terça-feira, 21 de julho de 2009

A história repete-se?

“O Árctico parece estar a aquecer. Relatos de pescadores, caçadores e exploradores da região de Spitzbergen e também do Árctico Oriental, apontam todos para alterações radicais nas condições climáticas e para temperaturas tão elevadas que nunca antes haviam sido relatadas naquela área da superfície terrestre.” A 10 de Outubro de 1922, por George Nicolas Ifft, cônsul americano em Bergen, Noruega, em relatório ao Departamento de Estado em Washington D.C. [Tradução minha]
Apache, Julho de 2009

domingo, 19 de julho de 2009

"This is the life" - Amy MacDonald

Uma letra fraquinha, mas uma música que fica no ouvido.

Apache, Julho de 2009

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sai um Plano de Apoio a Matemática…

A “Lusa” fez circular ao início da tarde de hoje, uma notícia (não assinada) que revela bem o tipo de jornalismo acrítico e subserviente aos interesses políticos, tão em voga na comunicação social portuguesa. Lê-se, na notícia veicula pela “Lusa, entretanto difundida por vários órgãos de comunicação social, que segundo um relatório da Comissão Europeia, divulgado hoje, “os professores portugueses em final da carreira são os mais bem pagos da União Europeia atendendo ao nível de vida do país”. Acrescentando: “se o salário bruto de um professor português no início da sua carreira é de 97,3 por cento do PIB per capita (indicador do nível de vida de um país), essa percentagem aumenta para 282,5 por cento no final dos seus anos de trabalho, de longe o valor mais elevado dos países analisados.”
Ponto 1 – Quem escreve a notícia, ou é muito distraído, ou não sabe que o Produto Interno Bruto (PIB) de um país não é um “indicador do nível de vida”, mas um dos vários indicadores sobre os quais é possível teorizar sobre o estado da economia. A título de exemplo, nas Bermudas, cujo PIB per capita é superior a 70 mil dólares (o 4º maior do mundo) mais de 3 vezes o português e 50% acima do norte-americano, cerca de 20% da população vive abaixo do limiar da pobreza, tal qual em Portugal.
Ponto 2 – Os números divulgados, referentes a Portugal, estão errados. Claro que o erro, provavelmente não é do autor da notícia mas sim dos autores do relatório. No entanto, tratando-se de números públicos, facilmente verificáveis através da internet (por exemplo), só a avidez pelo sensacionalismo pode justificar a falta de contraditório ao arrazoado debitado de Bruxelas.
Ponto 3 – Não é referido na notícia, se os valores apresentados são líquidos ou brutos e isso altera significativamente as possíveis conclusões dos leitores.
Ponto 4 – A comparação de vencimentos entre as várias profissões, num mesmo país, ou em função do custo de vida, entre países, faz bem mais sentido que a comparação destes com o PIB. Tal comparação torna-se, em muitos casos, ridícula. Atente-se, a título de exemplo, ao PIB per capita de Lisboa, cerca de 36 mil euros, e ao de Viana do Castelo, cerca de 10 400 €. Fará sentido, um professor de Lisboa, com idênticas habilitações e idêntico tempo de serviço, ganhar três vezes e meia mais que um docente em Viana do Castelo?
É por demais evidente, que se quer fazer passar a ideia, anteriormente repetida ‘ad nauseum’ pelos dirigentes do Ministério da Educação que os professores portugueses são bastante bem pagos, por comparação com os seus congéneres da União Europeia. Tal não corresponde à verdade. A generalidade dos professores portugueses aufere salários líquidos bem abaixo da média europeia, nem outra coisa seria de esperar, pois o mesmo acontece com a generalidade das profissões. Apenas no topo da carreira, os vencimentos ultrapassam ligeiramente a média europeia, no entanto, esse topo de carreira é atingido, na generalidade, com mais anos de serviço.
Em jeito de correcção aos valores apresentados na notícia (e alegadamente no relatório de Bruxelas) deixo os números de 2008 (neste ano, o PIB nacional per capita foi de 15 641,65 € - Fonte INE):
Vencimentos ilíquidos:
Escalão mais baixo (contratados) – índice 89 – 786,52 €/mês – 11 011,28 €/ano – 70,4% do PIB
Escalão mais alto – índice 340 – 3 004,68 €/mês – 42 065,52 €/ano – 268,9% do PIB
Vencimentos líquidos:
Mais baixo (solteiro s/ filhos) – 648,88 €/mês – 9 084,32 €/ano – 58,1% do PIB
Mais alto (casado 4 ou + filhos) – 2 208,44 €/mês – 30 918,16 €/ano – 197,7% do PIB
Alguém quer comparar com outras profissões de formação académica superior, em Portugal ou noutro país da União Europeia?
Apache, Julho de 2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Qual Penélope Cruz, qual Scarlett Johansson, o H1N1 é que está a dar

