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sexta-feira, 22 de maio de 2009

E você, já definiu os seus objectivos para o ano transacto?

De acordo com uma notícia difundida ontem pelo Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, no Agrupamento de Escolas de Santo Onofre (onde no passado dia 2 de Abril, o Director Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo, violando o disposto nos artigos 61º, 62º e 63º do Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril, destituiu o Conselho Executivo democraticamente eleito) a Comissão Administrativa Provisória (entretanto nomeada pela direcção regional) prolongou até às 17 horas de ontem (21 de Maio, a menos de um mês do final do ano lectivo) o prazo para apresentação de objectivos individuais, para o ano lectivo de 2008-2009, dos docentes daquele agrupamento. É certo que (opinião minha) os objectivos individuais de nada valem, aliás, esta terminologia foi introduzida na avaliação de professores pelo Decreto Regulamentar nº 2/2008, acrescentando (em clara violação do artigo 112º da Constituição da República Portuguesa) normas ao disposto no Estatuto da Carreira Docente. Não é a sua utilidade que está aqui em causa, antes, o ridículo da apresentação de objectivos para uma dada acção, não anteriormente ou na fase inicial da mesma mas quando ela se aproxima do termo. Maria de Lurdes Rodrigues (a tal senhora ministra que se orgulha de ter sido anarca; especialmente dotada para a tarefa de aposição de selos em sobrescritos) e os seus gestores escolares predilectos prometem reformar as velhas noções de lógica. Tal como em Nárnia se abrem as portas do velhinho guarda-fato e um mundo mágico se revela, este Ministério da Educação vai-nos abrindo as portas do hospício expondo toda uma nova realidade demencial.
Apache, Maio de 2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Obviamente, desnaturalizava-a

Em comentário a declarações de Cavaco Silva, a Ministra da Educação afirmou ontem: "Não é normal ter maus resultados a Matemática. Normal é ter bons resultados como às outras disciplinas.” Quais outras disciplinas, senhora ministra? Esqueceu-se certamente daquela milagrosa prova de exame do ano passado, onde a média do exame nacional (1ª chamada; alunos internos) foi de 14 valores?! Relembro-lhe outras médias dos exames nacionais: Geografia A, 11,4; História A, 11,0; Biologia e Geologia, 10,8; Inglês, 10,7; Geometria Descritiva A, 10,5; Português, 10,4; Física e Química A, 9,6. Mas não se pense que a santa oferta do GAVE (em 2008) teve apenas na Matemática a sua expressão, pois em 2007, a média nacional a Matemática havia sido de 10,6 valores, bem acima das médias de: História A, 9,4; Biologia e Geologia, 9,1; e Física e Química A, 7,4. Aliás, a Física e Química A, disciplina que lecciono há vários anos, aposto que, com o actual programa e com as aulas de 90 e de 135 minutos, se os alunos fossem proibidos de usar as calculadoras gráficas (e programáveis) onde colocam em memória o conteúdo de dezenas de páginas de livros e cadernos, nenhum exame digno desse nome obteria uma média nacional acima de 5 valores. Ainda a propósito dos maus resultados a Matemática, prossegue Lurdes Rodrigues: “Este processo de desnaturalização dos maus resultados tem de envolver todos, até os meios de comunicação, até as telenovelas, até os anúncios.” Disse desnaturalização? Segundo o "Dicionário Priberam da Língua Portuguesa’', “desnaturalização” é o acto ou efeito de desnaturalizar. Quanto a “desnaturalizar”, significa privar da nacionalidade; riscar do rol dos cidadãos (de um Estado). Será impressão minha, ou por esta altura, muitos professores deste país, se pudessem, à Senhora Ministra da Educação, obviamente, desnaturalizavam-na!
Apache, Abril de 2009

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

“Português Técnico” por Margarida Moreira

A Directora Regional de Educação do Norte (DREN), a tal senhora que acha que contar piadas sobre o Primeiro-Ministro é um acto grave de indisciplina, mas apontar uma arma de plástico a um professor para exigir uma classificação melhor é uma brincadeira de mau gosto, tem-se revelado uma verdadeira pioneira na escrita de uma nova língua que muitos designam por “Português Técnico”, por analogia àquela estranha língua que Sócrates exibiu, no texto enviado por fax, que lhe permitiu concluir a cadeira de “Inglês Técnico” na Universidade Independente. O texto que a seguir transcrevo é parte de um ofício que Margarida Moreira enviou às escolas há cerca de dois meses, com indicações sobre os procedimentos para aquisição do “Magalhães”. "O pagamento dos Magalhães, nos casos em que a isso os pais sejam obrigados, estão a receber informação por sms devendo, em todas, constar a entidade 11023." Na semana passada, devido às más condições climatéricas, A senhora DREN viu-se novamente confrontada com a necessidade de envio de outro ofício e escreveu (entre outras pérolas) isto: “Os perigos de intempérie, inusitados em alguns concelhos, estão circunscritos, no momento, à segurança na estrada dos nossos alunos (gelo).” Entusiasmado com a leitura daqueles que serão (provavelmente) os mais belos nacos de prosa desta nova língua, questiono-me se haverá algum curso de novas oportunidades que o comum mortal possa frequentar para conseguir escrever assim? Ou será esta uma competência restrita de alguns iluminados?!
Apache, Janeiro de 2009

