farmacêutica “Roche” [consultada hoje, às 2:24] lê-se: “Dos 2 tipos de vírus clinicamente relevantes [A e B, pois os vírus do tipo C não provocam “doença clinicamente relevante”], o tipo A é o que sofre alterações mais profundas, motivo pelo que está frequentemente associado a epidemias e a pandemias de gripe. Em contraste, o vírus tipo B pode sofrer pequenas alterações antigénicas, contribuindo apenas para as epidemias de gripe.”
Vamos lá tentar perceber… A vacina da “gripe sazonal” protege contra 3 vírus, dois do tipo A, o H1N1e o H3N2 e, um do tipo B, mas não protege contra o vírus da “gripe A” (aqui designada pandémica) H1N1. O H1N1 da “gripe sazonal” é diferente do H1N1 da “gripe A”? Partindo do pressuposto que a resposta só pode ser, sim [em alternativa, o Dr. Francisco George tem muito que contar], então, trata-se de uma mutação (suponho que significativa), mantendo-se o nome do vírus. Mas, diz a Roche, os vírus do tipo A sofrem “alterações mais profundas” enquanto os do tipo B sofrem “pequenas alterações”. Então, porque é que está a ser vendida para 2009/2010 uma vacina com vírus (inactivados) do tipo B de 2008, e do tipo A de 2007? Não seria mais lógico substituir os H1N1 de 2007 pelos H1N1 de 2009? E já agora, se a cada mutação corresponde um vírus substancialmente diferente, sabendo nós que (só) os vírus do tipo A são 144 (numerados de H1 a H16 e de N1 a N9), considerando múltiplas mutações ao longo dos anos, teremos, provavelmente, em circulação, várias centenas (quiçá milhares) de vírus substancialmente diferentes. Então, para que queremos nós duas vacinas (a da “gripe sazonal” e a da gripe “pandémica”) que no conjunto protegem contra 4 dos alegados "milhares de tipos” de vírus existentes? Se um infecciologista, perdido na navegação, aportar aqui ao acampamento, agradece-se (antecipadamente) o esclarecimento das dúvidas.
Apache, Outubro de 2009

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Dos políticos que temos

Estas declarações têm mais de um ano, mas em vésperas de campanha eleitoral é bom recordarmos que habitualmente só mudam as moscas.
“Os que têm surgido vêm apenas para ganhar eleições, promover-se e repartir vantagens pelos amigos e pelos arrivistas de sempre; usam sem escrúpulos sofismas que só retardam a compreensão das coisas e dificultam a aplicação das decisões essenciais. Montam circos atraentes para impressionar, acenam com «facilidades» que não existem e prometem um «amanhã» que nunca chegará. Servem-se e servem outros.”
Medina Carreira, no Público de 13/06/2008
Apache, Agosto de 2009

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Baxter patenteou vacina “contra” o H1N1, em 2007

Segundo noticia a “Visão”, a gigante farmacêutica, Baxter, que está a produzir a vacina para a gripe causada pelo vírus H1N1, registou em 2007 a patente da dita. Já tinha referido que o H1N1, inicialmente chamado de “gripe suína” e depois rebaptizado (de forma pouco correcta) “gripe A” é (ao que parece) o mesmo vírus da “gripe espanhola”, que entre 1918 e 1920 terá morto mais de 40 milhões de pessoas. É portanto admissível que a Baxter tenha decidido produzir, preventivamente, vacina contra o dito. O que não deixa de ser uma estranha coincidência é tê-lo feito tão proximamente ao aumento da actividade do vírus e, estar agora a prepara-se para comercializar esta vacina, separadamente do “cocktail” que constitui anualmente a “vacina da gripe”, com consequentes vantagens económicas para a companhia e prejuízos para o utilizador.
“Yo no creo en brujas, pero…”
Apache, Agosto de 2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Politica à portuguesa