Se digitarem no Google, Penélope Cruz, aparecem-vos como resultado da procura, cerca de 10,2 milhões de páginas. Se a opção de busca for por, Scarlett Johansson, as páginas encontradas sobem para 13,5 milhões. Confirma-se, portanto, a máxima: “os homens preferem as louras…” ou talvez não. É que, em pouco mais de três meses, a (alegadamente) nova estirpe de vírus da gripe, a H1N1, tornou-se tão mediática que destronou as conhecidas actrizes. Uma pesquisa por H1N1, no citado motor de busca, revela 14,9 milhões de páginas. Já todos sabemos que a popularidade de determinada pessoa nem sempre é directamente proporcional à qualidade do trabalho por si desenvolvido. Parece agora, que idêntica extrapolação é extensiva a muitos outros assuntos. O mediatismo da gripe, que começou por ser suína, depois mexicana e agora é conhecida por Gripe A (como se não existissem mais 143 estirpes de vírus da gripe do tipo A) não pára de aumentar. Em Portugal, (segundo números do Ministério da Saúde) o número de pacientes que contraiu o vírus atingiu hoje a centena. Ainda não percebi o interesse nesta cuidada contagem. Não estado nós perante um surto de gripe (mesmo considerando a totalidade das estirpes, dos três diferentes tipos de vírus da “influenza”), aliás, o Verão (apesar das cada vez mais baixas temperaturas) é normalmente a época do ano mais hostil ao vírus, para quê este preciosismo e esta mediatização? Mesmo no Hemisfério Sul, que atravessa agora o Inverno (estação mais favorável à disseminação da gripe, ainda para mais, quando vários países estão sobre os efeitos de intenso e invulgar frio) o H1N1 não tem, felizmente, justificado o alarmismo que grassa na comunicação social, mundo fora. Sabe-se que o sistema imunológico humano se debilita em situações de stress e de medo ou pânico, então porquê insistir nestas ridículas e minuciosas contagens? Acaso os jornalistas ou as autoridades de saúde se deram ao trabalho de comparar, em determinado período de tempo, o número de pacientes atingidos pelo H1N1, com o dos restantes infectados pelas demais estirpes? Não sei se há estatísticas destas em Portugal, se há não consegui aceder-lhes, mas nos Estados Unidos, a partir dos dados fornecidos pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention) é possível fazer uma estimativa. Desde meados de Abril até ao passado dia 10 de Julho (página actualizada às 11 horas locais), nos EUA, tinham sido contabilizados 37 246 casos, dos quais resultaram 211 mortos. Em igual período, as restantes estirpes de vírus terão infectado, na melhor das estimativas, perto de 4 milhões de americanos (a população está estimada pela CIA em 307 milhões de habitantes e a taxa de infecção varia entre os 5 e os 20% ao ano). Neste período, a totalidade de vírus “influenza” terá morto, naquele país, cerca de 9 mil cidadãos.
Apache, Julho de 2009

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dona Flor e seus dois maridos

A propósito das críticas tecidas por António Barreto, no “Público” de ontem, às políticas educativas seguidas pela cúpula dirigente do respectivo ministério, o professor Manuel Brás, do blogue “Amêijoa Fresca” resume assim, a acção da tutela:
"À lenta deriva inicial, segue-se o rápido afundamento, da política demencial regulamento atrás de regulamento. A ideia de facilidade é democrática e igualitária, é esta a moralidade de uma política segmentária! Com base na autoridade do mais puro despotismo, tamanha é a imbecilidade deste ignóbil autismo! As oportunidades perdidas desta bandeira educativa, pois as pessoas foram iludidas pela propaganda governativa. Esta triste realidade, com milhões desperdiçados, é feita de futilidade e de diplomas amassados! Sem retorno tangível para o resto da sociedade, esta política fungível dilacera até à saciedade! Mais que esfarrapada, o ridículo simplista, a justificação empapada da educação socialista. Tamanha é a coragem desta ridícula postura, a educação é uma miragem com esta falta de cultura! Os despojos educativos desta política miserável, são ademais elucidativos da podridão deplorável." [Manuel Brás]
Apache, Julho de 2009

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Há cada maluco...