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

"Circunspecção de mau gosto" - Ricardo Araújo Pereira

"Julgo que a opinião da directora da DREN, Margarida Moreira, segundo a qual a ameaça a uma professora com uma arma de plástico foi uma brincadeira de mau gosto, é uma brincadeira de mau gosto. Mais uma vez se prova que a crítica de cinema é extremamente subjectiva. Eu também vi o filme no YouTube e não dei pela brincadeira de mau gosto. Vi dois ou três encapuzados rodearem uma professora e, enquanto um ergue os punhos e saltita junto dela, imitando um pugilista em combate, outro aponta-lhe uma arma e pergunta: «E agora, vai dar-me positiva ou não?» Na qualidade de apreciador de brincadeiras de mau gosto, fiquei bastante desapontado por não ter detectado esta, antes da ajuda de Margarida Moreira. Vejo-me então forçado a dizer, em defesa das brincadeiras de mau gosto, que, no meu entendimento, as brincadeiras de mau gosto têm duas características encantadoras: primeiro, são brincadeiras; segundo, são de mau gosto. Brincar é saudável, e o mau gosto tem sido muito subvalorizado. No entanto, aquilo que o filme captado na escola do Cerco mostra aproxima-se mais do crime do que da brincadeira. E os crimes, pensava eu, não são de bom-gosto nem de mau gosto. Para mim, estavam um pouco para além disso – o que é, aliás, uma das características encantadoras dos crimes. Se, como diz Margarida Moreira, o que se vê no vídeo se enquadra no âmbito da brincadeira de mau gosto, creio que acaba de se abrir todo um novo domínio de actividade para milhares de brincalhões que, até hoje, estavam convencidos, tal como eu, que o resultado de uma brincadeira é ligeiramente diferente do efeito que puxar de uma arma, mesmo falsa, no Bairro do Cerco, produz. O mais interessante é que Margarida Moreira, a mesma que agora vê uma brincadeira de mau gosto no que mais parece ser um delito, é a mesma que viu um delito no que mais parecia ser uma brincadeira de mau gosto. Trata-se da mesma directora que suspendeu o professor Fernando Charrua por, numa conversa privada, ele ter feito um comentário desagradável, ou até insultuoso, sobre o primeiro-ministro. Ora, eu não me dou com ninguém que tenha apontado uma arma de plástico a um professor, mas quase toda a gente que conheço já fez comentários desagradáveis, ou até insultuosos, sobre o primeiro-ministro. Se os primeiros são os brincalhões e os segundos os delinquentes, está claro que preciso de arranjar urgentemente novos amigos."
Ricardo Araújo Pereira, na "Visão"

domingo, 28 de dezembro de 2008

Brincadeiras…

No passado dia 18 de Dezembro, um grupo de alunos (ao que parece, três, com idades compreendidas entre os 17 e os 18 anos) da Escola Secundária do Cerco, na última aula de Psicologia do 1º período, apontaram uma pistola de plástico à professora, “ameaçando-a”, caso esta não lhes atribuísse a nota que pretendiam. Um dos alunos terá também simulado uma cena de pugilato. Entretanto e tal como começa a ser habitual, outro aluno filmou a peripécia com um telemóvel e colocou no YouTube. Sobre o assunto, personagens com responsabilidades em matéria de educação teceram os comentários que seguem:
“Foi uma brincadeira de muito mau gosto, que excedeu os limites do bom senso.” – Margarida Moreira, Directora Regional de Educação do Norte. “Aquilo foi resolvido na altura. Eles próprios acharam que tinham passado os limites e pediram desculpa à professora. Ela aceitou e tudo ficou por aí, tanto que [a professora] não fez qualquer participação.” – Lina Maria, Presidente da Associação de Pais. “Isto foi encomendado por quem quer neste momento a política de terra queimada nas escolas, nomeadamente os próprios sindicatos, que lhes interessa um caso destes.” – Manuel Valente, da Federação das Associações de Pais do Porto. “São 12 alunos normais e simpáticos, dos quais todos os professores gostam, e que se dão muito bem com a professora, que também é muito brincalhona. A decisão de abrir um inquérito disciplinar decorrerá assim do facto de o vídeo ter sido tornado público mais do que pelo episódio em si.” – Ludovina Costa, Presidente do Conselho Executivo do Agrupamento Vertical de Escolas do Cerco.
Antes de mais, se alguém tiver mais alguma baboseira para dizer, faça o favor, não se acanhe. Bom… Factos. Os alunos: Levantaram-se do lugar e dirigiram-se à professora “ameaçando-a”; Desobedeceram (várias vezes) à ordem para terminarem a brincadeira, persistindo continuadamente em comportamento incorrecto; Eram portadores de (pelo menos) um telemóvel, do qual fizeram uso para filmarem o acto de insubordinação; Tornaram públicas as imagens obtidas. Com estes comportamentos violaram nove deveres. A saber: as alíneas, c), d), e), f), g), i), o) e q), do artigo 15º e, o número 3 do artigo 17º, ambos, da Lei nº 3/2008, de 18 de Janeiro, que altera a Lei nº 30/2008, de 20 de Dezembro (Estatuto do Aluno). Que fez a professora da disciplina? Nada! Que fez a Presidente do Conselho Executivo (PCE)? Nada! Que fez a Directora Regional? Promoveu uma reunião com a PCE, os alunos envolvidos e os pais, da qual, ao que parece, resultou a abertura de um inquérito. Um inquérito? Alguém que me explique em que lei é que este tipo de “acção” está previsto, se faz favor… Se calhar, isto foi uma “brincadeira” contagiosa e agora, andamos todos na “brincadeira”… P.S. Ainda não se conseguiu apurar se na referida reunião (que ocorreu na passada 6ª feira, mais de uma semana depois dos incidentes) houve ou não distribuição de chá e bolachinhas, ou sumos e fatias de bolo-rei.
Apache, Dezembro de 2008