“A política converteu-se numa vasta associação de intriga, em que os sócios combinam dividir-se em diversos grupos, cuja missão é impelirem-se e repelirem-se sucessivamente uns aos outros, até que a cada um deles chegue o mais frequentemente que for possível a vez de entrar e sair do governo. Nos pequenos períodos que decorrem entre a chegada e a partida de cada ministério o grupo respectivo renova-se, depondo alguns dos seus membros nos cargos públicos que vagaram e recrutando novos adeptos candidatos aos lugares que vierem a vagar. É este trabalho de assimilação e desassimilação dos partidos, que constitui a vida orgânica do que se chama a politica portuguesa.
(…)
A opinião pública, marasmada pela indiferença, desabitua-se de pensar e perde o justo critério por que se julgam os homens e os factos.”
Ramalho Ortigão, “As Farpas”, 15 de Setembro de 1877

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Teixeira dos Santos, o cómico

O Estado privatizou o BPN mas não injectou dinheiro nele, a Caixa Geral de Depósitos, sim! Será que sou eu o principal accionista da Caixa?
Serão os sistemas de supervisão capazes de detectar situações de fraude deliberadamente montadas para as autoridades descobrirem?
Apache, Junho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

sábado, 16 de maio de 2009

O caixeiro-viajante (2)

O “Público” da passada quarta-feira noticiou que nos primeiros três meses de 2009, a JP Sá Couto (a empresa que monta e distribui o portátil “Magalhães”) vendeu 212 mil computadores portáteis, o que equivale a mais 206 mil que em igual período do ano anterior. Estes números correspondem a uma aumento de vendas de mais de 3 300%. Quem pensava que Sócrates era a personificação do olhar das Górgonas, desengane-se, porque ele encontrou finalmente a sua vocação, é seguramente um dos caixeiros-viajantes mais bem sucedidos do momento. O mamífero até é capaz de vender frigoríficos a esquimós.
Apache, Maio de 2009

terça-feira, 21 de abril de 2009

Prostituição (intelectual) de luxo

“É conferida permissão genérica de condução de viaturas oficiais afectas à Secretaria-Geral do Ministério da Educação ao presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores, Prof. Doutor José Alexandre da Rocha Ventura Silva” [nº 1 do Despacho 9809/2009, de 9 de Abril]. “É atribuído ao presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores, Prof. Doutor José Alexandre da Rocha Ventura Silva, um subsídio mensal de residência no montante de € 941,25 (…)” [nº 1 do Despacho 9810/2009, de 9 de Abril]. Alexandre Ventura, além destas mordomias, aufere o vencimento correspondente a professor auxiliar na Universidade de Aveiro (a tempo parcial), que acumula com o de presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP) (cargo com igual remuneração que o de Director-Geral), além de assinar relatórios mais que duvidosos validadores das políticas do ME, como este a que me referi a 27 e a 29 de Janeiro passado. O CCAP reuniu 7 vezes desde a sua constituição, pelo que o seu presidente se desloca a Lisboa (no âmbito destas funções), em média, não mais que uma vez por mês. O “artista” (segundo o “Correio da Manhã”) já em 2007 havia acumulado com a docência, funções de Subdirector-Geral da Educação e várias participações em eventos relacionados com a presidência portuguesa da União Europeia.
Apache, Abril de 2009

sábado, 11 de abril de 2009

Transparências... (2)