Na reunião do G8 (grupo dos 8 países mais industrializados do mundo) que decorre na cidade italiana de L’ Aquila (agora tristemente famosa pelo recente sismo de média intensidade que fez um elevado número de vítimas) os líderes das maiores economias mundiais concordaram na necessidade de manter o “aquecimento global médio” em menos de 2 ºC face às temperaturas pré-industriais. Se ignorarmos o estado de demência de quem pretende um acordo deste tipo, isto até tem a sua graça. Senão vejamos: A era pré-industrial é qualquer data que der jeito a cada um. Alguém acredita que o Burkina-Faso já começou a sua era industrial? E o Kiribati? Por sua vez, para os europeus, é qualquer data antes de 1850, que tanto pode ser 1500 como 3000 antes de Cristo; A temperatura média global, de hoje, ninguém sabe qual é, depende de quantos e quais os termómetros, de que locais, vão ser usados para calcular a média; Certamente, no Burkina-Faso muito poucos sabem o que é um termómetro, e em 1850 também muito poucos europeus sabiam o que era; Temperatura é uma grandeza física que a maioria dos políticos também não sabe o que é. E em 3000 A.C. ainda ninguém se tinha dado ao trabalho de inventar a palavra.
Imagine-se agora que, daqui a dois anos, ou dez, é irrelevante, aparece um gajo ainda mais lunático que estes do G8, que a NASA, o IPCC ou outro caça-subsídios qualquer, vão recrutar a uma qualquer associação de alcoólicos anónimos (assim, do estilo Pachauri, o bruxo que actualmente preside ao IPCC), vem dizer que a temperatura do planeta subiu 2,07 ºC nos últimos anos (inventam-se sempre números com várias casas decimais para dar uma ideia de rigor à coisa). O que fazem os líderes do G8? Subsidiam a indústria dos frigoríficos? Ou arranjam um biombo para encobrir o Sol?
Apache, Julho de 2009

quarta-feira, 8 de julho de 2009

“A caixa negra do PS e a Educação”