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Dos “insultos” no Barreiro e no Seixal…

De visita ontem ao Seixal, onde entregou diplomas aos alunos do Centro de Emprego e ao Barreiro, para a cerimónia de inauguração de novo material circulante na Linha do Sado, José Sócrates viu-se confrontado com manifestações populares que contestavam as políticas de saúde e de educação. No final das acções de propaganda, instado a comentar, o Primeiro-Ministro afirmou: “Já estou habituado. Ao fim de três anos e meio habituamo-nos. O Partido Comunista faz sempre isto com todos os Primeiros-Ministros socialistas, organiza manifestações para insultar políticos.” Ó Zé, tu já foste do PSD e agora lideras o Partido Socialista, mas, aqui para nós que ninguém nos está ‘a ouvir’, passas a vida a elogiar a capacidade mobilizadora dos comunistas. Não achas isso um bocadinho estranho? Será que lá bem no fundo não terás um fetiche pelo PC? Sócrates acrescentou depois: “Quem utiliza o insulto como arma política já perdeu, porque perdeu a razão. O insulto é a arma dos fracos.” Concordo, Zé. Sabes, os professores estão fartos de dizer isso à Lurdinhas, mas ela insiste em insultá-los, pá. Não te importas de lhe repetir estas sábias palavras no próximo Conselho de Ministros, se faz favor…
Apache, Dezembro de 2008

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Portugal sobe no ranking

Desiludam-se os que acham que na União Europeia (UE), Portugal ocupa sempre os últimos lugares comparativamente aos seus parceiros. Em 2008 ocupávamos o 4º lugar e com as alterações propostas pelo governo liderado por José Sócrates, no próximo ano alcançaremos a 3ª posição. Acredito que se confiarmos no personagem alcançaremos brevemente o primeiro lugar, neste e provavelmente noutros rankings. Agora, dava jeito acabar por aqui o texto e ficava o estimado leitor (sim, estou a admitir que alguém vai ler isto) satisfeito da vida. Lamento desiludi-lo logo em época natalícia, mas se acreditava nisso, é preferível focalizar a sua confiança no Pai Natal… O comparativo a que me refiro reporta-se à tributação de automóveis ligeiros, novos. Coma as alterações previstas no Orçamento de Estado para 2009, o governo agravará (em média) em 11% (segundo cálculos do Automóvel Clube de Portugal) o Imposto Sobre Veículos (ISV). Todos os outros países da união vão manter ou baixar idêntica tributação. Assim, Portugal subirá de 4º para 3º lugar, nos países da UE com maior tributação automóvel. Muitos países justificaram a manutenção ou o desagravamento do imposto sobre veículos novos, como um incentivo à renovação do parque visando a redução da sinistralidade e simultaneamente, um incentivo à indústria automóvel em particular e à economia em geral. Na UE há actualmente 9 países que não cobram o imposto sobre veículos, aplicando apenas o IVA. São eles: Alemanha, Inglaterra, Luxemburgo, República Checa, Bulgária, Eslováquia, Estónia, Letónia e Lituânia. Por comparação (por exemplo) com os nossos vizinhos espanhóis, os automobilistas portugueses, devido aos exorbitantes impostos, pagam muito mais pelos veículos e pelos combustíveis. Acresce à desigualdade, o facto de a rede viária espanhola ser de qualidade superior à nossa e gratuita na maioria do território. Acrescente-se ainda o facto de os salários, aq1ui ao lado, serem substancialmente mais elevados. Em 2009, por cada automóvel novo, de passageiros, 61% do que pagarmos entrará para os cofres do Estado. Uma fatia deste enorme bolo, de forma ilegal, pois continuar-se-á a cobrar IVA, não apenas sobre o preço do veículo, mas também sobre o ISV, no que constitui uma dupla tributação, pela qual a Dinamarca já foi condenada no Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias. Não satisfeito com este parasitismo, o governo propõem-se ainda a reduzir o incentivo ao abate de veículos com mais de 10 anos, do qual passarão a beneficiar apenas os automobilistas que adquiram veículos novos que emitam menos de 140 grama de dióxido de carbono, por quilómetro. Tal medida fará com que muitos veículos antigos e bastante poluentes acabem vendidos a baixo preço a pessoas de parcos recursos económicos, em vez de serem abatidos. É que apenas 25% das mais de 3800 versões de ligeiros de passageiros à venda em Portugal apresentam emissões de CO2 tão baixas e, a maioria, são carros a gasóleo, portanto, com preços de venda mais elevados, que constituem mau investimento para a esmagadora maioria da população. Repito aqui a metáfora, é Sócrates quem marcha bem, o resto da Europa leva o passo trocado.
Apache, Dezembro de 2008