Mais uma dose de ajustes directos à portuguesa… 5-02-2009; Adjudicante – Direcção-Geral de Infra-Estruturas e Equipamentos; Adjudicado – Companhia Portuguesa de Computadores, Informática e Sistemas SA; Objecto – Renovação do licenciamento de software Microsoft; Montante – 9 986 794,93 euros. Quase dois milhões de contos em software? E o índio sou eu?... 27-11-2008; Adjudicante – Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação; Adjudicado – Apoio XXI, Lda; Objecto – Tradução de documento técnico e tradução consecutiva em acções de formação do Magalhães; Montante – 25 300 euros. Sendo o Magalhães um computador português (Sócrates dixit) esta tradução foi para a língua falada pela Margarida Moreira? 18-12-2008; Adjudicante – Câmara Municipal de Amarante; Adjudicado – Figueras Portugal; Objecto – 126 cadeiras; Montante – 61 903,80 euros. 18-12-2008; Adjudicante – Câmara Municipal de Amarante; Adjudicado – Figueras Portugal; Objecto – 126 cadeiras; Montante – 61 903,80 euros. Não. Não creio que seja engano. Quando os tipos da Câmara de Amarante se aperceberam que as cadeiras custavam a módica quantia de 491 euros e 30 cêntimos cada, correram a comprar mais 126, não fosse a promoção acabar. 31-10-2008; Adjudicante – Águas do Douro e Paiva; Adjudicado – Sumo Publicidade Lda; Objecto – Campanha de sensibilização para o consumo humano de água da torneira; Montante – 199 900 euros. Curioso como uma empresa chamada “Sumo” pode lucrar quando alguém mete água.
Uma empresa pública gasta 40 mil contos em publicidade a água da torneira, não tardará outra, a esbanjar em campanhas de gestão sustentada de recursos hídricos. Pagar-se-á alguma coisa para mandar estes tipos dar banho ao cão?
E já que se fala em publicidade, na paixão do menino Manuel Pinho, o “Allgarve”, só o “Turismo de Portugal IP” gastou em menos de um mês 375 300€, de um total de mais de 4 milhões 250 mil euros, gastos, em pouco mais de seis meses, por aquele instituto público, em ajustes directos.
Apache, Abril de 2009

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Que fique claro que eu nunca disse o que disse

“Acabámos com o anterior conceito de falta justificada ou injustificada. Há faltas! Não foi submetido à avaliação contínua? É submetido a avaliação extraordinária. A exigência é muito maior.”
Maria de Lurdes Rodrigues, ao “Diário de Notícias”, em 30 de Outubro de 2007
“Das faltas justificadas, designadamente por doença, não pode decorrer a aplicação de qualquer medida disciplinar correctiva ou sancionatória. (…) Da prova de recuperação realizada na sequência das três semanas de faltas justificadas não pode decorrer a retenção, exclusão ou qualquer outra penalização para o aluno.”
Maria de Lurdes Rodrigues, em Despacho de 16 de Novembro de 2008 [a incumprir o disposto no artigo 22º da Lei nº 3/2008, de 18 de Janeiro]
Apache, Abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Transparências...

Agora, a moda é bisbilhotar o ‘site’ “Transparência na Administração Pública”, local onde se enumeram todos os ajustes directos dos organismos do Estado. Entre tantas transparências, como é habitual, há sempre uma ou outra, interessante… 11-12-2008; Adjudicante – Estado Maior do Exército; Adjudicado – Lovinil Lda; Objecto – Reparações Gerais na cozinha do Hospital Militar Principal; Montante – 149 790 euros. Depois de concluída uma obra de 30 mil contos, na cozinha, espero que a sopinha do rancho melhore consideravelmente. 30-12-2008; Adjudicante – Câmara Municipal de Vila do Bispo; Adjudicado – Augusto Sobral Cid; Objecto – Execução de uma obra escultórica alusiva ao Infante Dom Henrique; Montante – 121 800 euros. 31-12-2008; Adjudicante – Câmara Municipal de Vila do Bispo; Adjudicado – Augusto Sobral Cid; Objecto – Execução de uma obra escultórica alusiva ao Infante Dom Henrique; Montante – 121 800 euros. O Infante Dom Henrique tinha um irmão gémeo? 26-01-2009; Adjudicante – Câmara Municipal da Amadora; Adjudicado – Engitetra, Construções Lda; Objecto – Construção da sede da Associação dos Amigos da Damaia; Montante – 119 767, 39 euros. 09-03-2009; Adjudicante – Câmara Municipal da Amadora; Adjudicado – Engitetra, Construções Lda; Objecto – Construção da sede da Associação dos Amigos da Damaia; Montante – 119 767, 39 euros. Gosto de saber que a Damaia tem tantos amigos. A ideia destas associações deve ter sido dos (sacanas) dos Infantes… 27-11-008; Adjudicante – Secretaria Regional do Plano e Finanças (Madeira); Adjudicado – Christie Manson e Woods Ltd; Objecto – Arrematação da obra de arte “The Honourable East India Company´s ship Dunira passing Funchal Bay on the Island of Madeira” da autoria do pintor inglês Thomas ButtersWorth datado de 1830; Montante – 80 584, 77 euros. 19-02-209; Adjudicante – Direcção Geral das Artes; Adjudicado – Associação Zé dos Bois; Objecto – Produção da obra a apresentar na inauguração da 53ª Bienal de Veneza; Montante – 80 000 euros. Hum… Estou com os tipos das finanças, por mais quinhentos e tal euros prefiro o pintor inglês do século XIX, por um lado, a obra do tipo tem um título que, só por si, vale a diferença e, por outro lado, “Zé dos Bois”… não sei… P.S. Quando for grande quero ir trabalhar para a “Vortal – Comércio Electrónico, Consultadoria e Multimédia SA”, empresa que em 7 meses vendeu ao Estado plataformas electrónicas de contratação para o sector público, no valor de mais de um milhão de euros.
(continua...)
Apache, Abril de 2009