“O episódio Manuel Pinho tornou degradante o debate sobre o estado da nação. A grosseria a que o país assistiu em directo espelha a cultura que nos tem governado nos últimos quatro anos, afastada do povo e sem respeito pelo órgão que o representa. Não me interesso por futebol. Mas as recentes eleições do Benfica entraram-me em casa e demonstraram-me que o Estado está em licença sabática. Um tribunal tomou uma decisão sobre o acto. Logo os visados anunciaram que não a cumpririam. E não cumpriram, não se coibindo de a comentar na televisão, em linguagem ordinária. E nada aconteceu, para além de celebrações entusiásticas em que participaram figuras públicas, que desempenharam e desempenham cargos de grande responsabilidade social. O verdadeiro estado da nação está espelhado nestes episódios da vida quotidiana. A criação de mitos é sempre servida por poderosas máquinas comunicacionais. À sombra dos mitos acoitam-se legiões de incondicionais. E quando o processo claudica, face à linguagem incontestável dos resultados, é degradante ver a máquina em tentativa desesperada de se auto-alimentar, à custa do que julgam ser a irracionalidade dos outros. Caiu Jardim Gonçalves, caiu Rendeiro, caiu Oliveira e Costa, caiu Dias Loureiro, afunda-se Sócrates e este PS alienante e redutor. O eleitorado tem dois meses para lhe analisar a imensa caixa negra e perceber as causas do desastre. No que à Educação respeita, a próxima legislatura tem uma tarefa: apanhar os cacos e trazer paz às escolas e aos professores. Para isso tem, entre outras, oito acções incontornáveis, a saber: a) Assumir, finalmente, a autonomia das escolas. O paradigma tradicional de gestão do sistema está esgotado. O poder tem de confiar nos professores e entregar-lhes a responsabilidade efectiva de gestão das suas escolas. Como corolário óbvio, devem ser extintas as direcções regionais de Educação e proceder-se à adequação consequente da estrutura orgânica do Ministério da Educação. As valências centrais devem limitar-se à definição das políticas de natureza nacional, à supervisão, ao controlo da qualidade e aos instrumentos de avaliação e relativização dos resultados. Deste enunciado genérico emana a imperiosa necessidade de despolitizar todos os serviços técnicos. Há que ganhar uma estabilidade de funções, que persista para lá das mudanças dos políticos, protegendo a administração superior da volatilidade política. b) Conceber um verdadeiro estatuto de carreira docente, em que os professores portugueses se revejam, que seja instrumento de desburocratização da profissão, fixador de claro referencial deontológico, gerador de estabilidade profissional e indutor de uma verdadeira autonomia responsável, de natureza pedagógica, didáctica e científica. Naturalmente que o fim da divisão da carreira em duas é obrigatório. Naturalmente que a adequação das necessidades das escolas à dimensão dos quadros é desejável. c) Definir um modelo de avaliação do desempenho útil à gestão do desempenho, isto é, que identifique obstáculos ao sucesso e se oriente para os solucionar, que tenha muito mais peso formativo que classificador. Que se preocupe mais com a apropriação, por parte dos professores, dos valores que intrinsecamente geram sucesso e melhoram o desempenho, que com os instrumentos que extrinsecamente o pretendam promover. Que reflicta a evidência da complexidade do acto educativo, que não pode ser alvo dos mesmos instrumentos que se aplicam à medição de bens tangíveis. Que assente no reconhecimento de que a actividade docente tem uma natureza eminentemente colaborativa e dispensa instrumentos geradores de competição malsã. Que seja exequível e proporcional à sua importância no cotejo com outras vertentes da profissão. d) Alterar o modelo de gestão das escolas, compatibilizando-o com o novo paradigma de autonomia, devolvendo-lhe a democraticidade perdida, adequando a natureza dos órgãos às realidades sociais existentes e abandonando a lógica concentradora do poder num só órgão. e) Alterar o estatuto do aluno, orientando-o como instrumento promotor de disciplina e gerador de responsabilidade, rigor e trabalho. Deve ser abandonada a promoção estatística do sucesso e retomada a seriedade dos instrumentos de certificação dos resultados. f) Redefinir globalmente os planos de estudo e os programas disciplinares, articulando-os vertical e horizontalmente. Cabe aqui a aceitação de que há limites institucionais e pessoais, uma hierarquização de importância das diferentes disciplinas, em função de faixas etárias, ciclos de estudo e orientação vocacional, e um papel nuclear de outras, que se deve reflectir na composição dos curricula. g) Reorganizar as actividades de resposta a necessidades educativas especiais, com expresso abandono de utilização, em contexto pedagógico, da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e retorno dos professores especializados ao trabalho exclusivo com crianças portadoras de necessidades especiais. h) Devolver aos professores espaço e tempo para reflexão sobre a prática profissional e autoformação e promover o debate sobre conceitos educacionais não suficientemente apreendidos pela sociedade. Com efeito, a insuficiente tentativa de obter consensos possíveis sobre esses temas e o fomento de climas de quase ódio entre correntes doutrinárias opostas e ideologias políticas diversas têm impedido que as decisões perdurem para além dos tempos políticos e mudem em função do livre arbítrio de sucessivos governos e ministros.”
Santana Castilho, professor do ensino superior, no "Público" de hoje

terça-feira, 7 de julho de 2009

Valter Lemos e a “stand up comedy” (2)