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Da eficácia do ovo…

No passado dia 16, na sequência dos incidentes de Fafe e de Lisboa, onde grupos de alunos lançaram ovos contra as viaturas onde se deslocavam, respectivamente a ministra da educação e, os seus secretários de estado, Maria de Lurdes Rodrigues assinou um despacho (sim, eu sei que era domingo) que alegadamente clarifica o Estatuto do Aluno (Lei nº 3/2008 de 18 de Janeiro), mais concretamente o seu artigo 22º. Digo alegadamente, porque são evidentes as contradições entre ambos, aliás o teor do despacho emanado do gabinete da senhora ministra (que ainda aguarda publicação em Diário da República) é uma espécie de 2 em 1, pois apesar do seu reduzido conteúdo colide, não só com o citado diploma mas também com o Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril, senão vejamos:
[Cliquem na imagem para ampliar]
Que o disposto no artigo 22º da Lei nº 3/2008 não é moralmente aceitável, estamos (provavelmente) todos de acordo (desde que ela foi publicada que os professores alertaram para a necessidade de alteração desta lei), aliás, não estou seguro que ele não viole a Constituição da República, concretamente o número 1 do artigo 64º (“Todos têm direito à protecção da saúde (…)”), mas daí até a senhora ministra alterar (sob a capa da clarificação), por despacho, uma Lei oriunda da Assembleia da República sem que para isso tivesse obtido autorização legislativa parece-me, no mínimo, abusivo. E agora, quem é que vai explicar à senhora ministra que este despacho é um acto nulo? Se houver voluntário para a tarefa, agradeço que aproveite para explicar também que o ponto 2 do dito despacho clarificador (“A prova de recuperação a aplicar na sequência de faltas justificadas tem como objectivo exclusivamente diagnosticar as necessidades de apoio tendo em vista a recuperação de eventual défice das aprendizagens”) carece de um despacho a clarificá-lo, ou melhor, a corrigi-lo para português.
Apache, Novembro de 2008

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Memorando…

Na passada quinta-feira, em declarações aos jornalistas a propósito da decisão de centenas de escolas suspenderem a aplicação do modelo de avaliação docente proposto pelo ministério, Lurdes Rodrigues afirmou: “Não tem sentido achar que é democrático fazer votações de braço no ar para decidir se há ou não avaliação.” Interessante. Leia-se então o disposto no número 1 do artigo 24º do Código do Procedimento Administrativo: “Salvo disposição legal em contrário, as deliberações são tomadas por votação nominal (…)”.
Ora, como não existe disposição legal em contrário, lanço o desafio à senhora ministra, de publicar um despacho onde obrigue a que a suspensão da avaliação do desempenho docente seja aprovada por voto secreto. Teremos todo o gosto em cumpri-lo. Insistia a senhora ministra: “Não me passa pela cabeça que a lei não seja cumprida.” Vejamos então o número 5 do artigo 21º do Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro (referente à avaliação docente): “A atribuição da menção qualitativa de Excelente fica, em qualquer caso, dependente do cumprimento de 100 % do serviço lectivo distribuído em cada um dos anos escolares a que se reporta o período em avaliação.” Atente-se agora no artigo 63º do decreto-lei nº 100/99, de 31 de Março: “1 – Consideram-se justificadas as faltas motivadas pelo cumprimento de obrigações legais ou por imposição de autoridade judicial, policial ou militar. 2 – As faltas previstas no número anterior não importam a perda de quaisquer direitos e regalias.” Este é apenas um exemplo, mas são mais de uma dezena as contradições entre os diplomas que produziu e outros que ainda vigoram. Portanto, quanto a cumprimento de leis... Acredito, no entanto, que tal não lhe passa pela cabeça. Acredite que não quero saber por onde lhe passa!

