Segue-se uma pergunta (diferente) a cada um dos entrevistados (também por ordem alfabética)...
M@M pergunta à Daniela de Souza Onça: “As suas actividades académicas e profissionais, permitem-lhe o contacto directo com jovens que ainda aspiram ao ingresso nas universidades brasileiras. Desse contacto, é-lhe possível fazer uma avaliação da qualidade da informação, sobre o clima, que circula entre esses jovens?”
“A informação que eles trazem para a sala de aula é 100% proveniente da comunicação social, com a sua costumeira superficialidade, alarmismo e polarização. No entanto, noto entre eles algo ainda mais perigoso: todos eles sabem que estão encarregados de ‘salvar o planeta’ mas, curiosamente, um número considerável não sabe quem é o Al Gore ou o que é o IPCC. A informação deles é extremamente difusa, como se neles tivesse sedimentado um novo senso comum, que nem sequer precisa de ser discutido ou receber mais informações, mesmo as provenientes dos alarmistas. ‘O planeta estar a aquecer devido às emissões humanas de dióxido de carbono’ é algo, para eles, tão óbvio como ‘o céu ser azul’ ou ‘a água molhar’. Mas, por incrível que pareça, um número não desprezível deles (talvez uns 20%) fica muito satisfeito com as aulas em que desmascaro a farsa, usando conceitos bastante rudimentares de Geografia, Física e Química, e tranquilizam-se quando percebem que o mundo não vai acabar e que deixam de constituir mais uma massa amorfa, útil à manobra de políticos e empresários! Por isso, ainda tenho esperança que um pouco mais de esclarecimento às pessoas possa retardar ou mesmo evitar os projectos ilegítimos agora em curso.”
M@M pergunta ao Geraldo Luís Lino: “No seu livro ‘A fraude do aquecimento global’ há uma breve, mas muito interessante, referência à ‘ciência da noosfera’. Seria possível explicar isto?"
“O conceito de ‘noosfera’, ou esfera da razão, foi desenvolvido a partir da década de 1920, pelo grande cientista russo Vladimir Vernadski, iniciador da Biogeoquímica como disciplina científica voltada para o entendimento dos fluxos energéticos, os ciclos dos elementos químicos e as transformações que ocorrem nas interacções entre os seres vivos e o meio físico. Para ele, partindo do conceito da biosfera, a esfera da vida, a ‘noosfera’ representa o estado mais avançado do processo evolutivo, com o qual a humanidade passa a actuar como uma ‘nova força geológica’ na transformação do meio físico-biológico no qual se insere. Vale a pena sublinhar que estas transformações são vistas como consequências naturais da presença humana no planeta, em vez de intervenções eminentemente deletérias, como propõem os adeptos de uma visão idílica da natureza e do ambiente.
Infelizmente, o trabalho de Vernadski sofreu grandes limitações políticas durante o regime soviético e, mesmo depois do fim da URSS, ainda é pouco conhecido fora da Rússia e da Ucrânia, sobretudo, pela escassez de traduções para as línguas ocidentais. Nem em inglês existem muitos trabalhos dele publicados e, em português não há nenhum. Mas, aos poucos, este cientista começa a receber a importância que lhe é devida. A expressão ‘ciência da noosfera’ tem sido proposta para qualificar a actualização e o desenvolvimento das linhas de estudos propostas por Vernadski para identificar e quantificar as interacções entre a humanidade civilizada e o meio em que vive. Pela minha parte, estou convencido que se trata do caminho certo para que, futuramente, possamos tratar essas interacções de uma forma verdadeiramente científica, em lugar da orientação eminentemente ideológica que prevalece hoje. Por isso, também espero ver brevemente edições dele, em português.”
M@M pergunta ao Luiz Carlos Molion: “Na sua longa e notável carreira, houve certamente oportunidade de observar o comportamento de, pelo menos, duas gerações de cientistas brasileiros. Houve alguma melhoria na qualidade dos nossos cientistas ou, pelo contrário, houve um decréscimo na qualidade intelectual geral ou mesmo da qualidade moral desses cientistas?”
“Há 40 anos que me dedico aos estudos do clima. Ao longo destes anos, lutámos para dotar o Brasil das condições que tem hoje e que o colocam em destaque na área da Meteorologia e da Climatologia, ao mesmo nível dos países desenvolvidos. Procuramos transmitir aos nossos seguidores, através das nossas aulas e palestras, a integridade e a ética científicas e a autenticidade e veracidade na publicação dos resultados científicos obtidos, deixando clara a metodologia para que tais resultados possam ser replicados. Sim, houve, sem dúvida, grande progresso nesta área da Ciência e na qualidade intelectual dos nossos profissionais, em relativamente pouco tempo! Porém, tal como noutros países, em particular a Inglaterra e os EUA, agora em foco no caso do AGA, existem cientistas brasileiros que procuram aproveitar-se da situação em benefício próprio, relegando para segundo plano os princípios básicos que regem a Ciência e o comportamento dos cientistas na comunidade e na sociedade.”