Foram afixadas hoje as pautas da 1ª fase dos Exames Nacionais do Ensino Secundário. Na conferência de imprensa, promovida pelo Ministério da Educação (ME), para apresentação dos resultados, o Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, afirmou: “Os resultados da 1.ª fase dos exames do Ensino Secundário evidenciam uma tendência de estabilidade dos resultados, numa época de exames que tem sido exemplar, com provas de elevada qualidade, adequadas e, até ao momento, sem falhas.” Em primeiro lugar, acho que devemos agradecer a esta equipa do ME, pelo facto de os “resultados evidenciarem estabilidade dos resultados”. Em segundo lugar, devemos estar gratos ao GAVE (organismo do ME responsável pela elaboração dos exames pelas provas “de elevada qualidade e até ao momento sem falhas”, produzidas. Isto, apesar dos vários erros, perdão, apesar dos vários lapsos, gafes e perdas de rigor científico, das provas (“de elevada qualidade”) emanadas daquele “Gabinete”, nomeadamente o exame de Física e Química A (código 715), por sinal, uma prova, uma vez mais, excessivamente fácil, com consulta de formulário e de inúmeras páginas dos cadernos e dos livros que os alunos colocam nas calculadoras gráficas programáveis permitidas pelo ME, que ainda assim, se mantém de há longos anos a esta parte, a pior média a nível nacional (8,4 valores, este ano), e a disciplina com maior percentagem de reprovações (24% em 2009). Quem gostar de humor negro, pode ler aqui o texto integral das declarações do Secretário de Estado, e ver aqui, as médias nacionais dos exames da 1ª fase, dos quatro últimos anos.
Apache, Julho de 2009

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A última música que Michael Jackson cantou

Nunca fui fã da música de Michael Jackson, reconheço no entanto que conjuntamente com Madonna (13 dias mais velha) constitui um dos maiores ídolos musicais das últimas décadas. Excêntrico, polémico, amiúde envolto em rocambolescos “acontecimentos”, mas acima de tudo um artista com qualidades excepcionais, Michael Jackson, o cantor que detém vários recordes de discos vendidos, deixou-nos de forma inesperada em circunstâncias ainda por apurar. É em jeito de singela homenagem que deixo minuto e meio da música “They don´t care about us” (a música cujo videoclipe foi gravado na Favela de Santa Marta, no Rio de Janeiro), a última do seu último ensaio a 23 de Junho de 2009, cerca de 40 horas antes de partir.

Apache, Julho de 2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Estará o PS a trabalhar para a maioria absoluta… do PSD?

No último debate parlamentar antes das férias, Manuel Pinho, à hora, Ministro da Economia dirigia-se aos deputados nos moldes que a imagem documenta. Portugal, a mais velha nação da Europa e historicamente uma das mais prestigiadas nações do mundo, não pode continuar a dar-se ao luxo de ter, há vários anos a esta parte, nos mais altos cargos da nação, gentinha sem competência, sem educação, sem cultura e sem o mínimo sentido de estado. Se os principais partidos políticos querem reocupar alguma credibilidade junto da opinião pública, além de uma imperiosa alteração de políticas, têm de parar de arregimentar nas suas fileiras a borra da nossa sociedade.
Apache, Julho de 2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Temos a escola que a maioria quer?!