sábado, 8 de novembro de 2008

Importam-se de repetir?... (5)

“O mítico dia 1 de Janeiro de 2009 não marcará o início da reforma da Administração Pública, porque ela já está no terreno. (…) Trabalhadores, serviços e dirigentes que não estejam com a reforma serão trucidados". Segundo o jornal “Correio da Manhã” do passado dia 31 de Outubro, estas são palavras de Gonçalo Castilho dos Santos, Secretário de Estado da Administração Pública. Numa interpretação descuidada das palavras do senhor Santos, poder-se-ia pensar que ele está a ameaçar os funcionários públicos com o genocídio, mas estou convencido que esta é apenas uma forma descuidada de exteriorização de um pequeno problema intestinal. A edição online da “Times” da passada quinta-feira refere que Berlusconi (Primeiro-Ministro italiano) se referiu a Obama como “jovem, belo e bronzeado”, palavras que muitos interpretaram como sendo de teor racista. Eu começo é a achar que aquelas companhias femininas que rodeiam habitualmente Berlusconi podem ser só para disfarçar… Há cerca de 15 dias, José Sócrates dizia numa entrevista: “Sou, digamos assim, da geração Kennedy. Essa eleição representou já um momento histórico. Lembro-me do debate que houve na América quando, pela primeira vez, um católico se candidatou a presidente". Em Novembro de 1960, quando JFK foi eleito presidente, Sócrates tinha apenas 3 anos, o que poderá levar os mais optimistas a acharem que o nosso Primeiro-Ministro era um puto sobredotado, mas há uma hipótese mais consentânea com a sua actuação adulta, a de ele ser a última criação de Jepeto.
Apache, Novembro de 2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Todos para a esquadra, já!

O Tribunal da Relação do Porto condenou ontem o Estado ao pagamento de uma indemnização a Pinto da Costa, Presidente do Futebol Clube do Porto, por detenção ilegal, durante três horas, no âmbito do processo Apito Dourado. A ser confirmada esta indemnização, por instância superior, Pinto da Costa receberia mais de 22 mil escudos (na antiga moeda) por cada minuto de detenção. O que (obviamente) me obrigaria a exigir ser imediatamente detido, preferencialmente por uma gaja boa.
Apache, Setembro de 2008

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Relação entre dióxido de carbono atmosférico e aumento de temperatura

Os adeptos da teoria da antropogenia do alegado aquecimento global insistem amiúde que o aumento de dióxido de carbono na atmosfera causa uma elevação de temperatura. Já afirmei neste blogue que está cientificamente provado o contrário, isto é, um aumento da temperatura da água dos oceanos evapora algum do dióxido de carbono que estes têm dissolvido, aumentando a sua concentração no ar (nas zonas costeiras).
Dos milhares (para não dizer milhões) de locais possíveis para medir a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, o único local onde esta medida é (oficialmente) aceite pelo IPCC é Mauna Loa, no Havai, em cima do maior vulcão activo do planeta. Como os vulcões emitem enormes quantidades de dióxido de carbono, os valores ali medidos não representam com a mínima credibilidade o que se passa na atmosfera de outros locais. Ainda assim, para se perceber o ridículo desta teoria, deixo dois gráficos (tão do agrado dos alarmistas) referentes ao mesmo período de tempo (1979-2008), o primeiro (já antes publicado) referente à variação das temperaturas na baixa troposfera, medido pelo satélite MSU da Universidade do Alabama, o segundo, referente à concentração de dióxido de carbono (em partes por milhão (em volume)), medido em Mauna Loa pela NOAA

Como se comprova pelas figuras, as “linhas” que elas apresentam são praticamente iguais, depois de ingerida suficiente quantidade de álcool…

Apache, Junho de 2008

domingo, 4 de maio de 2008

Foi você que pediu… um canudo?