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Assalto ao poder no Agrupamento de Escolas de Santo Onofre – Caldas da Rainha

Escreve Daniel Mendes, "Assessor Principal" do Director Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DRELVT): “Dos factos A Assembleia e o Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Santo Onofre – Caldas da Rainha, eleitos para o triénio 2007/2010, e actualmente em exercício, não constituíram até à presente data o Conselho Geral Transitório. Esta situação inviabiliza o desencadear do procedimento concursal para a eleição do director nos termos da legislação em vigor. Do Direito 1- O Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril, estabelece no nº 1 do artº. 62º o prazo para desencadear os procedimentos necessários à eleição e designação dos membros do Conselho Geral Transitório. 2- Tal prazo foi prorrogado até 30 de Setembro de 2008, por Despacho Interno de 30 de Abril de 2008, de Sua Excelência a Ministra da Educação. 3- Os números 4 e 5 do referido artigo referem: ”O procedimento de recrutamento do director deve ser desencadeado até 31 de Março de 2009”; “No caso do conselho geral não estar constituído até 31 de Março de 2009, cabe ao conselho geral transitório desencadear o procedimento para recrutamento do director e proceder à sua eleição”. 4- O art.º 66º do supracitado diploma determina que “nos casos em que não seja possível realizar as operações conducentes ao procedimento concursal para o recrutamento do director…, a sua função é assegurada por uma comissão administrativa provisória”.

Conclusão Do que antecede, e, tendo presente que os preceitos legais tal como decorrem da legislação em vigor e acima enunciados não foram assegurados pela direcção executiva em exercício de funções, propõe-se, salvo melhor entendimento, a cessação imediata de funções do actual conselho executivo e a nomeação de uma comissão administrativa provisória, nos termos do art.º 66º do Decreto-Lei 75/2008, de 22 de Abril. À consideração superior.” Escreve o DRELVT, José Joaquim Leitão:

“Concordo e determino a cessação do mandato do actual Conselho Executivo com efeitos a partir de hoje, 2 de Abril de 2009.” Analisando a fundamentação apresentada… Dos factos: 1- O Conselho Executivo cujo mandato agora se faz cessar foi democraticamente eleito em 2007, ao abrigo da legislação, à época em vigor (Decreto-Lei nº 115-A/1998, de 4 de Maio, e o seu mandato terminava apenas em 2010; 2- Nem a Assembleia nem o Conselho Executivo constituíram, até à presente data, o Conselho Geral Transitório, ficando assim inviabilizado o procedimento concursal que conduz à eleição do director. Do Direito: 1- “A assembleia de escola exerce as competências previstas no artigo 10.º do regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 115 -A/98, de 4 de Maio, alterado, por apreciação parlamentar, pela Lei n.º 24/99, de 22 de Abril, e só cessa as suas funções com a tomada de posse dos membros do conselho geral transitório.” (nº 1 do artigo 63º do DL 75/2008); 2- “No prazo máximo de 30 dias úteis após a entrada em vigor do presente decreto –lei [até ao dia 6 de Junho de 2008] , o presidente da assembleia de escola desencadeia os procedimentos necessários à eleição e designação dos membros do conselho geral transitório.” (nº 1 do artigo 62º do DL 75/2008); 3- “Esgotado esse prazo sem que tenham sido desencadeados esses procedimentos, compete ao presidente do conselho executivo ou ao director dar imediato cumprimento ao disposto no número anterior.” (nº 2 do artigo 62º do DL 75/2008); 4- “Os actuais membros dos conselhos executivos (…) completam os respectivos mandatos, nos termos do regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos da educação pré -escolar e dos ensinos básico e secundário, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio, alterado, por apreciação parlamentar, pela Lei n.º 24/99, de 22 de Abril, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.” (nº 2 do artigo 63º do DL 75/2008); 5- “Os mandatos das direcções executivas (…) que terminem depois da entrada em vigor do presente diploma são prorrogados até à eleição do director.” (nº 3 do artigo 63º do DL 75/2008) 6- “O mandato do director pode cessar: a) A requerimento do interessado (…); b) No final do ano escolar, por deliberação do conselho geral aprovada por maioria de dois terços dos membros em efectividade de funções (…); c) Na sequência de processo disciplinar que tenha concluído pela aplicação de sanção disciplinar de cessação da comissão de serviço, nos termos da lei.” (nº 6 do artigo 25º do DL 75/2008); 7- “O mandato dos membros do conselho executivo (…) pode cessar: a) No final do ano escolar, quando assim for deliberado por mais de dois terços dos membros da assembleia em efectividade de funções (…); b) A todo o momento, por despacho fundamentado do director regional de Educação, na sequência de processo disciplinar que tenha concluído pela aplicação de sanção disciplinar; c) A requerimento do interessado (…).” (nº 2 do artigo 22º do DL 115-A/1998, revogado pelo DL 75/2008); 8- “O conselho geral transitório assume todas as competências previstas no artigo 13º do presente decreto-lei [competências do conselho geral] cabendo -lhe ainda: (…) Proceder à eleição do director, caso tenha já cessado o mandato dos anteriores órgãos de gestão e não esteja ainda eleito o conselho geral.” (nº1 do artigo 61º do DL 75/2008). Do supra exposto resulta que: 1- No Agrupamento de Escolas de Santo Onofre existia um Conselho Executivo democraticamente eleito com mandato para gerir aquele agrupamento até 2010; 2- Não há factos que provem que a não constituição, no prazo legalmente previsto, do Conselho Geral Transitório constitua culpa ou dolo de qualquer dos membros do Conselho Executivo eleito, nem disso parece suspeitar o DRELVT, pois não ordenou a instauração de qualquer procedimento de inquérito, quanto mais disciplinar. Aliás, a não constituição daquele órgão deve-se ao não aparecimento de listas de docentes, como parece ser do conhecimento da direcção regional; 3- Quer se evoque o DL 115-A/98, entretanto revogado, ao abrigo do qual o órgão de gestão foi eleito, quer se evoque o DL 75/2008, o mandato dos elementos daquele órgão só pode cessar por despacho do DRELVT na sequência de processo disciplinar que tenha concluído pela aplicação de sanção disciplinar de cessação da comissão de serviço, processo esse, sublinho, inexistente; 4- Ainda que existissem listas e o Conselho Geral Transitório estivesse integralmente constituído, este órgão não poderia avançar para a abertura do procedimento concursal conducente à eleição do director porque não terminou o mandato do Conselho Executivo; 5- Do espírito do articulado legal acima apresentado evidencia-se que a nomeação de uma comissão administrativa provisória (CAP), ao abrigo do artigo 66º do DL 75/2008 só tem sentido se o conselho executivo eleito se demitir ou for legal e fundamentadamente destituído ou, tendo este terminado mandato, recusar a prorrogação do mesmo. Mais, mantendo-se o mandato da Assembleia (nº1 do artigo 63º do DL 75/2008), não se vislumbra compatibilidade legal entre esta e a CAP agora nomeada. Em conclusão, salvo melhor opinião, o despacho de 2 de Abril de 2009, do Excelentíssimo Senhor Director Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo é manifestamente ilegal por violação grosseira do disposto nos artigos 61º, 62º e 63º do Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril.

Apache, Abril de 2009