“As provas de avaliação sempre suscitaram a repulsa dos pedagogos “modernos”. O argumento era o de que semelhantes testes não reflectem o que os alunos realmente sabem. Os exames nacionais aplicados pelo corrente Ministério da Educação demonstram que os pedagogos “modernos” tinham razão: as notas aproximam-se da excelência e os alunos não sabem nada. Isto sucede porque cada ano os exames se vão adequando ao QI de Forrest Gump. Por enquanto a subida nas respectivas médias só eleva as crianças indígenas a lugares honrosos nas tabelas comparativas internacionais. Mas quando o exame de Matemática do 12.º ano se resumir a pintar com guache o algarismo 8, não duvido que o topo das tabelas será nosso. Parece bom? Se calhar é bom. É certo que, aqui ou ali, duas dúzias de líricos protestam as quebras nos padrões de exigência e avisam que o Estado está a fabricar idiotas. E depois? Não compete ao Estado democrático formar génios: compete-lhe, como prometia a Declaração de Independência americana, criar condições para a felicidade das pessoas. E as pessoas, pelo menos no que toca ao ensino, estão felizes. O ministério congratula-se com o brilharete estatístico. As crianças também andam contentes e, embora exibam dificuldades em se exprimir numa língua existente, surgem nos “telejornais” a considerar “bué da fácil” os testes de Português. E a CONFAP, uma coisa que diz confederar as associações de pais, aplaude, ressalvando que os exames ainda são um nadinha exigentes e que, em vez de se ocupar com trivialidades, a escola tem de investir na “componente de apoio à família”, leia-se armazenar por tempo indefinido os meninos que os progenitores não aturam. A experiência própria junto dos pais (não confederados) que conheço, confirma a tendência. Com excepções, a maioria aceita com jovialidade que no final da “primária” (ignoro a designação actual), a descendência não consiga identificar o País num mapa ou demore meia hora a ler um rótulo de Nestum. Suponho que, no final do “secundário”, a descontracção face a estes ligeiros óbices permaneça igual. A única função que a generalidade dos pais exige à escola é a de ama-seca, capaz de lhe devolver os petizes ao fim do dia em perfeita saúde e, o que não custa, com um boletim escolar limpo de reprovações, castigos e demais maçadas. O pormenor de os cérebros dos petizes continuarem limpos de instrução não perturba milhões de envolvidos. E porque deverá perturbar um punhado de observadores distantes? Numa perspectiva racional, de facto não há motivo para que a escola preste serviços não requisitados pela sociedade em que se insere. Se quase ninguém o deseja, o ensino tradicional perdeu a razão de ser, e por isso até estranhei ver o eng. Sócrates, na entrevista à SIC, todo orgulhoso por oferecer às crianças “competências informáticas” e fluência em Inglês. Logo a seguir, porém, lembrei-me que a informática corresponde aos joguinhos do Magalhães e que o Inglês é provavelmente técnico. A notável carreira do eng. Sócrates mostra que não é preciso muito mais.”
Alberto Gonçalves, na “Sábado” da passada quinta-feira (25/06/2009)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Pois é! Mas isso não interessa nada a certos "artistas".

"Afirmar que o dióxido de carbono antropogénico é responsável pelo aquecimento do clima da Terra é cientificamente insuportável." [Tradução minha]
Patrick Frank, doutorado em Química pela Universidade de Stanford (Califórnia), Maio de 2008

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Politica à portuguesa

“A política converteu-se numa vasta associação de intriga, em que os sócios combinam dividir-se em diversos grupos, cuja missão é impelirem-se e repelirem-se sucessivamente uns aos outros, até que a cada um deles chegue o mais frequentemente que for possível a vez de entrar e sair do governo. Nos pequenos períodos que decorrem entre a chegada e a partida de cada ministério o grupo respectivo renova-se, depondo alguns dos seus membros nos cargos públicos que vagaram e recrutando novos adeptos candidatos aos lugares que vierem a vagar. É este trabalho de assimilação e desassimilação dos partidos, que constitui a vida orgânica do que se chama a politica portuguesa.
(…)
A opinião pública, marasmada pela indiferença, desabitua-se de pensar e perde o justo critério por que se julgam os homens e os factos.”
Ramalho Ortigão, “As Farpas”, 15 de Setembro de 1877

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Teixeira dos Santos, o cómico

O Estado privatizou o BPN mas não injectou dinheiro nele, a Caixa Geral de Depósitos, sim! Será que sou eu o principal accionista da Caixa?
Serão os sistemas de supervisão capazes de detectar situações de fraude deliberadamente montadas para as autoridades descobrirem?
Apache, Junho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Quantos são? Quantos são?

Dos resultados das eleições para o Parlamento Europeu, realizadas no passado domingo (7 de Junho), além da óbvia insatisfação de muitos, com o partido do vendedor de portáteis que veste Armani, evidenciou-se (uma vez mais) a abstenção, que de acordo com os dados oficiais (1:20 de 12/06/2009, quando faltam apurar apenas 10 consulados) se cifrou em 63,15%. Na página da Direcção Geral da Administração Interna (onde se publicam os resultados) pode ver-se o número total de eleitores inscritos em Portugal, 9 491 592. Consultando o portal do Instituto Nacional de Estatística (INE) verificamos que o número de residentes em território nacional é de 10 617 575, dos quais 1 628 852 têm menos de 15 anos de idade. Ora como sabem, em Portugal, para se poder votar tem de se ter mais de 18 anos e estar inscrito no recenseamento eleitoral. Na mesma página do INE lemos que há 1 236 004 residentes, com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos, pelo que, os que têm entre 15 e 18 anos serão sensivelmente 30% destes, ou seja, 370 801. Noutra página do referido portal, o INE informa-nos que os estrangeiros residentes em Portugal são 401 602. Ora, se a todos os residentes em território nacional subtrairmos os cidadãos estrangeiros e os portugueses com idade inferior a 18 anos, chegamos a 8 216 320 eleitores, em contraste com os já citados 9 491 592 constantes nos cadernos eleitorais. Dir-me-ão que deverão haver portugueses inscritos em território nacional que já não residem cá. Provavelmente haverá, mas dificilmente serão em número superior, aos que, tendo já completado dezoito anos, ainda não constam dos cadernos eleitorais. Em conclusão, ou o INE não tem a menor ideia de quantos somos, ou os cadernos eleitorais contêm mais de um milhão, duzentos e setenta e cinco mil, eleitores fantasma (um número superior ao dos votantes no partido vencedor).
Apache, Junho de 2009