A palhaçada do “Novas Oportunidades” chegou ao ensino superior. “A Universidade do Algarve, através da Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais, da Faculdade de Economia e da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo confere o grau de mestre em Gestão e Manutenção de Campos de Golfe e ministra o ciclo de estudos a ele conducente. O grau de mestre em Gestão e Manutenção de Campos de Golfe é conferido nas seguintes áreas de especialização: Gestão; Manutenção.” Publicado em Diário da República, 2ª série — Nº 51 — 12 de Março de 2008.
Mestrado em Gestão e Manutenção de Campos de Golfe?!
O que é que se vai seguir? Uma pós-graduação em coloração de madeixas? Uma tese de doutoramento que estabeleça uma relação de causa/efeito entre o comportamento social das formigas após o Maio de 68 e a actual taxa de juro de referência do Branco Central Europeu?
Apache, Maio de 2008

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Cabeça de chumbo

No “Público” da passada quarta-feira lia-se na primeira página que, de acordo com um relatório da OCDE, os “chumbos no básico e secundário custaram 600 milhões de euros”. A senhora ministra, numa das muitas frases que suscitam dúvidas quanto às suas capacidades intelectuais, havia afirmado que chumbar alunos é facilitismo. Devo lembrar a senhora ministra que este é um problema de fácil resolução, basta estender a todos os anos de escolaridade o que vigora actualmente no 1º ano, expresso no artigo 55º do Despacho Normativo nº 1/2005 de 5 de Janeiro – “No 1º ano de escolaridade não há lugar a retenção”. Poupar-se-iam assim, não só, os 600 milhões gastos com as retenções mas também os milhões gastos com os exames nacionais, que neste contexto seriam desnecessários. Economizar-se-ia ainda, nas dezenas de papéis que cada professor preenche em cada momento de avaliação, com relatórios, planos e justificações de evidências. Um verdadeiro manancial (extra) de euros para os bolsos sem fundo dos oportunistas da política. Dois outros estudos, nunca realizados, assumem, neste contexto, particular pertinência… Por um lado, quanto custam ao país, as milhares de aprovações e certificações de competências que os alunos que transitam de ano (ou concluem cursos) efectivamente nunca adquiriram? E por outro, quanto custa ao país a manutenção de gentinha desta espécie, há tantos anos, à frente dos principais órgãos de governo?
Apache, Maio de 2008

sábado, 19 de abril de 2008

Alguma luz…

Em resposta ao repto lançado por vários movimentos independentes de professores e também por professores anónimos (Apache incluído), dois dos sindicatos associados na Fenprof, o SPGL e o SPN publicaram os resultados da votação do dia D, escola a escola. Antes de mais, convém destacar a coragem destes dois sindicatos em darem um pouco de transparência a este nebuloso processo. Numa análise dos resultados, convém perguntar onde foram parar os das escolas do 1º ciclo e jardins-de-infância? Na zona a que pertencem estes dois sindicatos, estas escolas são cerca de 7 400 e das listas constam cerca de 20. Será que se esqueceram de actualizar os nomes das básicas do 2º e 3º, ciclos, para agrupamentos e as votações são de todo o agrupamento e não da escola sede? Se assim for, o número de votantes é absolutamente ridículo. Caso contrário, o que é ridículo é o número de escolas com resultados tornados públicos. Vejamos os dois casos separadamente… O SPN lista cerca de 400 escolas, mas apenas 200 apresentam resultados. Porquê? A zona que o sindicato cobre tem mais de 4 600 escolas, nas quais leccionam mais de 53 mil docentes. A moção da Plataforma Sindical recolheu 6512 votos favoráveis. O SPGL exibe resultados de 213 escolas. Na zona que abrange, só as escolas com 3º ciclo e secundárias são 365. O número total de escolas desta zona ascende a mais de 3 600. A moção da Plataforma de Sindicatos recolheu 4708 votos favoráveis dos cerca de 47 mil docentes da região. Entretanto, a Fenprof, actualizou (no seu site) os resultados nacionais, reduzindo (de 80,8) para 77,2% o número de votos favoráveis à moção. Com base nos resultados tornados públicos pelos dois maiores sindicatos associados a esta federação, corrijo também a minha estimativa (anteriormente apresentada no “post” intitulado “tenham vergonha”). A moção da Plataforma terá (por extrapolação) obtido, a nível nacional, entre 14 e 18 mil votos favoráveis, de um universo de mais de mais de 145 mil docentes.
Apache, Abril de 2008

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

“Aquecimento Global” mascarado a rigor

A propósito dos violentos nevões dos últimos dias na China, o Instituto de Meteorologia português, noticia que a “Neve na China não é alteração climática”.
Hum... O Al Gore não vai gostar desta frase. Vossas Sapiências ainda não perceberam que de acordo com a teoria do Nobilíssimo, alteração climática é tudo o que der jeito para assustar o Zé Povinho?
Vão ouvir outra vez a cassete, se faz favor… Ah, e entretanto, que tal mudar o título da notícia para algo mais consentâneo com a época, do género - Aquecimento Global vai de férias para a neve.
Apache, Fevereiro de 2008