M@M pergunta ao Ricardo Augusto Felício: “Desde o início das actividades do M@M que nos preocupamos com o tema geral do ambientalismo e para isso, através de traduções e de artigos dos nossos colunistas, recorremos a fontes estrangeiras, nomeadamente americanas, australianas e britânicas. Foi muito grata a nossa surpresa ao verificar a existência de grupos como o ‘FakeClimate’.
Quais são as perspectivas e planos deste grupo de pesquisadores e cientistas brasileiros no âmbito académico, especificamente na climatologia?”
“A ideia do ‘FakeClimate’ era justamente unificar a visão de todos os cientistas brasileiros, das mais variadas áreas, que se sentiam incomodados com a falácia do AGA e com os seus desenvolvimentos. Desta maneira, um pequeno grupo de pesquisadores de Meteorologia, Geografia e Climatologia (aqui incluídas tanto a visão da Meteorologia como a da Climatologia Geográfica) juntaram-se para coleccionar artigos nacionais e internacionais, além de escrever e publicar artigos na nossa língua. Uma vez estabelecido, o grupo foi crescendo, com participação de engenheiros ambientais, professores, oceanógrafos, ambientalistas (ou seja, aqueles que, de facto, entendem as relações escalares). Vale a pena destacar que o grupo não recebe financiamento de nenhuma instituição, pública ou privada. Mantemos contacto efectivo com diversos pesquisadores internacionais, trocando com eles informações, literatura e trabalhos. Não temos ideologias políticas ou religiosas e não servimos a ninguém. Os trabalhos são realizados à custa de grande esforço, com recursos tirados da venda da nossa força de trabalho individual. A muito custo, conseguimos publicá-los em revistas, jornais e eventos científicos (mas muitas vezes são simplesmente recusados, com o argumento de não serem científicos!). Enquanto os pseudocientistas recebem somas fabulosas de dinheiro para ‘comprovar’ a existência do ‘aquecimento global’ de origem antropogénica através dos seus modelos climáticos irreais, nós, para juntar R$270,00 para manter a nossa página na Internet por mais dois anos no ar tivemos que fazer uma vaquinha entre os voluntários do grupo. Por outras palavras, com muita massa cinzenta e quase nenhuns recursos, escrevemos trabalhos de pesquisa sérios e eficientes na área de Climatologia Geográfica e de outras ciências afins, bem como mantemos publicados os artigos dos pesquisadores cépticos do Brasil e do exterior, sem nenhum ónus para estes.
Temos diversos planos de pesquisa já em andamento e outros ainda em fase de preparação. Alguns vão ter de ficar na gaveta por falta de recursos financeiros para a compra de material de pesquisa.
Mas parece-me importante deixar bem claro, para os leitores desta entrevista, que não há evidência nenhuma de que os gases com ‘efeito de estufa’ produzidos pelos humanos façam a temperatura do planeta subir! Os alarmistas sabem disso e por isso vão inventando disparates para dizer que essas evidências existem. Imagens de frentes de glaciares a desabar, mortes de ursos polares, descoloração de uma ou outra barreira de coral e falso alagamento de ilhas do Pacífico não são evidências de ‘aquecimento global’, muito menos de eles serem causados por actividades humanas. Se fosse assim, não continuariam a gastar bilhões de dólares nas ilhotas do Dubai! Além disso, é lastimável ver qualquer evento meteorológico extremo propagandeado como evidência de que o AGA existe. Eventos meteorológicos extremos sempre existiram e fazem parte dos ciclos de variabilidade natural do clima. O que acontece actualmente é que aprendemos a monitorizá-los.
A meu ver, e de um modo geral, a Ciência acabou. Tornei-me céptico diante de tudo o que vejo, leio e ouço. Cada vez que vejo investigadores fortemente comprometidos com interesses comerciais e políticos, não vejo como é possível acreditar nos seus resultados. Esta patifaria é, obviamente, propositada. Quando as populações do mundo acordarem para o facto de que a ‘ciência’ tem manipulado tanta coisa em benefício de alguns grupos, elas nunca mais acreditarão nos seus resultados e o desfecho disto é que cairemos numa nova idade das trevas. Desde os anos noventa que se nota uma corrida desenfreada rumo à mais completa irracionalidade. Penso que devemos tentar salvar as ilhas de Ciência que ainda restam.
Para concluir, desafiamos os alarmistas (internacionais e nacionais) como o Carlos Nobre, por exemplo a demonstrarem a existência do AGA sem o uso dos seus modelos computorizados viciados. Ficará evidenciada a falácia, pois o AGA só existir no mundo da fantasia dos modelos climáticos que criaram para o comprovar! Estes modelos estão astronomicamente errados e só servem para tentar manter uma parte da ciência meteorológica ainda viva: a dos modelos computorizados. Esta ciência tem-se mostrado ineficiente e pouco evoluiu. Há 40 anos ela prognosticava o tempo com razoável certeza de dois dias, hoje faz-se mais ou menos o mesmo para sete dias, mas só se acerta se nenhum factor, não previsto nos modelos, não interferir nos processos. Como é possível prevermos com estes modelos o clima daqui a 100 anos? Só pode ser piada construímos uma nova sociedade em cima de resultados de modelos computorizados aldrabados e que nada representam."
Apache, Maio de 2011