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Sondagens e indignações

Anda meio mundo indignado com os resultados das sondagens. Das cinco elaboradas na semana que antecedeu o acto eleitoral para o parlamento europeu, quatro davam a vitória ao PS, tendo todas elas falhado por excesso, as previsões de votos no partido no Governo. Por sua vez, todas elas previram uma votação no CDS-PP bem abaixo dos resultados obtidos nas urnas. Paulo Portas (líder do CDS-PP), talvez o mais indignado de todos, vai fazer queixinhas ao Presidente da República. Confesso que não percebo a ideia. Saberá Portas que Cavaco Silva foi professor de Economia, não de Estatística, muito menos de Sociologia? Não seria melhor, o CDS encomendar uma sondagem e se não gostar do resultado apresentar queixa na DECO (defesa do consumidor)? Mas a indignação do CDS-PP vai mais longe e o partido promete apresentar um projecto de lei que impeça a divulgação de sondagens durante a campanha eleitoral. Pedro Mota Soares, porta-voz da comissão política do partido afirmou que “as sondagens estão a desvirtuar o sistema democrático e político em Portugal”. Acho que há aqui algum exagero, há muitos anos a esta parte que a democracia se tem revelado como a arte de manipulação da opinião pública e, os estudos estatísticos cedo se mostraram parte importante dessa manipulação. Salvo honrosas excepções, quem encomenda um estudo (por vezes de forma evidente, outras um pouco mais dissimulada) encomenda determinadas conclusões do mesmo. As sondagens são estudos de opinião idênticos a muitos outros. Ninguém paga e autoriza a publicação de uma sondagem que lhe seja manifestamente desfavorável. Aliás, são conhecidas as simpatias políticas da maior parte dos responsáveis pelas empresas de sondagens. Quanto à ideia de antecipar a divulgação das sondagens para antes da campanha, não me parece de grande utilidade. Quanto mais longe das eleições se efectuarem as sondagens, maior será a manipulação das mesmas, porque os seus autores mais facilmente se desculparão com a mudança de opinião do eleitorado no decurso da campanha. Se as sondagens não fossem politicamente manipuláveis, para que se encomendariam cinco, a outras tantas empresas, em tão curto intervalo de tempo?
Apache, Junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

O novo paradigma da educação

[ Cliquem na imagem para ampliar]
Apache, Junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sporting de novo Vice-Campeão Europeu

O Sporting sagrou-se, no passado fim-de-semana (30 e 31 de Maio) Vice-Campeão Europeu de Atletismo em Pista (em masculinos). A prova disputou-se em Castellon (Espanha), tendo os leões, vencido 6 das 20 provas em causa. No total de pontos obtidos nessas 20 disciplinas, o Sporting ficou apenas a um ponto do Campeão Europeu, o Luch de Moscovo, para muitos, o melhor clube do mundo, na actualidade. Fosse, pela coincidência da prova com a final da Taça de Portugal em futebol, por o atletismo não envolver as verbas milionárias do “desporto-rei”, ou por há muito tempo a esta parte nos termos habituado a ver o Sporting no topo do atletismo mundial, o que é certo é que, uma vez mais, o facto de um clube português ser o 2º melhor da Europa não teve da parte da comunicação social portuguesa o destaque que o feito merecia. Na mesma prova, mas em femininos, o Sporting classificou-se num honroso 4º lugar.
Apache, Junho de 2009