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Até a notícia cheira mal

Faz hoje (quarta-feira) precisamente uma semana, que os noticiários, da tarde nas rádios, e da noite nas televisões, abriram com a notícia de um acentuado cheiro a gás na cidade de Lisboa, mais concretamente, na zona envolvente à Cidade Universitária, Avenida das Forças Armadas e Avenida 5 de Outubro. No dia seguinte, o Batalhão de Sapadores Bombeiros e a Agencia Portuguesa de Ambiente tranquilizavam os habitantes. A RTP escrevia assim a notícia… «O Regimento de Sapadores Bombeiros assegurou hoje a inexistência de vestígios de explosividade no produto que esta quarta-feira causou um intenso cheiro a gás em vários pontos de Lisboa. De acordo com a mesma fonte, "foram realizadas medições na rede colectora" e procedeu-se à "recolha de amostras para análise do ar pela Agência Portuguesa de Ambiente", não tendo sido detectados "vestígios de explosividade".» Citava depois o documento da Agencia Portuguesa de Ambiente… «O produto analisado pertence a uma classe de compostos que contém enxofre na sua composição molecular não sendo potencialmente perigoso.» No dia seguinte (18 de Janeiro, dois dias depois do acontecimento), o “Correio da Manhã” acrescentava… «O cheiro a gás que anteontem levou à evacuação de pelo menos nove edifícios e ao encerramento de duas estações de metro no centro de Lisboa foi provocado por uma funcionária de limpeza da Faculdade de Farmácia de Lisboa. A funcionária deparou-se com um frasco de um reagente – um composto de enxofre e hidrogénio denominado Tiol – que tinha uma fissura. Apesar de o frasco estar guardado numa câmara frigorífica dentro do laboratório, a senhora sentiu o cheiro a enxofre e resolveu, por sua iniciativa – segundo explicou o Presidente do Conselho Directivo, José Morais, em declarações à RTP – despejar o produto químico no terreno contíguo à faculdade. Segundo José Morais, a referida funcionária “não avisou ninguém porque os responsáveis da faculdade estavam em reunião e ela não os quis incomodar. O professor garante que as autoridades foram avisadas ainda durante a noite de quarta-feira e assegura que se trata de uma situação “inédita” na instituição. O frasco que continha o produto químico acabou por ser encontrado por um funcionário da Galp Energia e foi levado pela Polícia Judiciária para ser analisado. Ontem de manhã, ainda se sentia um forte cheiro a enxofre na zona e três funcionárias do ISCTE – situado a poucos metros da Faculdade de Farmácia – tiveram de receber assistência médica por se terem sentido mal. Uma das funcionárias foi mesmo hospitalizada por sofrer de problemas respiratórios.» Comentário… Os jornalistas não têm de perceber de Química, (ou de qualquer outra ciência) no entanto, para que uma notícia seja correctamente transmitida, sempre que não se têm conhecimentos do assunto, deverão ser ouvidos os peritos que estiverem disponíveis. Parece ter sido o que fez a RTP. Mas, pasme-se, os alegados peritos, ou o eram apenas virtualmente, ou, seguindo a doutrina do “diz que é uma espécie de engenheiro”, mentiram ou no mínimo, omitiram descaradamente. Ponto um - O que significa “um forte cheiro a enxofre”? O enxofre elementar (entenda-se, não ligado a outros átomos) é um pó amarelo, sem cheiro, usado na agricultura para matar certas pragas que atacam as culturas, nomeadamente a vinha e o tomate. Ponto dois – O “porta-voz” da Agência Portuguesa de Ambiente, afirmou que “o produto analisado pertence a uma classe de compostos que contém enxofre na sua composição molecular não sendo potencialmente perigoso.” Se analisaram o produto, pelos vistos fizeram-no, pois afirmaram ser uma molécula contendo átomos de enxofre, coloca-se a pergunta: Qual era? O Presidente do Conselho Executivo da Faculdade de Farmácia, José Morais, disse que se tratava de “um composto de enxofre e hidrogénio denominado Tiol”. Mas tiol é o nome de uma família de compostos orgânicos contendo o grupo SH (S de enxofre e H de hidrogénio) e não o nome de um único, repete-se portanto a pergunta, qual era o composto? Ponto três – A ser verdadeira (e tudo indica que sim), a versão popular do forte cheiro a gás e considerando as “meias informações” dos técnicos, penso que se tratava de Etanotiol (CH3CH2SH), composto que se adiciona em pequenas quantidades ao gás de cidade (mistura de propano e butano) para lhe dar cheiro e assim se poderem detectar facilmente quaisquer fugas. Quando puro, como parece ser o caso, é um composto muito volátil (cujo ponto de ebulição ronda os 35 ºC), de odor extremamente desagradável, muito inflamável e tóxico por inalação (daí a possível hospitalização de uma das funcionárias). Ponto quatro – Vários órgãos de comunicação social falaram de um frasco com 100 ml (200 ml, segundo outras fontes). Pela área afectada, se se tratava de Etanotiol, terão sido derramados na via pública, alguns litros (e não centilitros) do composto. Como é possível que alguém tenha pegado em tal quantidade de uma substância destas e decidido derramá-la num terreno baldio, sem ordens expressas de um superior, se nos rótulos dos frascos deste produto são bem visíveis os símbolos, e indicações, “Muito Inflamável”, “Tóxico” e “Nocivo para o Ambiente”, e qualquer funcionário de uma faculdade como esta, tem formação mais que suficiente para ler e interpretar estes rótulos? Em resumo, passou uma semana sobre o caso, não acham que já é tempo de nos informarem sobre o que realmente se passou?
Apache, Janeiro de 2007

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Viva a coerência...

Mas viva longe da nossa Redacção - Assinado: Os jornalistas da Lusa
Apache, Janeiro de 2008

sábado, 15 de dezembro de 2007

“Dados não verdadeiros”

A Ministra da Educação afirmou ontem (sexta-feira), em tom irritado, que "há quem queira visibilidade à custa de dados não verdadeiros e não confirmados". Eu acho que a senhora só se podia estar a referir ao badalado “Aquecimento Global” [sorriso], mas há por aí umas más-línguas que dizem que comentava os números recentemente divulgados pela linha telefónica “SOS Professor”, que apontam para um aumento da violência nas escolas.
Apache, Dezembro de 2007

domingo, 9 de dezembro de 2007

Revista da semana

A comunicação social anunciou que num teste de memória, os chimpanzés venceram os humanos.
Será que os defensores da “Teoria da evolução das espécies” vão agora alterá-la? É que a ser correcta a conclusão do teste, o homem não pode ter evoluído do macaco, quando muito, regrediu do macaco. E o que mais me preocupa é que um dia, regrediremos tanto, que nos confundiremos com o Mário Lino, que a esta hora, deve estar a repetir pelo gabinete – Chimpanzés no meu lugar, “jamais” (em francês, claro!).
Um destes dias, o governo apresentou, durante a manhã, um anteprojecto de Decreto-Lei, para cobrar um imposto sobre os sacos de plástico, com a habitual desculpa da moda, (o ambiente) que a criatividade é escassa, por aquelas bandas. À tarde, depois da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, ter manifestado dúvidas quanto à constitucionalidade da medida, uma vez que as empresas distribuidoras já pagam uma “ecotaxa” aos oportunistas da Sociedade Ponto Verde, o Secretário de Estado do Ambiente, veio dar o dito por não dito e em vez de imposto falou de campanha de sensibilização.
Ficámos assim a saber que este governo gosta de roubar, mas apenas os pobres, que com os ricos e poderosos não quer chatices.
Por falar em roubar, a EDP quer investir em novos contadores e teve a ideia peregrina de sermos nós a pagar esse investimento. Nós já pagamos a energia eléctrica, bem de primeira necessidade, a preços muito superiores aos custos de produção, proporcionando lucros fabulosos à empresa e eles ainda querem que lhes paguemos os investimentos? Não me lembro de ter encomendado nenhum contador novo, nem sequer preciso dele, o actual serve-me perfeitamente, portanto, para que raios me querem obrigar a comprar outro. Isto já não é um país, antes um imenso hospital psiquiátrico.
Entretanto, a propósito da Cimeira União Europeia/África…
O «Sinhor Inginheiro» veio dizer que “esta é uma cimeira entre iguais”. E mais uma vez, lá estou eu a concordar com o Pinóquio. Facínoras de todas as cores e credos, para todos os gostos políticos.
Finalmente, Manuel Monteiro, o líder do Partido Nova Democracia, termina a semana, acusando, em entrevista à lusa, os juízes portugueses de falta de coragem e Mugabe de “criminoso contra a humanidade” Monteiro colocou a seguinte questão: “Não há um juiz português com coragem de emitir um mandato contra Mugabe, ao abrigo do nosso código penal e das regras a que aderimos no Tribunal Penal Internacional?" Completando a seguir… “Um juiz português pode emitir um mandato de detenção contra Mugabe, tal como em Espanha o juiz Baltasar Garcón emitiu um mandato contra [o ditador argentino] Augusto Pinochet”. Em jeito de conclusão, acrescentou que só se age "contra quem já não tem poder e perdeu a guerra” porque (…) quando têm poder, a comunidade ocidental é feita de pessoas cobardes sem capacidade de liderança”. Terminou dizendo que os líderes europeus que participam nesta cimeira são um “nojo político”. É impressão minha ou esta indignação só atinge agora, o menino Manelinho, porque lidera um partido sem expressão na sociedade portuguesa, caso contrário estaria caladinho a comer da mesma manjedoura?! Além disso, passar mandatos de detenção a todos os criminosos que se passeiam pela cimeira tinha graves consequências, por exemplo, a União Europeia ficava sem Presidente da Comissão e Portugal sem governo. Isto para nem sequer falar no brutal aumento do consumo de papel.
Apache, Dezembro de 2007